segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O Enigma da Matéria


Miríades de seres inteligentes circundavam o trono do Eterno...
Lampejos da sua luz – veementes afirmações de pura espiritualidade...
De súbito, foram os seus hinos e hosanas tragados pelo mais profundo silêncio...
E pelo universo dos espíritos ecoou um brado inteligente – de estupefação...
Que acontecera?...
Creara Deus o que parecia a mais formal negação da divindade -  a matéria!...
Como era possível que um Ser tão imperfeito saísse das mãos da infinita perfeição?...
Tão primitivo era esse Ser, que antes parecia caricatura, que creatura – quase um ludíbrio do Creador...
Tão longe estava a matéria do centro da espiritualidade, que mal se equilibrava na extrema periferia das coisas reais – lá onde termina o Algo e principia o Nada...
Apenas, por um triz, por uma linha indivisível, por um átomo imponderável, escapara a matéria do oceano do irreal nas praias do real...
Mais um grau de imperfeição – e ela recairia na noite eterna do vácuo...
Como podia o pelni-Existente produzir esse ser semi-existente – quase inexistente?
Como podia a ínfima impotência ser efeito da suprema Onipotência?
Pasmaram, estupefatos, os espíritos celestes, dessa divina temeridade, que tão longe cravava as balizas do real sem se afogar no vácuo do irreal...
Como podia o Saber Infinito crear um Ser sem inteligência?...
Um Ser privado de vontade – Ele, a vontade Onipotente?...
Uma creatura sem espírito – Ele, o Espírito Eterno?...
Aos olhos dos espíritos celestes, que até então só conheciam realidades espirituais, afigura-se-lhes a origem da matéria um enigma, um súbito eclipse em pleno dia – quase um malogro da potência do Altíssimo...
Nenhum vislumbre de espiritualidade valorizava essa nebulosa amorfa, esse caos de átomos dispersos...
Ser mais primitivo, imperfeito e elementar não era possível imaginá-lo.
Suspeitariam os espíritos celestes que, no seio desse caos, dormitava o cosmos?...
Achariam possível que a infinita potencia e sabedoria do Creador encerrasse em cada uma das partículas materiais tão poderosas virtudes que, através dos séculos e milênios, levariam o mundo, de perfeição em perfeição – a um poema de harmonia e beleza?
O que tão imperfeito parecia a principio acabaria por se revelar veiculo de infinita sapiência...
O espírito de Deus...
Sobre as asas da evolução...
Huberto Rohden
De Alma para Alma

domingo, 30 de janeiro de 2011

Desprendimento dos bens terrenos




A que bens terrenos  que o Espírito se refere?
Octávio Caúmo Serrano
No longo item 14,  do capítulo XVI de O Evangelho Segundo o Espiritismo, “Servir a Deus e a Mamon”, Lacordaire nos trouxe, em 1863, importante mensagem sobre o “Desprendimento dos Bens Terrenos”.

A quem bens terrenos ele se refere?

Habituamo-nos a raciocinar que somos um espírito encarnado e, portanto, subjugado ao mundo da matéria, extremamente apelatória, imediatamente vem-nos à mente que os bens terrenos são as casas, os carros, as roupas e a comida, entre outros de igual natureza.

Não há dúvida que esses bens exercem fascínio em todos os homens. Fazem parte das necessidades humanas: o conforto, a boa comida, a roupa bonita, a jóia que enfeita, porque nosso corpo é ainda com o que mais nos identificamos. Temos sido mais matéria do que espírito, característica inerente aos mundos de provas e expiações, onde a imperfeição domina os seus habitantes.

A prova do que afirmamos é que nunca se cultivou tanto a forma física. As pessoas estão artificializadas. Tudo nelas está ficando postiço, enxertado. Jovens já a partir de quinze anos, meninas e meninos, procurando “turbinar-se”, causando danos à saúde e não percebendo a efemeridade da juventude.

É difícil desprender-nos desses bens, porque mesmo quando nos explicam sobre esse tema, vem-nos a idéia de que para ser cristão é preciso fazer voto de pobreza – porque confunde-se pobreza com humildade -  e os valores do mundo são proibidos pelas Leis de Deus. Logo nos chega à mente as lições de Jesus quando disse ao moço que deveria vender tudo e segui-Lo para ter o reino dos Céus; ou quando disse que é mais fácil o camelo passar pela agulha do que o rico ir para o Céu.

Isso não faz sentido, porque se nos fizermos pobres materialmente passaremos a ser mais um fardo para a sociedade, onde já existe tanta miséria e desigualdade. E se Deus deixa que cheguem às nossas mãos recursos que nos permitem dar empregos ou consumir os produtos dos que trabalham, nenhum mal existe nisso. Só há mal quando tentamos obter riqueza de maneira desonesta ou com danos ao semelhante.

Temos para nós, porém, que há bens terrenos mais difíceis de ser vencidos pelos homens que são aqueles ligados aos sentimentos. Falamos de poder, de vaidade, de beleza, de inteligência. Falamos ainda de competições. Não porque elas existam. Afinal são necessárias para que o homem trace objetivos e busque o sucesso. Mas porque não sabemos lidar com elas.

