
Solicitaste uma fé que
preenchesse de tranquilidade o vazio da alma, e o Espiritismo ofereceu a tua
mente indagadora respostas justas para os afligentes problemas, ensejando-te
uma fé em bases racionais.
Desejaste um campo de
trabalho onde pudesses aplicar as possibilidades do amor em legítimas atitudes
de abnegação desinteressada, e a Doutrina Espírita colocou ao teu dispor a
gleba da humanidade sofredora.
Pediste saúde para o
corpo e equilíbrio para a mente visitada por distúrbios frequentes, e a
Mensagem Espiritista cedeu ao teu espírito os tesouros do estudo e as terapias
do passe e da água fluída, através dos quais conseguiste ordenar a casa mental
e recompor o metabolismo orgânico.
Requereste a bênção de
companheiros leais ao teu lado, entre os quais o devotamento e o esforço digno
te ensejassem a reforma íntima, nos teus planos de espiritualização pessoal, e
a Palavra Espírita apresentou-te amigos, na feição de irmãos, que também
buscavam libertação.
Pensaste em adquirir
conhecimentos que te capacitassem com os instrumentos hábeis para o triunfo
espiritual, e a Codificação Kardequiana, de fácil manuseio, franqueou-te os
valiosos depósitos da sabedoria universal, num curso ao alcance de todas as
mentes.
Prometeste construir um
império de fraternidade real se conseguisses meios de executar o programa que
traçaste, e a Revelação dos Espíritos, em decifrando os painéis da
Imortalidade, falou-te do tempo de que disporias pelas rotas do Infinito, se
começasses a laborar desde então...
No entanto, ainda te
encontras no pórtico da tarefa espírita a realizar, solicitando e meditando e
meditando, mantendo atitudes de inquietação e dúvida.
Faze o balanço sensato
das tuas atividades com integridade e consciência.
Dizes, agora, que a fé de
que dispões não é bastante poderosa para harmonizar-te interiormente...
Afirmas que o campo de
trabalho está muito inçado de incertezas e suspeitas...
Explicas que a saúde é
uma concessão transitória que não se fixa...
Informas que os
companheiros da seara espírita não diferem muito dos outros homens..
Apregoas que as
preocupações não te favorecem com a dádiva preciosas da serenidade para o
estudo...
Esclareces que a
atualidade não comporta construções de amor, por campearem livremente a
criminalidade e o egoísmo exagerado...
E na contabilidade dos
teus feitos o débito atinge expressões alarmantes.
Creditaste somente
lamentações, queixas, azedumes, revoltas, decepções, exigências...
Esperavas, não um roteiro
de santificação com o esforço pessoal exaustivo para o justo resgate dos
compromissos negativos do passado.
Pretendias uma lição de
progresso sem esforço, uma concessão gratuita da Divindade, que te situasse
acima da craveira comum dos que lutam e sofrem, choram e servem redimindo-se a
si mesmos.
E por isso te supões
deserdado dos celestes favores, esquecido pelo carinho dos espíritos Excelsos.
Sonhas com o céu enquanto
desconsideras a Terra, acreditando-a abjeta.
Pretende evolução e te
recusas à elevação.
Procuras repouso sem o
pagamento da moeda do trabalho.
O rio das horas, porém,
corre, levando em suas vibrações-tempo as oportunidades perdidas.
Narra uma velha história
que, num eremitério humílimo, residia santo homem asceta que vivia com frugal e
pobre alimentação de maçã e tragos d'água de córrego vizinho. Exaltava-se e
queixava-se, porém, em suas preces, dizendo: "Sofro por Ti e indago:
haverá alguém mais pobre do que eu?" Um pouco mais abaixo, no mesmo sítio,
junto ao curso d'água vivia outro monge, que se alimentava exclusivamente das
cascas de maçãs que boiavam no riacho modesto...
Antes de lamuriar-te olha
para baixo, contempla os que estão na retaguarda.
Não exijas nada nem
reclames nada.
Espanca trevas e retira a
fuligem que empana as tuas lentes espirituais.
Medita serenamente no
impositivo da hora, estuda com atenção e acendrado interesse o espiritismo que
te honra a existência, e sai a campo, aproveitando o tempo, alimentando-te da
esperança e bebendo a água lustral da fé viva, relegando ao amanhã as insânias
que ainda agora te atormentam. E o que não conseguires realizar, contigo,
Jesus, o Incomparável Amigo, fará oportunamente.
FRANCO, Divaldo Pereira. Dimensões da Verdade. Pelo
Espírito Joanna de Ângelis. LEAL.
* * * Estude Kardec * *
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