sábado, 19 de maio de 2018

Doutrina Espírita ou Espiritismo


DOUTRINA ESPÍRITA OU ESPIRITISMO
O QUE É

É o conjunto de princípios e leis, revelados pelos Espíritos Superiores, contidos nas obras de Allan Kardec que constituem a Codificação Espírita: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese
"O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal." Allan Kardec (O que é o Espiritismo - Preâmbulo).

"O Espiritismo realiza o que Jesus disse do Consolador prometido: conhecimento das coisas, fazendo que o homem saiba donde vem, para onde vai e por que está na Terra; atrai para os verdadeiros princípios da lei de Deus e consola pela fé e pela esperança." Allan Kardec (O Evangelho segundo o Espiritismo - cap. VI - 4).

O QUE REVELA

Revela conceitos novos e mais aprofundados a respeito de Deus, do Universo, dos Homens, dos Espíritos e das Leis que regem a vida.

Revela, ainda, o que somos, de onde viemos, para onde vamos, qual o objetivo da nossa existência e qual a razão da dor e do sofrimento.

SUA ABRANGÊNCIA

Trazendo conceitos novos sobre o homem e tudo o que o cerca, o Espiritismo toca em todas as áreas do conhecimento, das atividades e do comportamento humanos, abrindo uma nova era para a regeneração da Humanidade.

Pode e deve ser estudado, analisado e praticado em todos os aspectos fundamentais da vida, tais como: científico, filosófico, religioso, ético, moral, educacional, social.

SEUS ENSINOS FUNDAMENTAIS

Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas. É eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom.

O Universo é criação de Deus. Abrange todos os seres racionais e irracionais, animados e inanimados, materiais e imateriais.

Além do mundo corporal, habitação dos Espíritos encarnados, que são os homens, existe o mundo espiritual, habitação dos Espíritos desencarnados.

No Universo há outros mundos habitados, com seres de diferentes graus de evolução: iguais, mais evoluídos e menos evoluídos que os homens.

Todas as leis da Natureza são leis divinas, pois que Deus é o seu autor. Abrangem tanto as leis físicas como as leis morais.

O homem é um Espírito encarnado em um corpo material. O perispírito é o corpo semimaterial que une o Espírito ao corpo material.

Os Espíritos são os seres inteligentes da criação. Constituem o mundo dos Espíritos, que preexiste e sobrevive a tudo.

Os Espíritos são criados simples e ignorantes. Evoluem, intelectual e moralmente, passando de uma ordem inferior para outra mais elevada, até a perfeição, onde gozam de inalterável felicidade.

Os Espíritos preservam sua individualidade, antes, durante e depois de cada encarnação.
Os Espíritos reencarnam tantas vezes quantas forem necessárias ao seu próprio aprimoramento.

Os Espíritos evoluem sempre. Em suas múltiplas existências corpóreas podem estacionar, mas nunca regridem. A rapidez do seu progresso intelectual e moral depende dos esforços que façam para chegar à perfeição.

Os Espíritos pertencem a diferentes ordens, conforme o grau de perfeição que tenham alcançado: Espíritos Puros, que atingiram a perfeição máxima; Bons Espíritos, nos quais o desejo do bem é o que predomina; Espíritos Imperfeitos, caracterizados pela ignorância, pelo desejo do mal e pelas paixões inferiores.

As relações dos Espíritos com os homens são constantes e sempre existiram. Os bons Espíritos nos atraem para o bem, sustentam-nos nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação. Os imperfeitos nos induzem ao erro.

Jesus é o guia e modelo para toda a Humanidade. E a Doutrina que ensinou e exemplificou é a expressão mais pura da Lei de Deus.

A moral do Cristo, contida no Evangelho, é o roteiro para a evolução segura de todos os homens, e a sua prática é a solução para todos os problemas humanos e o objetivo a ser atingido pela Humanidade.

O homem tem o livre-arbítrio para agir, mas responde pelas consequências de suas ações.
A vida futura reserva aos homens penas e gozos compatíveis com o procedimento de respeito ou não à Lei de Deus.

A prece é um ato de adoração a Deus. Está na lei natural e é o resultado de um sentimento inato no homem, assim como é inata a ideia da existência do Criador.

A prece torna melhor o homem. Aquele que ora com fervor e confiança se faz mais forte contra as tentações do mal e Deus lhe envia bons Espíritos para assisti-lo. É este um socorro que jamais se lhe recusa, quando pedido com sinceridade.

Fonte: Folheto "Conheça o Espiritismo, uma Nova Era para a Humanidade", editado pela FEB – Campanha de Divulgação do Espiritismo

Saibamos Confiar


SAIBAMOS CONFIAR
"Não andeis, pois, inquietos."
- Jesus. (MATEUS, 6:31.)
Jesus não recomenda a indiferença ou a irresponsabilidade.

O Mestre, que preconizou a oração e a vigilância, não aconselharia a despreocupação do discípulo ante o acervo do serviço a fazer.

Pede apenas combate ao pessimismo crônico.