Observemos as competições de toda ordem. Para que dez por cento fique feliz, noventa por cento têm de sofrer, pela derrota e por ser ofendido pelo sadismo do vencedor. Fala-se tanto na paz do mundo, mas enquanto houver a ganância, a avareza, o egoísmo insaciável dos seres humanos, a paz será impossível. Não fogem a essa análise nem mesmo as religiões. Todas pretendem ter a verdade e não percebem que dividem em vez de harmonizar. No entanto, todas elas têm parte da verdade e estão, em processo evolutivo, interligadas.

A proposta do Espiritismo de nos concitar ao desprendimento dos bens terrenos é mostrar-nos que somos antes espírito que matéria, porque material somos por um tempo e espiritual, seremos eternamente. Como os bens materiais mal administrados lesam o homem espiritual, se não aprendermos agora a valorizar os bens terrenos com equilíbrio, seremos escravos deles, mesmo após a morte. Os avarentos de hoje serão os obsessores de amanhã..

Não temos a ilusão de imaginar que esse quadro possa mudar dentro de alguns séculos. O progresso e o entendimento são muito lentos. É tudo pouco a pouco, um a um, até que todos compreendam que desprender do mundo é libertar-se de si próprio. Mas para nós espíritas, é mais fácil compreender essa orientação de Lacordaire, a mesma de muitos outros orientadores.

Se considerarmos toda a gama de bens terrenos, veremos que desprender de casas, e outros bens patrimoniais, é ainda mais fácil do que a mãe desprender-se do filho,  a esposa do marido, a irmã do irmão e o cidadão da sua pátria. Difícil ao homem desprender-se da vaidade, das raças, dos cargos, das posições, da importância que lhe dão no mundo. Vemos isso até na diretoria de agrupamentos espíritas, onde o dirigente faz da casa o “seu centro”. Precisa da autoridade de presidente. Precisa da importância.

A finalidade da reencarnação é ajustar o homem aos valores espirituais. É viver no mundo, sem ser do mundo, como ensinam os espíritos. É sair daqui melhor do que chegou. Se assim não for, a reencarnação de nada valerá. Portanto, devemos selecionar com critério quais são os bens que valem nossos maiores investimentos. Se pensarmos apenas nos que ficam na Terra, nada construiremos para o futuro.

Tudo o que dissemos até aqui é comprovado ao vermos ricos tão infelizes quanto pobres. Uns, pobres, têm privações materiais. Outros, ricos, vivem a miséria espiritual. Se existe nos dias atuais tanta depressão causada pelo estresse da vida moderna, isso se deve à dificuldade do homem em desprender dos bens terrenos. Desprender não é relaxar. É administrar com sabedoria. E isto é o que nos tem faltado.

Sugerimos que leiam atentamente todo o item 14, do capítulo XVI de O Evangelho Segundo o Espiritismo, para compreenderem mais claramente o que fazemos na Terra.  

sábado, 29 de janeiro de 2011

As duas faces da nuvem


                                      
Não creias, amigo ignoto, em nuvens totalmente escuras.
Por mais sinistras que pareçam, cá de baixo, não deixam de ser luminosas, vistas lá de cima.
É questão de perspectiva...
Quando um dia subires à estratosfera, verás que até o mais espesso negro se dilui em luminosa alvura.
Não crias em vida perdida.
Não fales em derrota completa.
A vida é tão vasta, sublime e profunda, que nenhum desgraça a pode inutilizar por completo.
Se a ignorância ou a perversidade dos homens te fecharem uma porta, abre outra.
Se a perfídia dos inimigos ou a traição dos “amigos” demolirem os palácios da tua opulência, levanta modesta choupana à beira da estrada.
Ninguém te pode fazer infeliz – a não ser tu mesmo.
Tu és que tens nas mãos as chaves do céu e do inferno.
“O reino de Deus está dentro de ti”...
A felicidade não está na periferia da tua vida – está no centro do teu ser.
Não é nos nervos, na carne, no sangue, no acaso ou no destino que reside a verdadeira beatitude – mas, sim, no íntimo recesso da tua consciência.
Melhor uma choupana arraiada de sorrisos do que um palácio afogado em lágrimas...
Deus te creou para a felicidade – e quem pode frustrar os planos do Onipotente?
Se a tua vida não é um dia cheio de sol – por que não poderia ser uma noite iluminada de estrelas?
Por que não poderia  a tua felicidade ganhar em profundidade o que talvez tenha perdido em extensão?
Por que não poderia a luz suave de miríades de astros infundir-te na alma uma felicidade que nunca te deram os fulgores solares?
Se não percebes o chilrear dos passarinhos e o chiar das cigarras da zona diurna da vida – por que não te habituas a escutar as vozes discretas com que o silencio noturno enche a tua solidão?
Há tanto misticismo nas fosforescência da Via - Láctea...
Há tanta sabedoria na reticência da luz sideral...
Há tanta eloqüência no mutismo das nebulosas longínquas...
Há tantas preces no sussurro das brisas noturnas...há tanta alma na argêntea placidez do luar...
Há tanta filosofia na vastidão pressaga do cosmos...
Há tanta beatitude na acerbidade da dor, quando iluminada por um grande ideal...
Há tão profunda paz em pleno campo de batalha, quando o homem compreendeu o porquê da luta e o sentido divino do sofrimento...
Por mais negra que seja a face humana das nuvens da tua vida – crê, meu amigo, que é luminosa a face voltada para as alturas da Divindade.
Huberto Rohden
De Alma para Alma

