NECESSIDADE DE
ORAR
A Sua voz, há pouco, terminara de envolver
os homens nas esperanças e consolações do soberano código das Bem-aventuranças.
O odor de santidade e o vigor da sabedoria,
decorrentes da Sua magistral lição, ainda envolviam os ouvintes, quando Seus
discípulos Dele se acercaram e um deles, comovido, interessado em
compreendê-lO, interrogou:
Senhor, por que orais tanto? Sempre quando
terminadas as tarefas, por que buscais o silêncio e penetrais na oração?
Havia sadia curiosidade no questionamento do
discípulo devotado.
Relanceando o olhar em torno, e aplaudido pela
musicalidade da natureza em festa, Ele respondeu:
A alma tem necessidade da oração, mais do que o
corpo tem necessidade de pão. Orar é buscar Deus, pedindo Seu auxílio, para
absorver resistências nos Seus recursos divinos.
O diálogo salutar prosseguiu e, mais à frente,
surgiu novo questionamento por parte dos discípulos:
Mesmo vós – perguntou novamente o amigo – que sois
o caminho para o Pai e o Seu Messias para a humanidade, tendes necessidade de
orar?
A resposta do Mestre foi doce e poética:
A chama que ilumina gasta o combustível que a
sustenta, e a chuva que irriga o solo retorna à nuvem de onde provém.
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Jesus, a chama maior que já esteve entre nós,
compreendia com perfeição a necessidade da conversa com o Criador, a
necessidade deste contato constante com as esferas superiores.
A prece é o alimento do Espírito, desse ser
imortal criado por amor e para amar.
A sintonia com as regiões mais elevadas nos
confere novas energias, novo combustível, envolvendo-nos em vibrações de ânimo,
de consolo, fazendo-nos mais fortes para enfrentar os nossos dias.
No ato de louvor devemos expressar carinho e
reconhecimento, fluindo de nosso ser, de modo a produzir uma sintonia, mediante
a qual transmitimos os sentimentos de exaltação do bem.
Quando pedimos, devemos colocar a Deus as reais
necessidades de nossa alma, de modo que as solicitações não constituam uma
imposição apaixonada, ou um capricho que não merece consideração.
E, finalmente, quando confiamos e agradecemos, é
necessário o nosso reconhecimento por tudo aquilo que recebemos, muitas vezes
até sem perceber.
Confiar na sabedoria Divina, em Seus desígnios,
faz com que tenhamos fé, esta certeza íntima de que tudo sempre acontecerá para
o nosso bem e que, no comando das Leis, da justiça do Universo, está o Pai
soberanamente justo e bom.
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* *
Quando feitas de coração, todas as nossas preces
recebem resposta.
Raramente percebemos, mas a Providência Divina tem
formas muito diversas de entrar em contato conosco.
A resposta que buscamos pode estar na conversa com
um amigo, nas linhas de um livro que manuseamos por acaso, nas lições de uma
palestra, nos relatos trazidos por um filme, nos sonhos à primeira vista
incompreensíveis, nas coincidências da vida que nos fazem parar por alguns
instantes para pensar.
Deus, como Pai amoroso, jamais deixaria Seus
filhos sem respostas.
Redação do
Momento Espírita, com base no cap. 17, do livro Trigo de Deus, pelo Espírito
Amélia Rodrigues, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 28.09.2011.
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