
A Terra é um magneto
enorme, gigantesco aparelho cósmico em que fazemos, a pleno céu, nossa viagem
evolutiva.
Comboio imenso, a
deslocar-se sobre si mesmo e girando em torno do Sol, podemos comparar as
classes sociais que o habitam a grandes vagões de categorias diversas.
De quando em quando,
permutamos lugar com os nossos vizinhos e companheiros.
Quem viaja em instalações
de luxo volta a conhecer os bancos humildes em carros de condição inferior.
Quem segue nas
acomodações singelas, ergue-se, depois, a situações invejáveis, alterando as
experiências que lhe dizem respeito.
Temos aí o símbolo das reencarnações.
De corpo em corpo, como
quem se utiliza de variadas vestiduras, peregrina o Espírito de existência em
existência, buscando aquisições novas para o tesouro de amor e sabedoria que
lhe constituirá divina garantia no campo da eternidade.
Podemos, ainda,
filosoficamente, classificar o Planeta, com mais propriedade, tomando-o por
nossa escola multimilenária.
Há muitos aprendizes que
lhe ocupam as instalações, na expectativa inoperante, mas o tempo lhes cobra
caro a ociosidade, separando-os, por fim, de paisagens e criaturas amadas ou
relegando-os à paralisia ou à cristalização, em largos despenhadeiros de
sombra.
Outros alunos indagam,
dia e noite...e, com as perquirições viciosas, perdem os valores do tempo.
Imaginemos um
educandário, em cuja intimidade comparecessem os discípulos de primária
iniciação, exigindo retribuições e homenagens, antes de se confiarem ao estudo
das primeiras lições.
O menino bisonho não
poderia reclamar esclarecimentos, quanto à congregação que dirige a casa de
ensino onde está recebendo as primeiras letras.
E, ante a grandeza
infinita da vida que nos cerca, não passamos de crianças no conhecimento
superior.
Vacilamos, tateamos e
experimentamos, a fim de aprender e amealhar os recursos do Espírito.
Compete-nos, assim,
tão-somente, um direito: - o direito de trabalhar e servir, obedecendo às
disciplinas edificantes que a Sabedoria Perfeita nos oferece, através das
variadas circunstâncias em que a nossa vida se movimenta.
Ninguém se engane,
julgando mistificar a Natureza.
O trabalho é divina lei.
Pesquisar
indefinidamente, na maioria das vezes é disfarçar a preguiça intelectual.
A vida, porém, é ciosa
dos seus segredos e somente responde com segurança aos que lhe batem à porta
com o esforço incessante do trabalho que deseja para si a coroa resplandecente
do apostolado no serviço.
XAVIER, Francisco Cândido. Roteiro. Pelo
Espírito Emmanuel. FEB. Capítulo 8.
* * * Estude Kardec * * *
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