quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Papai rico

Conheci Cantídio Pereira em pleno fastígio econômico. Duas fazendas na gleba fluminense e grande conjunto residencial em formosa praia do Rio. Gostava de carros e viagens, diversões e aperitivos. Era, em suma, cavalheiro elegante e bem posto, relacionando anedotas finas em cada conversação.

Não abraçava o grande amigo, desde muito tempo, quando fui reencontrá-lo, justamente ali, em velha casa consagrada a problemas e assuntos de reencarnação.

Recolhi-o, de encontro ao peito, com a felicidade de quem surpreende um irmão em país diferente, e passamos a falar no mesmo idioma de carinho e recordação.

Ignorando-lhe a mudança, da Terra para a Vida Espiritual, era natural me espantasse, não apenas por revê-lo em pessoa, mas também ao verificar-lhe a aflitiva apresentação.

O antigo “gentleman”, que envergava costumes de puro linho inglês nos repastos do Leme, parecia desempenhar agora o papel de mendigo. Veste rota, desajeitada. Amargura, desencanto, tristeza...

Foi por isso, talvez, que as minhas primeiras indagações veladas respondeu sem rebuços:

– Não se admire, meu caro... Não é a morte que opera tamanha transformação. É a própria vida que continua...

– Mas você...

– Não faça perguntas – falou bem humorado –, explicarei...

E prosseguiu :

– Você provavelmente ainda não sabe que voltei da Terra, há dois anos. Tempo bastante para renovar-me em todas as dimensões, apesar de ter vivido por lá mais de setenta. Imagine que meus quatro filhos eram meus quatro amores. Viúvo desde a mocidade, concentrei neles a própria vida. João e Eduardo, Linda e Eunice resumiam meus sonhos. Casados, continuaram a ser minha doce alegria. Além disso, povoaram-me a velhice com quatro netos, que eram para mim claros jorros de sol. Julguei que a morte não nos distanciasse uns dos outros; entretanto, meu amigo, tão logo cerrei os olhos, a paixão do dinheiro endoideceu minha gente. Tudo começou, ao pé das orações que fizeram de boca, por intenção de minha felicidade, no sétimo dia depois da grande separação. Conduzido por mãos amigas ao templo religioso em que se ajuntavam, observei, assombrado, que filhos e filhas, noras e genros se entreolhavam com inesperada desconfiança. Em seguida às preces, Linda e Eunice começaram a rixar em nossa casa, pela posse de alguns pratos de porcelana chinesa, não pelo valor afetivo que assinalavam, mas pelo preço a serem vendidos na feira de antiguidades. Chamados à cena, Eduardo e João, com as respectivas esposas, desceram a outras minúcias e, ali mesmo, no santuário doméstico, vi lembranças quebradas, vasos atirados pelas janelas, livros queimados e retratos destruídos, com a troca abundante de murros e palavrões. O lar, dantes respeitado, fez-se palco de luta livre. Chorei e implorei concórdia, mas ninguém me sentiu a, presença. Na noite desse mesmo dia, meus genros procuraram meus filhos, com pesadas reclamações. Afirmando-se injuriados, exigiam adiantamento sobre a herança. Surpreendidos por ameaças, na solidão do extenso gabinete que me fora refúgio, meus rapazes assinaram cheques vultosos, tomados de ódio silencioso. No dia imediato, um dos genros comprou carro de luxo, iniciando-se em bebedeiras, enquanto o outro dava curso à recalcada predileção pelas corridas, adquirindo cavalos de grande fama. Linda e Eunice reclamaram em vão. Totalmente alterados pelo dinheiro fácil, ambos desgarraram para o vício. Minhas filhas passaram a conhecer dificuldades que nunca viram. Linda, mais sensível, adoeceu, e, porque mostrasse profundo desequilíbrio nervoso, foi recolhida a uma casa de alienados mentais. Eunice enlouqueceu de outro modo... Acompanhando o marido para fiscalizar-lhe as noitadas alegres, aderiu aos prazeres noturnos, caiando em conflitos sentimentais de que somente se livrará Deus sabe quando... João e Eduardo, a princípio unidos pelo interesse, acabaram desavindos... Disputaram a posse das vacas, praguejando entre si...

