segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Raul Teixeira

Com grande alegria nosso querido Raul Teixeira volta a psicografar mensagens, agora com a mão esquerda, graças aos exercícios intensos para sua recuperação após AVC.
Esta é a primeira mensagem. Um grande marco! 
  EU GOSTARIA

Jesus,
gostaria que Tu olhasses
para minha alma,
para minha pobreza espiritual,
para minha vida na Terra.

Gostaria que Tua misericórdia
me abraçasse,
que ouvisses o meu cantar que roga,
em silêncio, Tua caridade.

Gostaria que Tua sabedoria
me levasse aonde o Pai do Céu quiser,
para o meu coração aprender
a louvar-Te como Guia e Modelo da Humanidade.

Jesus,
gostaria que o Natal abrisse
as comportas do Céu, para que todos
experimentem os favônios do Teu Reino.

Mestre,
que o Natal possa fazer a revolução do espírito,
que gera esforço, boa vontade, tolerância,
bom senso, confiança no trabalho,
bondade, riqueza no tempo e felicidade;
essa revolução que nós necessitamos,
para que a paz reine no mundo,
principalmente no mundo da alma.


Guilherme March
Psicografia do médium Raul Teixeira, em 27.10.2013, em Niterói,RJ.

domingo, 29 de dezembro de 2013

Casa Espiritual

"Vós, também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual." - Pedro. (I PEDRO, 2:5.)
Cada homem é uma casa espiritual que deve estar, por deliberação e esforço do morador, em contínua modificação para melhor.
Valendo-nos do símbolo, recordamos que existem casas ao abandono, caminhando para a ruína, e outras que se revelam sufocadas pela hera entrelaçada ou transformadas em redutos de seres traiçoeiros e venenosos da sombra; aparecem, de quando em quando, edificações relaxadas, cujos inquilinos jamais se animam a remover o lixo desprezível e observam-se as moradias fantasiosas, que ostentam fachada soberba com indisfarçável desorganização interior, tanto quanto as que se encontram penhoradas por hipotecas de grande vulto, sendo justo acrescentar que são raras as residências completamente livres, em constante renovação para melhor.
O aprendiz do Evangelho precisa, pois, refletir nas palavras de Simão Pedro, porque a lição de Jesus não deve ser tomada apenas como carícia embaladora e, sim, por material de construção e reconstrução da reforma integral da casa íntima.
Muita vez, é imprescindível que os alicerces de nosso santuário interior sejam abalados e renovados.
Cristo não é somente uma figuração filosófica ou religiosa nos altiplanos do pensamento universal. É também o restaurador da casa espiritual dos homens.
O cristão sem reforma interna dispõe apenas das plantas do serviço. O discípulo sincero, porém, é o trabalhador devotado que atinge a luz do Senhor, não em benefício de Jesus, mas, sobretudo, em favor de si mesmo.
XAVIER, Francisco Cândido. Vinha de Luz. Pelo Espírito Emmanuel. 14.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1996. Capítulo 133.

* * * Estude Kardec * * *

sábado, 28 de dezembro de 2013

Ano Novo

Serão novos os anos que passam, os séculos e os milênios que se sucedem na ampulheta do tempo?
Não são. O tempo, qual o concebemos, não passa de uma ilusão. Não há tempos novos, nem tempos velhos. O tempo é sempre o mesmo, porque o tempo é a eternidade. Todas as mudanças que constatamos em nós e em torno de nós, são produto da transformação da matéria. Esta, realmente, passa por constantes modificações. A mutabilidade é inerente à matéria e não ao tempo.
A matéria é volúvel como as ondas e instável como as nuvens que se movimentam no espaço assumindo variadas conformações que se sucedem numa instabilidade constante.
O nosso envelhecimento não é obra do tempo como costumamos dizer. É a matéria que se vai transformando desde que entramos no cenário terreno. Nascemos, crescemos, atingimos as cumeadas do desenvolvimento compatível com a natureza do nosso corpo. Após esse ciclo, as mudanças tornam-se menos rápidas. Há como que ligeiro repouso. Depois, segue-se a involução, isto é, o curso descendente que nos leva à velhice, à decrepitude e à morte, quando esta não intervém acidentalmente, pelas moléstias, cortando o fio da existência em qualquer de suas fases.
Todos esses acontecimentos nada têm que ver com o tempo. Trata-se de manifestações da evolução da matéria organizada, vitalizada e acionada pela influência do Espírito.
O Espírito é tudo. Por ele, e para ele, é que as moléculas se agrupam, se associam, tomando forma, neste ou naquele meio, na Terra ou em outras infinitas moradas da casa do Pai, que é o Universo.
Na eternidade e na imensidade incomensurável do espaço, o Espírito se agita procurando realizar o senso da Vida, que é a evolução. Para consumá-la percorre as incontáveis terras do céu. Veste e despe centenares de indumentos, assumindo milhares de formas e aspectos.
A matéria é seu instrumento, é o meio através do qual ele consegue a sua ascensão ininterrupta.
Nada significam, portanto, os anos que passam e os anos que despontam nos calendários humanos. O importante na vida do Espírito são as arrancadas para a frente, são as etapas vencidas, o saber adquirido através da experiência, e as virtudes conquistadas pela dor e pelo amor. O que denominamos – passado – é apenas a lembrança de condições inferiores por onde já transitamos. De outra sorte – o futuro não é mais que a esperança que nutrimos de alcançar um estado melhor. O presente eterno eis a realidade.
Enceramos assim o tempo e, particularmente, o ano novo que ora se inicia. Façamos o propósito de alcançar no seu transcurso a maior soma possível de aperfeiçoamento.
É o que, de coração, desejamos aos nossos leitores.
Autor (a): Pedro de Camargo – Pseudônimo de Vinícius

Livro: Na Seara do Mestre – Editora: FEB (Federação Espírita Brasileira) – Páginas: 11 até 13 – 5ª Edição de 1985 – Rio de Janeiro/1951.
http://artigosespiritas.wordpress.com/2013/12/26/ano-novo/

Um Herói diferente

Foi num dezembro frio e de muita neve. Aliás, neve perfeita para andar de trenó. Por isso, mãe e filha se dirigiram morro acima.

