domingo, 20 de setembro de 2015

O QUE POSSO EU FAZER?

O escritor suíço Denis de Rougemont, um arguto defensor da unidade européia, e, especialmente, um estudioso da ocidentalidade, disse algo que inspirou muitos discursos políticos:
A decadência de uma sociedade começa quando o homem pergunta a si próprio: “O que irá acontecer?”, em vez de inquirir: “O que posso eu fazer?”
São posturas muito diferentes perante a vida.
O filósofo brasileiro Mário Sergio Cortella, ao analisar a questão com maior profundidade, afirma:
A decadência, seja numa sociedade mais ampla ou outras instâncias, como a família, trabalho, etc. principia quando o imperativo ético da ação é substituído pela acomodação e pela espera desalentada.
Muitos, na sociedade moderna, estamos nos acostumando rapidamente com alguns desvios que parecem fatais e inexoravelmente presentes, como se fizessem parte da vida.
Assim, nos acostumamos com a violência, com o desemprego, fome, corrupção e outros.
É a prostração como hábito! – exclama o filósofo.
Como se um conveniente pensar estampado nos rostos e nas palavras disfarçasse uma suposta impotência individual, mas, que no fundo, é egonarcisismo indiretamente conivente.
Tão confortável assim pensar...
Confortável e extremamente perigoso.
Felizmente a esperança ainda existe.
Porém não confundamos a esperança do verbo esperançar, com a esperança do verbo esperar – como sugere Paulo Freire.
Esperançar é se levantar, esperançar é ir atrás, esperançar é construir, é não desistir!
É levar adiante, é nos juntar com outros para fazer de outro modo.
Pode-se ver claramente que a esperança do verbo esperançar é dinâmica, enquanto a outra é estática, congelada, por vezes covarde...
A esperança nos convida a pensar:
Violência? O que posso eu fazer?
Desemprego? O que posso eu fazer?
Fome? O que posso eu fazer?
Corrupção? O que posso eu fazer?
Sempre teremos o que fazer. Sempre teremos uma contribuição a dar, nem que seja pelo nosso exemplo de agir no bem nas pequenas questões do dia-a-dia.
Todos devemos nos perguntar: O que estamos fazendo por uma sociedade melhor? Qual está sendo a nossa contribuição?
O que podemos fazer a mais para ajudar?
Não nos é pedido em demasia, pois muitos fazendo um pouco que seja, já gera transformações, gera movimentos, revoluções silenciosas...
Não se faz necessário muito, apenas não ceder à acomodação viciante, à indiferença paralisante, à alienação mortificadora.
O que posso eu fazer? O que você pode fazer para melhorar o mundo?
*   *   *
René Descartes, em sua obra As paixões da alma, afirma que a vontade é tão livre por natureza que jamais pode ser coagida.
Precisamos deixar nascer a vontade de uma vida melhor, e guiá-la nos primeiros passos da ação todos os dias...

Redação do Momento Espírita com base no cap. A resignação como cumplicidade, do livro Não nascemos prontos – provocações filosóficas, de Mário Sérgio Cortella, ed. Vozes e em citação do livro As paixões da alma – Dicionário filosófico de citações, de René Descartes, ed. Martins Fontes.

CARIDADE DO PENSAMENTO

Sabemos todos que o pensamento é onda de vida criadora, emitindo forças e atraindo-as, segundo a natureza que lhe é própria.
Fácil entender, à vista disso, que nos movemos todos num oceano de energia mental.
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Cada um de nós é um centro de princípios atuantes ou de irradiaçôes que liberamos, consciente ou inconscientemente.
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Sem dúvida, a palavra é o veículo natural que nos exprime as idéias e as intenções que nos caracterizem, mas o pensamento, em si, conquanto a força mental seja neutra qual ocorre à eletricidade, é o instrumento genuíno das vibrações benéficas ou negativas que lançamos de nós, sem a apreciação imediata dos outros.
Meditemos nisso, afastemos do campo íntimo qualquer expressão de ressentimento, mágoa, queixa ou ciúme, modalidades do ódio, sempre suscetível de carrear a destruição.
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Se tens fé em Deus, já sabes que o amor é a presença da luz que dissolve as trevas.
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Cultivemos a caridade do pensamento.
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Dá o que possas, em auxílio aos outros, no entanto, envolve de simpatia e compreensão tudo aquilo que dês.
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No exercício da compaixão, que é a beneficência da alma, revisa o que sentes, o que desejas, o que acreditas e o que falas, efetuando a triagem dos propósitos mais ocultos que te inspirem, a fim de que se traduzam em bondade e entendimento, porque mais dia menos dia, as nossas manifestações mais íntimas se evidenciam ou se revelam, inelutavelmente, de vez que tudo aquilo que colocarmos, no oceano da vida, para nós voltará.
XAVIER, Francisco Cândido. Paciência. Pelo Espírito Emmanuel. CEU.