Depois, divergiram quanto à escolha das terras, em seguida venderam-me as casas, devastando-me os bens, assumindo a posição de inimigos ferozes... De bolsos recheados, esqueceram as obrigações de família e puseram-se, desorientados, no tropel da aventura... As noras igualmente, acreditando mais no dinheiro que no trabalho, descambaram para mentiras douradas, apodrecendo em preguiça, e os meus pobres netos são hoje meninos infelizes... Os dois menores estão viciados em gotas entorpecentes e os dois maiores em flagelo de lambreta...

De expressão desenxabida, Pereira ajuntou:

– Nunca recebi dos meus o favor de uma prece realmente sincera, nem o socorro de um só pensamento de gratidão... No fundo, colhi o que semeei... Acima da riqueza amoedada, deveria colocar o trabalho e a educação, a fraternidade e a beneficência... Agora, é preciso voltar à Terra, começar tudo de novo e olvidar a minha tragédia de papai rico...

Nesse ínterim, o dirigente da instituição chamou por ele e pude ouvir o instrutor dizer-lhe, grave:

– Seu pedido de reencarnação, por enquanto, não tem fundamento... Você tem créditos para repousar e preparar-se, por mais quarenta a cinqüenta anos, junto de nós...

– Entretanto – falou Cantídio –, tenho pressa... Aspiro a novo corpo de carne, a agir e a esquecer...

– Bem – aduziu o diretor –, para o momento, só dispomos de recurso difícil. Só existe uma oportunidade, já, já... O irmão poderá reencarnar na região do Rio de Janeiro, mas... não na beleza e na glória da grande cidade que tanto amamos, mas, sim, entre os filhos de um casal de idiotas, no antigo Morro dos Cabritos...

Cantídio, no entanto, longe de aborrecer-se, pôs as mãos postas em sinal de agradecimento e gritou, feliz: – Obrigado! Obrigado!... Renascer no Morro doa Cabritos, com pouca memória, é muita felicidade!...

E concluiu, transtornado de júbilo: – Bendito seja Deus!
pelo Espírito Irmão X, Do Livro: Luz no Lar, Médium: Francisco Cândido Xavier.

Página de Fé

Na reunião da noite de 19 de agosto de 1954, em rematando as nossas tarefas, tivemos a visita do Espírito Célia Xavier, que ocupou as faculdades psicofônicas do médium, oferecendo-nos expressiva página de fé. Célia Xavier é abnegada servidora espiritual do Evangelho num dos templos espíritas de Belo Horizonte.


Á frente do ataúde ou perante o sepulcro aberto, clama o homem desesperado:

- Maldita seja a morte que nos impõe a separação para sempre...

Não suspeita de que os seus entes amados, na vanguarda do além, prosseguem evoluindo entre a alegria e a dor, compartilhando-lhe esperanças e ansiedades.

E não se apercebe de que ele mesmo atravessará, um dia, aflito e espantado, o portal de pó e cinza para colher o que semeou.

No entanto, somos hoje, os espíritas e os Espíritos, batedores da Era Nova e servos da Nova Luz.

Unidos, estamos construindo o túnel da grande revelação, pela qual se expressará, enfim, a vida plena e Vitoriosa.

Conhecemos de perto vosso combate, vossa tarefa, vossa fadiga...

A Verdade, que pediu outrora o martírio aos pioneiros da fé cristã, atualmente vos reclama o sacrifício por norma de triunfo.

Antigamente, era a perseguição exterior, através dos circos de sangue ou das fogueiras cruéis.

Agora, é a batalha íntima com os monstros da sombra a se aninharem, sutis, em nosso próprio coração, declarando oculta guerra ao nosso idealismo superior.

Ontem, poderia ser mais fácil morrer, de um átimo, sob o cutelo da flagelação física.

Hoje, porém, é muito difícil sofrer, pouco a pouco, o assalto das trevas, sustentando suprema fidelidade à glória do espírito.