O morro estava cheio de gente. A Sra. Silvermann e a filha, de onze anos, acharam um espaço, perto de um homem alto e magro e de seu filho de três anos. O garoto já estava deitado de barriga para baixo, esperando para ser empurrado.

Vamos lá, papai! Vamos lá!

O homem deu um forte empurrão no trenó e lá se foi o menino. Mas não foi apenas o garoto que voou – o pai saiu correndo atrás dele a toda velocidade.

Ele deve estar com medo que seu filho se choque contra alguém. – Pensou a jornalista.

E ela mesma com a filha desceu o morro, em grande velocidade, a neve solta voando nos seus rostos.

O retorno até o alto do morro era uma longa caminhada. Enquanto ambas subiam com vagar, puxando o trenó, a Sra. Silvermann observou que o homem magro estava empurrando seu filho, que ainda se encontrava no trenó, de volta ao topo.

Isso é que é um paizão. – Falou a menina. Será que você, mamãe, faria o mesmo por mim?

Nem pensar, foi a resposta. Continue andando.

Quando elas chegaram no topo do morro, o garotinho estava pronto para brincar novamente e gritava feliz:

Vai, vai, vai, papai!

Outra vez o pai reuniu todas as suas energias para dar um grande empurrão no trenó, correu atrás dele morro abaixo e então puxou o trenó e o menino de volta para cima.

Assim foi por mais de uma hora. A Sra. Silvermann estava intrigada. Não era possível que aquele homem achasse que seu filho fosse bater em alguém. Mesmo sendo pequeno, ao menos na subida, ele poderia puxar o trenó uma vez.

Mas o homem parecia não se cansar. Ria, jovial e continuava no seu afazer. Ela então lhe disse:

Você tem uma tremenda energia, hein!?

O homem olhou para ela e sorriu, apontando para o filho.

Ele tem paralisia cerebral, disse de forma natural. Ele não pode andar.

A jornalista entendeu, naquele momento, porque somente então se deu conta de que não havia visto o menino descer do trenó durante todo o tempo que estiveram no morro.

Entretanto, tudo parecia tão alegre, tão normal, que a ela não ocorrera, por um minuto sequer, que o menino poderia ser deficiente.

Ainda que não soubesse o nome do homem, ela contou a história em sua coluna no jornal na semana seguinte.

Pouco tempo depois, ela recebeu uma carta que dizia assim:

Cara Sra. Silvermann, a energia que gastei no morro naquele dia não é nada comparada ao que o meu filho faz todos os dias. Para mim, ele é um verdadeiro herói e algum dia espero ser metade do homem que ele já se tornou.
* * * 
Superar as próprias limitações é um grande desafio. Todos os dias, muitas pessoas lutam para moverem pernas imobilizadas, submetendo-se a exaustivas sessões de fisioterapia.

Todos os dias, criaturas portadoras de variadas deficiências se tornam heróis e heroínas anônimas, superando seus limites e vivendo tanto ou mais intensamente do que muitos que apresentam a normalidade física e mental.

São tais seres que nos lecionam, com seu exemplo, que a vida vale sempre a pena ser vivida, não importando em que condições, pois o que conta mesmo é o desafio, a conquista, a vitória. 

Redação do Momento Espírita, com base no cap. Andando de
trenó, do livro Histórias para aquecer o coração, v. 1, de Jack Canfield,
Mark Victor Hansen e Heather Mcnamara, ed. Sextante.
Em 17.12.2013

