Todos possuímos algo para dar, seja dinheiro
que alivie a penúria, instrução que desterre a ignorância, auxilio que remova a
dificuldade ou remédio que afaste a doença.
Existe, porém, uma dúvida que todos podemos
compartilhar, indistintamente, com absoluta vantagem para quem recebe e sem a
mínima perda para quem dá.
Referimo-nos a benção da coragem.
Quantos terão caído de altos degraus do bem,
no ápice da resistência ao mal, por lhes faltar calor humano, através de uma frase
afetuosa e compreensiva? Quantos terão desertado
de suas
tarefas enobrecedoras, com evidente
prejuízo para a
comunidade, precisamente na véspera de vitorioso remate, unicamente por lhes haver
faltado alguém que lhes suplementasse as forças morais periclitantes com o socorro
de um gesto amigo?
E quantos outros tombam diariamente
na frustração ou na
enfermidade, tão só porque não encontram senão azedume e pessimismo na palavra
daqueles de quem estão intimados à convivência?
Não te armes apenas de recursos materiais
para combater o infortúnio. Aprovisiona-te de fé viva e esperança, compreensão e
otimismo, para que teu verbo se faça lume salvador, capaz de reacender a confiança
de tantos companheiros da Humanidade, que trazem o coração no peito, à feição de
lâmpara morta.
Não deixes para amanhã o momento de encorajar
os irmãos do caminho no serviço do bem.
Faze isso hoje mesmo. Estende-lhes a alma
no apelo ao bem e fala-lhes da própria imortalidade, no tesouro inexaurível do tempo
e dos recursos ilimitados do Universo. Induze-os a reconhecer as energias infinitas
de que são portadores e auxilia-os a
descobrir a divina herança de vida eterna que lhes palpita no imo do espírito,
ainda mesmo quando estirados nas piores experiências.
Seja tua palavra clarão que ampare, chama
que aqueça apoio que escore e bálsamo que restaure.
Sempre que te disponha a sair de ti mesmo
para o labor da beneficência, não olvides o donativo da coragem! Ajuda ao próximo
por todos os meios corretos ao teu alcance, mas, acima de tudo, ajuda ao companheiro
de qualquer condição ou de qualquer procedência, a sentir-se positivamente nosso
irmão, tão necessitado quanto nós da paciência e do socorro de Deus.
Alma e Coração
– Chico Xavier / Emmanuel
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