Entretanto, não podemos trair a excelsitude do mandato que nos foi confiado.

Somos lidadores da renovação e arautos da luz, a quem incumbe a obrigação de acendê-la na própria alma, para que o nosso mundo suba no céu para o esplendor de céus mais altos.

É preciso não temer as serpes do caminho, nem recear os fantasmas da noite.

Nosso programa essencial na luta é o aprimoramento próprio, a fim de que o mundo, em torno de nós, também se aperfeiçoe.

Aprendendo e ensinando, lembremo-nos, pois, de que o nosso amanhã será a projeção do nosso hoje e, elegendo no bem o sistema invariável de nosso reto pensamento e de nossa reta conduta, continuemos unidos na cruzada contra a morte, esforçando-nos para que o homem compreenda que o amor e a justiça regem a vida no Universo e que o trabalho e a fraternidade são as forças que geram na eternidade a alegria e a beleza imperecíveis.
pelo Espírito Célia Xavier, Do Livro: Instruções Psicofônicas, Médium: Francisco Cândido Xavier.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Trabalhar

Se você acredita no valor da preguiça, olhe a água parada.

Seja qual seja o seu problema, o trabalho será sempre a sua base de solução.

Não existe processo de angústia que não se desfaça ao toque do trabalho.

Diante de qualquer sofrimento o trabalho é o nosso melhor caminho para a libertação.

O segredo da paz íntima é agir um tanto mais além das nossas supostas possibilidades na construção do bem.

Não se aborreça se alguns companheiros lhe abandonaram a estrada; continue em seu próprio dever e o trabalho lhe trará outros.

O que você faz é aquilo que você tem.

A força está com a razão, mas a razão está do lado de quem trabalha.

Todos os medicamentos são valiosos na farmácia da vida, mas o trabalho é o remédio que oferece complemento a todos eles.

Quem trabalha encontra meios de esclarecer, mas não tem tempo de discutir.

O sucesso quase sempre se forma com uma parte de ideal e noventa e nove partes de suor na ação que o realiza.


RESPOSTAS DA VIDA – ANDRÉ LUIZ / CHICO XAVIER

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Pensar

O pensamento é a nossa capacidade criativa em ação. Em qualquer tempo, é muito importante não nos esquecermos disso.

A idéia forma a condição; a condição produz o efeito; o efeito cria o destino.

A sua vida será sempre o que você esteja mentalizando constantemente. Em razão disso, qualquer mudança real em seus caminhos virá unicamente da mudança de seus pensamentos.

Imagine a sua existência como deseja deva ser e, trabalhando nessa linha de idéias, observará que o tempo lhe trará as realizações esperadas.

As leis do destino carrearão de volta a você tudo aquilo que você pense. Nesta verdade, encontramos tudo o que se relacione conosco, tanto no que se refere ao bem, quanto ao mal.

Observe e verificará que você mesmo atraiu para o seu campo de influência tudo o que você possui, tudo aquilo que faz parte do seu dia-a-dia..

Deus é Amor e não pune criatura alguma. A própria criatura é que se culpa e se corrige, ante os falsos conceitos que alimente com relação a Deus.

Em nosso íntimo a liberdade de escolher é absoluta; depois da criação mental que nos pertence, é que nos reconhecemos naturalmente sujeitos a ela.

O Bem Eterno é a Lei Suprema; mantenha-se no bem a tudo e a todos e a vida se lhe converterá em fonte de bênçãos.

Através dos princípios mentais que nos regem, de tudo aquilo de nós que dermos aos outros, receberemos dos outros centuplicadamente.


Respostas da Vida – André Luiz / Chico Xavier

Fidelidade

Sem dúvida, não nos pede o Senhor votos reluzentes na boca, nem promessas brilhantes.

Jesus não necessita nem mesmo das nossas das afirmações labiais de fé, nem tampouco de manifestações adorativas.

Conta, sim, com a nossa fidelidade, sejam quais forem as circunstâncias.

Se o dia resplende o céu azul, tenhamos a coragem de romper com todas as sugestões de conforto próprio, avançando à frente...