A força do amor


Vida com qualidade é impossível sem amor. O amor é uma energia formidável que impulsiona as galáxias, que move os mundos, que dá brilho às estrelas, que suaviza a vida, que faz a mãe acalentar o filhinho nos braços, beijá-lo ternamente, e dizer, meu filho! minha vida! Mesmo que o filho seja deficiente mental, de olhar inexpressivo, e fisionomia torturada.
É o amor que faz com que aquilo que pareça impossível, aconteça. Só amor pode dar forças ao homem para superar barreiras e vencer. Gandhi teve um profundo amor pela Índia, e no sacrifício por amor encontrou forças para libertá-la do jugo de outra nação mais poderosa. Madre Teresa de Calcutá, por força do seu amor aos miseráveis, encontrou coragem para esmolar por eles, e lhes dar alguma dignidade.
Os caminhos do mundo foram pisados pelas patas dos elefantes de Aníbal, dos cavalos das legiões romanas, das hordas bárbaras, ( dizem que onde o cavalo de Átila pisava não nascia mais grama), e pelas botas militares de muitos guerreiros, mas, somente os pés descalços ou as sandálias simples dos missionários da paz, são capazes de deixar pelo caminho poeira de estrelas.
Quantos avatares, verdadeiros missionários, cruzaram os caminhos do mundo impulsionando os homens pela força do amor, para transformar a vida?
Por isso, continuamos convidando-os a cerrarem fileiras conosco para batalharmos pela paz. É por isso, que neste início de um novo milênio precisamos acreditar em nossa capacidade, saber que podemos vencer, que podemos construir um novo destino, que podemos construir um mundo melhor, onde a paz, a harmonia, e a justiça social estejam presentes.
Chico e os Espíritos Obsessores
Em conversa reservada conosco, em sua casa, Chico certa vez nos disse, enquanto íamos anotando resumidamente a sua palavra:
- "Eu já sofri, meu filho, o assedio de muitos espíritos que, de todas as maneiras, tentaram comprometer a tarefa do livro por nosso intermédio; os Bons Espíritos, Emmanuel, sempre estiveram comigo, mas nunca me isentaram das lutas que são minhas...
Houve época em que o assedio deles, dos espíritos infelizes, durava semanas e até meses; eles queriam que eu abandonasse tudo...
Ora, deixar tudo para fazer o que?
Colocavam idéias estranhas na minha cabeça - deitava-me e levantava-me com elas, mas eu não podia parar...
Perguntava a Emmanuel, ao Dr. Bezerra, se alguma coisa poderia ser feita, porque eu não estava agüentando; eram perturbações no espírito e sinais de doença no corpo, doenças-fantasmas evidentemente, dores por todos os lados, um pavor inexplicável da morte...
Eles me diziam que eu tivesse paciência, porque, com o tempo, tudo haveria de passar.
Mas não passava...
Às vezes, para mim, um dia parecia uma eternidade.
Então, não me restava alternativa, há anos ser continuar trabalhando sob aquela pressão psicológica tremenda.
Escutava espíritos perturbadores gargalhando aos meus ouvidos, me ironizando - e eu já estava na mediunidade havia um bom tempo!...
Na hora do serviço da psicografia, eles desapareciam, mas depois, voltavam.
Eu não podia viver em transe: tinha que cuidada da ida.
Apanhei muito dos espíritos inimigos da Doutrina, não a socos ou pontapés, mas a alguma coisa equivalente...
Não foi fácil.
Somente a custa de muita oração e trabalho na caridade é que fui me desligando naturalmente daqueles pensamentos.
Não pensem que tudo para mim, na mediunidade, tenha sido um mar de rosas; por vezes, eu me sentia sitiado - de um lado, a incompreensão dos encarnados e, de outro, o assedio espiritual que, em verdade, em maior ou menos grau, todo médium experimenta."
 prosseguiu:
- "Já conversei com muitos companheiros de valor na mediunidade que estavam estreitamente vampirizados pelos espíritos, que a eles pareciam colados, como se estivessem sugando a sua energia mental...
Não é brincadeira.
Os espíritos, em maioria, quando deixam o corpo, ficam por aqui mesmo.
Poucos são os que acham o caminho para as Dimensões Mais Altas...
O médium que não persevera na tarefa e que, doente como estiver, não procura cumprir com os deveres acaba anulado pelos seus desafetos invisíveis de outras vidas...
Emmanuel me perguntava:
- "Chico, o que e que você tem?"
Eu respondia a ele:
- "Estou triste, deprimido..." então, vamos trabalhar - me respondia -, porque, se não trabalhar, eu não posso ficar pajeando você...
" Foi assim que eu me habituei a trabalhar quase sem nenhum descanso. Como é que eu ia parar?!
Certa vez, os espíritos que me assediavam me levaram a ficar de cama: comecei a tremer, ter febre alta, e não era doença nenhuma.
Ainda bem que, de modo geral, a Humanidade vive alheia a influencia mais incisiva dos espíritos obsessores, oferecendo obstáculos à sintonia com eles, pois, caso contrário, a casa mental dos homens seria invadida...
Por este motivo, explica Emmanuel, os médiuns necessitam de vigilância dobrada.
Hoje, eu já me sinto um tanto mais calejado - as cicatrizes são tantas que os espíritos não encontram mais lugar para bater..." (Risos)
E remata, bem humorado:
- "Hoje, eu já estou praticamente morto: eles não vão se preocupar com um... cadáver, não é?".