Claro que nos achamos a pleno trabalho, na lavoura do Senhor, dentro da ordem natural que nos rege a própria ascensão.

Ainda nos defrontaremos, inúmeras vezes, com pântanos e desertos, espinheiros e animais daninhos.

Urge, porém, renovar atitudes mentais na obra a que fomos chamados, aprendendo a confiar no Divino Poder que nos dirige.

Em todos os lugares, há derrotistas intransigentes.

Sentem-se nas trevas, ainda mesmo quando o Sol fulgura no zênite.

Enxergam baixeza nas criaturas mais dignas.

Marcham atormentados por desconfianças atrozes. E, por suspeitarem de todos, acabam inabilitados para a colaboração produtiva em qualquer serviço nobre.

Aflitos e angustiados, desorientam-se a propósito de mínimos obstáculos, inquietam-se, com respeito a frivolidades de toda sorte e, se pudessem, pintariam o firmamento à cor negra para que a mente do próximo lhes partilhe a sombra interior.

Na Terra, Jesus é o Senhor que se fez servo de todos, por amor, e tem esperado nossa contribuição na oficina dos séculos. A confiança d’Ele abrange as eras, sua experiência abarca as civilizações, seu devotamento nos envolve há milênios...

Em razão disso, como adotar a aflição e o desespero, se estamos apenas começando a ser úteis?

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Vinha de Luz. Ditado pelo Espírito Emmanuel. Lição 86. Edição Internet baseada na 14a edição (Download do livro em http://www.febnet.org.br). Rio de Janeiro, RJ: FEB. 1996

A Cruel Indiferença


A CRUEL INDIFERENÇA
        Basta um olhar nas grandes cidades e lá está o retrato da indiferença. Gente maltratada, infeliz, doente, paupérrima se esgueirando pelas ruas, estendendo as mãos, pedindo, suplicando.
        Do interior dos carros, vidros fechados, refrescados pelo ar condicionado, perfumados e alimentados, olhamos essas cenas como se estivéssemos vendo um filme. 
        Alguns até reagem com uma certa irritação. Culpam o Governo, reclamam das diferenças sociais, chamam de vadios os andrajosos que olham para eles com ar cobiçoso ou infeliz. 
        Outros viram o rosto, enojados pelo espetáculo da miséria e do abandono. 
        E há os que se compadecem, mas têm medo de abrir a janela, de estender a mão, de sorrir. 
        Todos esses, invariavelmente, esquecem dos espetáculos da pobreza tão logo chegam em casa, ao escritório ou aos locais de lazer. 
        Nos restaurantes, quem lembra dos famintos? Diante dos pratos cheirosos e meticulosamente arrumados, quem haveria de recordar crianças esqueléticas, mães famélicas? 
        Nos cinemas, lágrimas nos vêm aos olhos diante de filmes que retratam a desigualdade social avassaladora, mas saímos de lá impassíveis diante do homem torturado que sofre ao nosso lado. 
        Que fizemos de nossa sensibilidade diante da dor alheia? Em que ponto de nossa vida a indiferença se instalou em nosso peito e, com mãos de gelo, nos segurou o coração? 
        Certamente que a caridade não exclui a prudência. E é claro que não devemos nos responsabilizar por todas as dores do Mundo. 
        Mas, reflitamos: Estaremos fazendo de fato tudo o que é possível? 
        No momento damos as sobras de nossa mesa, as roupas usadas, alguns poucos reais para uma instituição. Tudo muito louvável. 
        Mas estaremos mesmo contribuindo para reduzir a desigualdade aterradora que se vê no Mundo? 
        Cada um de nós, no papel que desempenha, no ambiente profissional, pode contribuir, sim, para mudar esse estado de coisas. 
        Quem de nós vive tão isolado que não possa estimular alguém ao estudo, ao trabalho? Quem de nós, de excelente condição financeira, escolhe uma criança pobre e lhe dá a chance de estudar em boas escolas? 
        Quantas vezes temos a chance de mudar a vida de alguém desvalido e nos calamos, omitimos, encolhemos? 
        Para aquele que tem vontade real de contribuir, a vida oferecerá oportunidades ímpares de fazer a diferença. 
        Por isso, abra seu coração para o amor. Desde hoje, deixe que seus olhos contemplem o Mundo com muito mais bondade. 
        Procure ver em cada criatura sofrida um irmão que tateia, cego, em busca da mão amiga que lhe ofereça apoio e segurança. 
        A indiferença é a escuridão da alma. Acenda a candeia de um coração sensível e traga luminosidade para a sua vida e para a de seus companheiros de jornada.
Redação do Momento Espírita