Se a tempestade relampeia no teto do mundo, cultivemos bastante abnegado para sofrer o granizo e o vento, demandando o horizonte que nos cabe atingir.

De todos os lados, invariavelmente, chegarão apelos que nos convidam a deserção. Elogios e injúrias, pedrada e incenso aparecerão, decerto, como procurando entorpecer-nos a consciência, no entanto, a cavaleiro de uns e outros, é imperioso recordar o divino Mestre, na pessoa do próximo, e buscá-lo sem pausa, através do bem incessante. Somos poucos; no entanto, com Ele no coração, teremos o suficiente para executar obrigações com que fomos honrados.

Saibamos conservar a fidelidade, como quem alça ininterruptamente a luz nas trevas, pois que, em muitos lances da vida, precisamos muito mais de lealdade no espírito que de pão para o corpo.

Para que semelhante vitória nos coroe o caminho, tanta vez solitário e espinhoso, o segredo é suportar, e o lema é servir.
pelo Espírito Batuira, Do Livro: Idéias e Ilustrações, Médium: Francisco Cândido Xavier.

Receita Espírita

Pensamento sombrio?
Alguns instantes de prece.

Irritação?
Silêncio de meia hora pelo menos.

Tristeza?
Ampliação voluntária da quota de trabalho habitual.

Impulso a critica destrutiva?
Observemos as nossas próprias fraquezas.

Desejo de censurar o próximo?
Um olhar para dentro de nós mesmos.

Solidão?
Auxiliar a alguém que, em relação a nós, talvez se encontre mais sozinho.

Tédio?
Visita a um hospital para que se possa medir as próprias vantagens.

Ofensa?
Perdoar e servir mais amplamente.

Ressentimento?
Olvido de todo mal.

Fracasso?
Voltar às boas obras e começar outra vez.
pelo Espírito Albino Teixeira - Do livro: Caminho Espírita, Médium: Francisco Cândido Xavier.

sábado, 26 de outubro de 2013

Desculpar

Desculpe e você compreenderá.

Onde existe amor não há lugar para ressentimento.

Ao colocar-se na condição de quem erra, seja qual seja o problema, de imediato, você notará que a compaixão nos dissolve qualquer sombra de crítica.

A existência humana é uma coleção de testes em que a Divina Sabedoria nos observa, com vistas à nossa habilitação para a Vida Superior; quem hoje condena o próximo não sabe que talvez amanhã esteja enfrentando os mesmos problemas daqueles companheiros presentemente em dificuldade.

Nos esquemas da Eterna Justiça, o perdão é a luz que extingue as trevas.

Às vezes, aquilo que parece ofensa é o socorro oculto do Mundo Espiritual em seu benefício.

A misericórdia vai além do perdão, criando o esquecimento do mal.

Em muitas ocasiões a Divina Providência nos permite erro para que aprendamos a perdoar.

A indulgência é a fonte que lava os venenos da culpa.

Perdão é a fórmula da paz.

Aprendamos a tolerar, para que sejamos tolerados.


Respostas da Vida – André Luiz / Chico Xavier

Em busca do Divino / A Ciência em busca de Deus

       (Novas provas científicas mostram que os seres humanos foram projetados para acreditar em Deus)
Segundo Andrew Newberg, radiologista e uma das principais figuras da emergente ciência da neuroteologia, professor da Universidade da Pensilvânia, e Eugene d’Aquili, psiquiatra e antropólogo, a fabulosa “realidade superior” descrita pelos místicos pode ser real (... tão real quanto esta mesa; mais real, até); e a possibilidade de tal realidade não é incompatível com a ciência.

       Eles descrevem como as funções do cérebro podem produzir uma gama de experiências religiosas, desde as profundas epifanias dos santos até a silenciosa sensação de santidade experimentada por um devoto ao orar (ou meditar).

       No estudo do mapeamento cerebral de budistas tibetanos em meditação e freiras franciscanas imersas em prece contemplativa, as tomografias mostraram o fluxo sangüíneo - indicando níveis de atividade neural - no cérebro de cada indivíduo no momento em que este atingia intenso clímax religioso.

