Se devassássemos os labirintos
Dos eternos princípios embrionários,
A
cadeia de impulsos e de instintos,
Rudimentos dos seres planetários;
Tudo o que a poeira cósmica elabora
Em sua atividade interminável,
O
anseio da vida, a onda sonora,
Que percorrem o espaço imensurável;
Veríamos o evolver dos elementos,
Das origens às súbitas asceses,
Transformando-se em luz, em sentimentos,
No assombroso prodígio das esteses;
No profundo silêncio dos inermes,
Inferiores e rudimentares,
Nos rochedos, nas plantas e nos vermes,
A
mesma luz dos corpos estelares!
É que, dos invisíveis microcosmos,
Ao monólito enorme das idades,
Tudo é clarão da evolução do cosmos,
Imensidade nas imensidades!
Nós já fomos os germes doutras eras,
Enjaulados no cárcere das lutas;
Viemos do princípio das moneras,
Buscando as perfeições absolutas.
Pelo Espírito
Augusto dos Anjos
XAVIER,
Francisco Cândido. Parnaso de Além-Túmulo. Espíritos Diversos. FEB.
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