quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Natal de Amor

Jesus transcende tudo quanto a Humanidade jamais conheceu e estudou.
Personalidade singular, tem sido objeto de aprofundadas pesquisas através dos tempos, permanecendo, no entanto, muito ignorado.
Amado por uns e detestado por outros, conseguiu cindir o pensamento histórico, estabelecendo parâmetros de felicidade dantes jamais sonhada, que passaram a constituir metas desafiadoras para centenas de milhões de vidas.
Podendo ter disputado honrarias e destaques na comunidade do Seu tempo, elegeu uma gruta obscura para iluminá-Ia com o Seu berço de palha e uma cruz hedionda para despedir-se do convívio com as criaturas em Sua breve existência, na qual alterou totalmente as paisagens culturais do planeta.
Vivendo pobremente, em uma cidade sem qualquer significado social ou econômico, demonstrou que a inteligência e a sabedoria promanam do Espírito e não dos fatores hereditários, ambientais, educacionais, que podem contribuir para o seu desdobramento, nunca porém, para a sua gênese.
Movimentando-se entre multidões sequiosas de orientação, numa época de inconcebíveis preconceitos de todo gênero, elegeu sempre os indivíduos mais detestados, combatidos, perseguidos, excluídos, sem que abandonasse aqueles que se encontravam em patamares mais elevados na ribalta dos valores terrestres.
Portador de incomum conhecimento da vida e das necessidades humanas, falava pouco, de forma que todos lhe apreendessem os ensinamentos e os incorporassem ao cotidiano, sem preocupar-se com os formalismos existentes.
Utilizando-se de linguagem simples e de formosas imagens que eram parte do dia-a-dia de todas as criaturas, compôs incomparáveis sinfonias ricas de esperanças e de bênçãos que prosseguem embalando o pensamento após quase dois mil anos desde quando foram apresentadas.
Nunca se permitiu uma conduta verbal e outra comportamental diferenciadas. Todos os Seus ditos encontram-se confirmados pelos Seus feitos.
Compartilhando da companhia dos párias, não se fez miserável; atendendo aos revoltados, nunca se permitiu rebelião; participando das dores gerais, manteve-se em saudável bem-estar que a todos contagiava.
Jovial e alegre, cantava os Seus hinos à vida e a Deus, sem nunca extravasar em gritaria, descompasso moral ou vulgaridade de conduta.
Amando, sem cessar, preservou o respeito por todos os seres vivos, especialmente dignificando a mulher, que sempre foi exprobrada, incompreendida, explorada, perseguida, humilhada...
Ergueu os combalidos, sem maldizer aqueles que os abandonavam.
Socorreu os infelizes, jamais condenando os responsáveis pelas misérias sociais e econômicas do Seu tempo.
... E mesmo quando abandonado, escarnecido, julgado e condenado sem culpa, manteve a dignidade incomparável que Lhe assinalava a existência, não repartindo com ninguém Suas dores e o holocausto a que se submeteu.
*
Jesus é mais do que um símbolo para a Humanidade de todos os tempos.
Mudaram as paisagens sociais e culturais no transcurso dos séculos, enquanto os indivíduos da atualidade continuam mais ou menos semelhantes àqueles do Seu tempo.
A dor prossegue jugulando ao seu eito as vidas que estorcegam em sua crueza; o orgulho enceguece vidas; o egoísmo predomina nos relacionamentos e interesses sociais; a violência dilacera as esperanças; o crime campeia à solta, e o ser humano parece descoroçoado, sem rumo.
Doutrinas salvacionistas surgem e desaparecem, propostas revolucionárias são apresentadas cada dia e sucumbem sob os camartelos dos desequilíbrios, filosofias multiplicam-se e generaliza-se a loucura dizimando as vidas que Ihes tombam nas armadilhas soezes...
Jesus, no entanto, permanece o mesmo, aguardando aqueles que O queiram seguir.
Uns adulteraram-Lhe as palavras, outros tentam atualizá-lO, mesclando Sua austeridade com a insensatez que vige em toda parte, procurando assim confundir a Sua alegria com a alucinação dos sentidos exaltados pelo sexo em desalinho, e, não obstante, nada macula Suas lições, nem diminui de intensidade a Sua proposta libertadora.
Educador por excelência, despertava o interesse dos Seus ouvintes, mantendo diálogos repassados de incomum habilidade psicológica, de forma a penetrar no âmago dos problemas existenciais, sem permitir-se reproche ou desdém.
Psicoterapeuta excepcional, identificava os conflitos sem que se fizesse necessária a verbalização por parte do enfermo, auxiliando-o a dignificar-se e liberar-se da injunção perturbadora em clima de verdadeira fraternidade.
Os poucos anos do Seu ministério, todavia, assinalaram a História com luzes que jamais se apagarão e continuarão apontando rumos para o futuro.
*
Por tudo isso, o Natal de Jesus é sempre renovador convite a uma releitura da Sua mensagem, a novas reflexões em torno das Suas palavras de luz, à revivescência dos Seus projetos de amor para com a Humanidade.
A alegria que deve dominar aqueles que O amam, evocando o Seu berço, ao invés de ser estrídula e agitada, há de espraiar-se como contribuição para diminuir as aflições e modificar as estruturas carcomidas da sociedade atual, trabalhando-as de forma a propiciar felicidade, oportunidade de trabalho, de dignificação, de saúde e de educação para todas as pessoas.
Distende, portanto, em homenagem ao Seu nascimento, a tua quota de amor a todos quantos te busquem, de forma que eles compreendam a qualidade e o elevado padrão do teu relacionamento espiritual com Ele, interessando-se também por vincular-se a esse Amigo de todas as horas.
Não desperdices a oportunidade de demonstrar que o Natal de Jesus é permanente compromisso de amor entre os Céus e a Terra através d’Ele, que se fez a ponte entre os homens e Deus, e que continua, vigilante e amigo, pronto para ajudar e conduzir todos aqueles que desejem a plenitude.
Franco, Divaldo Pereira. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco, na noite de 7 de setembro de 2000, em Salvador, Bahia.