terça-feira, 8 de maio de 2018

Allan Kardec


ALLAN KARDEC
A ação de Bonaparte, invadindo as searas alheias com o seu movimento de transformação e conquista, fugindo a finalidade de missionário da reorganização do povo francês compeliu o mundo espiritual a tomar enérgica providencias contra o seu despotismo e vaidade orgulhosa. Aproximavam-se os tempos em que Jesus deveria enviar ao mundo o Consolador, de acordo com as suas auspiciosas promessas.
Apelos ardente são dirigidos ao Divino Mestre, pelos gênios que se reúnem e confraternizam nos espaços nas esferas mais próximas da terra. Um dos mais lúcidos discípulos do Cristo baixa ao planeta, compenetrado de sua missão consoladora e, dois meses antes de Napoleão Bonaparte sagrar-se imperador, obrigando o papa Pio VII a coroá-lo na igreja de Notre Dame, em Paris, nascia Allan Kardec, aos 3 de outubro de 1804, com a sagrada missão de abrir caminho ao Espiritismo, a grande voz do Consolador prometido ao mundo pela misericórdia de Jesus-Cristo.
Livro: A Caminho da Luz

O século XIX desenrolava uma torrente de claridade na face do mundo, encaminhando todos os países para as reformas úteis e preciosas.
As lições sagradas do Espiritismo iam ser ouvidas pela humanidade sofredora. Jesus na sua magnanimidade repartiria o pão sagrado da esperança e da crença com todos os corações.
Allan Kardec, todavia, na sua missão de esclarecimento e consolação, fazia-se acompanhar de uma plêiade de companheiros e colaboradores, Cuja ação regeneradora não se manifestaria tão-somente nos problemas de ordem doutrinaria, mas em todos os departamentos da atividade intelectual do século XIX. A ciência, nessa época, desfere os voos soberanos que a conduziriam às culminâncias do século XX. O progresso da arte tipográfica consegue interessar todos os núcleos de trabalho humano, fundando-se bibliotecas circulantes, revistas e jornais numerosos. A facilidade de comunicações, com o telégrafo e as vias férreas, estabelece o intercambio direto dos povos. O laboratório afasta-se definitivamente da sacristia, intensificando as comodidades da civilização. Constrói-se a pilha de coluna, descobre-se a indução magnética, surgem o telefone e o fonógrafo. Aparecem os primeiros sulcos no campo da radiotelegrafia, encontra-se a análise especial e a unidade das energias físicas da Natureza. Estuda-se a teoria atômica e a fisiologia assenta bases definitivas com a anatomia comparada. As artes atestam uma vida nova. A pintura e à música denunciam elevado sabor de espiritualidade avançada.
A dádiva celestial do intercâmbio entre o mundo visível e o invisível chegou ao planeta nessa onda de claridades inexprimíveis. Consolador da humanidade, segundo as promessas do Cristo, o Espiritismo vinha esclarecer os homens, preparando-lhes o coração para o perfeito aproveitamento de tantas riquezas do Céu. 

Livro: A Caminho da Luz
A tarefa de Allan Kardec era difícil e complexa. Competia-lhe reorganizar o edifício desmoronado da crença reconduzindo a civilização às suas profundas bases religiosas.
Atenta à missão de concórdia e fraternidade da América o plano invisível localizou aí as primeiras manifestações tangíveis do mundo espiritual, no famoso lugarejo de Hydesville, provocando os mais largos movimentos de opinião. A fagulha das plagas americanas, como partira igualmente delas a consolidação das conquistas democráticas.
A Europa busca ambientar as ideias novas e generosas, que encontram o discípulo no seu posto de oração e vigilância, pronto a atender aos chamamentos do Senhor.
Numerosos cooperadores diretos da sua tarefa auxiliam-lhe o esforço sagrado, desdobrando-lhe as sínteses em gloriosos complementos. O orbe, com as suas instituições sociais e políticas, havia atingido um período de grandiosas transformações, que requeriam mais de um século de lutas dolorosas e remissoras, e o Espiritismo seria a essência dessas conquistas novas, reconduzindo os corações ao Evangelho suave do Cristianismo.
Livro: A Caminho da Luz
Conta-se que logo após a sua desencarnação, quando o corpo ainda não havia baixado ao Pére-Lacahise para descansar à sombra do dólmen dos seus valorosos antepassados, uma multidão de Espíritos veio saudar o mestre no limiar do sepulcro. Eram antigos homens do povo, seres infelizes que ele havia consolado e redimido com as suas santas expansões afetivas, uma lâmpada maravilhosa caiu do céu sobre a grande assembleia dos humildes, iluminando-a com uma luz que por sua vez, era formada de expressões do seu “Evangelho segundo o Espiritismo”, ao mesmo tempo em que uma voz poderosa e suave dizia do infinito: - “Kardec, regozija-te com a tua obra”! A luz que acendeste com os teus sacrifícios na estrada escura das descrenças humanas vem felicitar-te nos pórticos misteriosos da imortalidade... O mel suave da esperança e da fé que derramaste nos corações sofredores, da Terra, reconduzindo-os para a confiança na minha misericórdia, hoje se entorna em tua própria alma, fortificando-te para a claridade maravilhosa do futuro. No Céu estão guardados todos os prantos que choraste e todos os sacrifícios que empreendeste... Alegra-te no Senhor, pois teus labores não ficaram perdidos. Tua palavra terá uma benção para os infelizes e desafortunados do mundo, e ao influxo de tuas obras a terra conhecerá o Evangelho no seu novo dia!...
Livro: Crônicas de Além-Túmulo
Pelo Espírito Emmanuel/Irmão X - Do livro: Pérolas do Além, Médium: Francisco Cândido Xavier

