MENSAGENS DE EMMANUEL
O Fenômeno e Doutrina - Até hoje, os fenômenos mediúnicos que se desdobraram à
margem do apostolado do Cristo se definem como sendo um conjunto de teses
discutíveis, mas os ensinamentos e atitudes do Mestre constituem o maciço de
luz inatacável do Evangelho, amparando os homens e orientando-lhes o caminho. Existe
quem recorra à ideia da fraude piedosa para justificar a transformação da água
em vinho, nas bodas de Caná. Ninguém vacila, porém, quanto à grandeza moral de
Jesus, ao traçar os mais avançados conceitos de amor ao próximo, ajustando
teoria e prática, com absoluto esquecimento de si mesmo em benefício dos
outros, num meio em que o espírito de conquista legitimava os piores desvarios
da multidão. Invoca-se a psicoterapia para basear a cura do cego Bartimeu. Há,
todavia, consenso unânime, em todos os lugares, com respeito à visão superior
do Mensageiro Divino, que dignificou a solidariedade como ninguém, proclamando
que “o maior no Reino dos Céus será sempre aquele que se fizer o servidor de
todos na Terra”, num tempo em que o egoísmo categorizava o trabalho à conta de
extrema degradação. Fala-se em hipnose para explicar a multiplicação dos pães. O
mundo, no entanto, a uma voz, admira a coragem do Eterno Amigo que se consagrou
aos sofredores e aos infelizes sem qualquer preocupação de posse terrestre,
conquanto pudesse escalar os pináculos econômicos, numa época em que, de modo
geral, até mesmo os expositores de virtude viviam de bajular as personalidades
influentes e poderosas do dia. Questiona-se em torno do reavivamento de Lázaro.
Entretanto, não há quem negue respeito incondicional ao Benfeitor Sublime que
revelou suficiente desassombro para mostrar que o perdão é alavanca de
renovação e vida, num quadro social em que o ódio coroado interpretava a
humildade por baixeza. Debate-se, até agora, o problema da ressurreição dele
próprio. No entanto, o mundo inteiro reverencia o Enviado de Deus, cuja figura
renasce, dia a dia, das cinzas do tempo, indicando a bondade e a concórdia, a
tolerância e a abnegação por mapas da felicidade real, no centro de
cooperadores que se multiplicam, em todas as nações, com a passagem dos
séculos. Recordemos semelhantes lições na Doutrina Espírita. Fenômenos
mediúnicos serão sempre motivos de experimentação e de estudo, tanto
favorecendo a convicção, quanto nutrindo a polêmica, mas educação evangélica e
exemplo em serviço, definição e atitude, são forças morais irremovíveis da
orientação e da lógica, que resistem à dúvida em qualquer parte.
(Mediunidade e Sintonia, 2, FCXavier)
A Faculdade de Curar - A faculdade de curar, para manter-se íntegra, não deve
permanecer precavida tão-somente contra o pagamento em dinheiro amoedado. Há
outras gratificações negativas a que lhe cabe renunciar, a fim de que não seja
corroída por paixões arrazoadas que começam nos primeiros sinais de
personalismo excessivo. Imprescindível saber olvidar o vinho venenoso da
bajulação, a propaganda jactanciosa, o perigoso elixir da lisonja e a aprovação
alheia como paga espiritual. Quem se proponha a auxiliar aos enfermos, há que
saber respirar no convívio da humildade sincera, equilibrando-se, cada
instante, na determinação de servir. Para curar é preciso trazer o coração por
vaso transbordante de amor e quem realmente ama não encontra ensejo de reclamar.
Compreendendo as nossas responsabilidades com o Divino Médico, se queres
efetivamente curar, cala-te, aprende, trabalha honrando a posição de servidor
de todos a que Jesus te conduziu. Auxilia aos ricos e aos pobres, como quem
sabe que fartura excessiva ou carência asfixiante são igualmente enfermidades
que nos compete socorrer. Ampara aos amigos e aos adversários, aos alegres e
aos tristes, aos melhores e aos menos bons, como quem compreende na Terra a
valiosa oficina de reajuste e elevação. Reconheçamos que toda honra pertence ao
Senhor, de quem não passamos de apagados e imperfeitos servidores. Não te afastes
da dependência do Eterno Benfeitor e, movimentando os próprios recursos, a
beneficio dos que te cercam, guardemos a certeza de que, curando, seremos
curados por nossa vez, soerguendo-nos, enfim, para a vitória real do espírito,
em cuja luz os monstros da penúria e da vaidade, da ignorância e do orgulho não
mais nos conseguirão alcançar.
