SERVIÇO
DESINTERESSADO
Foi
durante um período de férias. Carlos havia se dirigido a um acampamento
isolado, com a família. Quando se deu conta, o carro estava enguiçado.
Tentou
dar a partida e nada. Caminhou para fora do acampamento, muito nervoso. Pelo
caminho ia descarregando a sua raiva com palavras grosseiras, que foram
abafadas pelo cantar das águas do riacho próximo.
O
problema era bateria descarregada e Carlos resolveu ir até a vila a pé. Eram
alguns quilômetros de caminhada.
Duas
horas depois, com um tornozelo torcido, ele chegou a um posto de gasolina.
Como
era domingo de manhã, o lugar estava fechado. Mas havia um telefone público e
uma lista telefônica quase se desmanchando.
Ele
telefonou para a única companhia de auto socorro da cidade vizinha, que ficava
a uns trinta quilômetros de distância.
Um
tal de Zé atendeu e o acalmou. Ele deveria chegar ao posto de gasolina, mais ou
menos em meia hora.
Enquanto
esperava o socorro chegar, Carlos ficou a imaginar quanto aquilo tudo lhe
deveria custar. Finalmente, um reluzente caminhão-guincho chegou e eles foram
para a área do acampamento.
Quando
o Zé saiu do caminhão, Carlos o observou e ficou espantado. Zé tinha aparelhos
na perna e andava com ajuda de muletas.
Enquanto
se movimentava, Carlos ainda pensou qual seria o preço de tamanha boa vontade.
Mas
Zé era um sujeito animado. Enquanto foi providenciando a carga elétrica para a
bateria, distraiu o filhinho de Carlos com uns truques de mágica.
Tudo
pronto. Carro funcionando, Carlos perguntou quanto devia.
Nada,
respondeu Zé.
Não
é possível, falou Carlos. Hoje é domingo, tirei você de seu descanso, você
rodou tantos quilômetros, resolveu meu problema. Preciso lhe pagar.
Não
mesmo, disse o Zé. Há alguns anos, alguém me ajudou a sair de uma situação pior
do que esta, quando perdi as minhas pernas.
E
tudo o que o sujeito que me auxiliou disse, ao final foi: "Passe isso
adiante. Você não me deve nada. Apenas se lembre de passar isso adiante, quando
tiver uma oportunidade."
E
então, hoje, tive a oportunidade de ajudá-lo. Foi ótimo. Vá para sua casa, com
sua família e quando puder, ajude alguém, porque precisamos sempre uns dos
outros.
* * *
Nunca
deixe de ajudar a quem quer que seja.
Para
isso você não precisa de dinheiro, posição social relevante ou poder.
Pode
ajudar pela palavra gentil que gera estímulos preciosos.
Pode
ajudar auxiliando seu vizinho com as crianças, enquanto a mãe delas se encontra
em recuperação, no hospital.
Pode
ajudar encaminhando alguém a uma instituição própria para socorro devido, se
não puder socorrer você mesmo.
Pode,
enfim, se tornar, onde se encontre, um microfone fiel a serviço do bem,
auxiliando os caídos a se erguerem, os adormecidos a despertarem, os errados a
se corrigirem e os agressivos a se acalmarem.
Assim
agindo, descobrirá que a sua vida possui um grande significado e que a sua
tarefa principal é servir e servir sempre.
Redação do Momento Espírita, com base em história
de autoria desconhecida e com pensamentos do cap. CLXXXVIII, do livro Vida
feliz, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco,
ed. Leal.
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