* * * Estude Kardec * * *

Porque é Natal

Senhor,
A Tua voz é o som perfeito que me embala o ser, e que me faz ouvir o murmúrio tranquilizante dos astros.
O Teu olhar é como o brilho solar, que me aquece a alma fria, marcada pelo desalento e pela desesperança, nessa dura marcha para a elevação.
As Tuas mãos representam para mim o divino apoio, amparo que me impede de tombar, fragilizado como estou, nos rumos em que me vejo, ante a necessidade de subir.
As Tuas pegadas indicam-me as trilhas por onde devo me orientar nessa ausência de bússola moral com o entorpecimento da ética, quando desejo ir ao encontro de Deus.
As Tuas instruções, Jesus Nazareno, mapeiam para mim o território da paz, ensejando-me clareza para que saiba onde me encontro e como estou, para que não me perca nessa ingente procura dos campos de amor e das fontes de paz.
Os Teus silêncios falam-me bem alto a respeito de tudo o que devo aprender e operar nos recônditos de minh'alma, aprendendo tanto a falar quanto a calar, sempre atuando na construção do mundo rico de fraternidade que almejamos.
Agora, quando me ponho a meditar sobre tudo isso, meu Senhor, desejo exalçar o Teu nome, por toda a minha omissão dos milênios afora, embora a Tua paciente e dúlcida presença junto a mim.
Já é Natal na Terra, Jesus!
E porque é o Teu Natal, busco em Tua luz desfazer as minhas sombras; procuro em Tua assistência superar minhas variadas necessidades; quero no Teu exemplo de trabalho atender os meus deveres.
Porque é o Teu Natal, anseio por achar na Tua força a coragem de superar os meus limites; desejo ver na Tua entrega total a Deus o reforço para minha fidelidade ao bem e, na Tua autodoação à vida, anelo tornar-me um servidor; no culto do dever que Te trouxe ao mundo, quero honrar o meu trabalho.
No Teu Natal, que esparge claros jorros de amor sobre o planeta, quero abrigar-Te no imo do meu coração convertido numa lapa bem simples, para que possas nascer em mim, crescer em mim e atuar por mim.
E, na magia do Natal, vibro para que minhas ações permitam que o Teu formoso Reino logo mais possa alojar-se aqui, no mundo, e que cheio de júbilo n'alma eu possa dizer que Te amo, que Te busco e que Te quero seguir, apesar da simplicidade dos meus gestos e do pouco que tenho para dar-Te, meu doce Amigo, meu Senhor.
Teixeira, Raul. Pelo Espírito Ivan de Albuquerque. Mensagem psicografada pelo médium Raul Teixeira, em 24/09/2007, na Sociedade Espírita Fraternidade, em Niterói-RJ (fonte: www.feparana.com.br).

* * * Estude Kardec * * *

Feliz Natal


ALGO MAIS NO NATAL
Senhor Jesus!
Diante do Natal, que te lembra a glória da manjedoura, nós te agradecemos:
a música da oração;
                                             o regozijo da fé;
a mensagem de amor;
a alegria do lar;
o apelo à fraternidade;
o júbilo da esperança;
a bênção do trabalho;
a confiança no bem;
o tesouro de tua paz;
a palavra da Boa Nova
e a confiança no futuro!…
Entretanto oh! Divino Mestre, de corações voltados para o teu coração, nós te suplicamos algo mais!…
Concede-nos, Senhor, o dom inefável da humildade, para que tenhamos a precisa coragem de seguir-te os exemplos!
XAVIER, Francisco Cândido. À Luz da Oração. Pelo Espírito Emmanuel. O Clarim.

domingo, 21 de dezembro de 2014

Conversa com Jesus

Senhor! Não lastimamos tanto
Contemplar no caminho a penúria sem nome,
Porque sabemos que socorrerás
Os famintos de pão e os sedentos de paz;
Dói encontrar na vida
Os que fazem a fome.

Ante aqueles que choram
Não lamentamos tanto,
Já que estendes o braço
Aos que gemem de angústia e cansaço;
Deploramos achar nas multidões do mundo
Os que abrem na Terra as comportas do pranto.

Não lastimamos tanto os que se esfalfam
Carregando a aflição de férrea cruz,
De vez que nós sabemos quanto assistes
Os humildes e os tristes;
Lastimamos os cérebros que brilham
E sonegam a luz.

Não deploramos tanto os que suportam
Sarcasmo e solidão na carência de amor,
Porquanto tens as mãos, hora por hora,
No consolo e no apoio a todo ser que chora;
Lamentamos fitar os amigos felizes
Que alimentam a dor.