(Mediunidade e Sintonia, 18, FCXavier)
Fatalidade e Livre-Arbítrio - Antes do regresso à experiência no Plano
Físico, nossa alma em prece roga ao Senhor a concessão da luta para o trabalho
de nosso próprio reajustamento. Solicitamos a reaproximação de antigos desafetos.
Imploramos o retorno ao círculo de obstáculos que nos presenciou a derrota em
romagens mal vividas...Suplicamos a presença de verdugos com quem cultiváramos
o ódio, para tentar a cultura santificante do amor...Pedimos seja levado de
novo aos nossos lábios o cálice das provas em que fracassamos, esperando
exercitar a fé e a resignação, a paciência e o valor...E com a intercessão de
variados amigos que se transformam em confiantes avalistas de nossas promessas,
obtemos a bênção da volta. Efetivamente em tais circunstâncias, o esquema de
ação surge traçado. Somos herdeiros do nosso pretérito e, nessa condição,
arquitetamos nossos próprios destinos. Entretanto, imanizados temporariamente
ao veículo terrestre, acariciamos nossas antigas tendências de fuga ao dever nobilitante.
Instintivamente, tornamos, despreocupados, à caça de vantagens físicas, de
caprichos perniciosos, de mentiroso domínio e de nefasto prazer. O egoísmo e a
vaidade costumam retomar o leme de nosso destino e abominamos o sofrimento e o
trabalho, quais se nos fossem duros algozes, quando somente com o auxílio deles
conseguimos soerguer o coração para a vitória espiritual a que somos endereçados.
É, por isso, que fatalidade e livre-arbítrio coexistem nos mínimos ângulos de
nossa jornada planetária. Geramos causas de dor ou alegria, de saúde ou
enfermidade em variados momentos de nossa vidão mapa de regeneração volta
conosco ao mundo, consoante as responsabilidades por nós mesmos assumidas no
pretérito remoto e próximo; contudo, o modo pelo qual nos desvencilhamos dos
efeitos de nossas próprias obras facilita ou dificulta a nossa marcha redentora
na estrada que o mundo nos oferece. Aceitemos os problemas e as inquietações
que a Terra nos impõe agora, atendendo aos nossos próprios desejos, na
planificação que ontem organizamos, fora do corpo denso, e tenhamos cautela com
o modo de nossa movimentação no campo das próprias tarefas, porque, conforme as
nossas diretrizes de hoje, na preparação do futuro, a vida nos oferecerá amanhã
paz ou luta, felicidade ou provação, luz ou treva, bem ou mal.
(Nascer e Renascer, 4, FCXavier)
Sofrimento e Eutanásia - Quando te encontres diante de alguém que a
morte parece nimbar de sombra, recorda que a vida prossegue, além da grande
renovação...Não te creias autorizado a desferir o golpe supremo naqueles que a
agonia emudece, a pretexto de consolação e de amor, porque, muita vez, por trás
dos olhos baços e das mãos desfalecentes que parecem deitar o último adeus,
apenas repontam avisos e advertências para que o erro seja sustado ou para que
a senda se reajuste amanhã. Ante o catre da enfermidade mais insidiosa e mais
dura, brilha o socorro da Infinita Bondade facilitando, a quem deve, a
conquista da quitação. Por isso mesmo, nas próprias moléstias reconhecidamente
obscuras para a diagnose terrestre, fulgem lições cujo termo é preciso esperar,
a fim de que o homem lhes não perca a essência divina. E tal acontece, porque o
corpo carnal, ainda mesmo o mais mutilado e disforme, em todas as
circunstâncias, é o sublime instrumento em que a alma é chamada a acender a
flama de evolução. É por esse motivo que no mundo encontramos, a cada passo,
trajes físicos em figurino moral diverso.
Corpos — santuários...
Corpos — oficinas...
Corpos — bênçãos...
Corpos — esconderijos...
Corpos — flagelos...
Corpos — ambulâncias...
Corpos — cárceres...
Corpos — expiações...