       No cérebro, sabe-se, uma porção do lóbulo parietal esquerdo, a área de associação e orientação, estabelece a fronteira entre o eu físico e o restante da existência, o universo, tarefa que requer contínuo fluxo de informações neurais, canalizadas pelos sentidos. As tomografias revelaram que, nos momentos de pique das preces e meditação, esse fluxo sofria drástica redução. Com a área de orientação privada das informações necessárias para separar o eu do mundo, o indivíduo, acreditam os cientistas, experimentaria uma sensação de percepção ilimitada, fundindo-se com o infinito.

      Parece que os cientistas capturaram instantâneos do cérebro próximo a um estado de transcendência mística - descrito pelas principais religiões (tradições) como uma das mais profundas experiências humanas. Os santos católicos se referiam a isso como “união mística com Deus”. São raras experiências, que exigem um bloqueio quase total da área de orientação.

      Os dois pesquisadores acreditam que bloqueios de graus mais reduzidos poderiam produzir uma gama de experiências mais brandas, mais usuais, como quando os devotos “se perdem” ou experimentam sensação de unidade em meio às orações. A pesquisa sugere que esses sentimentos têm origem, não na emoção ou no poder da sugestão, mas na “fiação” geneticamente estruturada do cérebro.

       Newberg explica que “não é possível simplesmente bloquear a existência de Deus com o pensamento, pois os sentimentos religiosos provêm muito mais da “experiência” do que do pensamento. Nascem num momento de conexão espiritual, tão real para o cérebro quanto qualquer percepção de uma realidade física “normal”.

       Após muito estudo e pesquisa, o autor do texto chega a afirmar que “uma experiência mística não é uma ascensão mágica a um céu distante, mas uma epifania silenciosa e pessoal e que o milagroso e o mundano são um só e o mesmo, e estão bem diante de nossos olhos; que, para os místicos, só podemos ver a realidade como ela é de fato quando deixamos o eu de lado durante a meditação.

       As tomografias sugerem que o cérebro talvez seja capaz de experimentar duas realidades: numa, a percepção alcança a mente pelo filtro do eu; na outra, o eu é afastado (meditação) e a percepção se amplia e se unifica. E a realidade é uma questão de grau: o que parece ser mais real é mais real. Para os místicos o estado transcendental é mais real.

       Segundo Einstein, “a mais bela experiência que podemos ter é a do misterioso. Este é a emoção fundamental e está no berço (na base) da verdadeira ciência. Quem não sabe disso e já não consegue se surpreender ou se maravilhar, está praticamente morto”. Esta opinião é, também, a de outros grandes cientistas, como Niels Bohr, Max Plank e Werner Heisenberg, que concluíram que, no universo racional, há espaço para maravilhas insuspeitadas.
(‘Seleções’ de abril/2002)
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 A CIÊNCIA EM BUSCA DE DEUS
       Novas tecnologias ajudam a desvendar a cadeia de reações provocadas no organismo durante uma prece (oração, meditação). Além de elevar a auto-estima, esse tipo de experiência aciona circuitos cerebrais responsáveis pela sensação de transcendência espiritual.

       “No momento mais sublime, tive uma sensação de paz interior e elevação espiritual. Havia uma consciência de Deus ao meu redor, um aquietar da mente. E um sentimento de plenitude, como se a presença do Criador estivesse permeando todo o meu ser”. (Relato de uma freira franciscana, após oração de 45 minutos).

      Este depoimento faz parte de um dos mais importantes estudos científicos já realizados sobre a relação Deus-mente humana. O trabalho, feito na Universidade da Pensilvânia, com tomógrafo de última geração, de 10 milhões de dólares, mostrou que o lobo parietal cerebral sofria bloqueio do fluxo contínuo de informações transmitidas pelos sentidos objetivos, durante as orações ou meditação.

