
Foi há três anos. A
ex-governadora do Estado do Texas assistiu à mãe doente, até o seu estágio
terminal.
Acompanhando-a dia a dia,
observando como a doença ia minando as forças físicas e preparando aquele corpo
para a morte, Ann Richards viu a drástica mudança que sua mãe sofreu.
Era uma mulher que passou
sua vida inteira obcecada por cristais lapidados, baixelas de prata, toalhas de
renda, porcelanas e joias, que colecionava com extremo cuidado.
À medida que a doença foi
destruindo o seu vigor físico e falando-lhe que a morte se aproximava, tudo
aquilo deixou de ser importante. Para ela só importavam agora as visitas, a
família e os amigos.
A mudança foi radical.
Depois da morte da mãe, Ann Richards resolveu se livrar de todas as
antiguidades que, mais de uma vez, tinham feito com que ela desse mais
importância aos objetos do que às pessoas.
Montou um bazar na
garagem. Num só dia, tudo foi embora. Vendido. E a ex-governadora, concluiu: Aprendi
que para dar valor ao presente, preciso me livrar daquilo que me detém. Hoje,
não hesito diante de nada.
* * *
Nada é mais importante na
vida do que as pessoas. As coisas têm o valor que lhes damos. E o valor muda
com o tempo e as convenções sociais.
Em tempos antigos, o sal
era tão precioso que se pagavam funcionários com ele. De onde, inclusive,
surgiu a palavra salário.
Depois, os homens foram
convencionando, no transcorrer do tempo, a considerar esse ou aquele metal mais
precioso. De um modo geral, aquele mais raro naquele momento.
Hoje, a preocupação é ter
carro do ano, tapetes importados, roupas de grife. E existem pessoas que fazem
coleções de objetos, livros, perfumes. O importante é amontoar, ter bastante
para mostrar com orgulho, como se fossem troféus.
No entanto, quando a
enfermidade chega, quando a soledade machuca, nenhum objeto, por mais precioso,
por mais que o prezemos, conseguirá espantar a doença, diminuir a solidão.
São as pessoas com seu
carinho, sua ternura, seus gestos simples, traduzindo amizade, ternura, afeição
que nos conferem forças para aguentar a dor e para espantar a solidão.
São as pessoas que nos
dão calor com seu aperto de mão, seu abraço, sua presença, seu olhar.
São as pessoas que fazem
a grande diferença em nossas vidas.
* * *
O afeto é como o sol.
Surge silencioso e ilumina tudo com seus raios, espalhando luz e calor.
Ninguém pode viver sem
afeto. Pode ser o amor de marido, de mulher, de um irmão.
O carinho de um amigo que
se candidata a tutor da nossa vida afetiva. A ternura de alguém com quem nos
encontramos na jornada das dores e que nos oferece as flores delicadas de sua
atenção.
De tudo que há na Terra
para se gozar, nada faz mais feliz o homem do que o amor que receba, o amor que
compartilhe, o amor que doe.
Redação
do Momento Espírita, com base no artigo Segredos de uma vida bem vivida –
Alivie sua carga, da Revista Seleções Reader´s Digest, de junho de 2000
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