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

POEMA DAS MÃOS
AMÉLIA RODRIGUES
Esqueça as próprias dores e deixe que as mãos de Jesus lhe penetrem a alma no sacerdócio do socorrer.
Enxugue o pranto dos olhos anônimos e pense as feridas dos estranhos nos caminhos por onde seguem os infelizes.
Distenda a parcela de pão, levando aos lábios alheios a porção de alimento mensageiro da vida.
Ofereça o remédio calmante, conduzindo o bálsamo portador da saúde.
Recorra ao passe salutar, renovando a água pura com a aplicação de energias superiores para a recuperação dos aflitos.
Não se faça desatento nem demore indiferente ante o espetáculo afligente que se dilata ante os seus olhos.
Jesus necessita das suas mãos para o ministério da vida abundante.
Deixe-se penetrar por Ele, esquecendo-se dos problemas que o escravizam ao poste da inutilidade.
De pouca valia serão as suas lágrimas se apenas expressam um abandono que não existe mas no qual você acredita.
Sem significação redundam os seus sofrimentos, se eles somente refletem a solidão onde você se refugia, deixando-se arrastar por injustificável pessimismo.
Para quem foi agraciado pela excelência da fé imortalista, não há como deter-se na contabilidade das dores pessoais, longe da renovação que surge em cada instante como porta aberta à glória do bem.
Suas mãos no trabalho, médiuns das mãos de Jesus, são um poema de invencível amor.
Ofereça assim, os recursos da própria pequenez e permita que as divinas mãos do Cristo operem pelas suas.
Doe as horas excedentes dos seus dias à jornada abençoada com que o Mestre honra a sua vida, desde que foi iluminada pela mensagem da Doutrina Espírita, que desdobra para o seu entendimento a epopéia da Cruz como lição viva de libertação dos penates da carne.
Emoldure sua existência com as bênçãos resultantes das suas mãos compondo o poema da fraternidade em derredor dos sofredores da Terra. Suas mãos podem ser as alavancas do amor construindo o mundo novo.
Livro: Sementes de Vida Eterna. Psicografia de Divaldo P. Franco.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

NOSSA CASA
Cape Code Shed

Um velho carpinteiro estava em vias de se aposentar. Chegou ao seu superior e informou a decisão. Os anos lhe pesavam muito e ele desejava uma vida mais calma.
Queria descansar um pouco, estar mais com a família, despreocupar-se de horários e rígidas disciplinas que o trabalho lhe impunha.
Porque fosse um excelente funcionário, seu chefe se entristeceu. Perderia um colaborador precioso.
Como última tarefa, antes de deixar seu posto de tantos anos, o chefe lhe pediu que construísse uma casa. Era um favor especial que ele pedia.
O carpinteiro consentiu. À medida que as paredes iam subindo, as peças sendo delineadas, o acabamento sendo feito, podia se perceber à distância que os pensamentos e o coração do servidor não estavam ali.
Ele não se empenhou no trabalho. Não se preocupou na seleção da matéria-prima, de forma que as portas, janelas e o teto apresentavam sérios defeitos.
Como também não teve cuidado com a mão de obra, a casa tomou um aspecto lamentável. Foi uma maneira bem  desagradável dele encerrar a sua carreira.
Surpresa maior foi quando o chefe veio inspecionar a obra terminada. Olhou e pareceu não ficar satisfeito. Aquele não era um trabalho do seu melhor carpinteiro.
No entanto, tomou as chaves da casa e as entregou ao carpinteiro.
Esta casa é sua. É meu presente para você, por tantos anos de dedicação em minha empresa.
Que choque! Que vergonha! Se ele soubesse que a casa seria sua, teria caprichado. Teria buscado os melhores materiais. O acabamento teria merecido atenção especial.
Mas agora ele iria morar naquela casa tão mal feita.
Assim acontece conosco. Construímos nossas vidas de maneira distraída e descuidada.
Esquecemos de levantar paredes sólidas de afeto que nos garantirão o abrigo na hora da adversidade. Não providenciamos teto seguro de honradez para os dias do infortúnio.
Não nos preocupamos com detalhes pequenos como gentileza, delicadeza, atenções que demonstrem interesse para com os demais.
Pensemos em nós como um carpinteiro. Pensemos em nossa casa. Cada dia martelamos um prego novo, colocamos uma armação, estendemos vigas, levantamos paredes.
Construamos com sabedoria nossa vida. Porque a nossa vida de hoje é o resultado das nossas atitudes e escolhas feitas no ontem. Tanto quanto nossa vida do amanhã será o resultado das atitudes e escolhas que fizermos hoje.
E se nos sentirmos falharem as forças, recordemos a advertência que se encontra no capítulo primeiro da epístola de Tiago,  versículo 5: Se alguém tem falta de sabedoria, peça a Deus. Ele a dará porque é generoso e dá com bondade a todos.
*   *   *
Tudo que realizes, faze-o com alegria.
Coloca estrelas de esperança no céu de tua vida e alegra-te pela oportunidade evolutiva.
A alegria que é resultado de uma conduta digna, é geradora de saúde e bem-estar.
E toda alegria resulta de uma visão positiva da vida, que se enriquece de inestimáveis tesouros de paz interior.
O teu amanhã será de luz se hoje semeares bom ânimo, o bem e a amizade.