14 - Unidade do Criador


14 – UNIDADE DO CRIADOR
Deus é um ser distinto, ou será, como opinam alguns, a resultante de todas
as forças e de todas as inteligências do Universo reunidas?
“Se fosse assim, Deus não existiria, porquanto seria efeito e não causa.
Ele não pode ser ao mesmo tempo uma e outra coisa.
“Deus existe; disso não podeis duvidar e é o essencial. Crede-me, não
vades além. Não vos percais num labirinto donde não lograríeis sair. Isso
não vos tornaria melhores, antes um pouco mais orgulhosos, pois que
acreditaríeis saber, quando na realidade nada saberíeis. Deixai,
conseguintemente, de lado todos esses sistemas; tendes bastantes coisas
que vos tocam mais de perto, a começar por vós mesmos. Estudai as
vossas próprias imperfeições, a fim de vos libertardes delas, o que será
mais útil do que pretenderdes penetrar no que é impenetrável.”
(O LIVRO DOS ESPÍRITOS, questão 14)
UNIDADE DO CRIADOR
Deus é uma unidade dinâmica, no seu caráter criativo e fecundo, mas único na sua majestosa intimidade de valores incomparáveis.
Ele não é produto das coisas e inteligências, disseminadas por toda a criação, pois causa e efeito são duas coisas distintas uma da outra. Basta um pouco de raciocínio para podermos harmonizar estas ideias, referentes ao Senhor de todas as coisas.
Em todos os momentos que voltamos a pensar em Deus, os nossos sentidos passam a vê-lO na sua unidade total, único na sua posição de benfeitor universal.
Dividi-lO é contrariar a nossa consciência e sentir insegurança sobre a verdadeira paternidade. Registramos nas nossas deduções mais apuradas, no mundo espiritual, a unidade do Criador, como ouvimos os grandes missionários da luz, que descem até nós com as mesmas ideias, os quais nos mostram a realidade pelos fatos da própria natureza, engenhoso processo que reflete a presença da Grande Luz em todas as intimidades criadas.
Não nos preocupemos quando os homens pretendem adorar outros deuses, ou muitos deuses, como no passado. A verdade não se inquieta; ela se impõe porque é a verdade. No perpassar dos tempos, somente ela ficará de pé, diante de todas as deduções humanas. O que temos a dizer, com toda a sinceridade do coração, é que Deus é uno, é um ser individual, ligado por agentes sutis a toda a criação, e mais atuante na intimidade de todas as coisas. Quando o Espírito encontra a si mesmo, passa a sentir Deus com mais intensidade, por ser essa a senda, a porta de partida para novos conhecimentos sobre a Divindade.
Começa, meu irmão, a estudar as tuas próprias reações, a analisar teus próprios feitos, a corrigir os teus próprios deslizes, no silêncio que é próprio ao iniciante da verdade, que conhecerás outras dimensões do saber. Estas sempre vibram ao nosso redor sem que as suas notícias nos atinjam por faltar o bater às portas da simbologia evangélica. Quando os nossos pensamentos se educarem na razão direta das qualidades superiores e a boca se esquecer de ferir, os olhos de perscrutar os erros alheios e as mãos se tornarem somente instrumentos de ajudar, estabelecer-se-á a harmonia em nossos corações. Se Deus é Unidade, é de nosso dever criar a unidade do bem, do amor e da caridade em nós, para que possamos refletir a Divindade em todos os nossos passos.
O homem inteligente procura não contrariar as leis naturais e, quando ele desencarna com essas mesmas intenções, sentirá na profundidade o porquê desta obediência. Ninguém é livre na totalidade da expressão. Somos todos servos do Senhor e essa deve ser a nossa imensa alegria, porque Ele sabe o que mais nos convém nas linhas do nosso despertar.
O panteísmo foi uma verdade “camuflada”, por encontrar uma humanidade sem condições de senti-la face a face. A verdade se torna, pois, relativa em todas as suas nuances de claridades espirituais. Agora estamos comungando com ideias mais puras sobre a Divindade e a maturidade nos aproxima mais da Luz que nos alimenta e nos sustenta a vida.
Por isso cremos na unidade de Deus, na sua justiça cheia de misericórdia e de Amor. Quanto mais conhecemos o Senhor, mais notamos as nossas deficiências em conhece-lo, dada a sua grandeza de poderes e os seus atributos indescritíveis.
Crê, meu filho, em Deus, sê obediente ao Comando Maior, que tudo virá ao teu encontro pelas linhas do teu merecimento e de acordo com a tua capacidade de suportar. Não existe injustiça em quaisquer dos acontecimentos da vida, essa é a verdade.
Filosofia Espírita – Volume I
João Nunes Maia / Espírito Miramez

