A folha ressequida que
cai, anônima, do pedúnculo em que nasceu, é bem o símbolo do poder oculto de
Deus em a Natureza.
Poder que é força, vida e
amor...
Quem a recolheu?
O Sol? Não. O Vento? Não.
O Homem? Não.
A folha desceu por si
mesma, segundo os ditames preestabelecidos pela leis gerais do Universo, para o
seio fecundante da Terra que a transforma em novo elemento no laboratório da
incessante renovação.
Assim também se movem as
criaturas e os destinos.
A folha cai. Os mundos
caminham... O homem evolve...
Brilha o Sol,
naturalmente, mantendo a Família Planetária nos domínios da Casa Cósmica.
Avança o Vento, sem
esforço, nutrindo a euforia das plantas. Em princípios de soberana
espontaneidade, constrói o Homem a própria existência.
Saber não é tudo.
Só o amor consegue
totalizar a glória da vida. Quem vive respire. Quem trabalha progride. Quem
sabe percebe.
Quem ama respira,
progride, percebe, compreende, serve e sublima, espalhando a felicidade.
Siga, pois, seu roteiro,
louvando o bem, esquecendo o mal e edificando sem repouso.
Se o caminho é áspero e
sombrio, prossiga com destemor.
Lembra-se de que na
vanguarda há mais amplo local para a sua esperança.
Busque ouvir a mensagem
do amor, onde passe.
Estude amando.
Responda aos imperativos
da evolução, amando onde esteja.
Atenda ao semelhante,
amando com alegria.
Satisfará, em tudo, a
você mesmo, amando sempre.
Na marcha ascendente para
o Reino Divino, o Amor é a Estrada Real. As outras vias chamam-se experiências
que a Eterna Sabedoria, ainda por amor, traçou à grande viagem das almas para
que o espírito humano não se perca.
Antes de você, o amor já
era.
Depois de você, o amor
será.
Isso, porque o Amor é
Deus em tudo.
Viva, assim, a vida,
amando-a para entendê-la.
Viver e amar...
Amar e compreender...
Compreender e viver
abundantemente...
Ângulos de uma verdade só
- a Vida Eterna.
No entanto, viver sem
amar é respirar sem trabalho digno; querer com exclusivismo entontecente é
contemplar situações e circunstâncias com apriorismos que geram a enfermidade e
a morte.
Se você sabe, portanto, o
que é viver, porque não vive?
Só vive realmente quem
ama.
Só ama efetivamente quem
age para o bem de todos.
Só age, sem dúvida, para
o bem de todos, quem compreende que o amor é a base da própria vida.
Fora dessa verdade, há
também movimento e ação, mas movimento e ação de sombra que tornará fatalmente
à luz em ciclos determinados de choro, provação e martírio.
Nada novo, sempre a Lei,
que funciona compassiva, mas inexorável, restituindo a cada sementeira a
colheita certa.
Comande a embarcação de
seu destino e não atribua a outrem os erros que as suas mãos venham a cometer.
De você mesmo depende a
própria viagem.
Instrua a você mesmo, sem
procurar encobrir, ante a própria consciência, as faltas que lhe arrojam a alma
ao desencanto ou ao agravo das próprias necessidades do espírito.
Ainda que a noite lhe
envolva o passo, alente, no imo de ser, o dia eterno da fé.
Não se confie ao sabor da
invigilância, para que invigilância não lhe arraste a existência ao sabor do
sofrimento.
Antes de nós, o Universo
era o Santuário da Glória Divina.
Lembremo-nos, pois, de
que Deus nos criou para acrescentar-Lhe a grandeza.
Não Lhe diminuamos o
esplendor, cultivando a treva...
Enganaremos a forma.
Jamais enganaremos a vida
que palpita, triunfante, em nós mesmos.
Aprenda a buscar aquilo
de que você carece no próprio aperfeiçoamento, antes que alguém lho ensine a
preço de aflição.
Busque o roteiro exato,
antes que outros se lhe ofereçam, no dia de sua perturbação, para guias de sua
dor.
Força é poder. Idéia é
força.
Mas só o amor condiciona
o poder para a vitória da luz.
Ame e caminhe. Caminhe e
vença.
Anote hoje os seus
movimentos, no ritmo do trabalho e da oração, e o amanhã surgirá com brilho
sempre novo.
Sorria para os lances
mais difíceis da estrada e dos panoramas próximos e remotos descerrar-se-ão
sorrindo à sua alma.
Não pare senão para
refazer o fôlego atormentado.
Mais além, é a estrada de
destino.
Não escute o murmúrio das
sombras senão para socorrer as vítimas do mal, a fim de que os gemidos
enganadores do nevoeiro não lhe anestesiem o impulso de elevação.
A fraternidade ser-lhe-á
o anjo-sentinela entre os pântanos da amargura.
Cante o poema da
caridade, seja onde for, e as criaturas irmãs, ainda mesmo quando algemadas ao
crime, responder-lhe-ão com estribilhos de amor.
Guarde compaixão e a paz
ser-lhe-á doce prêmio.
Exemplifique a fé que lhe
honra a inteligência e o mundo abençoar-lhe-á todas as palavras.
Amanheça cada dia no
serviço que lhe compete e o dever retamente cumprido manterá você,
invariavelmente, na manhã luminosa da vida.
Antes de amparar a você,
ampare aqueles que, desde muito, suspiram pela migalha de seu amparo.
Antes de nossa vontade, a
vontade do Senhor.
Antes do bem para nós, o
bem necessário aos outros.
Seja para você a justiça
que observa e corrige e seja para o irmão de jornada a bondade que ajuda e
absolve sempre.
Sobretudo, guarde a
certeza de que o amor se emoldura na humildade que nunca fere.
Coloque você em último
lugar e a vida encarregar-se-á de sua própria defesa em qualquer parte.
Ainda mesmo com
sacrifício, sob chuvas de fel e gritos de calúnia, renda diariamente o seu
culto ao amor e o amor na própria vida brilhará em sua alma, convertendo-a em
estrela para a Glória Sem Fim.
Pelo Espírito André Luiz
XAVIER, Francisco Cândido. O Espírito da Verdade. Espíritos
Diversos. FEB.
* * * Estude Kardec * * *