
O mundo está repleto de
verdades. Conceitos frágeis, filosofias esdrúxulas, ideias estapafúrdias,
pensamentos sem estrutura de lógica, apresentando-se como verdades, são
acolhidos com esmero.
Ao lado desses e outros
mais, estranhos, incoerentes, pululam as verdades de cada um em aguerridas
lutas de facções, de classes, de correntes que desejam dominar.
A verdade, porém, paira
sobranceira, imperturbável, acima das paixões dissolventes, aguardando
brindar-se àqueles que aspiram as concepções elevadas e entregam-se à estesia,
ao conhecimento, à razão, ao mergulho no seu conteúdo iluminativo.
Tudo quanto aflige,
apaixona, agrilhoa, da verdade sequer possui a aparência, porquanto essas
expressões somente ferreteiam o ser, levando-o a paroxismos e alucinações.
A verdade liberta, acalma
e dulcifica.
A união do ser com os
seus conteúdos dá-se em regime de entrega e paz. Opera-se com lentidão,
segurança e reflexão, produzindo a transformação interior daquele que se lhe facultou
conquistar.
O que resolvas, sem
aprofundamento de análise, considerar como verdade, em tal se converte.
Acreditando que é
legítimo, torna-se-te real.
Necessitas, no entanto,
submeter as tuas crenças ao crivo da razão, verificando quanto resistem ao
escalpelo da lógica, do bom-senso.
Por isso, as críticas e
admoestações que te fazem não te devem perturbar, levando-te a desequilíbrios.
Antes de mais nada,
elabora o teu programa de ação, dispõe-te a executá-lo e, escudando-te no ideal
que esposas, segue em frente.
Não debatas com os donos
da verdade do mundo os teus planos e aspirações, especialmente aqueles que são
da tua órbita de conduta íntima, porquanto eles não estão dispostos a
compreender-te, menos ainda, a ajudar-te.
A maioria deles é
constituída por combatentes apaixonados das suas verdades transitórias, que não
cedem, porque ainda não estão convencidos delas. Por isso, tornam-se críticos
severos, vigias agressivos, lutadores contundentes contra os outros.
Não lhes dês atenção. Sem
considerar-lhes as opiniões contra ti, as referências aleivosas e os
comentários ácidos, eis que perdem o sentido, não te alcançando jamais.
Valorizando-os, tornam-se
verdades que te incomodam e perturbam a marcha, embora tenhas um destino a
objetivar.
A verdade dá equilíbrio,
estimula a ordem e o respeito às ideias dos demais.
Desincumbe-te dos
compromissos, sem preocupação com aquilo que os outros pensam sobre ti, tuas
ações, tua vida. És livre para agir, assim como te tornarás escravo do que
faças, colhendo conforme semeies. O mais, não tem importância, exceto se
preferes valorizá-lo.
A verdade felicita
sempre. Assim, deixa-te penetrar pela sua força dominadora e segue tranquilo,
amparado por ela.
FRANCO, Divaldo Pereira. Momentos de Saúde. Pelo Espírito Joanna
de Ângelis. LEAL. Capítulo 10.
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