Em todos eles,
contudo, palpita a concessão do Senhor, induzindo-nos ao pagamento de velhas
dívidas que a Eterna Justiça ainda não apagou. Não desrespeites, assim, quem se
imobiliza na cruz horizontal da doença prolongada e difícil, administrando-lhe
o veneno da morte suave, porquanto, provavelmente, conhecerás também mais tarde
o proveitoso decúbito indispensável à grande meditação. E usando bondade para
os que atravessam semelhantes experiências, para que te não falte a bondade
alheia no dia de tua experiência maior, lembra-te de que, valorizando a
existência na Terra, o próprio Cristo arrancou Lázaro às trevas do sepulcro,
para que o amigo dileto conseguisse dispor de mais tempo para completar o tempo
necessário à própria sublimação.
(Reunião pública de 3/4/59, Questão nº 944,
Religião dos Espíritos, FCXavier)
Reencarnação - Reencarnação nem sempre é sucesso expiatório, como nem
toda luta no campo físico expressa punição. Suor na oficina é acesso à competência.
Esforço na escola é aquisição de cultura. Porque alguém se consagre hoje à
Medicina, não quer isso dizer que haja ontem semeado moléstias e sofrimentos.
Muitas vezes, o Espírito, para senhorear o domínio das ciências que tratam do
corpo, voluntariamente lhes busca o trato difícil, no rumo de mais elevada ascensão.
Porque um homem se dedique presentemente às atividades da engenharia, não exprime
semelhante escolha essa ou aquela dívida do passado na destruição dos recursos
da Terra. Em muitas ocasiões, o Espírito elege esse gênero de trabalho,
tentando crescer no conhecimento das leis que regem o plano material, em marcha
para mais altos postos na Vida Superior. Entretanto, se o médico ou o
engenheiro sofrem golpes mortais no exercício da profissão a que se devotam,
decerto nela possuem serviço reparador que é preciso atender na pauta das
corrigendas necessárias e justas. Toda restauração exige dificuldades
equivalentes. Todo valor evolutivo reclama serviço próprio. Nada existe sem preço.
Por esse motivo, se as paixões gritam jungidas aos flagelos que lhes extinguem
a sombra, as tarefas sublimes fulgem ligadas às renunciações que lhes acendem a
luz. À vista disso, não te habitues a medir as dores alheias pelo critério de
expiação, porque, quase sempre, almas heroicas que suportam o fogo constante
das grandes dores morais, no sacrifício do lar ou nas lutas do povo, apenas
obedecem aos impulsos do bem excelso, a fim de que a negação do homem seja
bafejada pela esperança de Deus. Recorda que, se fosses arrebatado ao Céu, não
tolerarias o gozo estanque, sabendo que os teus filhos se agitam no torvelinho
infernal. De imediato, solicitarias a descida aos tormentos da treva para
ajudá-los na travessia da angústia...Lembra-te disso e compreenderás, por fim,
a grandeza do Cristo que, sem débito algum, condicionou-se às nossas
deficiências, aceitando, para ajudar-nos, a cruz dos ladrões, para que todos
consigamos, na glória de seu amor, soerguer-nos da morte no erro à bênção da
Vida Eterna.
(Reunião pública de 6/4/59Questão nº 617, Religião
dos Espíritos, FCXavier)
O Perispírito - Como será o tecido sutil da espiritual roupagem que o
homem envergará, sem o corpo de carne, além da morte? Tão arrojada é a
tentativa de transmitir informes sobre a questão aos companheiros encarnados,
quão difícil se faria esclarecer à lagarta com respeito ao que será ela depois
de vencer a inércia da crisálida. Colado ao chão ou à folhagem, arrastando-se,
pesadamente, o inseto não desconfia que transporta consigo os germes da
próprias asas. O perispírito é, ainda, corpo organizado que, representando o
molde fundamental da existência para o homem, subsiste, além do sepulcro,
demorando-se na região que lhe é própria, de conformidade com o seu peso específico.
Formado por substâncias químicas que transcendem a série estequiogenética
conhecida até agora pela ciência terrena, é aparelhagem de matéria rarefeita,
alterando-se, de acordo com o padrão vibratório do campo interno. Organismo
delicado, com extremo poder plástico, modifica-se sob o comando do pensamento.
É necessário, porém, acentuar que o poder apenas existe onde prevaleçam a
agilidade e a habilitação que só a experiência consegue conferir. Nas mentes
primitivas, ignorantes e ociosas, semelhante vestidura se caracteriza pela
feição pastosa, verdadeira continuação do corpo físico, ainda animalizado ou enfermiço.