* * * Estude Kardec * * *

Modo de Sentir

"Renovai-vos pelo espírito no vosso modo de sentir." Paulo (Efésios, 4:23)
Há muitos séculos o homem raciocina, obediente a regras quase inalteradas, comparando fatores externos segundo velhos processos de observação rege a vida física com grandes mudanças no setor das operações orgânicas fundamentais e maneja a palavra como quem usa os elementos indispensáveis a determinada construção de pedra terra e cal.
Nos círculos da natureza externa, em si, as modificações em qualquer aspecto são mínimas, exceção feita ao progresso avançado nas técnicas da ciência e da indústria.
No sentimento, porém, as alterações são profundas.
Nos povos realmente educados, ninguém se compraz com a escravidão dos semelhantes, ninguém joga impunemente com a vida do próximo, e ninguém aplaude a crueldade sistemática e deliberada, quanto antigamente.
Através do coração, o ideal de humanidade vem sublimando a mente em todos os climas do Planeta.
O lar e a escola, o templo e o hospital, as instituições de previdência e beneficência são filhos da sensibilidade e não do cálculo.
Um trabalhador poderá demonstrar altas características de inteligência e habilidade, mas, se não possui devoção para com o serviço, será sempre um aparelho consciente de repetição, tanto quanto o estômago é máquina de digerir, há milênios.
Só pela renovação íntima, progride a alma no rumo da vida aperfeiçoada.
Antes do Cristo, milhares de homens e mulheres morreram na cruz, entretanto, o madeiro do Mestre converteu-se em luz inextinguível pela qualidade de sentimento com que o crucificado se entregou ao sacrifício, influenciando a maneira de sentir das nações e dos séculos.
Crescer em bondade e entendimento é estender a visão e santificar os objetivos na experiência comum.
Jesus veio até nós a fim de ensinar-nos, acima de tudo, que o Amor é o caminho para a Vida Abundante.
Vives sitiado pela dor, pela aflição, pela sombra ou pela enfermidade?
Renova o teu modo de sentir, pelos padrões do Evangelho, e enxergarás o Propósito Divino da Vida, atuando em todos os lugares, com justiça e misericórdia, sabedoria e entendimento.
XAVIER, Francisco Cândido. Fonte Viva. Pelo Espírito Emmanuel. FEB. Capítulo 67.

* * * Estude Kardec * * *

domingo, 13 de setembro de 2015

Estrela Oculta

ESTRELA OCULTA
Quando a tempestade da cólera explode no ambiente, despedindo granizos dilacerantes, vêmo-la por antena de amor, isolando-lhes os raios, e se o temporal da revolta encharca os que tombam na estrada sob o visco da lama, ei-la que surge igualmente por força neutralizante, subtraindo o lodo e aclarando o caminho...
Remédio nas feridas profundas que se escondem na alma, ante os golpes da injúria, é bálsamo invisível, lenindo toda chaga.
Socorro nobre e justo, é a luz doce da ausência ajudando e servindo onde a leviandade arroja fogo e fel.
Filha da compaixão, auxilia sem paga impedindo a extensão da maldade infeliz...
Ante a sua presença, a queixa descabida interrompe-se e pára e o verbo contundente empalidece e morre.
Onde vibra, amparando, todo ódio contém-se, e o incêndio da impiedade apaga-se de chofre...
Acessível a todos, vêmo-la em toda parte, onde o homem cultive a caridade simples, debruçando-se, pura, à maneira de aroma envolvente e sublime, anulando o veneno em que a treva se nutre...
Guardemo-la conosco, onde formos chamados, sempre que o mal responde, delinquente e sombrio, porque essa estrela oculta, ao alcance de todos, é a prece do silêncio em clima de perdão.

pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Paz e Renovação, Médium: Francisco Cândido Xavier

Suave Despedida

SUAVE DESPEDIDA

 Sally pulou da cadeira quando viu o cirurgião chegar.
 Como está meu filho?
 O olhar desolado do cirurgião falou mais alto do que as próprias palavras que pronunciou:Sinto muito, fizemos tudo o que estava ao nosso alcance.
 Como um desabafo, Sally chorou e ergueu sua voz aos céus: Deus, você não se importa com as crianças? Por que meu filho teve câncer? Onde você estava, quando meu filho precisou de você?
 Uma das enfermeiras a acompanhou até onde estava o filho, a fim de que se despedisse. Ela não retiraria o corpo do hospital, porque Jimmy decidira doá-lo para a Universidade, a fim de ser estudado.
 Ele insistira: Eu não o usarei depois de morrer e talvez ajude uma criança a desfrutar de um dia mais ao lado de sua mãe.
 Ela passou a mão pelos cabelos do filho e a enfermeira cortou uma pequena mecha, colocou numa bolsinha e lhe entregou.
 Com o coração aos pedaços, Sally saiu do hospital infantil, depois de ter permanecido ali, com o seu tesouro, nos últimos seis meses.
 Foi difícil dirigir de volta para casa. Mais difícil ainda entrar na casa vazia.
 Levou a bolsa ao quarto de Jimmy, arrumou os carrinhos de miniatura e todas as demais coisas dele, do jeito que ele gostava.
 Sentou-se na cama e chorou, até dormir, abraçando o seu pequeno travesseiro.
 Sonhou que despertou e encontrou, ao lado da cama, uma folha de papel dobrada. Abriu e leu. Era uma carta de seu filho, onde ele escrevera com uma tinta especial:

Querida mãe, sei que deve sentir muito a minha falta. Mas não pense que a esqueci, ou que deixei de amar, só porque não estou aí para dizer que a adoro.
 Pensarei em você, mamãe, todos os dias. E, algum dia, voltaremos a nos ver.
 Mamãe, se você quiser adotar um menino para não ficar tão sozinha, ele poderá ficar no meu quarto e brincar com todas as minhas coisas.
 Se você preferir adotar uma menina, provavelmente ela não gostará das mesmas coisas que os meninos e você terá que lhe comprar bonecas e coisas de meninas.
 Não fique triste quando pensar em mim. Estou num lugar grandioso. Meus avós me vieram receber quando cheguei. Mostraram-me um pouco daqui, mas, com certeza, vou levar muito tempo para ver tudo.
 Eles me pediram para responder a uma pergunta sua: Onde estava Deus quando eu precisei dEle.  Estava aí mesmo, onde sempre está, com todos os Seus filhos.
 Ah! Quase esquecia de dizer. Não sinto mais nenhum desconforto. Estou feliz porque eu já não conseguia suportar tanta dor.
 Foi por isso que Deus enviou o anjo da misericórdia para me libertar.
 Assinado: Com amor, do seu Jimmy.

* * *
 Quando Sally despertou, pareceu sentir, no quarto, a presença do filho amado.
 A madrugada avançava...
* * *
 Nunca pensemos na morte como o fim de tudo. Não pensemos que os amados que partem serão tragados pela noite da amargura.
 Eles apenas seguem antes. Deixemo-nos abraçar por eles e lhes enviemos nossas vibrações de carinho, para que o grande afeto que nos une seja alimentado todos os dias, enquanto a fronteira do mais além ainda coloca linhas divisórias para o encontro final.


Redação do Momento Espírita, com base no texto Isto chega ao coração, de autoria ignorada.