Com Integridade e Consciência

Solicitaste uma fé que preenchesse de tranquilidade o vazio da alma, e o Espiritismo ofereceu a tua mente indagadora respostas justas para os afligentes problemas, ensejando-te uma fé em bases racionais.
Desejaste um campo de trabalho onde pudesses aplicar as possibilidades do amor em legítimas atitudes de abnegação desinteressada, e a Doutrina Espírita colocou ao teu dispor a gleba da humanidade sofredora.
Pediste saúde para o corpo e equilíbrio para a mente visitada por distúrbios frequentes, e a Mensagem Espiritista cedeu ao teu espírito os tesouros do estudo e as terapias do passe e da água fluída, através dos quais conseguiste ordenar a casa mental e recompor o metabolismo orgânico.
Requereste a bênção de companheiros leais ao teu lado, entre os quais o devotamento e o esforço digno te ensejassem a reforma íntima, nos teus planos de espiritualização pessoal, e a Palavra Espírita apresentou-te amigos, na feição de irmãos, que também buscavam libertação.
Pensaste em adquirir conhecimentos que te capacitassem com os instrumentos hábeis para o triunfo espiritual, e a Codificação Kardequiana, de fácil manuseio, franqueou-te os valiosos depósitos da sabedoria universal, num curso ao alcance de todas as mentes.
Prometeste construir um império de fraternidade real se conseguisses meios de executar o programa que traçaste, e a Revelação dos Espíritos, em decifrando os painéis da Imortalidade, falou-te do tempo de que disporias pelas rotas do Infinito, se começasses a laborar desde então...
No entanto, ainda te encontras no pórtico da tarefa espírita a realizar, solicitando e meditando e meditando, mantendo atitudes de inquietação e dúvida.
Faze o balanço sensato das tuas atividades com integridade e consciência.
Dizes, agora, que a fé de que dispões não é bastante poderosa para harmonizar-te interiormente...
Afirmas que o campo de trabalho está muito inçado de incertezas e suspeitas...
Explicas que a saúde é uma concessão transitória que não se fixa...
Informas que os companheiros da seara espírita não diferem muito dos outros homens..
Apregoas que as preocupações não te favorecem com a dádiva preciosas da serenidade para o estudo...
Esclareces que a atualidade não comporta construções de amor, por campearem livremente a criminalidade e o egoísmo exagerado...
E na contabilidade dos teus feitos o débito atinge expressões alarmantes.
Creditaste somente lamentações, queixas, azedumes, revoltas, decepções, exigências...
Esperavas, não um roteiro de santificação com o esforço pessoal exaustivo para o justo resgate dos compromissos negativos do passado.
Pretendias uma lição de progresso sem esforço, uma concessão gratuita da Divindade, que te situasse acima da craveira comum dos que lutam e sofrem, choram e servem redimindo-se a si mesmos.
E por isso te supões deserdado dos celestes favores, esquecido pelo carinho dos espíritos Excelsos.
Sonhas com o céu enquanto desconsideras a Terra, acreditando-a abjeta.
Pretende evolução e te recusas à elevação.
Procuras repouso sem o pagamento da moeda do trabalho.
O rio das horas, porém, corre, levando em suas vibrações-tempo as oportunidades perdidas.
Narra uma velha história que, num eremitério humílimo, residia santo homem asceta que vivia com frugal e pobre alimentação de maçã e tragos d'água de córrego vizinho. Exaltava-se e queixava-se, porém, em suas preces, dizendo: "Sofro por Ti e indago: haverá alguém mais pobre do que eu?" Um pouco mais abaixo, no mesmo sítio, junto ao curso d'água vivia outro monge, que se alimentava exclusivamente das cascas de maçãs que boiavam no riacho modesto...
Antes de lamuriar-te olha para baixo, contempla os que estão na retaguarda.
Não exijas nada nem reclames nada.
Espanca trevas e retira a fuligem que empana as tuas lentes espirituais.
Medita serenamente no impositivo da hora, estuda com atenção e acendrado interesse o espiritismo que te honra a existência, e sai a campo, aproveitando o tempo, alimentando-te da esperança e bebendo a água lustral da fé viva, relegando ao amanhã as insânias que ainda agora te atormentam. E o que não conseguires realizar, contigo, Jesus, o Incomparável Amigo, fará oportunamente.
FRANCO, Divaldo Pereira. Dimensões da Verdade. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL.

* * * Estude Kardec * * *

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Vocação

A vocação é a soma dos reflexos da experiência que trazemos de outras vidas.

É natural que muitas vezes sejamos iniciantes, nesse ou naquele setor de serviço, diante da evolução das técnicas de trabalho que sempre nos reclamam novas modalidades de ação; todavia, comumente, retomamos no berço a senda que já perlustramos, seja para a continuação de uma obra determinada, seja para corrigir nossos próprios caminhos.

De qualquer modo, o titulo profissional, em todas as ocasiões, é carta de crédito para a criação de reflexos que nos enobreçam.

O administrador, o juiz, o professor, o médico, o artista, o marinheiro, o operário e o lavrador estão perfeitamente figurados naquela parábola dos talentos de que se valeu o Divino Mestre para convidar-nos ao exame das responsabilidades próprias perante os empréstimos da Bondade Infinita.

Cada espírito recebe, no plano em que se encontra, certa quota de recursos para honrar a Obra Divina e engrandecê-la.

Acontece, porém, que, na maioria das circunstâncias, nos apropriamos indebitamente das concessões do Senhor, usando-as no jogo infeliz de nossas paixões desgovernadas, no aloucado propósito de nos antepormos ao próprio Deus.

Daí a colheita dos reflexos amargos de nossa conduta, quando se nos desgasta o corpo terrestre, com o doloroso constrangimento do regresso às dificuldades do recomeço, em que o instituto da reencarnação funciona com valores exatos.

E como cada região profissional abrange variadas linhas de atividade, o juiz que criou reflexos de crueldade, perseguindo inocentes, costuma voltar ao mesmo tribunal, onde exercera as suas luzidas funções, com as lágrimas de réu condenado injustamente, para sofrer no próprio espírito e na própria carne as flagelações que impôs, noutro tempo, a vítimas indefesas. O médico que abusou das possibilidades que lhe foram entregues, retorna ao hospital que espezinhou, como apagado enfermeiro, defrontado por ásperos sacrifícios, a fim de ganhar o pão. O grande agricultor que dilapidou as energias dos cooperadores humildes que o Céu lhe concedeu, para os serviços do campo, vem, de novo, à gleba que explorou com vileza de sentimento, na condição de pobre lidador, padecendo o sistema de luta em que prendeu moralmente as esperanças dos outros. Artistas eméritos, que transformaram a inteligência em trilho de acesso a desregramentos inconfessáveis, reaparecem como anônimos companheiros do pincel ou da ribalta, debaixo de inibições por muito tempo insolúveis, à feição de habilidosos trabalhadores de última classe. Mulheres dignificadas por nomes distintos, confiadas ao vicio e à dissipação, com esquecimento dos mais altos deveres que lhes marcam a rota, freqüentemente voltam aos lares que deslustraram, na categoria de ínfimas servidoras, aprendendo duramente a reconquistar os títulos veneráveis de esposa e mãe...