13 - As Qualidades de Deus


13 – AS QUALIDADES DE DEUS
Quando dizemos que Deus é eterno, infinito, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom, temos ideia completa de seus atributos?
“Do vosso ponto de vista, sim, porque credes abranger tudo.
Sabei, porém, que há coisas que estão acima da inteligência
do homem mais inteligente, as quais a vossa linguagem, restrita às vossas
ideias e sensações, não tem meios de exprimir. A razão, com efeito,
vos diz que Deus deve possuir em grau supremo essas perfeições, porquanto,
se uma lhe faltasse, ou não fosse infinita, já ele não seria superior a tudo,
não seria, por conseguinte, Deus.  Para estar acima de todas as coisas,
Deus tem que se achar isento de qualquer vicissitude e de qualquer
das imperfeições que a imaginação possa conceber.”
(O LIVRO DOS ESPÍRITOS, questão 13)
AS QUALIDADES DE DEUS
As qualidades de Deus são marcadas pelas nossas comparações pálidas, por não haverem outras em que possamos nos apoiar. Sujeitamos o Senhor às nossas fracas deduções em confronto com os nossos dons, colocando o nosso Pai Celestial dotado das nossas faculdades altamente aprimoradas. Que Ele nos perdoe as comparações.
Quando falamos que Deus é a Suprema Inteligência, é porque não encontramos recursos na linguagem para destacá-lO de outra forma.
Inteligência e razão ainda são posses do Espírito comum; o Criador está acima de todas as colocações humanas, e mesmo espirituais, do nosso plano.
Quando falamos que Deus é Amor, certamente estamos diminuindo o Grande Foco de Luz que nos sustenta todos. O amor é um dos seus atributos; Ele é muito mais que o amor. Ele é, pois, o Incomparável.
A ansiedade dos homens em conhecer Deus, seus atributos, sua intimidade, é impulso dos primeiros passos da criatura na escala evolutiva, e isso vai se arrefecendo de acordo com a sequência do despertar espiritual; não que os Espíritos percam a vontade de conhecê-lO, pelo contrário: o que perdem é o interesse de passar dos limites das suas forças. Não desejando contrariar as leis, cumprem os seus deveres e esperam a sábia vontade d’Aquele que tudo conhece pela onisciência dos seus valores.
A magnitude de Deus ofusca todas as luzes e a sua bondade inspira todas as bondades do universo; o seu amor alimenta todo o amor da criação e o seu trabalho é o exemplo que deveremos operar constantemente. É muito bom falar de Deus, pensar em Deus e, se for o caso, escrever sobre Deus, porque é neste ambiente que passamos a conhecê-lO melhor e respeitá-lO condignamente. Enquanto assim agimos, estamos condicionando ideias elevadas acerca da sua inconfundível personalidade. Este exercício é de alto valor para a nossa integração com a Divindade, pois se processa uma operação de seleção de valores nas nossas intimidades, como no íntimo de quem, porventura, nos ouvir ou ler. É tempo que o próprio tempo aperfeiçoará nas bênçãos do Comandante Maior.
Uma coisa falamos com muita alegria: que as sementes dos atributos do Criador se encontram plantadas nas nossas consciências, na profundidade do nosso ser e, se assim podemos dizer, a força do progresso se encarregará de despertá-las para a luz e fazê-las crescerem para a fonte de onde vieram.
Ninguém foge desses caminhos delineados pela Grande Vida. A área da nossa liberdade é muito pequena para sabermos o de que verdadeiramente precisamos; tudo obedece à vontade d’Aquele que nos criou, tudo vem d’Ele e vai para o seu seio fecundo e celestial.
Quem deseja analisar a capacidade de Deus, que observe a sua criação, a harmonia e a mecânica do Universo. Tudo é luz na sua feição divina, mesmo o que pensamos ser treva, por nos faltarem dons desenvolvidos na busca da intimidade das coisas.
Oh! Homens que caminhais conosco, se quereis viver felizes, deixai despertar as luzes que existem em vossos corações, na conjuntura das vossas forças, agradecendo à Divindade e tomando as mãos do Cristo, que Ele vos libertará!
Sejamos fortes na educação de nós mesmos todos os dias, porque é na persistência do trabalho e no esforço do dever, que beijamos as flores da sabedoria como se fossem a face do Criador, nos dignando para um novo amanhecer.
Filosofia Espírita – Volume I
João Nunes Maia / Espírito Miramez