O progresso mental é o grande doador de renovação ao equipamento do espírito em
qualquer plano de evolução. Note-se, contudo, que não nos reportamos aqui no
aperfeiçoamento interior. O crescimento intelectual, com intensa capacidade de
ação, pode pertencer a inteligências perversas. Daí a razão de encontrarmos, em
grande número, compactas falanges de entidades libertas dos laços fisiológicos,
operando nos círculos da perturbação e da crueldade, com admiráveis recursos de
modificação nos aspectos em que se exprimem. Não possuem meios para a ascese
imediata, mas dispõem de elementos para dominar no ambiente em que se equilibram.
Não adquiriram ainda, a verticalidade do Amor que se eleva aos santuários
divinos, na conquista da própria sublimação, mas já se iniciaram na
horizontalidade da Ciência com que influenciam aqueles que, de algum modo,
ainda lhes partilham a posição espiritual. Os "anjos caídos" não
passam de grandes gênios intelectualizados com estreita capacidade de sentir.
Apaixonados, guardam a faculdade de alterar a expressão que lhes é própria,
fascinando e vampirizando nos reinos inferiores da natureza. Entretanto, nada
foge à transformação e tudo se ajusta, dentro do Universo, para o geral
aproveitamento da vida. A ignorância dormente é acordada e aguilhoada pela
ignorância desperta. A bondade incipiente é estimulada pela bondade maior. O
perispírito, quanto à forma somática, obedece a leis de gravidade, no plano a
que se afina. Nossos impulsos, emoções, paixões e virtudes nele se expressam
fielmente. Por isso mesmo, durante séculos e séculos nos demoraremos nas
esferas da luta carnal ou nas regiões que lhes são fronteiriças, purificando a
nossa indumentária e embelezando-a, a fim de preparar, segundo o ensinamento de
Jesus, a nossa veste nupcial para o banquete do serviço divino.
(Emmanuel - Roteiro - Francisco Cândido Xavier)
O Fenômeno Espírita - Em todas as civilizações, o culto dos desencarnados
aparece como facho aceso de sublime esperança. Rápido exame nos costumes e
tradições de todos os remanescentes da vida primitiva, entre os selvagens da
atualidade, nos dará conhecimento que as mais rudimentares organizações humanas
guardam no intercâmbio com os "mostos" suas elementares noções de fé religiosa.
Aparições e vozes, fenômenos e revelações do mundo espiritual assinalam a
marcha das tribos e das povoações do princípio. No Egito, os assuntos à morte
assumem especial importância para a civilização. Anúbis, o deus dos sarcófagos,
era o guardião das sombras e presidia à viagem das almas para o julgamento que
lhes competia no Além. Na China multimilenária, os antepassados vivem nos alicerces
da fé. Em todas as circunstâncias da vida, os Espíritos dos avoengos são
consultados pelos descendentes, recebendo orações e promessas, flores e sacrifícios.
Na Índia encontram nos "rakchasas", Espíritos maléficos que residem
nos sepulcros, os portadores invisíveis de moléstias e aflições. Os gregos
acreditavam-se cercados pelas entidades que nomeavam por "demônios"
ou familiares intangíveis, as quais os inspiram na execução de tarefas habituais.
Em Roma, os Espíritos amigos recebem o culto constante da intimidade doméstica,
onde são interpretados como divindades menores. Para a antiga comunidade
latina, as almas bem intencionadas, que haviam deixado, na Terra, os traços da
sabedoria e da virtude era os "deuses lares", com recursos de auxiliar
amplamente, enquanto que os fantasmas das criaturas perversas eram conhecidos
habitualmente por "larvas", cuja aproximação causava dissabores e enfermidades.
Os feiticeiros das tabas primitivas eram nas civilizações recuadas substituídos
por magos, cujo poder imperava sobre a espada dos guerreiros e sobre a coroa
dos príncipes. E ainda, em todos os acontecimentos religiosos que precederam a
vinda do Cristo, a manifestação dos desencarnados ou o fenômeno espírita
comparece por vívido clarão da verdade, orientando os sucessos e guiando as
supremas realizações do esforço coletivo. Com a supervisão de Jesus, porém, a
marcha da espiritualidade na Terra adquire novos característicos. Ele é o
disciplinador dos sentimentos, o grande construtor da Humanidade legítima. Por
trezentos anos, os discípulos do Senhor sofrem, lutam, sonham e morrem para
doar ao mundo a doutrina de luz e amor, com a plena vitória sobre a morte, mas
a política do Império Romano reduz, por dezesseis séculos consecutivos, o
movimento libertador. Os séculos, contudo, na eternidade, são simples minutos
e, em seguida às sombras da grande noite, o evangelismo puro surge, de novo.