E, comumente, de retorno suportam preterição e hostilidade, embaraços e desgostos, por onde passem, experimentando sublimes aspirações e frustrações amargosas, porquanto é da Lei venhamos a colher os reflexos de nossas próprias ações, implantados no ânimo alheio, retificando em nós mesmos o manancial da emoção e da idéia, para que nos ajustemos à corrente do bem, que parte de Deus e percorre todo o Universo para voltar a Deus.

pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Pensamento e Vida, Médium: Francisco Cândido Xavier.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Invasão da Mediunidade

            Mediunidade ou percepção extrassensorial são nomes diferentes para a mesma situação: a capacidade de perceber o mundo dos espíritos. Ela está presente na casa de ricos, pobres, cultos, incultos, como que a alertar para uma realidade que teimamos em ignorar. Como lidar com esta situação?
            Muitos são os casos de pessoas com sintomas estranhos, sensações esquisitas que lhes causam mal-estar físico e psíquico. Procuram nos gabinetes médicos a solução para seus males, sem conseguirem, na grande maioria dos casos, atinar com as causas deles. Geralmente, depois de grande peregrinação, essas pessoas acabam por pedir ajuda em uma associação espirita, adentrando neste local muitas vezes contra a vontade, forçada pelas circunstancias.
            Após orientação doutrinaria, estudo, aprendizado, apoio espiritual e muita paciência, a pessoa aprende a lidar com essa nova situação, para a qual não estava preparada. Muitas buscam a solução de seus males em charlatães, que, à custa de muito dinheiro, prometem a cura de tudo e mais alguma coisa. Desenganem-se os incautos, pois a mediunidade ou percepção extrassensorial não tem cura, já que não é nenhuma doença!
            Recordamos uma entrevista que o prof. Dr. Mario Simões, medico, psiquiatra e professor universitário, concedeu à revista Notícias Magazine em março de 1998, onde afirmava que as associações espiritas desempenhavam grande serviço junto à comunidade, pois conseguiam lidar com situações para as quais o meio cientifico não estava preparado. Foi um reconhecimento corajoso o deste medico, que, não sendo espirita, decerto se depara todos os dias com clientes que possuem sintomas desse gênero.
NECESSIDADE DO CONHECIMENTO
            A mediunidade é, pois, uma faculdade humana, uma espécie de sexto sentido que todos nós possuímos. Alguns a têm em estado latente, adormecida, enquanto outros têm essa faculdade bem desabrochada (os chamados médiuns) ou em outra fase inicial, na qual desponta. Como é logico, o homem que se encontra imerso nos problemas do cotidiano e não cogita sua condição espiritual, não sabe lidar com esta situação nova, refletindo isso em seu bem-estar psicofísico. Portanto, há a necessidade do aprendizado para que, aos poucos, essa faculdade nova deixe de ser um elemento perturbador e passe a ser mais um sentido que a pessoa possui, muito útil à sua evolução espiritual e para o auxílio ao próximo.
            Sendo uma faculdade normal, a mediunidade tem despontado em todos os lares, de ricos e pobres, de pessoas cultas e com menos cultura, como um alerta que o mundo espiritual manda para todos nós constantemente, a fim de que abramos nossa mente para outro estilo de vida mais compatível com nossa condição de seres eternos. Com a mediunidade, o plano espiritual lembra a humanidade que a vida continua após a morte do corpo físico, chamando a atenção dos homens para varias leis que regem o intercambio entre o mundo corporal e o espiritual, além da necessidade de sua renovação interior para buscar a felicidade de sua renovação interior para buscar a felicidade própria e alheia.
            Vários casos curiosos têm acontecido tanto em nossa associação, nas Caldas da Rainha, como em outras aqui em Portugal e nesse mundo afora. Pessoas aparentemente desequilibradas por algo que não dominam e facilmente catalogadas como “doentes dos nervos” tornam-se pessoas “normais” após aprenderem a lidar com essa nova situação em sua vida. Portanto, temos o Espiritismo como precioso auxiliar da medicina na compreensão do homem integral, bem como no entendimento de todas as intercorrências relacionadas com sua saúde mental e física.
            Tempos atrás, uma senhora entrou de urgência no hospital de nossa cidade. Alertados por uma militar de que essa pessoa iria ser transferida para Coimbra com informação de patologia psiquiátrica e sabendo que ela não possuía nenhum desses problemas, pois estava  apenas passando por um desequilíbrio decorrente de situações conflituosas em sua vida, fomos em direção ao hospital. Felizmente estava em serviço uma medica conhecida nossa que era sensível a estas situações porque já tivera ocorrências na família, nas quais seres falecidos se comunicavam com sua avó, que era médium sem saber. Pedimos a esta medica se poderíamos ficar breves momentos com a “doente” em um corredor contiguo à urgência e, passando pouco tempo, ela estava boa, perante o espanto dos clínicos restantes. Teve alta e regressou a casa.
ESTUDO DA MEDIUNIDADE
            Posteriormente, ao falarmos com uma medica estagiaria e contarmos esta situação, ela disse que, de fato, acontecem coisas muito esquisitas nas urgências e que seria bom ter alguém das associações espíritas presente para auxiliar. Diante disso, sorrimos perante a inevitabilidade que bate à porta dos médicos hoje: a necessidade de estudarem a mediunidade para entenderem melhor seus doentes. Felizmente, já existem vários médicos em Portugal que conhecem a mediunidade, que sabem da possibilidade do contato com o mundo espiritual e que orientam as pessoas portadoras dessa perturbação passageira a procurarem associações espíritas idôneas, nas quais não existe comercio nem aceitação de pagamentos.
            Como curiosidade e a corroborar o que aqui afirmamos, a Fundação Bial tem financiado varias bolsas de estudo para pesquisa cientifica na área da paranormalidade. Ressaltamos o caso de uma medica psiquiatra de Lisboa que ganhou uma bolsa de investigação cientifica na área da mediunidade, na qual vários médiuns serão analisados e investigados para se entender esta faculdade que, cada vez mais, entra nas casas de todos nós.
            Por fim, sugiro aos interessados a leitura de “O Livro dos Espíritos” e “O Livro dos Médiuns”, ambos de Allan Kardec, duas obras fantásticas e essenciais para um melhor entendimento da mediunidade, bem como a visita aos sites: www.terravista.pt/bilene/3095 e www.terravista.pt/nazare/1101
Revista – Caminho Espiritual – Editora Minuano