sexta-feira, 27 de abril de 2018

11 - MISTÉRIO DA DIVINDADE


11 – O MISTÉRIO DA DIVINDADE
Será dado um dia ao homem compreender o mistério da Divindade?
“Quando não mais tiver o espírito obscurecido pela matéria. Quando,
pela sua perfeição, se houver aproximado de Deus, ele o verá e
compreenderá.”
(O LIVRO DOS ESPÍRITOS, questão 11)
O MISTÉRIO DA DIVINDADE
O mistério da Divindade está distante da compreensão humana, por faltarem ao homem sentidos para tal. As sequências misteriosas dos Espíritos a Deus são infinitas e os caminhos são igualmente sem fim. O crescimento da alma vai lhe dotando de poderes, de sorte a conhecer mais profundamente o mundo espiritual e as leis que governam toda a criação divina; todavia, essas leis são agentes movidos pela sua poderosa mente, que abrange toda a extensão Universal.
No estágio em que nos encontramos, encarnados e desencarnados, não devemos pensar em conhecer a intimidade de Deus. É, pois, querer saltar para o inconcebível, desrespeitando a harmonia da gradatividade, da sabedoria maior.
Alguns homens inexperientes afirmam que não existem mistérios para os espiritualistas. Como se enganam esses nossos irmãos! Quanto mais nos conhecemos, mais sabemos que nada sabemos, em se falando das dimensões que se escondem nas dobras da escala evolutiva e nos segredos da Divindade.
Os que dizem conhecer tudo, nada sabem; são pseudosábios diante da sabedoria maior e lhes falta humildade e as primeiras chaves do conhecimento das regras de viver em harmonia consigo mesmo. Certamente que é o orgulho se movendo em seus sentimentos e a vaidade egoísta iludindo seus corações.
Quando Allan Kardec, em O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, afirma que “fora da caridade não há salvação”, está nos mostrando que o ambiente da benevolência prepara e nos ajuda a despertar os talentos internos, de maneira a observarmos outras nuances das leis que até então não tenhamos percebido.
A caridade, em todas as suas feições, é força divina no divino aprendizado de todos os Espíritos. É luz nas mãos de quem deseja ser iluminado, é chave que abre muitas portas do saber, porque a caridade é, por excelência, Amor. Quem quiser conhecer mais um pouco dos mistérios de Deus, que faça e viva a caridade, que ela dotará esse trabalho de poderes para essa visão interna, de sentidos apropriados para compreender os efeitos das leis divinas.
Outra coisa valiosa que recomendamos para todas as criaturas é o exercício da oração. Não devemos esquecer a prece em todas as circunstâncias. Ela desata e desenvolve os fios dos pensamentos, impulsionando-os em todas as direções, de acordo com os sentimentos que os geraram, tem a capacidade de recolher os frutos na mesma dimensão em que foram emitidos. Nós somos mundos com imensuráveis qualidades a se desenvolverem, dependendo do que quisermos fazer delas, do nosso esforço e fé nas nossas realizações para o bem próprio e da coletividade.
Se estás em busca de mistérios que muito te atraem, na verdade te dizemos que existem muitos mistérios no mundo íntimo de cada criatura e eis aí a grande oportunidade de estudarmos a nós mesmos e nos deliciarmos com os nossos tesouros íntimos. O amor é qual um sol que se divide em variadas virtudes. Vamos observar esse fenômeno maior dentro de nós, com honestidade nas boas obras, que os véus vão caindo em sequências que suportamos e a serenidade dominar-nos-á a consciência. Esses são os mistérios menores, representando uma universidade onde deveremos permanecer por um tempo que não podemos determinar.
Despertemos para esse trabalho louvável e dignificante, de nos conhecermos a nós mesmos, porque conhecer a Divindade como pretendemos somente será possível depois que nos tornarmos Espíritos divinos, e, mesmo assim, vamos encontrar em nossos caminhos de luz, mistérios e mais mistérios a desvendar, o que haveremos de fazer com amor e alegria espiritual.
Que Deus nos abençoe nesta jornada infinita do acordar para a Luz!
Filosofia Espírita – Volume I
João Nunes Maia / Espírito Miramez

sexta-feira, 6 de abril de 2018

Uma Luz na Escuridão


UMA LUZ NA ESCURIDÃO
Havia um rapaz que possuía um dom especial. De vez em quando ele conseguia se desprender do seu corpo físico e, em espírito, visitar outros locais. Ele se deslocava com seu corpo espiritual a distâncias consideráveis, utilizando apenas a força do pensamento. No entanto, esse dom era utilizado de uma forma positiva; assim que saía do corpo, ele percorria locais onde as pessoas precisassem dele, e assim fazia o bem.

Certo dia, ele visitou um local que muitos poderiam chamar de “inferno”. Neste submundo encontravam-se espíritos errantes, viciados, apegados, raivosos, perturbados e ignorantes. Havia muita desgraça, fome, desespero, dor, sofrimento, conflitos e medo. Tratava-se de uma zona inferior para onde eram atraídas muitas almas endividas com o plano divino.

Tudo era escuro, cálido, lamacento, asqueroso e feio. Vez por outra ouviam-se gritos de terror e desespero. A atmosfera era pesada, densa e hostil. Era possível ver as almas presas a lama, correndo, caídas no chão, sujas, maltrapilhas, sangrando, falando sozinhas ou ofendendo umas as outras. Uma visão aterradora de um local imerso em profundo sofrimento. Esse espaço interminável de trevas representava todo o clima negativo que permeia o nosso mundo.