A Alma é inquieta

A ALMA É INQUIETA
Para uma vida plena e feliz, é preciso muito mais que dinheiro, mais do que cargos e posições sociais, conhecimento ou títulos.
Tudo isso é muito bom, mas não preenche a alma que é inquieta.
A alma anseia por amor, por amizade, por espiritualidade, ainda que dentro dos conceitos mais frios da materialidade.
A alma pulsa, tem vida, respira…
Para uma amizade que atravessa os tempos,  é preciso muito mais que afinidades,  é preciso um sentimento de familiaridade, que ultrapassa o amor de irmãos, supera a intimidade dos casais, sem ser invasivo, em ser intrometido.
Amizade eterna é coisa de “se contar nos dedos”, se revela com paciência, e mesmo na maior distância, permanece igual, como se fosse na infância.
Então, diante da eternidade que desejas, faça no amor, admirar e ser admirado, seja na amizade, cúmplice e cumplicidade, e pelos caminhos da vida, seja o mundo que você quer tanto ver.
Preencha a alma, com o melhor que há em você.

Paulo Roberto Gaefke

Tenha Bons Pensamentos

TENHA BONS PENSAMENTOS

Para dormir bem, pense no bem.
Idéias de medo, indecisão, ódio, ganância são negativas.
Sobrecarregam o sistema nervoso. Atrapalham o sono.

Pensamentos de confiança na Vida e em si
mesmo, de bondade, tolerância, humildade
aliviam o sistema nervoso.
Trazem bom sono.

Portanto, antes de dormir, acalme-se.
Tenha bons pensamentos.
Mentalize coisas belas.
Faça bons propósitos para o dia seguinte.
Agradeça o que passou.
Não pense em problemas.
Sinta-se leve e alegre.

Durante um bom sono aparecem soluções
para os mais difíceis problemas.


Lourival Lopes - Extraído de "Gotas de esperança"

Ilusões do Orgulho

ILUSÕES DO ORGULHO
                       Uma insensatez da humanidade consiste em vermos o mal de outrem, antes de vermos o mal que está em nós. Para julgar-se a si mesmo, fora preciso que o homem pudesse ver seu interior num espelho, pudesse, de certo modo, transportar-se para fora de si próprio, considerar-se como outra pessoa e perguntar: "Que pensaria eu, se visse alguém fazer o que faço?".     Sem dúvida, é o orgulho que induz o homem a dissimular para si mesmo os seus defeitos, tanto morais, quanto físicos.
            O orgulho é o sentimento de superioridade pessoal perante os outros. O problema não é o sentimento do orgulho, mas o descontrole de seus efeitos.
             Mera ilusão darmos a nós mesmos o valor que não possuímos! A simples consciência de nossa igualdade perante a vida já é por si só um forte motivo para não nos considerarmos melhores do que ninguém, apesar dos títulos, nomes, etc.
            Um velho descuido da convivência humana é buscar corrigir as pessoas para que se encaixem em nossos modelos de expectativas e transformar as diferenças do outro em defeitos. É um belo traço de nossa imperfeição e que deixa claro que estamos muito mais ocupados em cultivar severidade para com a melhora dos outros e desatentos da mais importante e única tarefa na qual verdadeiramente temos irrestrita capacidade de realizar: a nossa melhora pessoal.
             A necessidade de diminuir o valor dos esforços alheios é um vício de proporções extraordinárias, porque dando exagerada importância às comparações, o orgulhoso passar a ser "fiscal" dos atos alheios, procurando motivos para realçar-se.
             Mas manter aparências é doloroso. O melhor é conscientizar-se da necessidade da melhora individual e buscar isso como meta pessoal, continuamente. Para isso há dois caminhos:
             a) Atenção plena a si mesmo que é o hábito de vigiar-se, observar-se continuamente;
             b) Interiorização que significa o ato de enfrentar-se a si próprio depois da prática do item anterior, ou seja, já resultado da própria observação.
            Todos merecem ser felizes. Para que sofrer com a vigilância da conduta alheia quando temos é mesmo que vigiar a nós mesmos? Superemos as ilusões do orgulho, defeito moral causador de tantas tolas disputas e comparações desnecessárias. Aprendamos a conviver com as diferenças, compreendendo que todo mundo tem o direito de agir e pensar como queira e entende ser o melhor para a própria vida.