É por isso, Jesus, que nós te suplicamos:
Não nos deixes seguir-te o passo em vão,
Que o prazer do conforto não nos vença,
Livra-nos de tombar no pó da indiferença...
Inda que a provação nos seja amparo e guia,
Toma e guarda em serviço o nosso coração.
Espírito Maria Dolores, Do Livro: Mãos Marcadas, Médium: Francisco Cândido Xavier.

                                                www.caminhosluz.com.br

Petição

 
... Senhor! Percebo-te na cultura dos que ensinam e na inteligência dos que aprendem...
Senhor!
Admiro-Te a presença em cada criatura que me cruza o caminho.
Escuto-Te as manifestações, quando alguém usa o verbo na ponderação da madureza ou na simplicidade da criança.
Percebo-Te na cultura dos que ensinam e na inteligência dos que aprendem.
Sinto-Te o maravilhoso amor pulsando em cada coração.
Enterneço-me em Te observando o devotamento de todos aqueles que se fazem pais e mães no mundo.
Entretanto, além de tudo isso, reconheço-Te a voz quando me chamas naqueles que sofrem.
Fito-Te nos enfermos e nos tristes que me estendem os braços, rogando-me auxílio em teu nome.
Conheço-Te as lágrimas com que me falas de proteção no semblante das mães relegadas ao abandono.
Entendo-Te no olhar ansioso dos irmãos em desajuste.
Compreendo-Te nas requisições de carinho das crianças atiradas à via pública.
E sei quanto procuras por mim naqueles que se desequilibram nas sombras da ignorância ou nas labaredas da delinqüência.
Agradeço-Te a felicidade de identificar-Te nos companheiros de experiência, no entanto, venho rogar-te a coragem de ser útil para que eu saiba responder-te ao chamado, junto dos que choram: "Senhor, eu estou aqui. "
Espírito Meimei - Do livro: Amizade, Médium: Francisco Cândido Xavier.
Caso queira deixar de receber nossas mensagens, basta clicar aqui ou retorne esse com o título EXCLUIR.

A Lenda da Rosa

Dizem que quando a Terra começava
A ser habitação de forças vivas,
Nas telas primitivas,
Tudo passara a ser agitação de festa;
As cidades nasciam
Em singelas aldeias na floresta...
A beleza imperava,
O verde resplendia,
Toda a vegetação se espalhava e crescia,
Dando refúgio e proteção
Aos animais,
Do mais fraco ao mais forte...
O progresso ganhava as marcas de alto porte.

No campo, as plantas todas
Respiravam felizes,
Da folhagem no vento à calma das raízes;
Era um mundo de belos resplendores,
Adornado de flores,
Com uma estranha exceção.
Tão-somente, o espinheiro,
Era triste e sozinho
Uma espécie de monstro no caminho,
De que ninguém se aproximava,
Todo feito de pontas agressivas,
Recordando punhais de traiçoeiro corte,
Que anunciavam dor e feridas de morte.

De tanto padecer desprezo e solidão,
Um dia, o espinheiral
Fitou o Azul Imenso e disse em oração:
- Senhor, que fiz de mal
Para ser espancado e escarnecido,
Todos me evitam cautelosamente
Como se eu não devesse haver nascido...
Compadece-te, oh! Pai, da penúria que trago,
Terei culpa das garras que me deste?
Acendes astros mil para a noite celeste,
Vestes a madrugada em mantilhas vermelhas,
Dás lã para as ovelhas,
Inteligência aos cães, cântico às neves,
Estendeste no chão a bondade das fontes
Que deslizam suaves
Na força universal com que desdobras,
A amplitude sem fim dos horizontes,
Em cujo místico esplendor
Falas de majestade, paz e amor...
Não me abandones, Pai, às pedras dos caminhos,
Se posso, não desejo
Oferecer somente espinhos...
Quero servir-te à obra, aspiro a ser perfume,
Inspiração e cor, harmonia e beleza,
Para falar de ti nas leis da Natureza.

Dizem que Deus ouviu a inesperada prece
E notando a humildade e a contrição do espinheiral,
Mandou que, à noite, o orvalho lhe trouxesse
Um prodígio imortal.
Na seguinte manhã, logo após a alvorada,
Por entre exalações maravilhosas,
O homem descobriu, de alma encantada,
Que Deus para mostrar-se o Pai e o Companheiro,
Atendendo a oração pusera no espinheiro
A primeira das rosas.
Espírito Maria Dolores - Do livro: Maria Dolores, Médium: Francisco Cândido Xavier.

domingo, 14 de dezembro de 2014

Oração e Serviço

Oração é requerimento da criatura ao Criador.
Serviço é condição que a lei estabelece para todas as criaturas, a fim de que o Criador lhes responda.
Meditação estuda.
Trabalho realiza.
Observemos a propriedade do acerto em quadros simples.
Semente nobre é pedido silencioso da natureza a que se faça verdura e pão.
Mas, se o cultivador não desenvolve esforço conveniente, a súplica viva desaparece.
Livro edificante é apelo sublime do espírito a que se ergam instrução e cultura.
Mas, se o homem não lhe perlustra as folhas no aprendizado, a sábia rogativa fenece, em vão.
Música, ainda mesmo divina, se mora exclusivamente na pauta, é melodia que não nasceu.
Invenção sem experimento é raciocínio morto.
Oremos, meus irmãos, mas oremos servindo.
Construção correta não se concretiza sem planta adequada.
Mas a palavra, por mais bela, sem construção que lhe corresponda, será sempre um sonho mumificado em tábuas de geometria.
Espírito Albino Teixeira - Do livro: À Luz da Oração, Médium: Francisco Cândido Xavier.