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Na Glória do Natal

            Senhor – rei divino projetado às sombras da manjedoura -, diante do teu berço de palha, recordo-me de todos os conquistadores que te antecederam na Terra.
            Em rápida digressão, vejo Sesóstris, em seu carro triunfal, pisando escravos e vencidos, em nome do Egito sábio, e Cambises, rei dos persas, ocupando o vale do Nilo, antes poderoso e dominador.
            Reparo as lutas sanguinolentas dos assírios, disputando a hegemonia do seu império dividido e infeliz.
            Nabopolassar e Nabucodonosor reaparecerem à minha frente, arrastando Nínive e atacando Jerusalém, cercados de súditos a se banquetearem sobre presas misérrimas para desaparecerem, depois, num sudário de cinza.
            Não observo, contudo, apenas o gentio, na pilhagem e na discórdia, expandindo a própria ambição; o povo escolhido, apesar dos desígnios celestes que lhes fulguram na lei, entrega-se, de quando em quando, à sementeira de miséria e ruína; revoluções e conflitos ceifam as doze tribos, e orgulho desvairado compele irmãos ao extermínio de irmãos.
            Revejo os medas, açoitados pelos cimérios e citas.
            Dario surge, ao meu olhar assombrado, envolvido nos esplendores de Perséfolis para mergulhar-se, em seguida, nos labirintos do túmulo.
            Esparta e Atenas, entre códigos e espadas, se estraçalham mutuamente, no impulso de predomínios; numerosos tiranos, dentro de seus muros, manobram o cetro da governança, fomentando a humilhação e o luto.
            Alexandre, à maneira de privilegiado, passa esmagando cidades e multidões, deixando um cortejo de lágrimas atrás  da fanfarra guerreira que lhe abre caminho à morte, em plena mocidade.
            E os romanos, Senhor? Desde as alucinações dos descendentes de Príamo ao ultimo dos imperadores, deposto por Odoacro, jamais esconderam a vocação do poder, arrojando povos livres ao despenhadeiro da destruição...
            Todos os  conquistadores vieram e dominaram, surgindo na condição de pirilampos barulhentos, confundidos, à pressa, num turbilhão de desencanto e poeira, mas Tu, Soberano Senhor, te contentaste com o berço da estrebaria!
            Ministros e sábios não te contemplaram, na hora primeira, mas humildes pastores ajoelharam, sorridentes, diante de Ti, buscando a luz de teus olhos angelicais...
            Hinos de guerra não se fizeram ouvir à tua chegada libertadora; todavia, em sinal de reconhecimento, cânticos abençoados de louvor subiram ao Céu, dos corações singelos que te exaltavam a estrela gloriosa, a resplandecer nos constelados caminhos.
            Os outros, Senhor, conquistaram à custa de punhal e veneno, perseguição e força, usando exércitos e prisões, assassínio e tortura, traição e vingança, aviltamento e escravidão, títulos fantasiosos e arcas de ouro...
            Tu, entretanto, perdoando e amando, levantando e curando, modificaste a obra de todos os déspotas e legisladores que procediam do Egito e da Assíria, da Judéia e da Fenícia, da Grécia e de Roma, renovando o mundo inteiro.
            Não mobilizaste soldados, mas ensinaste a um punhado de homens valorosos a luminosa ciência do sacrifício e do amor. Não argumentaste com os reis e com os filósofos; no entanto, conversaste fraternalmente com alguma s crianças e mulheres humildes, semeando a compreensão superior da vida no coração popular...
            E por fim, Mestre, longe de escolheres sum trono de púrpura a fim de administrares o Reino divino de que te fizeste embaixador e  ordenador, preferiste o sólio da cruz, de cujos braços duros e tristes ainda nos endereças compassivo olhar, convidando-nos à caridade e à harmonia, ao entendimento e ao perdão...
            Conquistador das almas e governador do mundo, agora que os teus tutelados afiam as armas para novos duelos sangrentos, neste século de esplendores e trevas, de renovação e morticínio, de esperanças e desilusões, ajuda-nos a dobrar a cerviz orgulhosa, diante do Teu berço de palha singela!...
            Mestre da Verdade e do Bem, da Humildade e do Amor, permite que o astro sublime de Teu Natal brilhe, ainda, na noite de nossas almas e estende-nos caridosas mãos para que nos livremos das velhas feridas, marchando ao Teu encontro na verdadeira senda de redenção.
Irmão X
Antologia Mediúnica do Natal – Chico Xavier / Espíritos Diversos

Feliz Natal com Jesus

Nós, Essência da Vida, desejamos à todos os amigos internautas um Feliz Natal com Cristo Jesus no coração e na vivência do dia-a-dia.
Jesus! O nosso Farol que incendeia nossos caminhos de Amor, nas jornadas evolutivas neste lindo planeta azul chamado Terra. Terra esta, que está se expandindo espiritualmente e,  que nós, como habitantes, devemos auxiliar em sua regeneração e ao mesmo tempo, regenerarmos a nós mesmos.
Este é o Caminho, a Verdade e a Vida em homenagem a Jesus.
Feliz Natal!

Carta de Natal

Meu amigo. Não te esqueças.
Pelo Natal do Senhor,
Abre as portas da bondade
Ao chamamento do amor.

Reparte os bens que puderes
Às luzes da devoção.
Veste os nus. Consola os t ristes,
Na festa do coração.

Mas não te esqueças de ti,
No banquete de Jesus:
Segue-lhe o exemplo divino
De paz, de verdade e luz.

Toma um novo compromisso
Na alegria do Natal,
Pois o esforço de si mesmo
É a senda de cada qual.