Orson Peter Carrara

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Compromisso com a Fé

Qualquer compromisso que se assume impõe deveres que devem ser atendidos, a fim de conseguir-se a desincumbência feliz.
Se te comprometes com a área da cultura sob qualquer aspecto, enfrentas programas e horários, disciplina e atenção, para alcançares a meta pretendida.
Se buscas trabalho e desenvolvimento econômico, arrostas obrigações sucessivas, obediência, ação constante, e através dessa conduta chegarás aos objetivos que anelas.
Se te comprometes com a edificação da família, muitos imperativos se te fazem indispensáveis atender, de forma que o lar se transforme em realidade feliz.
Se aceitas o compromisso social, tens que te submeter a inúmeras condições inadiáveis, para atingires os efeitos ditosos.
Compromisso é vínculo de responsabilidade entre o indivíduo e o objetivo buscado.
Ninguém se pode evadir, sem tombar na irresponsabilidade.
Medem-se a maturidade e a responsabilidade moral do ser através da maneira como ele se desincumbe dos compromissos que assume.
O profissional liberal que enfrenta dificuldades, para o desempenho dos compromissos, luta e afadiga-se para bem os atender, mantendo-se consciente e tranqüilo.
O operário que aceita o compromisso do trabalho, sejam quais forem as circunstâncias e os desafios, permanece na atividade abraçada até sua conclusão.
Compromisso é luta; é desempenho de dever.
O prazer sempre decorre da honorabilidade com que cada qual se desincumbe da ação.
*
Em relação à fé religiosa, a questão é semelhante.
Quem se apresenta no campo espiritual buscando a iluminação, não tem condição de impor requisitos, mas, aceitá-los conforme são e devem ser seguidos.
Não se trata de um mercado de valores comezinhos, que devem ser leiloados e postos para a disputa dos interesses subalternos.
O compromisso com a fé religiosa é de alta relevância, pois se trata de ensejar a libertação do indivíduo, dos vícios e delitos a que se condicionou, e que o atormentam.
São graves os quesitos da fé religiosa.
Mesmo em se tratando de preservar a liberdade do candidato à fé, ela não modifica os programas que devem ser considerados e aplicados na transformação moral íntima.
Estabelecida a dieta moral, o necessitado de diretriz esforça-se para aplicar, incorporar as lições hauridas no seu cotidiano. Nenhuma modernidade altera as leis da vida, que são imutáveis.
Desse modo, o compromisso com a fé não permite ao indivíduo adaptar a linha direcional da doutrina que busca aos seus hábitos perniciosos e às suas debilidades morais.
*
O Espiritismo apoia-se moralmente nas lições de Jesus, sendo a sua, a mesma moral vivida e ensinada pelo Mestre.
Adaptar essa moral às licenças atuais, aos escapismos éticos em moda, às concessões sentimentais de cada um, constitui grave desconsideração ao excelente conteúdo que viceja no pensamento espírita.
Indispensável que o compromisso com a fé espírita mantenha-se inalterado, sem a incorporação dos modismos perniciosos e perturbadores do momento, assim ensejando a transformação moral para melhor de todos quantos o aceitem em caráter de elevação.
Somente assim, todo aquele que abrace a fé, que luz na Doutrina Espírita, terá condições para vencer estes difíceis dias em paz de consciência, mesmo que sob chuvas de incompreensões e desafios constantes do mal, dos vícios e dos perturbadores.
FRANCO, Divaldo Pereira. Momentos Enriquecedores. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL.