sábado, 13 de dezembro de 2014

O cristão que voltou

Conta-se que certo cristão de recuados tempos, após reconhecer a grandeza do  Evangelho, tomou-se de profunda ansiedade pela completa integração com o Senhor. Ouvia, seguidos de paz celeste, as preleções dos missionários da Revelação Divina e, embora tropeçasse nos caminhos ásperos da Terra, permanecia em perene contemplação do Céu, repetindo:
Jamais serei como os outros homens, arruinados e falidos na fé! Oh! meu Salvador, suspiro pela eterna união contigo!
De fato, conquanto não guardasse o fingimento do fariseu, em pronunciando semelhantes palavras, fixava as lutas e fraquezas do próximo, com indisfarçável horror.
Assombravam-no os conflitos humanos e as experiências alheias repercutiam-lhe na alma angustiosamente. Não seria razoável refugiar-se na oração e aguardar o encontro divino?
Figurava-se-lhe o mundo velho campo lodoso, ao qual era indispensável fugir.
Concentrado em si mesmo, adotou o isolamento como norma a seguir no trato com os semelhantes. Desligado de todos os interesses do trabalho humano, vivia em prece contínua, na expectativa de absoluta identificação com o Mestre. Se alguma pessoa lhe dirigia a palavra, respondia receoso, utilizando monossílabos apressados. Pesados tributos de sofrimento exigia a vida de bocas levianas e insensatas e, por isso, temia oferecer opiniões e pareceres. Nas assembléias de oração, quase nunca era visto em companhia de outrem. Desviara-se de tudo e de todos na sua sede de Jesus Cristo. À noite, sonhava com a sublime união e, durante o dia, consagrava-se a longos exercícios espirituais, absorvidos na preparação do dia glorioso.
Nem por isso, contudo, a vida deixada de acenar-lhe ao espírito, convidando-lhe o coração ao esforço ativo. No lar, no templo, na via pública, o mundo chamava-o a pronunciamento em setores diversos. Entretanto, mantinha-se inflexível. Detestava as uniões terrestres, desdenhava os laços afetivos que unem os seres e, zombava de todas as realizações planetárias e punha toda a sua esperança na rápida integração com o Salvador. Se encontrava companheiros cogitando de serviços políticos, recordava os tiranos e os exploradores da confiança pública, asseverando que semelhantes atividades constituíam um crime. À frente de obrigações administrativas, afirmava que a secura e a dureza caracterizam a atitude dos que dirigem as obras terrenas e, perante os servidores leais em ação, classificava-os à conta de bajuladores e escravos inúteis. Examinando a arte e a beleza, desfazia-se em acusações gratuitas, definindo-as por elemento de exaltação condenável da carne transitória e, observando-a ciência, menoscabava-lhe as edificações. Unir-se-ia a Jesus, - ponderava sempre – e jamais entraria em acordo com a existência no mundo.
Se companheiros abnegados lhe pediam colaboração em serviços terrestres, perguntava:
Para quê?
E acrescentava:
Os felizes são bastante endurecidos para se aproveitarem de meu concurso, e os infelizes bastante desesperados, merecendo, por isso mesmo, a purificação pela dor. Não perturbarei meu trabalho, seguirei ao encontro de meu Senhor. E de tal modo viveu apaixonado pela glória do encontro celeste que se retirou, um dia, do corpo, pela influência da morte, revestido de pureza singular. Na leveza das almas tranqüilas, subiu, orgulhoso de sua vitória, para ter com o Senhor e com Ele identificar-se para sempre.
No esforço de ascensão, passou por velhos desiludidos, mães atormentadas, pois sofredores, jovens sem rumo e espíritos informados de todas sorte... Não lhes deu atenção, todavia. Suspirava por Cristo, pretendia-lhe a convivência para a eternidade.
Peregrinou dias e noites, procurando ansiosamente, até que, em dado instante, lhe surgiu aos olhos maravilhados um palácio deslumbrante. Luzes sublimes banhavam-no todo e, lá dentro harmonias celestes se fazem ouvir em deliciosa surdina.
O crente ajoelhou-se e chorou de júbilo intenso. Palpita-lhe descompassado o coração amante. Ia, enfim, concretizar o longo sonho.
Contudo, antes que se dispusesse a bater junto à portaria resplandecente, apareceu-lhe um anjo, diante do qual se prosterna, extasiado e feliz. Quis falar, mas não pôde. A emoção embargava-lhe a voz, todavia, o mensageiro afagou-lhe a fronte e exclamou compassivo:
Jesus compadeceu-se de ti e mandou-me ao teu encontro.
Estamos no Reino do Senhor? – inquiriu, afinal, o crente venturoso.
Sim, respondeu o emissário angélico, - temos à frente o início de vasta região bem-aventurada do Reino.
Posso entrar? – indagou o cristão contente.
O anjo fixou nele o olhar melancólico e informou.
Ainda não meu amigo.
E ante o interlocutor, profundamente decepcionado, continuou:
Realizaste a fiel adoração do Mestre, mas não executaste o trabalho do Pai. Teu coração em verdade palpitou pelo Cristo, entretanto, Jesus não se enfeita de admiradores apaixonados como as árvores que se adornam de orquídeas. Não pede cortejadores para a sua glória e sim espera que todos os seus aprendizes sejam também glorificados. Por isso, em sua passagem pela Terra nunca se afirmou proprietário do mundo ou doador das bênçãos. Antes, atendeu a todos os sublimes deveres do serviço comum e convidou os homens a cumprir os superiores desígnios do nosso Eterno Pai. Não deixou os discípulos diretos, aos quais chamou amigos, na qualidade de flores ornamentais de sua doutrina e sim na categoria de sal da Terra destinado à glorificação do gosto de viver. Estabelecera-se longa pausa que o mísero desencarnado não ousou interromper. O mensageiro, porém, acariciando-o, com bondade, observou ainda:
Volta, meu amigo, e completa a realização espiritual! Não procures Jesus como admirador apaixonado, mas inútil... Torna ao plano terrestre, luta, chora, sofre e ajuda no círculo dos outros homens! A dor conferir-te-á dons divinos, o trabalho abrir-te-á portas benditas de elevação, a experiência encher-te-á o caminho de infinita luz e a cooperação entregar-te-á tesouros de valor imortal! Não necessitarás, então, procurar o Senhor, como quem busca um ídolo, porque o Senhor te procurará como amigo fiel! Volta e não temas!
Nesse momento, algo aconteceu de inesperado e doloroso. Desapareceram o palácio, o anjo e a paisagem de luz... Estranha escuridão pesou no ambiente e, quando o pobre desencarnado tornou a sentir o beijo da luz nos olhos lacrimosos, encontrava-se, no mesmo lar modesto de onde havia saído, ansioso            agora por retomar o trabalho da realização divina noutra forma carnal.
Espírito Irmão X, Do Livro: Coletâneas do Além, Médium: Francisco Cândido Xavier.

