
Como se pode distinguir o bem do mal?
O bem é tudo o que é conforme a lei de Deus; o mal, tudo o que
lhe é contrário. Assim, fazer o bem é proceder de acordo com a lei de Deus.
Fazer o mal é infringi-la.
(O livro dos Espíritos, de Allan Kardec).
O
jovem imaturo deslumbrava-se com as constelações cintilantes no firmamento e
planejava conquistá-las.
Quando
os primeiros momentos de compreensão mais ampla lhe afloraram à mente, percebeu
a impossibilidade de conseguir as galáxias, e achou possível conquistar a terra
que lhe servia de mãe gentil. As lutas amadurecerem-no e as dificuldades
aumentaram-lhe a visão da realidade, facultando-lhe a impossibilidade de lograr
o anelado e, amando a pátria onde nascera, acreditou que a poderia conquistar.
Empenhou-se no embate arriscado, ganhou posição social e poder, porém, a soma
de decepções e amarguras fê-lo desistir do intento e ele pensou em conquistar a
comunidade na qual se movimentava.
Injunções
políticas favoreceram-no com os cargos elevados, e, quando o destaque parecia
havê-lo premiado, as artimanhas da hostilidade dos grupos beligerantes
derrubaram-no.
Mais
amadurecido ainda e pensativo, voltou-se para a família, e, enquanto a velhice
se acercava, ele se empenhou em conquistar o clã.
Os
interesses díspares no lar e na prole expulsaram-no, porque ele já pesava na
economia doméstica, superado, no conceito dos jovens sonhadores e ambiciosos
quanto ele próprio o fora um dia...
Nesse
momento ele teve consciência da sua realidade e, só então, entendeu a
importância da conquistar-se a si mesmo.
Momentos
de consciência!
Volúpia
do prazer domina as massas, e as criaturas ansiosas tumultuam-se e agridem-se,
precipitando-se inermes nos gozos exaustivos sem que saciem os desejos.
A
onda de vulgaridade se avoluma e ameaça levar de roldão as construções
enobrecedoras da sociedade.
Uma
violenta quebra de valores favorece o receio da experiência honrada, abrindo
espaço para o campeonato da insensatez e do crime.
A
mudança de comportamento moral altera a escala do discernimento, ombreado com a
sordidez e a promiscuidade.
Nesse
sentido, há um receio pela eleição da existência saudável, da conduta moral.
Exótico e agressivo substituem o belo e o pacífico, dificultando o
discernimento em torno do real e do imaginário, do justo e do ignóbil.
Há
carência de grandeza, de amor, de abnegação, nestes momentos da terra.
As
grandes nações encontram-se conturbadas e os seus membros aturdidos.
Os
povos de médio desenvolvimento apresentam-se ansiosos, inseguros.
Os
países em crescimento, vitimados pela miséria econômica, experimentam a fome,
as doenças calamitosas, o desemprego, a loucura, que se generalizam.
Em
todos eles, no entanto, sobressaem a violência, a luxúria e a dissolução dos
costumes.
A
criatura agoniada, todavia, busca outros rumos de afirmação.
Está,
porém, em a natureza humana, a necessidade da paz e o anelo pelo bem-estar.
Essa
busca surge nos momentos de consciência, quando descobre as necessidades
legítimas e sabe distingui-las no meio dos despautérios, do supérfluo e da
desilusão.
Pensando
nesses acontecimentos, que predominam nos vários segmentos da sociedade
contemporânea, resolvemos escrever a presente obra.
Inspiramo-nos
em “O Livro dos Espíritos” de Allan Kardec, que é um manancial de inexaurível
sabedoria, repositório de lições libertadoras, de que necessitamos para o auto
encontro, a auto iluminação.
O
amadurecimento intelecto-moral faculta a consciência e esta propele para a
verdade e a vida.
Selecionamos
vinte temas e os examinamos sob a óptica da consciência que se apoia nos
estudos do mestre lionês, propondo rotas de segurança a quem se disponha
reflexionar neles.
Não
tivemos a preocupação de seguir as questões em ordem crescente, antes
selecionamos os temas e demos-lhes uma classificação especial, de modo a
facultar mais amplas observações em torno da vida, da conduta e das
experiências humanas.
Certamente
não guardamos a presunção de crer que estamos acrescentando algo de novo aos
estudiosos da criatura humana e do seu comportamento moral.
Alegra-nos
a satisfação de oferecer um pouco do que temos em favor do homem novo,
esforçado, consciente de que, empenhado na construção de um mundo mais feliz, a
sua ambição deve ser a de conquistar-se a si mesmo e não aos outros.
Divaldo P. Franco - Momentos de Consciência - Pelo Espírito
Joanna de Ângelis
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