O rapaz estava ali, mais uma vez, para tentar ajudar as almas em intenso sofrimento. Ele caminhava pelo “vale da sombra e da morte” e escolhia um e outro espírito que estivesse mais apto a ser socorrido. Num certo momento, percebeu um homem diferente. Estava limpo, caminhando tranquilamente e com olhar sereno.

O rapaz se aproximou deste homem que destoava do todo aquele entorno de escuridão. Chamou-o e perguntou o que fazia ali. O homem abriu sua camisa e, subitamente, uma luz branca e dourada se irradiou pelo ambiente, obrigando todas as almas próximas a fecharem os olhos por não suportarem aquele forte clarão repentino. O homem se surpreendeu com tamanha luminosidade e perguntou:

– Quem é você?

– Sou o Anjo Gabriel – disse o homem.

O rapaz se surpreendeu muito com a resposta. No entanto, ele sabia que alguém com toda aquela iluminação espiritual seria incapaz de mentir. O rapaz então disse:

– Senhor, vejo que estás aqui, neste vale sombrio de intensas trevas. Mas aqui não é um lugar apropriado a um ser de tanta luz e bondade. O senhor não deveria estar nas regiões celestes?

O anjo respondeu:

– Não… É exatamente aqui, neste local de erro, trevas e destruição, onde mais precisam de mim. É justamente onde há escuridão que um anjo deve levar a sua luz.

Autor: Hugo Lapa

quarta-feira, 4 de abril de 2018

Psicografia - Suicídio


PSICOGRAFIA – SUICÍDIO
No último instante me arrependi e pensei em voltar atrás, mas já estava feito.
Fui longe demais, à beira do precipício cedeu com o peso do meu corpo, meu pé falseou e meu corpo se foi estatelando-se nas pedras lá embaixo.

Não havia desculpas. Eu tinha ido até lá com o firme propósito de tirar minha própria vida.

Hoje sei que não existe razão que justifique tal ato e não ouso dizer aqui o motivo fútil que me levou a tamanho desespero, tal a vergonha que me causa. Todo o arrependimento que senti momentos após o tresloucado ato não aliviou, até hoje, a responsabilidade pelo que fiz.

A morte foi instantânea e instantânea foi a dor de cabeça, que me acompanharia por anos a fio, resultado de um crânio rachado e de um pescoço quebrado. Fui arremessada a densa esfera, onde se arrastavam outros infelizes como eu.

Os gritos e lamentações de minha mãe, que chorou minha morte e por muito tempo carregou dentro de si a incompreensão e o sentimento de culpa por minha estupidez só ampliavam o meu penar, meu remorso, e a escuridão que se tornou a minha nova vida. Nunca vi a luz do sol durante todo o tempo que vivi no umbral. Era apenas frio e sombras, num local povoado por seres horripilantes que ficavam todo o tempo a me molestar e a escarnecer da minha deplorável situação.

Por tudo isto não me sentia em condições de alinhar meus pensamentos. Simplesmente não conseguia ordenar as ideias ou focar em algo positivo por um instante sequer. Não era capaz de lembrar ou de recitar um trecho de uma simples oração.

Quando por fim consegui balbuciar algumas palavras do Pai Nosso, um ser envolto em tênue luz branca surgiu em minha frente e me estendeu a mão. Não sei como fui levado dali e despertei num leito de hospital.

Lá, naquele lugar abençoado, minha mãe estava postada ao lado da cabeceira da cama, velando-me amorosamente. Um turbilhão de emoções me passou pela cabeça e apertou meu coração.

Durante o tempo que fiquei a vagar pelo umbral, minha mãe completou seu ciclo de vida na Terra e desencarnou, já idosa, rodeada por minhas irmãs e por seus netos. Tudo isto absorvi de sua mente, quando nossos olhares se encontraram.

E eu tinha diante de mim uma mulher novamente jovem, exatamente da forma que eu me lembrava. Uma mulher que superou a dor da perda precoce e sem sentido de sua filha, viveu sua vida e, já no mundo espiritual, esperou pacientemente que esta filha recobrasse algum juízo e reunisse as condições vibratórias mínimas para ser resgatada.

E, quando a hora chegou, lá estava ela, pronta para agir em meu benefício, com a graça de Deus e o amparo bendito dos trabalhadores do Cristo.

Trago aqui meu testemunho para reafirmar o que a Espiritualidade vem a muito tempo dizendo: só Deus sabe a hora que cada um de nós deve deixar este mundo. Abreviar a própria vida não nos livra dos sentimentos e dos problemas que nos levaram a tal ato. Isto somente agrava a situação, ampliando nossas dívidas perante nossa consciência.

Vivam em paz e enfrentem seus problemas com coragem. Eles nada mais são do que oportunidades de aprendizado e crescimento.

Somos seres eternos, já vivemos inúmeras encarnações e outras virão, até que nos livremos de nossas próprias deficiências.