Sofres? Espera e confia.
Não te furtes de lembrar
Que somente a dor do mundo
Nos pode regenerar.

Foste traído? Perdoa.
Esquece o mal pelo bem.
Deus é a Suprema Justiça.
Não deves julgar ninguém.

Esperas bens neste mundo?
Acalma o teu coração.
Às vezes, ao fim da estrada,
Há fel e desilusão.

Não tiveste recompensa?
Guarda este ensino de cor:
Ter dons de fazer o bem
É a recompensa melhor.

Queres esmolas do Céu?
Não te fartes de saber
Que o Senhor guarda o quinhão
Que venhas a merecer.

Desesperaste? Recorda,
Nas sombras dos dias teus,
Que não puseste a esperança
Nas luzes do amor de Deus.

Natal!... Lembrança divina
Sobre o terreno escarcéu...
Conchega-te aos pobrezinhos
Que são eleitos do Céu.

- Mas, ouve, irmão! Vai mais longe
Na exaltação do Senhor:
Vê se já tens a humildade,
A seiva eterna do amor.
Casimiro Cunha

Antologia Mediúnica do Natal – Chico Xavier / Espíritos diversos

sábado, 21 de dezembro de 2013

Entre as Rotas do Mundo

Admira o trabalho do vento que desmancha a névoa a perambular no caminho...

Os raios caniculares do sol que alcatifam o horizonte, jorrando reverberações de ouro em chamas...

A leve poeira de pólen das flores que se eleva a dançar pelos ares fertilizando a campina em ondas de encantamento...

A brisa cantora, amansando as vagas espumosas e multicores no escachoar das catadupas, em sons dispersos...

O perfume que habita o seio da rosa ou que denuncia o fruto amadurecido...

As línguas de fogo que lambem o lixo informe, ao rufar das labaredas, em largo cortejo de esplendores...

A poalha de grânulos cintilantes da imensidade recheada de astros...

Em tudo isso, - criações que te não podem passar desapercebidas – há uma ideia básica que plasma, um pendor de bondade que provê, um toque de beleza que ameniza... Tudo isso fala em amor, amor de Deus, - o Princípio da Caridade em todos os idiomas...

Quanto recebes da vida sem dependeres um só ceitil!

Tais espetáculos a Natureza oferece pelo contentamento maternal de ver-te feliz em seus dons inefáveis.

É o bem pelo próprio bem que Deus nos endereça.

É o bem, que se faz por simples prazer.

O Sol, o vento ou a água nada reclama.

Ensinam-nos a amar sem nada pedir; a amar sempre sem exigir cousa alguma.

Segue assim a Celeste Orientação entre as rotas do mundo.

Atende a todas as escudelas de pedintes, por onde passes, mas não te satisfaças apenas, com isso; o irmão comum é nosso próprio familiar.

Deixa que a emoção te tanja as fibras da alma em mil tonalidades de carinho, diante da eloquência de um sorriso infantil, da aflição de uma lágrima da velhice, da impetuosidade ou da incerteza de um olhar da juventude...

O exemplo é o mais poderoso imã do espírito.

A necessidade marcha em rodízio de vida em vida, de destino em destino.

O dinheiro e as posses do corpo, ao fim da viagem terrestre, são sempre quais punhados de lama e pó que tentamos reter debalde e que nos escapam, inapelavelmente, por entre os próprios dedos.

Aconchega em teu coração, os arroubos de fazer o bem pelo prazer que o bem te proporciona com a única ideia preconcebida; a de criar alegria para as criaturas de Deus e dar aos que te rodeiam pelo menos leve parcela de amor do Amor Infinito que Deus nos dá. . .
pelo Espírito Maria Celeste, psicografia de Chico Xavier
livro Ideal Espírita

Vida Abundante

 
Dentre as afirmativas de Jesus, algumas há que, para entender, é preciso meditarmos em profundidade a seu respeito.
Uma delas é a seguinte: "eu vim para que tenhais vida, e vida abundante."
Será que Jesus trazia vida para quem já estava na vida e vivo?
Certamente que não.
Ele era portador de uma mensagem de vida espiritual para quem se encontrava num contexto de vida mortificada.
A vida espiritualizada, a que Jesus se referia, corresponde a toda atividade da alma que exprime fidelidade ao bem, à alegria, ao trabalho digno, à esperança.
Essa vida interior também se nutre da convivência fraterna na sociedade, do cultivo das virtudes, da eliminação de tudo o que represente viciação, corrupção, morbidez.
Em contrapartida, a morte será indicada por tudo o que insufle ou alimente a traição, a ignorância, a prostituição dos costumes, o desrespeito às bases da família, a exploração do homem pelo homem.
Essa morte moral é fermentada pelo descaso para com os movimentos de progresso de si mesmo, quando se prefere o nivelamento do ser pelas faixas inferiores da alma humana que, em muitas situações, se assemelha aos níveis da selvageria, quando não os ultrapassa.
A vida que Jesus veio trazer não é aquela que faz vicejar corpos esbeltos, mas aquela que faz brilhar almas formosas.
Por isso é que Ele se dirigia a quem se movia em corpos carnais, mas que padeciam de indescritíveis torturas da alma.
Daí Ele ter falado em vida abundante a quem se habituara a uma vivência mesquinha, empobrecida, apequenada.
Sua lição é, assim, para todos os tempos e povos, pois, quando encontramos sociedades ricas e homens pobres, medicinas desenvolvidas e homens enfermos, estados poderosos e homens escravos, uma grande variedade de religiões, e homens egoístas e materializados à busca de prazeres efêmeros, sentimos a razão da mensagem do Mestre Nazareno: "eu vim para que tenhais vida."
Permitamo-nos buscá-la, permitamo-nos vivê-la para que experimentemos a ventura dentro d’alma, desde aqui, das lidas terrenas, aclimatando-nos, pouco a pouco, à vivência ditosa junto aos Emissários da Vida Maior, que refletem, junto a nós, o pensamento do Cristo.
Ele é aquele que nos traz a vida verdadeira, vibrante, feliz, abundante, propondo-nos fazer nobre uso dela, a fim de que n’Ele possamos viver para sempre.
***
A vida são as contínuas e sucessivas etapas reencarnatórias, em cujo curso cada um é o arquiteto do próprio destino, construtor da desgraça ou da felicidade que todos buscamos.
(Do livro "Quem é o Cristo?", Cap. 22, Editora Fráter Livros Espíritas.)

