
Dentre as leis morais a
que as criaturas inevitavelmente estão sujeitas, destacaremos, para apoio de
nosso raciocínio, a Lei do Progresso. Em cumprimento a seus impositivos, o
determinismo Divino nos impulsiona, obrigando-nos a progredir.
Como todas as demais,
também esta lei possui, entre seus atributos, o automatismo. A ninguém a Divina
Sabedoria outorga prerrogativas de cobrança do esforço evolutivo, porque a
evolução será sempre inevitável. Assim, a involução é apenas uma palavra sem sentido
porque, em realidade, jamais o Espírito retrocede em seu caminho ascensional. A
velocidade com que cada criatura progride é infinitamente variável, já que ela
estará sujeita também a um número igualmente infinito de fatores e
circunstâncias.
Se é verdade que ninguém
“involui”, não é menos verdade que a estagnação pode ocorrer quando alguém,
acomodado ao estágio em que se encontra, se negue ao esforço de conquista e
prática dos atributos libertadores colocados à sua disposição.
Referindo-nos aos seres
humanos em geral, será necessário reconhecer que somos situados na vida,
conforme o estágio em que nos encontramos, na posição determinada pelas
necessidades que trazemos, implícitas em a natureza espiritual que nos
caracterize.
Claro que o estado de
inatividade evolutiva não será indefinido, pois o determinismo Divino nos
aponta o rumo da perfeição como meta a alcançar; entretanto, quando nos
confiamos ao ócio, à negligência, à indiferença ou à rebeldia, repetindo erros
e crimes, entra em ação o automatismo da lei com a terapia de choque. É o
remédio amargo representado pelo sofrimento e a dor a que nos condicionamos ao
rejeitar todos os argumentos da lógica, do direito, do bom senso e da razão.
Deus não pune nem castiga ninguém; entretanto, deu-nos a consciência para
podermos diferenciar o bem do mal, o certo do errado. Deste modo, ninguém é
culpado por nossos padecimentos, senão nós próprios, quando violamos as leis
inflexíveis que governam a vida. Os fatos que ocorrem, trazendo-nos
padecimentos de variada natureza, na realidade são recursos utilizados pela Lei
de Justiça a fim de repararmos os desequilíbrios criados em nossa existência,
visando restabelecer o equilíbrio perdido. Para que não paire dúvida quando à
conduta a adotar na vida de relação com os semelhantes, Jesus estabeleceu o
princípio acessível a todo e qualquer entendimento, sentenciando: Não
façais aos outros o que não quiserdes que vos façam [...]”.
Autor
(a): Mauro Paiva Fonseca
Reformador
(Revista de Espiritismo Cristão) – Editora FEB (Federação
Espírita
Brasileira) – Ano: 127 – Edição nº: 2.163 – Página: 13 -
Rio
de Janeiro – Junho/2009.
KARDEC,
Allan – O Evangelho Segundo o Espiritismo – Editora FEB (Federação
Espírita Brasileira) – Edição nº 127 – Capítulo nº II – Item nº 9 – Rio de
Janeiro/2007.
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