Redação do Momento Espírita, com base em conto da Gazeta cristã, ano III, de novembro de 1999 e no cap. 40, do livro Episódios diários, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 27.01.2011.

HOSPITAL DO SENHOR
“Fui ao hospital do Senhor fazer um
Check-up” de rotina e constatei
que estava doente.
Quando Jesus mediu minha pressão, verificou
que estava baixa de ternura.
Ao tirar a temperatura, o termômetro
registrou 40 graus de egoísmo.
Fiz um eletrocardiograma e foi diagnosticado
que necessitava de uma ponte de
amor, pois minha artéria estava bloqueada
e não estava abastecendo meu coração vazio.
Passei pela ortopedia, pois estava com
dificuldade de andar lado a lado com
meu irmão e não conseguia abraçá-lo
por ter fraturado o braço, ao tropeçar
na minha vaidade.
Constatou-se miopia, pois não conseguia
enxergar além das aparências.
Queixei-me de não poder ouvi-lo e
diagnosticou bloqueio em decorrência das
palavras vazias do dia a dia.
Obrigado, Senhor, por não ter me cobrado
consulta, pela sua grande misericórdia.
Prometo, ao sair daqui, somente usar
remédios naturais que me indicou e que
estão no receituário de seu evangelho.
Vou tomar diariamente, ao me levantar,
chá de agradecimento; ao chegar ao trabalho,
beber uma colher de sopa de bom dia,
e de hora em hora, um comprimido de
paciência, com um copo de humildade.
Ao chegar em casa, Senhor, vou tomar
diariamente, uma injeção de amor,
e ao me deitar, duas cápsulas de
consciência tranqüila.
Agindo assim, tenho certeza de que não
ficarei mais doente e todos os dias
serão de confraternização e solidariedade.
Prometo prolongar esse tratamento preventivo
por toda a minha vida para que,
quando me chamar, seja por morte natural.
Obrigado, Senhor, e perdoe-me por ter
tomado seu tempo.
De seu eterno cliente,
( Autor Desconhecido)
Paz
     A Paz não é um estado a ser atingido ou conquistado por convenções legais ou diplomáticas, embora as Instituições Humanas legalmente constituídas sejam ou produzam as referências de mais larga aceitação pelos homens.
      Paz é uma convicção profunda, íntima, que o verdadeiro homem de bem externa em cada gesto, cada palavra, pensamento ou decisão, fazendo que em torno de si – pela inevitável reação de toda ação – reine exatamente sua conquista, seu estado íntimo, vibrações, crença, que traduzem sua criação natural de todo momento, seu amor, a Paz, enfim...
      O exercício diário para a conquista de tais virtudes é o que aconselha a vida, portanto...
      Enquanto o homem comparar Paz e interesse material humano sem adotar pesos adequados e justos para cada um, dificilmente aquela se manifestará em plenitude, dificilmente produzirá o clima espiritual necessário ao progresso real do próprio homem...
      A Verdadeira Paz está instalada e brota do íntimo para a vida de relação, sendo imperativo que a cultivemos exatamente lá, em nossos íntimos, para que a vejamos externa a nós mesmos, entre nós por conseqüência, felicitando-nos a cada momento.
      Esperar que surja das equações do interesse de homens e países é não compreender-lhe a essência, ou ainda pior, é não desejá-la sinceramente, quer para si quer para o Mundo, tomando-a por conveniência retórica nos certames políticos.
      Cultiva a Paz em ti, faze-te farol que lance Luzes de Paz no caminho onde andes, e teus passos serão os primeiros beneficiados...