Convite à Renovação

Transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que proveis qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus." (Romanos: capítulo 12º, versículo 2.)
Ante os freqüentes insucessos, que te deixam sulcos vigorosos, imperioso examinar em profundidade suas causas determinantes.
Os métodos arraigados decorrentes de hábitos prolongados promovem lamentáveis resultados.
Renovação é medida urgente face ao impositivo da revisão de conceitos e atitudes a que te aferras.
O processo da evolução estabelece medidas seguras para a atualização de postulados e promoção de serviços.
O cristão não se deve, pois, marginalizar, fixando-se em situações distantes das conquistas do conhecimento tecnológico.
Como renovação entenda-se acréscimo de cultura, desdobramento de atividades, metodologia escorreita e intercâmbio fraterno.
A aparência singela nem sempre reflete simplicidade, tanto quanto o aspecto soberbo não traduz obrigatoriamente orgulho vão.
As conquistas íntimas são bênçãos que armazenas a favor da própria iluminação. Para consegui-las, justo insistir na busca das diretrizes seguras em relação aos deveres superiores, mediante a penetração no cerne das convicções esposadas.
Renovação é, também, disposição para abandonar os conceitos ultrapassados, produzindo revolução íntima, a penoso esforço, a fim de se adaptarem as valiosas informações da cultura hodierna, capazes de dinamizar os recursos em latência ou desdobrar os que se encontram em utilização, para lobrigar os salutares e elevados resultados.
Busca, dessa forma, a contribuição dos cooperadores do progresso e aplica-a nos teus misteres, renovando-te, do que decorrerá inusitado êxito nos teus labores.
A "transformação pela renovação da mente" -já asseverava Paulo - leva o homem a "provar qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus."
Se os teus insucessos não decorrem dos impositivos cármicos a que te encontras subordinado, a renovação como terapêutica eficiente te ajudará a ascender e harmonizar os teus objetivos com o bem de todos sob a concessão do Excelso Bem.
FRANCO, Divaldo Pereira. Convites da Vida. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 49.

* * * Estude Kardec * * *

Momento de Reflexão


O EXEMPLO ARRASTA
Um amigo recém-chegado da Europa contou-nos uma experiência curiosa.
Disse que caminhava pelas ruas de determinada cidade européia, em companhia de seu anfitrião, quando resolveu atravessar a rua a alguns metros da faixa de segurança.
O anfitrião segurou-o pelo braço, impedindo o gesto e observou:
Não faça isso! Crianças podem estar nos observando e fatalmente irão imitar nossa atitude, atravessando a rua fora da faixa de segurança. Não sejamos nós exemplo de indisciplina.
Se todos pensássemos e agíssemos assim, a disciplina seria uma realidade em qualquer situação.
Ao contrário, mesmo conduzindo as crianças dentro do próprio veículo, damos múltiplos exemplos de indisciplina.
Avançamos o sinal, paramos em fila dupla, fazemos ultrapassagens perigosas, excedemos os limites de velocidade, entre outras infrações.
O que poderemos esperar das crianças que convivem constantemente com essas situações?
Não nos iludamos que elas, quando crescerem, agirão de forma diferente, pois o exemplo arrasta. Principalmente o exemplo dos pais que, de maneira geral, os filhos têm como heróis.
Esses hábitos observados desde a infância, formarão o caráter dos pequenos, que mais tarde estarão dirigindo pelas ruas e rodovias, tal qual aprenderam com seus pais e outros adultos.
Junto a esses exemplos de indisciplina, há outros não menos prejudiciais.
A mentira, a corrupção, a preguiça, a acomodação, a violência, a indiferença, entre outros.
Alguns pais dirão que, para certos filhos, o exemplo não resolve.
Diremos que, embora os resultados não apareçam de imediato, mais tarde germinarão e frutificarão, desde que as sementes foram lançadas.
E se reforçarmos, com a nossa má conduta, a rebeldia que já trazem do passado, estaremos deformando ainda mais o seu caráter, e responderemos por isso.
Não olvidemos que nossos filhos são Espíritos reencarnados e, como tal, trazem a bagagem de experiências vividas ao longo das existências.
Experiências felizes ou não, que cabe aos pais perceber e trabalhar de forma eficiente nessas almas que Deus lhes confia como filhos.
Assim, tenhamos em mente que sempre poderá haver alguém mirando-se nos nossos exemplos.
Por isso, esforcemo-nos para dar exemplos dignos de serem imitados.
Lembremos que somos responsáveis, perante as Leis Divinas, por tudo o que resulte do nosso comportamento.
* * *
Não basta apenas não praticar o mal, para corresponder às Leis Divinas.
Dizem os Espíritos Superiores que é preciso fazer o bem na medida de nossas forças. E que responderemos por todo o mal que resulte do fato de não termos praticado o bem.