Divulgação Espírita

Há companheiros que se dizem contrários à divulgação espírita.
Julgam vaidade o propósito de se lhe exaltar os méritos e agradecer os benefícios nas iniciativas de caráter público.
Para eles, o Espiritismo fala por si e caminhará por si.
Estão certos nessa convicção mas isso não nos invalida o dever de colaborar na extensão do conhecimento espírita com o devotamento que a boa semente merece do lavrador.
O ensino exige recintos para o magistério.
O Espiritismo deve ser apresentado por seus profitentes em sessões públicas.
A cultura reclama publicações.
O Espiritismo tem a sua alavanca de expansão no livro que lhe expões os postulados.
A arte pede representações.
O Espiritismo não dispensa as obras que lhe exponham a grandeza.
A indústria requisita produção que lhe demonstre o valor.
O Espiritismo possui a sua maior força nas realizações e no exemplo dos seus seguidores, em cujo rendimento para o bem comum se lhe define a excelência.
Não podemos relaxar a educação espírita, desprezando os instrumentos da divulgação de que dispomos a fim de estendê-la e honorificá-la.
Allan Kardec começou o trabalho doutrinário publicando as obras da Codificação e instituindo uma sociedade promotora de reuniões e palestras públicas, uma revista e uma livraria para a difusão inicial da Revelação Nova.
Mas não é só.
Que Jesus estimou a publicidade, não para si mesmo, mas para o Evangelho, é afirmação que não sofre dúvida.
Para isso, encetou a sua obra aliciando doze agentes respeitáveis para lhe veicularem os ensinamentos e ele próprio fundou o cristianismo através de assembléias públicas.
O "ide e pregai" nasceu-lhe da palavra recamada de luz.
E compreendendo que a Boa Nova estava ameaçada pela influência judaizante em vista da comunidade apostólica confinar-se de modo extremo aos preceitos do Velho Testamento, após regressar às Esferas Superiores, comunicou-se numa estrada vulgar, chamando Paulo de Tarso para publicar-lhe os princípios junto à gentilidade a que Jerusalém jamais se abria.
Visto isso, não sabemos como estar no Espiritismo sem falar nele ou, em outras palavras, se quisermos preservar o Espiritismo e renovar-lhe as energias, a benefício do mundo, é necessário compreender-lhe as finalidades de escola e toda escola para cumprir o seu papel precisa divulgar.
Espírito André Luiz, Do Livro: Ideal Espírita, Médium: Francisco Cândido Xavier.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Reflexões