Candeia
Brasília-DF-24.03.03-21:00h-Saulo

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Lindas Palavras

Senhor!...
Dura é a pedra, entretanto,
com a Tua sabedoria,
temo-la empregada em
obras de segurança.
Violento é o fogo, todavia,
sob a tua inspiração
foi ele posto em disciplina,
em auxílio da inteligência
Agressiva é a lâmina ,
no entanto ao influxo
de Teu amparo vemo-la piedosa,
na caridade da cirurgia
Enfermiço é o pântano, contudo
sob tua benevolência
encontramo-lo convertido
em celeiro de flores

Eu trago comigo
a dureza da pedra
a violência do fogo
a agressividade da lâmina
e a enfermidade do charco
mas com a Tua benção de amor
posso desfrutar o privilégio de cooperar
na construção do Teu reino...
para isso Senhor, porém, Senhor
concede-me por acréscimo de misericórdia
a felicidade de trabalhar
e ensina-me a receber
o dom de servir.
Chico Xavier
Bem aventurados os que
têm os olhos fechados


Meus bons amigos porque me haveis chamado?
É para me fazer impor as mãos sobre a pobre sofredora que esta aqui, e a cure?
Ah! Que sofrimento, bom Deus !
Ela perdeu a vista e as trevas se fizeram
para ela. Pobre criança! que ore e espere ;
não sei fazer milagres, sem a vontade do
bom Deus.Todas as curas que puder obter,
e que vos foram assinaladas, não as atribuais
senão àquele que é nosso Pai em tudo....

" Trecho extraído do Evangelho
seg: O Espíritismo "
**
Comentários de
Neide Fernandes Chagas
**
Queridos irmãos (as)
Ninguém, mas ninguém mesmo esta livre da
punição de seus maus atos, muitas
vezes oramos a Deus pedindo a cura das
nossas deformidades físicas sem perceber que
o que mais se encontra doente é nosso
espirito, se hoje sofremos algum tipo de
deficiência física como um cego, paralítico ,
surdo-mudo, etc...
Com certeza falimos em nossas existências
passadas, se fomos o causador da cegueira
de alguém ou fizemos mau uso dos nossos
olhos para o sofrimento de um
irmão (a), reencarnaremos privados da luz e
assim também se dá com as outras deficiências,
ai pedimos e pedimos sem cessar a Deus que
nos cure e nem sempre alcançamos a graça da
cura e com isso nos revoltamos
e blasfemamos e o que é pior taxamos Deus
de injusto. Se ao invés disso pedirmos para
que seja curado nosso espirito tão doente e
devedor, com certeza nossa imperfeição física
seria um fardo mais leve de se
carregar, pois esta mesma deficiência que
adquirimos esta sendo o instrumento
da nossa cura espiritual.
Muitos de nós passamos a vida a perguntar,
porque comigo? Porque só pra mim as coisas
dão errado? Deus não tem misericórdia para
comigo! Caros amigos, porque atribuir a
Deus as nossas próprias falhas?
Se fomos nós mesmos que as cometemos,
e posso acrescentar sem medo de errar que
esta punição não é Deus quem a faz e sim
nossa própria consciência, depois de tanto
sofrer no plano espiritual nós mesmos pedimos
para corrigir esses erros e quando voltamos
ao corpo físico (reencarnação) trazemos o esquecimento e nos revoltamos com a nossa
condição de enfermo e pedimos a cura por não
aceitar, e não sabemos também até que ponto
essa mesma deficiência nos impediria
nesta vida de cometermos mais erros caso
fossemos perfeitos, por isso o que nos parece
um mal, na realidade é a misericórdia de
Deus agindo em nossas vidas.

Meditemos nesta lição.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Você e nós
Espíritos eternos, estamos hoje no ponto exato da evolução para o qual nos preparamos com os recursos mais adequados à solução de nossos problemas e tarefas, segundo os compromissos que abraçamos,
seja no campo do progresso necessário ou
na espera da provação retificadora.
Achamo-nos com os melhores familiares e com os melhores companheiros que
a lei do merecimento nos atribui.
A vista disso, permaneçamos convencidos de que
a base de nossa tranqüilidade reside na
integridade da consciência.
Compreendamos que todas as afeições-problemas,
em nossa trilha de agora, constituem débitos de existências passadas que nos compete ressarcir
e que todas as facilidades que já nos enriquecem na estrada são instrumentos que o Senhor nos
empresta, a fim de utilizarmos a vontade
própria na edificação de mais ampla felicidade porvindoura e entendamos que a vida nos
devolve sempre aquilo que lhe damos.
Na posse de semelhantes instruções, valorizemos
o tempo para que o tempo nos valorize e permaneçamos em equilíbrio, sem afetar aquilo
que não somos, em matéria de elevação,
conquanto reconhecendo a necessidade de
aperfeiçoar-nos constantemente.
Se erramos, estejamos decididos a corrigenda, agindo com sinceridade e trabalhando fielmente para isso.
Você e nós, estejamos certos, diante da Providencia Divina, que possuímos infinitas possibilidades
de reajuste, aprimoramento, ação e ascensão e que depende tão somente de nós mesmos, melhorar
ou agravar, iluminar ou obscurecer
as nossas situações e caminhos.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

