PLURALIDADE
DOS MUNDOS HABITADOS
“Há várias moradas na Casa de meu Pai”
– João 14, 2.
O nosso
conceito de que Deus fez a terra e tudo que nela há, o sol, a lua e as estrelas
para nós é falso e é isto que vem nos deixando com ideias arraigadas não nos
permitindo enxergar mais além. Esta visão é bastante egoísta e presunçosa, não
há como admitir, nos dias de hoje, que Deus tenha criado tudo para o gozo,
contemplação e delícia do ser humano, que na verdade não passa de mais um dos
seres da criação divina, cuja diferença para com os animais é ter o raciocínio
contínuo. Entretanto mostra, em algumas situações, mais irracional que os
próprios animais. Para podermos nos situar, vejamos a grandeza do cosmo. Ao depararmos
com sua magnitude chegaremos à conclusão de nossa extrema insignificância perante
o Universo.
O cosmo
conhecido tem por diâmetro 40.000.000.000 anos-luz. E para quem quiser mensurar
o que representa este número, basta multiplicá-lo por 9.467.280.000.000 km,
número este que equivale a um ano-luz. Ora, dentro desta extraordinária
grandeza não há como pensar que somente a terra, talvez nem um minúsculo grão
de areia neste contexto, tenha vida humana. A ciência avança gradativamente e
algumas nações gastam fortunas para tentar captar sons de outras galáxias,
instrumentos cada vez mais potentes e sensíveis são direcionados para o céu em
busca do contato com inteligências extraterrestres. Pode até parecer ficção científica,
mas é a nossa pura realidade nos dias de hoje.
Perguntaríamos:
Dada a grandeza do cosmo com seus bilhões e bilhões de planetas porque pensar
que apenas a terra teria vida? Não poderia Deus ter criado tantos planetas sem
que tivessem alguma outra utilidade a não ser iluminar nossas noites escuras? Tem
que haver forçosamente, dentro de um senso lógico, vidas em outros planetas.
Para se ter uma ideia somente a Via Láctea possui cerca de 200.000 planetas
semelhantes a terra. Se há vida na terra porque não poderia haver nestes outros
planetas semelhantes ao nosso? Não podemos fugir desta grande possibilidade de
que possa haver vidas em outros planetas.
Suponhamos que
um homem é colocado num foguete e lançado à Marte, desce lá e se não vê vida
humana não quer dizer necessariamente que não há vida em Marte, o que podemos
afirmar é que em Marte não há vida igual ou semelhante à da terra. Poderão
correr, talvez, que a vida em Marte não seria captada pelos nossos sentidos,
como por exemplo, numa gota d’água não enxergamos, a olho nu, os micróbios que
nela vivem, mas se colocarmos esta gota diante de um microscópio veremos uma
infinidade de seres vivendo nesta gota, ou seja, se tivermos um instrumento a
própria do poderíamos deslumbrar com a vida naquele planeta.
E aí as
palavras de Jesus, em João 14, 2, “há muitas moradas na casa de meu Pai”,
parecem fazer sentido. Não estaria ele falando dos vários planetas habitados?
Preocupado com
esta questão Allan Kardec questiona aos espíritos superiores, conforme consta do
O Livro dos Espíritos, o seguinte:
Pergunta 55 – Todos os globos que circulam no
espaço são habitados?
Resposta – Sim,
e o homem da terra está longe de ser, como crê, o primeiro em inteligência, em
bondade e perfeição. Todavia, há homens que se creem muitos fortes, que
imaginam que somente seu pequeno globo tem o privilégio de abrigar seres
racionais. Orgulho e vaidade! Julgam que Deus criou o Universo só para eles.
Pergunta 56 – A constituição física dos mundos é a
mesma?
Resposta – Não,
eles não se assemelham de modo algum.
Pergunta 67 – A constituição física dos mundos não
sendo a mesma para todos, seguir-se-ão tenham organização diferentes os seres
que os habitam?
Resposta – Sem
dúvida, como para vós os peixes são feitos para viverem na água e os pássaros
no ar.
Vamos
descrever como seriam estes mundos de acordo com as informações dos espíritos
superiores a Kardec.
Classificação
dos Mundos
Quanto ao grau de adiantamento ou inferioridade dos seus
habitantes
Mundos Inferiores – a
existência é toda material, reinam as paixões, quase nula é a vida moral;
Mundos Intermediários –misturam-se
o bem e o mal, predominando uma o outro, segundo o grau de adiantamento da
maioria dos que os habitam;
Mundos Adiantados – a vida é
por assim dizer toda espiritual;
Quanto ao estado em que se acham e da destinação que trazem:
Mundos Primitivos – destinados
às primeiras encarnações da alma humana;
Mundos de Expiação e Provas –onde domina
o mal (Terra);
Mundos de Regeneração – nos quais
as almas ainda têm o que expiar, haurem novas forças repousando das fadigas da
luta;
Mundos Ditosos – onde o bem sobrepuja o mal;
Mundos Celestes ou Divinos –habitações
de espíritos depurados, onde exclusivamente reina o bem.
Os espíritos
que encarnam e um mundo não se acham a ele presos indefinidamente, nem nele
atravessam todas as fases do progresso que lhes cumpre realizar, para atingirem
a perfeição.
Os mundos
estão, também, sob a lei do Progresso.
Características
dos Mundos
a) Mundos Inferiores - seres
rudimentares; forma humana sem beleza; instintos, não há sentimentos de
delicadeza ou de benevolência; não tem noção do justo e do injusto; a força
bruta é a única lei; carentes de indústrias e de invenções; passam a vida na
conquista de alimentos.
b) Mundos Superiores - forma humana,
mais em beleza aperfeiçoada e, sobretudo, purificada; o corpo não tem a
materialidade terrestre, não está sujeito às necessidades, nem às doenças ou
deteriorações que predominância da matéria provoca; sentidos mais apurados; leveza
do corpo permite locomoção rápida e fácil, deslizando pela superfície,
usando apenas a vontade; é rápido o desenvolvimento dos corpos e curta ou
quase nula a infância; vida mais longa do que na Terra; a morte não causa
pavor, é considerada uma transformação feliz; a livre transmissão do pensamento; relações amistosas
entre os povos; só a superioridade moral e intelectual estabelece diferença
entre as condições e dá a supremacia; a autoridade merece o respeito de todos,
pois está estabelecida no mérito e na justiça; amor e fraternidade prendem uns
aos outros todos os homens; possuem bens adquiridos mais ou menos por meio da
inteligência; o mal, nesses mundos, não existe;
os mundos felizes não são orbes privilegiados, visto que Deus não é
parcial para qualquer dos seus filhos; a todos dá os mesmos direitos e as
mesmas facilidades para chegarmos a tais mundos.
c) Mundos Regeneradores - servem de
transição entre os mundos de expiação e os mundos felizes; encontra neles a
calma e o repouso, acabando por depurar-se; sujeição às leis que regem a
matéria; libertos das paixões, isentos do orgulho, da inveja e do ódio; ainda
não existe a felicidade perfeita, mas a aurora da felicidade; o homem lá é
ainda de carne; ainda tem de suportar provas, porém, sem as pungentes angústias
da expiação.
O que isto tudo representa para nós?
- explica de
onde veem os espíritos que reencarnam na terra;
- nos dá a
certeza de, conforme o progresso individual, irmos aos mundos mais elevados ou
o “reino dos céus”;
- pouca
significância do tempo em que estamos aqui na terra;
- passagem
para o 3º milênio, depuração da terra dos espíritos inferiores, que não desejam
progredir e não querem que os outros progridam.
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