O ESPÍRITA E A
PÁSCOA
O ritual da
Páscoa mantém viva a memória da libertação, ao longo de todas as gerações.
"Cristo é a nossa Páscoa (libertação), pois Ele é o Cordeiro de Deus que
tira o pecado do mundo" - (João, 1:29).
João usou o
termo Cordeiro, porque usava-se na época de Moisés, sacrificar um cordeiro para
agradar á Deus. Portanto, dá-se a idéia de que, Deus sacrificou Jesus para nos
libertar dos pecados. Mas para nos libertarmos dos "pecados", ou
seja, dos erros, devemos estar dispostos a contribuir, utilizando os
ensinamentos do Cristo como nosso guia. Porque Jesus não morreu para nos
salvar; Jesus viveu para nos mostrar o caminho da salvação.
Esta palavra
"salvação", segundo Emmanuel, vale por "reparação",
"restauração", "refazimento".
Portanto,
"salvação" não é ganhar o reino dos céus; não é o encontro com o
paraíso após a morte; salvação é "libertação" de compromisso; é
regularização de débitos. E, fora da prática do amor (caridade) de uns pelos
outros, não seremos salvos das complicações criados por nós mesmos, através de
brigas, violência, exploração, desequilíbrios, frustrações e muitos outros
problemas que fazem a nossa infelicidade.
Portanto,
aproveitemos mais esta data, para revermos os pedidos do Cristo, para "renovarmos"
nossas atitudes. Como disse Celso Martins, no livro "Em busca do homem
novo": "Que surja o homem NOVO a partir do homem VELHO. Que do homem
velho, coberto de egoísmo, de orgulho, de vaidade, de preconceito, ou seja,
coberto de ignorância e inobservância com relação às leis Morais, possa surgir,
para ventura de todos nós, o homem novo, gerado sob o influxo revitalizante das
palavras e dos exemplos de Jesus Cristo, o grande esquecido por muitos de nós,
que se agitam na presente sociedade tecnológica, na atual civilização dita e
havida como cristã.
Que este homem
novo seja um soldado da Paz neste mundo em guerras. Um lavrador do Bem neste
planeta de indiferença e insensibilidade. Um paladino da Justiça neste orbe de
injustiças sociais e de tiranias econômicas, políticas e/ou militares. Um
defensor da Verdade num plano onde imperam a mentira e o preconceito tantas e
tantas vezes em conluios sinistros com as superstições, as crendices e o
fanatismo irracional.
Que este homem
novo, anseio de todos nós, seja um operário da Caridade, como entendia Jesus:
Benevolência para com todos, perdão das ofensas, indulgência para com as
imperfeições alheias."
Por isso, nós
Espíritas, podemos dizer que, comemoramos a páscoa todos os dias. A busca desta
"libertação" e/ou "renovação" é diário, e não somente no
dia e mês pré determinado. Queremos nos livrar deste homem velho. Que
ainda dá maior importância para o coelhinho, o chocolate, o bacalhau, etc., do
que renovar-se. Que acha desrespeito comer carne vermelha no dia em que o
Cristo é lembrado na cruz. Sem se dar conta que o desrespeito está em
esquecer-se d’Ele, nos outros 364 dias do ano, quando odiamos, não perdoamos,
lesamos o corpo físico com bebidas alcoólicas, cigarro, comidas em excesso,
drogas, sexo desregrado, enganamos o próximo, maltratamos o animal, a natureza,
quando abortamos, etc. Aliás, fazemos na páscoa o que fazemos no Natal. Duas
datas para reflexão. Mas que confundimos, infelizmente, com presentes, festas,
comidas, etc.
Portanto,
quando uma instituição espírita se propõe a distribuir ovos de páscoa aos
carentes não significa que esteja comemorando esse dia, apenas está cumprindo o
preceito de caridade, distribuindo um pouco de alegria aos necessitados.
Aspectos
históricos dos ovos de páscoa
Na Antigüidade
os egípcios e persas costumavam tingir ovos com cores da primavera e presentear
os amigos. Para os povos antigos o ovo simbolizava o nascimento. Por isso, os
persas acreditavam que a Terra nascera de um ovo gigante.
Os cristãos
primitivos do oriente foram os primeiros a dar ovos coloridos na Páscoa
simbolizando a ressurreição, o nascimento para uma nova vida. Nos países da
Europa costumava-se escrever mensagens e datas nos ovos e doá-los aos amigos.
Em outros, como na Alemanha, o costume era presentear as crianças. Na Armênia
decoravam ovos ocos com figuras de Jesus, Nossa Senhora e outras figuras
religiosas.
Os ovos não
eram comestíveis, como se conhece hoje. Era mais um presente original
simbolizando a ressurreição como início de uma vida nova. A própria natureza,
nestes países, renascia florida e verdejante após um rigoroso inverno.
Em alguns
lugares as crianças montam seus próprios ninhos e acreditam que o coelhinho da
Páscoa coloca seus ovinhos. Em outros, as crianças procuram os ovinhos
escondidos pela casa, como acontece nos Estados Unidos.
Antigamente,
me lembro, há mais de 20 anos, o costume era enfeitar e pintar ovos de galinha,
sem gema e clara, e recheá-los com amendoim revestido com açúcar e chocolate.
Os ovos de Páscoa, como conhecemos hoje (de chocolate), era produto caro e
pouco abundante.
De qualquer
forma o ovo em si simboliza a vida imanente, oculta, misteriosa que está por
desabrochar.
A Páscoa é a
festa magna da cristandade e por ela celebramos a ressurreição de Jesus, sua
vitória, sua morte e a desesperança (Rm 6.9). É a festa da nova vida, a vida em
Cristo ressuscitado. Por Cristo somos participantes dessa nova vida (Rm 6.5).
O chocolate
Essa história
tem seu início com as civilizações dos Maias e Astecas, que consideravam o
chocolate como algo sagrado, tal qual o ouro. Os astecas usavam-no como moeda.
Na Europa
aparece a partir do século XVI, tornando-se popular rapidamente. Era uma
mistura de sementes de cacau torradas e trituradas, depois juntada com água,
mel e farinha. O chocolate, na história, foi consumido como bebida. Era
considerado como alimento afrodisíaco e dava vigor. Por isso, era reservado, em
muitos lugares, aos governantes e soldados. Os bombons e ovos, como conhecemos,
surgem no século XX.
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