UMA VIDA, DUAS VIDAS, UM SORRISO
Foi durante a guerra civil na Espanha. Antoine de Saint-Exupéry, o autor de O pequeno príncipe, foi lutar ao lado dos espanhóis que preservavam a democracia.
Certa feita, caiu nas mãos dos adversários. Foi preso e condenado à morte.
Na noite que precedia a sua execução, conta ele que foi despido de todos os seus haveres e jogado em uma cela miserável.
O guarda era muito jovem. Mas era um jovem que, por certo, já assassinara a muitos. Parecia não ter sentimentos. O semblante era frio.
Vigilante, ali estava e tinha ordens para atirar para matar, em caso de fuga.
Exupéry tentou uma conversa com o guarda, altas horas da madrugada. Afinal, eram suas últimas horas na face da Terra. De início, foi inútil. Contudo, quando o guarda se voltou para ele, ele sorriu.
Era um sorriso que misturava pavor e ansiedade. Mas um sorriso. Sorriu e perguntou de forma tímida:
Você é pai?
A resposta foi dada com um movimento de cabeça, afirmativo.
Eu também, falou o prisioneiro. Só que há uma enorme diferença entre nós dois. Amanhã, a esta hora eu terei sido assassinado. Você voltará para casa e irá abraçar seu filho.
Meus filhos não têm culpa da minha imprevidência. E, no entanto, não mais os abraçarei no corpo físico. Quando o dia amanhecer, eu morrerei.
Na hora em que você for abraçar o seu filho, fale-lhe de amor. Diga a ele: "Amo você. Você é a razão da minha vida." Você é guarda. Você está ganhando dinheiro para manter a sua família, não é?
O guarda continuava parado, imóvel. Parecia um cadáver que respirava.
O prisioneiro concluiu: Então, leve a mensagem que eu não poderei dar ao meu filho.
As lágrimas jorraram dos olhos. Ele notou que o guarda também chorava. Parecia ter despertado do seu torpor. Não disse uma única palavra.
Tomou da chave mestra e abriu o cadeado externo. Com uma outra chave abriu a lingueta. Fez correr o metal enferrujado, abriu a porta da cela, deu-lhe um sinal.
O condenado à morte saiu apressado, depois correu, saindo da fortaleza.
O jovem soldado lhe apontou a direção das montanhas para que ele fugisse, deu-lhe as costas e voltou para dentro.
O carcereiro deu-lhe a vida e, com certeza, foi condenado por ter permitido que um prisioneiro fugisse.
Antoine de Saint-Exupéry retornou à França e escreveu uma página inesquecível: Uma vida, duas vidas, um sorriso.
*   *   *
Tantas vezes podemos sorrir e apresentamos a face fechada, indiferente.
Entretanto, as vozes da Imortalidade cantam. Deus canta em todo o Universo a glória do amor.
Sejamos nós aqueles que cantemos a doce melodia do amor, em todo lugar, nos corações.
Hoje mais do que ontem, agora mais do que na véspera quebremos todos os impedimentos para amar.

Redação do Momento Espírita, com base em Conferência de Divaldo Pereira Franco, na abertura do 4. Simpósio Paranaense de Espiritismo, em Curitiba, Paraná.
Em 21.01.2011
A OUTRA JANELA
A menina, debruçada na janela, trazia nos olhos grossas lágrimas e o peito oprimido pelo sentimento de dor, causado pela morte do seu cão de estimação.
Com pesar, observava atenta o jardineiro a enterrar o corpo do amigo de tantas brincadeiras. A cada pá de terra jogada sobre o animal, sentia como se sua felicidade estivesse sendo soterrada também.
O avô, que observava a neta, aproximou-se, envolveu-a num abraço e falou-lhe com serenidade: Triste a cena, não é verdade?
A netinha ficou ainda mais triste e as lágrimas rolaram em abundância.
No entanto, o avô, que sinceramente desejava confortá-la, chamou-lhe a atenção para outra realidade. Tomou-a pela mão e a conduziu até uma janela opostamente localizada na ampla sala.
Abriu as cortinas e permitiu que ela visse o imenso jardim florido à sua frente, e lhe perguntou carinhosamente: Está vendo aquele pé de rosas amarelas, bem ali à frente? Lembra-se de que me ajudou a plantá-lo? Foi num dia de sol como o de hoje, que nós dois o plantamos.
Era apenas um pequeno galho cheio de espinhos, e hoje... Veja como está lindo, carregado de flores perfumadas e botões como promessa de novas rosas!
A menina enxugou as lágrimas que ainda teimavam em permanecer em suas faces e abriu um largo sorriso.
Mostrou as abelhas que pousavam sobre as flores e as borboletas que faziam festa entre uma e outra e as tantas rosas de variados matizes, que enfeitavam o jardim.
O avô, satisfeito por tê-la ajudado a superar o momento de dor, falou-lhe com afeto: Veja, minha filha, a vida nos oferece sempre várias janelas. Quando a paisagem de uma delas nos causa tristeza, sem que possamos alterar-lhe o quadro, voltemo-nos para outra, e certamente nos depararemos com uma paisagem diferente.
                                                   * * *
Tantos são os momentos felizes que se desenrolam em nossa existência. Tantas oportunidades de aprendizado nos visitam no dia-a-dia, que não vale a pena chorar e sofrer diante de quadros que não podemos alterar.
São experiências valiosas das quais devemos tirar as lições oportunas, sem nos deixar tragar pelo desespero e pela revolta, que só infelicitam e denotam falta de confiança em Deus.
A nossa visão do mundo ainda é muito limitada, não temos a capacidade de perceber os objetivos da Divindade, permitindo-nos momentos de dor e sofrimento.
Mas Deus tem sempre objetivos nobres e uma proposta de felicidade a nos aguardar.
                                                        * * *
Se hoje você está a observar um quadro desolador, lembre-se de que existem outras tantas janelas, com paisagens repletas de promessas de melhores dias.
Não se permita contemplar a janela da dor. Aproveite a lição e siga em frente com ânimo e disposição.
O sofrimento que hoje nos parece eterno, não resiste a força das horas que a tudo modifica.
A luz sempre vence as trevas, basta que tenhamos disposição íntima e coragem de voltar-nos para ela.
Agindo assim, o gosto amargo do sofrimento logo cede lugar ao sabor agradável de viver, e saber que Deus nos ampara em todos os momentos da nossa vida.
Pense nisso!
Redação do Momento Espírita.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 3, ed. Fep.
Em 22.04.2009.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