Ivani.
Desencarnei por minhas próprias mãos aos 16 anos e hoje preparo-me para o retorno a Terra para os devidos ajustes.
Psicografado por: Cleber P. Campos
Fonte: Whatzapp

segunda-feira, 2 de abril de 2018

A Indulgência


A INDULGÊNCIA
16. Espíritas, queremos falar-vos hoje da indulgência, sentimento doce e fraternal que todo homem deve alimentar para com seus irmãos, mas do qual bem poucos fazem uso.
A indulgência não vê os defeitos de outrem, ou, se os vê, evita falar deles, divulga-los.
Ao contrário, oculta-os, a fim de que se não tornem conhecidos senão dela unicamente, e, se a malevolência os descobre, tem sempre pronta uma escusa para eles, escusa plausível, séria, não das que, com aparência de atenuar a falta, mais a evidenciam com pérfida intenção.
A indulgência jamais se ocupa com os maus atos de outrem, a menos que seja para prestar um serviço; mas, mesmo neste caso, tem o cuidado de os atenuar tanto quanto possível. Não faz observações chocantes, não tem nos lábios censuras; apenas conselhos e, as mais das vezes, velados. Quando criticais, que consequência se há de tirar das vossas palavras? A de que não tereis feito o que reprovais, visto que, estais a censurar; que valeis mais do que o culpado. Ó homens! Quando será que julgareis os vossos próprios corações, os vossos próprios pensamentos, os vossos próprios atos, sem vos ocupardes com o que fazem vossos irmãos? Quando só tereis olhares severos sobre vós mesmos? Sede, pois, severos para convosco, indulgentes para com os outros.
Lembrai-vos daquele que julga em última instância, que vê os pensamentos íntimos de cada coração e que, por conseguinte, desculpa muitas vezes as faltas que censurais, ou condena o que relevais, porque conhece o móvel de todos os atos.
Lembrai-vos de que vós, que clamais em altas vozes: anátema! Tereis, quiçá, cometido faltas mais graves.
Sede indulgentes, meus amigos, porquanto a indulgência atrai, acalma, ergue, ao passo que o rigor desanima, afasta e irrita. – José, Espírito protetor.
(Bordéus, 1863)
O Evangelho Segundo o Espiritismo
Capítulo X- Bem Aventurados os que são Misericordiosos

Apoio no Lar


APOIO NO LAR
Com relação ao suicídio indireto, conhecemos de perto os companheiros que enveredam no excesso de drogas psicoativas.
Não se acham eles circunscritos aos resultados do abuso de substâncias químicas psicoalteradoras que os marginalizam em sofrimentos desnecessários.
Se atravessam as barreiras da desencarnação em semelhante desequilíbrio, conservam no corpo espiritual os estigmas da prática indébita que os levou à degeneração dos seus próprios centros de força.
E podemos afirmar que não atingem o Mais Além na condição de trabalhadores que alcançaram o fim do dia, agradecendo a pausa de descanso e sim na posição de trânsfugas de sanatórios em que lhes cabia assistência mais longa.
Alucinados e dependentes das drogas que não souberam respeitar, demoram-se em regimes de reajuste e, quando recobram a própria harmonia, reconhecem-se dilapidados por si mesmos nos mecanismos e estruturas do veículo espiritual, preparando-se para reencarnações difíceis em que o berço terrestre lhes servirá de cela hospitalar.
Este é o quadro que se nos oferece hoje na Terra quase como sendo catástrofe mundial nos dois lados da vida humana.
Todos sabemos disso e todos estamos procurando os melhores meios de erradicar a calamidade: - preceitos de justiça que controlem com segurança o fornecimento de psicotrópicos; apelos à medicina para que se lhes dificulte a indicação; combate às plantações de vegetais determinados, quando estas plantações lhes facultam a origem; ou restrições legais ao fabrico de semelhantes agentes para que se lhes reduzam as facilidades de acesso.
Entretanto, lembramos ainda um ingrediente que pode e deve ser chamado à defesa geral contra a expansão do hábito pernicioso que se vai transformando atualmente em pandemia: - o apoio no lar aos corações fatigados ante as provas e desafios do cotidiano.
A vivência da compreensão fraterna, que assegura o socorro incansável da tolerância construtiva é o antídoto da solidão e da fuga através das quais milhares de criaturas estão encontrando o processo obsessivo e o desequilíbrio, a enfermidade e a morte.
Através da abnegação e da renúncia, usa o entendimento e a bondade, garantindo, quanto possível, a tranquilidade e a segurança dos seres que te forem confiados e estarás vacinando o teu próprio ambiente contra as manifestações de quaisquer forças negativas.
Não precisamos conceituar aqui os estragos e arrasamentos de natureza psicológica, decorrentes da inconformação e da violência nos grupos sociais ou domésticos a que nos vinculamos. 
Serve e perdoa, socorre e ajuda sempre entre as paredes do lar, sustentando o equilíbrio dos corações que se te associam à existência e se te interessas realmente no combate ao suicídio e à deserção, reconhecerás os prodígios que se obtêm dos pequenos sacrifícios em casa por bases da terapêutica do amor.
Pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Caminhos de Volta, Médium: Francisco Cândido Xavier.