- O cemitério pode ser um campo de nivelamento das criaturas, mas a morte é um crivo de luz, operando a rigorosa seleção das almas para a continuidade da vida.
- Quando o homem se ilumina por dentro, transforma-se numa estrela, brilhando na cruz da carne.
- Distribui com os outros o contentamento de viver, trata com todos e não fujas à convivência de quantos respiram em teu clima comum. Mas não olvides que entraste sozinho no mundo e que sozinho deverás sair dele.
- Sem dúvida, há ressurreição geral, depois da morte. No entanto, além túmulo, os caminhos não são os mesmos para todos.
- Não procures, à noite, a celeste claridade que somente o dia te pode oferecer.
- Se pretendes auxiliar os mortos que atravessaram as fronteiras de pó e cinza, começa a tua obra ajudando os mortos-vivos que te rodeiam.
- A inteligência ociosa é uma espécie de múmia entalada na carne. 
- O trabalho bem vivido é um manto que esconde todos os defeitos, tanto quanto o amor cobre uma multidão de pecados.
- Considera os semelhantes pelo valor que revelam e não segundo os teus caprichos. 
- Muitas teorias importantes, mas inteiramente irrealizáveis, somente causam incêndio destruidor na cabeça.
- Resigna-te à condição de aprendiz, estuda e trabalha sempre: o Amazonas começa em fios d’água.
- Na administração ou na subalternidade, todo espírito pode ser admirável e sublime; não olvides que o Divino Orientador da Humanidade passou, entre nós, na posição dos últimos servidores, morrendo na cruz dos ladrões.
- Se estabeleces condições para ajudar, reclamas o título de credor antes da própria dívida.
- O egoísmo pretende ser amado; o amor procura amar. 
- Se permitirmos, o Céu realizará maravilhas por nosso intermédio, a começar pelo milagre de nossa renovação para o bem.
- Em cristianismo não existe neutralidade.
- Disse o aprendiz ao Mestre:-“Por que não me escutaste?” E o Mestre redargüiu: - “Por que te ensurdeceste?”
- Enquanto exiges que os outros sejam tão bons quanto possam, não se lembras de que necessitas ser bom como deves.
- Quem transmite a calúnia é o companheiro natural daquele que a formula. 
- O veneno da língua maldizente encontra vaso adequado no ouvido perverso que interrompe o serviço para dar-lhe atenção.
- Envolve-se o homem na atmosfera dos seus pensamentos, semelhante à flor nas ondas de perfume ou aranha, emaranhada nas próprias teias.
- Cuidando em velar pelos outros, não te percas de vista.
- Servir ao bem é o método de crescer em espírito.
- Nas escolas religiosas, existem crentes célebres pela grandeza dos seus conhecimentos e teorias, mas como acontece à famosa Vênus de Milo, requestada pela pureza de suas linhas, não tem braços para ajudar ninguém.
- A palavra de Cristo, no Sermão da Montanha, contém mais desafio que reconforto.
- Onde reina a compreensão, há o esquecimento do mal.
- O maior serviço que a criatura pode prestar ao Criador, é o fiel desempenho do próprio dever.
- Onde qualquer um enxerga a crueldade, o cristão descobre a necessidade.
- A boa-vontade é o tijolo firme que todas as criaturas podem ceder ao edifício do progresso comum.
- O sentimento de agora é o pensamento de dentro em pouco e a realização de amanhã.
- Quando encontrares Jesus nos irmãos de toda parte, Jesus tomar-te-á para companheiro, em qualquer lugar.
- Quem se faz melhor dentro do lar auxilia a Humanidade inteira. 
- Cada espírito é um continente vivo no Plano Universal.
- O diamante jaz no cerro bruto durante milênios: a consciência divina dorme no homem em séculos numerosos ignorada.
- É inútil qualquer propósito de insulamento. Ninguém vive sem projetar a própria influência. Bilhões de seres respiram o mesmo oxigênio de que te nutres.
- Diógenes teria acendido a lanterna a fim de procurar um Homem; isso porém, demonstrava que o grande filósofo não havia encontrado o Homem dentro dele mesmo. 
- O Sol comunica-se aos recessos do abismo, através de irradiações de força, a milhões de quilômetros; a nossa existência estende-se igualmente em todas as direções e profundezas.
- O sorriso é uma gota de luz.
- Pelo verbo da inteligência serás ouvido somente por alguns, mas pela voz do coração serás entendida por todos.
- Se não respeitas o horário, não te queixes do tempo.
- Nada existe sem significação na Obra Divina; o barro ajuda ao verme, o verme auxilia a terra, a terra sustenta o grão e o grão alimenta o homem.
- Quando o coração se mantém cerrado, amontoam-se os problemas de ordem moral.
- O nome, o título, a condição e a estampa constituem, na esfera física, o exterior precário, sob a pátina do tempo. A substância real e eterna vive no íntimo.
- O homem verdadeiramente iluminado procede, na vida comum, à semelhança da seiva no âmago da árvore: alimenta-a, desde as raízes até a última fronde, sem se mostrar.
- A inteligência mais poderosa não é, geralmente, a daquele que reside na sede administrativa; é a do conselheiro, muitas vezes desconhecido, que lhe indica o processo de governar.
- Não te confines ao extremismo: a eletricidade precisa de dois pólos, a ponte apóia-se em dois encontros, e a locomotiva corre sobre dois trilhos.
- A bondade é o princípio da elevação.
- Para o homem iluminado a estrada não tem sombras.
- Quando o bem depende de consulta, o socorro chega atrasado.
