Surgem lances obscuros na existência, nos
quais aflições dispensáveis nos visitam o espírito, no pressuposto de que nos
achamos fora do plano que nos é próprio.
Quiséramos impensadamente exercer a função
de outrem, e ao mesmo tempo, solicitar que outrem se encarregue da nossa.
Isso, porém, seria tumultuar a Ordem Divina.
Não ignoramos que os Emissários do
Senhor nos conhecem de sobra aptidões e recursos. Qual ocorre aos engenheiros responsáveis
por edificações determinada, que não instalariam o cimento em lugar do vidro, os
Organizadores da Vida não nos designariam
posição estranha às nossas
possibilidades de rendimento
maior na construção do Reino de Deus.
Dentro do assunto, não nos será lícito
esquecer que a promoção é ocorrência natural e elevar-nos de nível, mas promoção realmente aparece tão só quando no
melhoramos conquistando degraus acima.
A rigor, porém, urge reconhecer que nos achamos
agora precisamente no ponto e no posto em que nos é possível produzir mais e melhor.
A certeza disso nos fortalece a noção de responsabilidade, porquanto, cientes
de que a Eterna Sabedoria nos permitiu desempenhar os encargos pelos quais
respondemos perante os outros, podemos centralizar atenção e força, onde estivemos,
para doar o máximo de nós mesmos, na máquina social de que somos peças.
Quando te ocorra o pensamento de que deverias
ocupar outro ângulo no campo da atividade terrestre, asserena o coração e continua
fiel aos deveres que as circunstâncias te preceituem, reconhecendo que, em cada
dia, estamos na posição em que a Bondade de Deus conta conosco para o bem geral.
Desse modo, para que as tuas horas se enriqueçam de paz e eficiência, no setor de
ação que te cabe na Obra do Senhor, se trazes a consciência ranquila no desempenho
das próprias obrigações, é forçoso te capacites de que és hoje o que és e te vês
com quem te vês, no quadro em que te movimentas e na apresentação com que te singularizas,
porque é justamente como és, com quem estás no lugar em que te situas e claramente
como te encontras, que o Senhor necessita de ti.
Alma e Coração – Chico Xavier /
Emmanuel
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