
SABEDORIA OU AMOR? A QUESTÃO ESTÁ
EXPOSTA!
Um confrade perguntou-nos se era
mais importante ao espírito encarnado a caridade (amor) ou a intelectualidade
(sabedoria). Para esclarecê-lo procuramos beber informações nas fontes do saber
emmanuelino. Disse-lhe que ante as perspectivas do crescimento espiritual, a
caridade (sentir) é sobejamente mais importante, na essência, que a
inteligência (saber), inobstante necessitarmos das duas asas (amor e sabedoria)
para alçar voos rumo à excelsa destinação luminosa. Em realidade, o sentimento
e a sabedoria são as duas asas com que a alma se elevará para a perfeição
infinita; os dois são classificados como adiantamento moral e adiantamento
intelectual; ambos são imprescindíveis ao progresso, sendo justo, porém,
considerar a superioridade do primeiro (sentimento) sobre o segundo
(sabedoria), porquanto “a parte intelectual sem a moral pode oferecer numerosas
perspectivas de queda, na repetição das experiências, enquanto que o avanço
moral jamais será excessivo, representando o núcleo mais importante das
energias evolutivas.”(1)
Em verdade, a nossa capacidade
intelectual é demasiadamente curta, em face dos elevados poderes da
personalidade espiritual, independente dos laços da matéria. Segundo Emmanuel,
“os elos da reencarnação fazem o papel de quebra-luz sobre todas as conquistas
anteriores do Espírito reencarnado. Nessa sombra reside o acervo de lembranças
vagas, de vocações inatas, de numerosas experiências, de valores naturais e
espontâneos, a que chamamos subconsciência. Aliás, a incapacidade intelectual
do homem físico tem sua origem na sua própria situação, caracterizada pela
necessidade de provas amargas.” (2)
Os valores intelectuais da Terra,
atualmente, padecem a afronta de todas as forças corruptoras do declínio. “A
atual geração, que tantas vezes se entregou à jactância, atribuindo a si mesma
as mais altas conquistas no terreno do raciocínio positivo, operou os mais
vastos desequilíbrios nas correntes evolutivas do orbe, com o seu
injustificável divórcio do sentimento.” (3) É por esse ensejo que notamos no cenário
político-social-econômico da Terra as aberrações, os absurdos teóricos, os
extremismos estabelecendo a inversão de todos os valores.
“Excessivamente preocupados com as suas
extravagâncias, os missionários da inteligência trocaram o seu labor junto ao
espírito por um lugar de domínio, como os sacerdotes religiosos que permutaram
a luz da fé pelas prebendas tangíveis da situação econômica.” (4)
Entretanto, é imprescindível reconhecer
que há uma tarefa especializada da inteligência no orbe terrestre, sobretudo
para os que recebem a delegação abençoada, em lutas expiatórias ou em missões
santificantes, de ampliar a boa tarefa da inteligência em benefício real da
coletividade. É urgente, contudo, a vigilância constante, pois “o destaque
intelectual, muitas vezes, obscurece no mundo a visão do Espírito encarnado,
conduzindo-o à vaidade injustificável, onde as intenções mais puras ficam
aniquiladas.”(5)
Outro aspecto que devemos refletir é se
devemos, em nome do Espiritismo, buscar os intelectuais para a compreensão dos
seus deveres espirituais. Emmanuel responde-nos essa questão de forma
categórica: “provocar a atenção dos outros no intuito de regenerá-los, quando
todos nós, mesmos os desencarnados, estamos em função de aperfeiçoamento e
aprendizado, não parece muito justo, porque estamos ainda com um dever
essencial, que é o da edificação de nós mesmos. No labor da Doutrina, temos de
convir que o Espiritismo é o Cristianismo redivivo pelo qual precisamos
fornecer o testemunho da verdade e, dentro do nosso conceito de relatividade,
todo o fundamento da verdade da Terra está em Jesus Cristo.” (6)
A Terceira Revelação triunfa por si, sem
a concorrência das fracas possibilidades humanas. Ninguém deverá procurar os
intelectuais supondo-se elemento indispensável à sua vitória. Emmanuel alerta
que “o Espiritismo não necessita de determinados homens (intelectualizados)
para consolar e instruir as criaturas, depreendendo-se que os próprios
intelectuais do mundo é que devem buscar, espontaneamente, na fonte de conhecimentos
doutrinários, o benefício de sua iluminação.” (7)
Caro irmão, lembremos que os homens
simplórios, iletrados, humildes que “passam a vida inteira trabalhando ao Sol
no amanho da Terra, fabricando o pão saboroso da vida, têm mais valor para Deus
que os artistas de inteligência viciada, que outra coisa não fazem senão
perturbar a marcha divina das suas leis. Portanto, que a expressão de
intelectualidade é muito valiosa, não há dúvida, mas não pode prescindir jamais
dos valores do sentimento em sua essência sublime.”(8)
Jorge Hessen
Jorge Hessen
Bibliografia:
(1) Xavier, Francisco Cândido. O Consolador, Ditado pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1990, perg. 204
(2) Idem perg. 205
(3) Idem, perg. 206
(4) Idem, perg. 207
(5) Idem, perg. 208
(6) Idem, perg. 210
(7) Idem,
(8) Idem
(1) Xavier, Francisco Cândido. O Consolador, Ditado pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1990, perg. 204
(2) Idem perg. 205
(3) Idem, perg. 206
(4) Idem, perg. 207
(5) Idem, perg. 208
(6) Idem, perg. 210
(7) Idem,
(8) Idem
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