- Acende tua lâmpada para a viagem do mundo, porque as lâmpadas alheias estão passando e tu ficarás às escuras.
- Aprende a começar e a recomeçar. Não há folhagem, antes da semente; nem frutos, antes das flores.
- Quando o homem reconhece o infinito da própria ignorância, começa a soletrar o alfabeto da sabedoria. 
- Enquanto choras o morto querido, planta uma árvore benfeitora ou faze um gesto de caridade: tuas lágrimas não terão de todo corrido inúteis.
- Todo desejo é potencial de criação.
- Não maltrates o corpo sob a alegação de que buscas honrar a vida. Seria louco o artista que esfacelasse o violino a pretexto de servir à música.
- Quem ajuda ao doente, contribui para a saúde de todos.
- De quando em quando, lembra-te de que só Deus é indispensável, a fim de que a vaidade não te visite o coração muitas vezes por dia.
- Não te esteies em privilégios outorgados por pessoas que, um dia, perderão as prerrogativas que desfrutam. Desconfia de toda felicidade que não seja acessível a todos, através dos degraus do esforço digno.
- Os demônios que conduzem ao erro podem ser instrutores; mas aqueles que precipitam a alma nos vales frios da indiferença são os verdadeiros senhores do inferno.
- Ainda que a primavera te pareça longa, não te esqueças do inverno, que um dia virá.
- O coração voltado para o Céu facilmente se contenta com um lugar qualquer ao sol, e, por isso mesmo, a nenhum canto se apega no mundo.
- Não menoscabes o conselho sábio, ainda quando proceda de lábios menos puros. Lembra-te que o tesouro do pão, que te supre a mesa, provém da terra imunda.
- Quem não dá ouvidos àquele que o ajuda a cultivar a planta preciosa da fé, acaba punido pela nuvem da incerteza ou pela noite da descrença.
- Ensina sem arrogância e não te esqueças de aprender.
- Amanhã será o momento oportuno de repousar, mas talvez seja tarde para o fazer.
- Trabalha com serenidade. Não olvides que o Sol desponta, se deita e ressurge, metodicamente, sem pressa.
- Os braços abertos em cruz são asas nascentes para os vôos eternos do futuro.
- Quando quiseres indagar acerca dos mistérios do Céu, sonda o segredo divino que palpita na flor.
- Disse a alma aflita ao corpo enfermo: – “Por que me não ajudas?” E o corpo, abatido: – “Por que me desamparaste?”
- O pequenino gesto de fraternidade é o grão de amor que pode trazer colheita infinita de bênçãos.
- A púrpura tinge o manto dos conquistadores, mas à falta de minúscula semente os césares morreriam sem pão.
- Um simples raio de cólera costuma perturbar ou destruir longas e pacientes sementeiras de amor.
- A pior derrota não é a daquele que perece, mas daquele que desanima.
-Disse o rio da sabedoria ao homem que lhe buscava as águas: – “Que podes tu  apanhar de minha corrente profunda, se trazes somente uma taça estreita nos dedos trêmulos?”
- Buscarás o silêncio na furna solitária, na praia distante ou na cela indevassável dos mosteiros; todavia, se o mal estiver em tua mente, a tentação conversará contigo, no lugar oculto, em voz mais alta.
- Orientarás muitos sucessos humanos com a tua palavra, mas, em todas as circunstâncias, serás amado ou detestado pelo tom de tua voz.
- A morte de um homem começa no instante em que ele desiste de aprender.
- Aqueles que se queixam de abandono são, comumente, os que mais se afastam dos outros.
- Ajuda ao caminho para que o caminho te possa ajudar.
- A maior pobreza não reside no cofre vazio e, sim, no coração ainda incapaz de abrir-se à infinita riqueza do bem comum.
- Se admiras o milagre e esperas por ele, por que não realizas, ainda hoje, o milagre do socorro e do alívio àquele que sofre mais que tu?
- Com sugestões e discursos, inscreves esclarecimentos na cabeça dos que te procuram e te ouvem. Com atitudes e exemplos, lavras o coração dos que te observam e acompanham.
- Quase sempre os bens nos afastam do verdadeiro Bem.
- Procura aquilo que realmente é, a fim de que não te encarceres nas aparências.
- O fervor da vida santa, misturado aos desejos humanos, é semelhante à chama carregada de fumo.
- Os hábitos somente podem ser modificados por outros hábitos.
- Tão elogiável é a cooperação, quanto lastimável é a interferência.
- O verbo calar é talvez o mais difícil de ser aplicado.
- Muitos observam, poucos discernem.
- Os trabalhos do mundo são as necessárias operações da vida na guerra contra a ignorância.
- Simplifica sempre e seguirás sem dificuldades. 
- Quem reprova sem reservas, seca o manancial da cooperação.
- O credor mais cruel é aquele que recorda ao beneficiado o imposto obrigatório do reconhecimento.
- Quem recebe a visita do tédio em verdade ainda não penetrou o templo do serviço.
- Auxilia o companheiro, enquanto lhes podes divisar o alívio; amanhã, a morte poderá imobilizar-lhe os lábios, e todo óbolo tardio equivale à recusa.
-Quando a caridade se alia à censura, mais se parece a um anjo armado de farpas.
- Não repitas apressadamente aquilo que ouves; muitas vezes, há um abismo entre os fatos e as informações.
- Quem conhece compreende, e quem compreende olvida todo mal.
- Desalentar o próximo é envenená-lo.
- O suor é sempre um grande mestre.
- Não interrompas a manifestação de carinho; a vida também é igual à máquina, que não funciona sem óleo.
- O discutidor nem sempre reconhece que uma hora de ação edificante poderia dispensar muitos anos de palavras vazias.