ALGUÉM PARA AMAR
 O mundo está cheio de queixas. De pessoas que se dizem solitárias. Que desejariam ser amadas. Que vivem em busca de alguém que as ame, que as compreenda.
O mundo está cheio de carências. Carências afetivas. Carências materiais.
Possivelmente, observando o panorama do mundo onde vivia foi que Madre Teresa de Calcutá, certo dia, escreveu:
Senhor, quando eu tiver fome, dai-me alguém que necessite de comida. Quando tiver sede, dai-me alguém que precise de água. Quando sentir frio, dai-me alguém que necessite de calor.
Quando tiver um aborrecimento, dai-me alguém que necessite de consolo. Quando minha cruz parecer pesada, deixai-me compartilhar a cruz do outro.
Quando me achar pobre, ponde a meu lado alguém necessitado. Quando não tiver tempo, dai-me alguém que precise de alguns dos meus minutos. Quando sofrer humilhação, dai-me ocasião para elogiar alguém.
Quando estiver desanimada, dai-me alguém para lhe dar novo ânimo.
Quando sentir necessidade da compreensão dos outros, dai-me alguém que necessite da minha. Quando sentir necessidade de que cuidem de mim, dai-me alguém que eu tenha de atender.
Quando pensar em mim mesma, voltai minha atenção para outra pessoa.
Tornai-nos dignos, Senhor, de servir nossos irmãos que vivem e morrem pobres e com fome no mundo de hoje.
Dai-lhes, através de nossas mãos, o pão de cada dia, e dai-lhes, graças ao nosso amor compassivo, a paz e a alegria.
Madre Teresa verdadeiramente conjugou o verbo amar na prática diária. Sua preocupação era em primeiro lugar com os outros.
Todos representavam para ela o próprio Cristo. Em cada corpo enfermo, desnutrido e abandonado, ela via Jesus crucificado em um novo madeiro.
Amou de tal forma que estendeu a sua obra pelo mundo inteiro, abraçando homens de todas as nações e credos religiosos.
Honrada com o Prêmio Nobel da Paz, prosseguiu humilde, servindo aos seus irmãos da romagem terrestre. Tudo o que lhe importava eram os seus pobres. E os seus pobres eram os pobres do mundo inteiro.
Amou sem fronteiras e sem limites. Serviu a Jesus em plenitude. E nunca se ouviu de seus lábios uma queixa de solidão, amargura, cansaço ou desânimo.
Sua vida foi sempre um cântico de fidelidade a Deus, por meio dos compromissos com as lições deixadas por Jesus.
*   *   *
O Cristo precisa de almas dispostas e decididas que não meçam obstáculos para servi-lO. Almas que se lancem ao trabalho, por mais exaustivo que seja, porém sempre reconfortante e luminoso, desde que possa ser útil de verdade.
Almas que não esperem nada do beneficiado, por suas mãos socorrido, a não ser a sua felicidade, sob as luzes do amigo Jesus.
Almas cujo único desejo seja o de amar intensamente, sem aguardar um único gesto de gratidão.
Almas que tenham entendido o que desejou dizer Francisco de Assis: É melhor amar do que ser amado.

Redação do Momento Espírita,com base no cap. 20 do livro Vida e mensagem, pelo Espírito Francisco de Paula Vítor, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter e no poema de Madre Teresa de Calcutá, intitulado Dai-me alguém para amar.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 7, ed. Fep.
Em 20.01.2011.