EXEMPLO
DE PERDÃO
Situada sobre um monte, Jerusalém resplandecia, metrópole modelo da antiga
Palestina.
Etnia heterogênea afluía à cidade em
busca de maiores recursos de subsistência.
Um casarão sóbrio e antigo, sediado em
ponto nobre da cidade, destacara-se por algumas belas plantas, bem cultivadas e
floridas, que lhe adornavam a fachada. No interior do sobrado, mãe dedicada
explicava à filha, muito jovem, os princípios recém-abraçados pela família e
que foram ensinados por um rabi Galileu, crucificado sem culpa. O tema da conversa
era a necessidade do perdão incondicional, para surpresa da mocinha, educada
que fora com o principio moisaico do “olho por olho, dente por dente”.
Em meio ao abençoado colóquio, batem à
porta da mansão, e sobe, desde a rua, o vozerio estridente de alguns soldados
de Roma, com ordens expressas de prenderem a matrona. O militar de maior
hierarquia, sem qualquer explicação, cumpre as ordens que recebera e a cristã
se deixa levar, tranquilamente, enviando à filha chorosa apenas um olhar terno
de despedida.
Séculos depois, na cidade de São
Paulo, uma brasileira de voz suave e coração benevolente ensina os Evangelhos
de Jesus a algumas crianças nascidas deficientes. É a mesma senhora que, na
Palestina de outrora, foi imolada por seus alunos de hoje, ensinando-lhes a
pérola do perdão incondicional.
Bezerra de Menezes
Regeneração, 12/02/2007
Livro
- Recados de Bezerra e Alcides – por Luiz Augusto Bonacossa Caldas
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