- A luz de tua inteligência deve iluminar as trevas, e o remédio de tuas mãos é socorro que o Céu envia ao doente.
- Quando o orgulho recebe uma dádiva do vizinho, sente-se humilhado; quando não a recebe, declara-se vítima da ingratidão.
- Construirás um palácio para asilar os sem teto, e os nutrirás com as sobras de teu celeiro, mas não forjarás a segurança do teu próprio abrigo, se não abrires uma porta de fraternidade real em teu coração.
-O corpo é um batel cujo timoneiro é o espírito. A maneira que os anos se desdobram, a embarcação cada vez mais entra no mar alto da experiência e o timoneiro adquire, com isto, maior responsabilidade.
- Não arruínes o bom humor de puem segue ao teu lado, porque a alegria é sempre um medicamento de Deus.
- Suporta o fardo de tua dor, avançando na estrada da vida heroicamente, ainda que seja um centímetro por dia; lembra-te de que hoje a noite maternal te enxugará o pranto com o repouso obrigatório, e de que amanhã o dia voltará, renovando todas as coisas.
- A consciência, como tudo no mundo, apresenta inúmeros graus, e a culpa varia com eles.
- Cada qual tem sua missão: o buril lavra a pedra, a pedra se transmudará na estátua, a estátua se exibirá à admiração em praça pública; mas não te esqueças e honra também a rude ferramenta, que humilde se recolhe, à espera de novo serviço.
- Crê em Deus e crê em ti mesmo. A majestade da arvore frondosa dorme embrionária na minúscula semente.
- Enquanto esperas pelo Céu, não olvides que também a Terra vive esperando por ti.
- Quando todos desesperem ao redor de ti, impossibilitando-te a palavra equilibrante, contenta-te com o sorriso silencioso e aguarda a renovação das horas; quando a escuridão se faz completa, acender uma vela é criar novo sol.
- Não te perturbe a calúnia: a pedra atirada ao lago tranqüilo desce ao fundo de lodo, enquanto as águas voltam a refletir a beleza do firmamento.
- A enxada por muitos anos viveu feliz, honrada pelos trabalhadores que a manejavam, mas sentiu-se cansada e aposentou-se num canto: surpreendeu-a, então, a ferrugem, que a devorou em poucos meses.
- Não te sintas abandonado em circunstância alguma; o orvalho celeste rocia o cardo no deserto que o pé humano jamais tocou.
- Da semente lançada à fenda escura do solo, liberta-se viçosa planta, em busca de vida mais ampla; do cadáver sepultado em cova fria, desata-se o ser imortal, nascendo na espiritualidade. Tudo vive e se renova, mas a ignorância acredita que a morte das formas temporárias significa a extinção de todas as coisas.
- No caminho da vida, não te inclines excessivamente à esquerda, porque o fogo poderá cremar-te; nem te desvies demasiado à direita, porque o gelo te imobilizará. No meio da estrada existe uma zona temperada, na qual poderás seguir, em equilíbrio com o ambiente.
- O excesso de conforto é tão prejudicial ao espírito, como a absoluta carência dele.
- Quem ama, sente a necessidade de dar de si mesmo.
- O sacerdote, que apenas falou do púlpito, foi varrido da memória; mas o artífice, que fez o altar, recebe a permanente homenagem dos admiradores de sua obra. 
- O preguiçoso estima a confiança no acaso; o homem diligente levanta-se trabalhando e espera que Deus lhe robore as mãos ativas.
- Um trabalhador malhava grande pedra, procurando um tesouro que dentro dela  jazia; mas, ao golpeá-la pela centésima vez, assaltou-lhe o desânimo e abandonou-a... Outro trabalhador, então, aproxima-se e, ao primeiro golpe de marrão, logo lhe recolheu a riqueza do seio escancarado.
- Inúmeros homens dormem, muitos observam, alguns trabalham e raros servem.
- A pedra que não cede à passagem da corrente, fica para trás.
- Aquilo que não beneficia a todos, quase sempre não é bom para alguns. 
- Quando o homem desiste de lutar pelo bem, inicia-se-lhe a rigidez cadavérica do espírito.
- Beija as mãos que te ferem. Sem que o arado rasgue sulcos, a terra não produz.
- O amor não exige remuneração, mas não te esqueças de que a amizade é sustentada pela troca de valores da alma. Não negues atenção e carinho aos que te cercam, esperando estímulo e consolo. As sementes lançadas a covas de  pedra estiolam-se e morrem.
- A dor constitui valioso curso de aprimoramento para todos os aprendizes da escola humana.
- Na subalternidade, considera os problemas de quem te dirige; no comando, observa as lutas de quem te serve: somente assim, agirás com justiça.
- Na juventude do corpo físico, a alma olha para fora; mas, na velhice, aprende a atentar para dentro.
- O Cristo aceitou a cruz para que o coração de cada homem se converta em lar vivo da Humanidade inteira.
- Se tua dedicação está sempre a eriçar os espinhos da crítica, teu amor viverá constantemente só.
-A verdade é remédio poderoso e eficaz, mas só deve ser administrado consoante a posição espiritual de cada um.
- Obstáculo transposto é problema vencido.
- Trabalha, antes de pedir, porque o teu próprio trabalho fará a exposição de tuas necessidades.
- A morte oferece tranqüilidade somente ao espírito em cujas profundezas o incêndio das paixões jaz extinto.
- Não duvides do poder da bondade, ainda que a violência reúna mil exércitos contra ti. Um coração com Deus representa maioria contra uma multidão desvairada.
pelo Espírito Mariano José Pereira da Fonseca, Do Livro: Falando à Terra, Médium: Francisco Cândido Xavier.