Redação do Momento Espírita.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

A opção da simplicidade

Muitas pessoas reclamam da correria de suas vidas. 
Acham que têm compromissos demais e culpam a complexidade do mundo moderno. 
Entretanto, inúmeras delas multiplicam suas tarefas sem real necessidade. 
Viver com simplicidade é uma opção que se faz. 
Muitas das coisas consideradas imprescindíveis à vida, na realidade, são supérfluas. 
A rigor, enquanto buscam coisas, as criaturas se esquecem da vida em si. 
Angustiadas por múltiplos compromissos, não refletem sobre sua realidade íntima. 
Olvidam do que gostam, não pensam no que lhes traz paz, enquanto sufocam em buscas vãs. 
De que adianta ganhar o mundo e perder-se a si próprio? 
Se a criatura não tomar cuidado, ter e parecer podem tomar o lugar do ser. 
Ninguém necessita trocar de carro constantemente, ter incontáveis sapatos, sair todo final de semana. 
É possível reduzir a própria agitação, conter o consumismo e redescobrir a simplicidade. 
O simples é aquele que não simula ser o que não é, que não dá demasiada importância a sua imagem, ao que os outros dizem ou pensam dele. 
A pessoa simples não calcula os resultados de cada gesto, não tem artimanhas e nem segundas intenções. 
Ela experiência a alegria de ser, apenas. 
Não se trata de levar uma vida inconsciente, mas de reencontrar a própria infância. 
Mas uma infância como virtude, não como estágio da vida. 
Uma infância que não se angustia com as dúvidas de quem ainda tem tudo por fazer e conhecer. 
A simplicidade não ignora, apenas aprendeu a valorizar o essencial. 
Os pequenos prazeres da vida, uma conversa interessante, olhar as estrelas, andar de mãos dadas, tomar sorvete... 
Tudo isso compõe a simplicidade do existir. 
Não é necessário ter muito dinheiro ou ser importante para ser feliz. 
Mas é difícil ter felicidade sem tempo para fazer o que se gosta. 
Não há nada de errado com o dinheiro ou o sucesso. 
É bom e importante trabalhar, estudar e aperfeiçoar-se. 
Progredir sempre é uma necessidade humana. 
Mas isso não implica viver angustiado, enquanto se tenta dar cabo de infinitas atividades. 
Se o preço do sucesso for ausência de paz, talvez ele não valha a pena. 
As coisas sempre ficam para trás, mais cedo ou mais tarde. 
Mas há tesouros imateriais que jamais se esgotam. 
As amizades genuínas, um amor cultivado, a serenidade e a paz de espírito são alguns deles. 
Preste atenção em como você gasta seu tempo. 
Analise as coisas que valoriza e veja se muitas delas não são apenas um peso desnecessário em sua existência. 
Experimente desapegar-se dos excessos. 
Ao optar pela simplicidade, talvez redescubra a alegria de viver. 
Pense nisso. 
A.D. 

Nossos Natais

Toda vez que o Natal retorna, cantando Hosanas, aciono as lembranças dos Natais da minha infância. 
Na tela do pensamento, repasso imagens daqueles dias vividos, no seio da família: pais, avós, irmãos. 
Dias tão diversos dos atuais. Dias em que a TV ainda não chegara ao nosso lar e o que nos ligava ao mundo, naquele distante rincão, eram as ondas radiofônicas. 
Recordo que os dias que antecediam o Natal eram de agitação. Minha irmã era muito criativa e, juntas, fazíamos a decoração da casa. 
Laços de fita colorida se mesclavam ao verde de pequenos ramos que retirávamos das árvores do quintal. 
Os presentes eram escassos: um para cada criança. Éramos cinco. 
No entanto, de forma miraculosa, quando a família adentrava a sala, para a troca tão esperada, havia pacotes e mais pacotes. 
Pacotes coloridos, de tamanhos e formas diversas. Leves, pesados, pequenos, grandes. 
Era o nosso milagre particular. Tomávamos, minha irmã e eu, de pequenos mimos, esquecidos em gavetas e armários, lavávamos, políamos e providenciávamos embrulhos. 
O momento da distribuição era de surpresas contínuas. A pessoa tomava do pacote e tentava adivinhar o que continha. 
Seria um presente de verdade ou uma brincadeira? Por vezes, colocávamos algo minúsculo em caixas de variados tamanhos. 
E lá ficava um de nós, entre a emoção e a ansiedade de todos, desembrulhando e desembrulhando. 
No final, havia sempre risos. Às vezes, era apenas um seixo liso, colhido em passeio familiar e zelosamente guardado para a ocasião. 
Ou então, era uma concha sui generis, fruto de uma ida à praia. Um livro emprestado, lido e que retornava, dessa forma, às mãos do dono.
Surpresas e mais surpresas. As crianças participávamos com risos, gritos, exclamações! 
A figura de Papai Noel jamais adentrou a nossa casa. Desde muito cedo, aprendemos que nossos pais e avós faziam grandes sacrifícios para conseguir brindar a cada um de nós com um brinquedo. 
E nós lhes dávamos lembranças, feitas por nós, entre o carinho e a inabilidade de nossas mãos. 
Depois, era a ceia, servida em baixelas de porcelana, especialmente reservadas para dias importantes como o Natal. 
Presente de casamento! – Informava nossa mãe, para atestar da importância de todos aqueles pratos. 
E bebíamos em copos de cristal, que nos requeriam todo cuidado. 
Todos brindávamos, com guaraná, cujas bolhas, provocando cócegas, mais nos faziam rir. 
Dias felizes. Natais passados em que não faltava o momento de oração ao Divino Aniversariante, o mais importante convidado. Porque, afinal, só se tinha festa, porque Ele estava aniversariando. 
Hoje, quando os anos se transformaram em décadas, agradeço a Deus pelos Natais de tantas venturas familiares. 
Agradeço pelos amores que me deram alegrias, tantas e multiplicadas para recordar. 
E lhes digo, desejando ouçam no mundo espiritual, onde se encontram: Feliz Natal, vovô, vovó, pai, mãe, irmãos queridos da minha alma saudosa! 

Redação do Momento Espírita.
Em 23.12.2011