* * * Estude Kardec * * *

O Caminho

Diante do turbilhão de problemas e conflitos, aturdido e receoso, a um passo do desequilíbrio, indagas, sem diretriz: - Onde a via a seguir? Qual a conduta a adotar?
Certamente, todo empreendimento deve ser precedido de planificação, de roteiro, de programa. Sem esses fatores, o comportamento faz-se anárquico, e o trabalho se dirige à desordem.
A experiência carnal é uma viagem que o espírito empreende com os objetivos definidos pela Divindade, que a todos reserva a perfeição.
Como alcançá-la, e em quanto tempo, depende de cada viajor.
*
Multiplicam-se os caminhos que terminarão por levar à meta.
Alguns conduzem a despenhadeiros, a desertos, a pantanais, a regiões perigosas.
Outros se desdobram convidativos e repletos de distrações, prazeres, comodidades, engodos, passadismos.
Poucos se caracterizam pelo esforço que deve ser envidado para conquistá-los, vencendo, etapa a etapa, as dificuldades e impedimentos.
Uns levam à ruína demorada, que envilece e infelicita.
Vários dão acesso à glória transitória, ao poder arbitrário, às regalias que o túmulo interrompe.
Jesus, porém, foi peremptório ao asseverar:
-Eu sou o caminho - informando ser a única opção para chegar-se a Deus.
*
Se te encontras a ponto de desistir na luta, intenta-o outra vez e busca Jesus.
Se te abateste e não tens ninguém ao lado para oferecer-te a mão, recorre a Jesus.
Se te sentes abandonado e vencido, após mil tentames malsucedidos no mundo, apela a Jesus.
Se te deparas perdido e sem rumo, apega-te a Jesus.
Se te defrontas com impedimentos que te parecem intransponíveis, procura Jesus.
Se nada mais esperas na jornada, recomeça com Jesus.
*
Se avanças com êxito, não te esqueças de Jesus.
Se estás cercado de carinho e amor, impregna-te de Jesus.
Se a jornada se te faz amena, agradece a Jesus.
Se encontras conforto e alegria no crescimento íntimo, não te separes de Jesus
Se acreditas na vitória, que antevês, apóia-te em Jesus.
Se te sentes inundado de paz e fé, Jesus está contigo.
*
Em qualquer trecho do caminho da tua evolução, Jesus deve ser o teu apoio, a tua direção, a tua meta, tendo em mente que através dEle e com Ele te plenificarás, alcançando Deus.
O mais, são ilusões e engodos. Não te equivoques, nem enganes a ninguém.
FRANCO, Divaldo Pereira. Momentos Enriquecedores. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL.

* * * Estude Kardec * * *

Carta do Perdão

Alma boa, onde estiveres,
Tranqüiliza quem te escuta,
Seja na dor ou na luta
Da prova que envolva alguém...
Construindo entendimento,
Eis que a vida te deseja
A palavra benfazeja
Na garantia do bem.

Recorda: às vezes, o incêndio
Que se amplia, cresce e arrasa
É uma faísca de casa,
Mantida em desatenção;
Vemos também grandes males,
Surgindo de bagatela
Que a sombra desenovela
Num pingo de irritação.

Fita os Céus... De estrela a estrela,
O Universo brilha e avança
Com garbos de segurança
Que não se sabe explicar;
É Deus que nos lembra à vida,
Desde os Paramos Supremos,
O dever que todos temos
De servir e edificar.

Onde estiveres, atende
Ao nosso claro programa:
Desculpa, trabalha e ama
Em qualquer senda a transpor;
Onde a discórdia apareça,
Aí é que Deus te eleva
Por luz que dissipe a treva
Na benção do Eterno Amor.

pelo Espírito Maria Dolores, Do Livro: Maria Dolores, Médium: Francisco Cândido Xavier.

Exortação

Resultado de imagem para exortação
Trabalho – nossa coroa,
Consciência – nosso altar,
Na Terra que voa, voa,
Sem pousar.

O presente – panorama
Do Grande e Excelso Porvir;
Segue a Jesus, ama, ama,
Sem pedir.

Eis o Evangelho – cartilha
Do nosso curso escolar.
Farol de amor, brilha, brilha,
Sem cessar.

Abismo, lameiro e aclive
São convites ao dever.
Quem não luta vive, vive,
Sem viver...

Alma – luz que nunca morre.
Ninguém se pode matar.
Vida é fonte : corre, corre,
Sem parar.

Quando o coração é cofre
De esperança e bem-querer,
O espírito sofre, sofre,
Sem sofrer...

O cristão marcha em demanda
Da glória do Eterno Lar.
Serve, ajuda, anda, anda,
Sem cansar.

Ao Mestre da Vida aprouve
Rogar-nos a discernir,
O ouvido que ouve, ouve,
Sem ouvir...

Desterra a intenção escusa
Com os bens da vida vulgar,
Doa a todos, usa, usa,
Sem guardar.

Deus por Divina Tutela
É sol no próprio nadir.
Caminheiro, vela, vela,
Sem dormir!...
pelo Espírito João de Deus Ramos - Do livro: Antologia dos Imortais, Médium: Francisco Cândido Xavier - Espíritos Diversos.