Cristianismo - doutrina do Cristo... Espiritismo - doutrina dos
Espíritos...Volta a influência do Mestre sobre a imensa coletividade humana,
constituída por mentes de infinita gradação. Homens por homens, inteligências
por inteligências incorreríamos talvez no perigo de comprometermos o progresso
do mundo, isolados em nossos pontos de vista e em nossas concepções
deficitárias, mas, regidos pela Infinita Sabedoria, rumaremos para a perfeição
espiritual, a fim de que, um dia, despojados em definitivo das escamas
educativas da carne, possamos compreender a excelsa palavra da celeste
advertência: - "vós sois deuses"...
(Emmanuel - Roteiro - Francisco Cândido Xavier)
Sintonia - As bases de todos os serviços de intercâmbio, entre os
desencarnados e os encarnados, repousam na mente, não obstante a possibilidade
de fenômenos naturais, no campo da matéria densa, levados a efeito por
entidades menos evoluídas ou extremamente consagradas à caridade sacrificial.
De qualquer modo, porém, é no mundo mental que se processa a gênese de todos os
trabalhos de comunhão de espírito a espírito. Daí procede a necessidade de
renovação idealística, de estudo, de bondade operante e de fé ativa, se
pretendemos conservar o contato com os Espíritos da Grande Luz. Simbolizemos
nossa mente como sendo uma pedra inicialmente burilada. Tanto quanto a do
animal, pode demora-se, por muitos séculos, na ociosidade ou na sombra, sob a crosta
dificilmente permeável de hábitos nocivos ou de impulsos degradantes, mas se a
expomos ao sol da experiência, aceitando os atritos, as lições, os
dilaceramentos e as dificuldades do caminho, por golpes abençoados do buril da
vida, esforçando-nos por aperfeiçoar o conhecimento e melhorar o coração, tanto
quanto a pedra burilada reflete a luz, certamente nos habilitamos a receber a
influência dos grandes gênios da Sabedoria e do Amor, gloriosos expoentes da
imortalidade vitoriosa, convertendo-nos em valiosos instrumentos da obra
assistencial do Céu, em favor do reerguimento de nossos irmãos menos
favorecidos e para a elevação de nós mesmos para as regiões mais altas. A fim
de atingirmos tão altos objetivo, é indispensável traçar um roteiro para a
nossa organização mental, no Infinito Bem, e segui-lo sem recuar. Precisamos
compreender - repetimos, que os nossos pensamentos são forças, imagens, coisas
e criações visíveis e tangíveis no campo espiritual. Atraímos companheiros e
recursos de conformidade com a natureza de nossas ideias, aspirações,
invocações e apelos. Energia viva, o pensamento desloca, em torno de nós,
forças sutis, construindo paisagens ou formas e criando centros magnéticos ou
ondas, com as quais emitimos a nossa atuação ou recebemos a atuação dos outros.
Nosso êxito ou fracasso dependem da persistência ou da fé com que nos
consagramos mentalmente aos objetivos que nos propomos alcançar. Semelhante lei
de reciprocidade impera em todos os acontecimentos da vida. Comunicar-nos-emos
com as entidades e núcleos de pensamentos, com os quais nos colocamos em sintonia.
Nos mais simples quadros da natureza, vamos manifestado o princípio da correspondência.
Um fruto apodrecido ao abandono estabelece no chão um foco infeccioso que tende
a crescer incorporando elementos corruptores. Exponhamos a pequena lâmina de
cristal, limpa e bem cuidada, à luz do dia, e refletirá infinitas cintilações
do Sol. Andorinhas seguem a beleza da primavera. Corujas acompanham as trevas
da noite. O mato inculto asila serpentes. A terra cultivada produz o bom grão.
Na mediunidade, essas leis se expressam ativas. Mentes enfermiças e perturbadas
assimilam as correntes desordenadas do desequilíbrio, enquanto que a
boa-vontade e a boa intenção, acumulam os valores do bem. Ninguém está socada
criatura recebe de acordo com aquilo que dá. Cada alma vive no clima espiritual
que elegeu, procurando o tipo de experiência em que situa a própria felicidade.
Estejamos, assim, convictos de que os nossos companheiros da Terra ou no Além
são aqueles que escolhemos com as nossas solicitações interiores, mesmo porque,
segundo o antigo ensinamento evangélico, "teremos o nosso tesouro onde
colocarmos o nosso coração."
(EMMANUEL - Do livro "ROTEIRO", caps.
06, 24 e 28, edição FEB)
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