      Essa área do cérebro é responsável por distinguir os limites entre o indivíduo e o mundo. Quando deixa de receber estímulos e pára, a pessoa sente-se parte do infinito e intimamente conectada com todos os seres e coisas do universo, disse Newberg, pesquisador. Esta descoberta está aproximando Deus da ciência, que foi sempre e tradicionalmente cética em relação a esses assuntos e que encarava, por exemplo, o espiritismo como uma das principais causas de doenças mentais.

       Segundo pesquisas cientificas recentes, sabe-se, hoje, que pessoas que cultivam alguma crença e praticam orações ou meditação vivem mais, estão menos sujeitas aos males da vida moderna, como o estresse, e recuperam-se mais rapidamente de cirurgias, entre outras coisas (ver as pesquisas sobre Meditação Transcendental, de Maharesh Maharish Yogi).

       Durante a prece ou oração (meditação), o lobo parietal cerebral vai se acalmando até ficar completamente inativo. Nesse momento tem-se a sensação de estar fundido com o universo. Segundo as pesquisas, o lobo frontal fica intensamente iluminado durante a prece. O lobo temporal central produz o êxtase, a alegria, a calma e outras sensações conhecidas na experiência religiosa.

       Cientistas começaram a levantar a hipótese de que algo maior seria a fonte desses fenômenos, não descartando a possibilidade de que a ocorrência do Big-Bang, que deu origem ao universo atual, poderia ter sido provocada por essa força maior e desconhecida, esse algo mais, que, sem sombra de dúvida, se confundiria com aquilo a que as religiões dão o nome de Deus.
(“Tudo”, dez/2002).
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sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Natural e inevitável

Natural e nem podia ser de outro modo.

Respirará na Terra por alvo de permanente observação à guisa de ator supliciado na ribalta da vida...

Caminhando sob a ironia de muitos qual um peregrino sem pouso certo.

Incompreendido nos melhores propósitos, figurando-se pobre sentenciado a sistemático abandono sem apelação de qualquer natureza...

Considerado na categoria de louco, muita vez, pelos entes mais caros...

Dilapidado nos interesses imediatos, como se estivesse automaticamente deserdado de todos os bens...

Preterido onde se encontre qual se fosse irresponsável...

Experimentado por golpes e zombarias, sob a guante da antipatia gratuita...

Sobrecarregado de obrigações à maneira de escravo, submetido às exigências e caprichos de muita gente...

Espancado nos sentimentos qual se trouxesse no peito um coração de mármore...

Perseguido nas realizações, cercado de desafetos que ajuntou sem querer...

Mal interpretado nas palavras que profere qual forasteiro a expressar-se por idioma desconhecido...

Desajustado onde mora, apontado por estrangeiro no próprio rincão natal...

Injuriado nos pontos de vista, parecendo o indesejável representante de detestada minoria...

Ferido nas próprias aspirações, como se nunca devesse necessitar de carinho...

Contrariado em todos os desejos, qual criança que vagueia, enjeitada de todos...

Sacrificado nas menores aquisições, lembrando um pária sem apoio e sem rumo...

Tentado a quedas morais em cada momento, à maneira de viajante numa estrada marginada de abismos...

Condenado sem culpa qual inocente no banco dos réus...

Humilhado sem razão à feição do homem reto inconsideradamente relacionado por malfeitor...
Qual acontecia ao cristão simples e verdadeira da era apostólica, assim viverá todo espírita sincero que aspire à renovação de si mesmo, realmente consagrado a servir com Jesus pela vitória do Evangelho.

XAVIER, Francisco Cândido; VIEIRA, Waldo. Opinião Espírita. Pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz. CEC.


* * * Estude Kardec * * *

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Preceitos de toda hora

Caminhe com firmeza. Quem se acomoda com a precipitação tropeça a cada instante.

Examine a você mesmo. Na vigilância constante, educará você os próprios impulsos.

Higienize a própria mente, trabalhando no bem sem desânimo. Os cérebros preguiçosos acumulam resíduos indesejáveis.

Escute seu irmão sem reprovações. A caridade real começa na atenção generosa e amiga.

Aperfeiçoe o procedimento. Hoje melhorado é amanhã mais feliz.

Ampare o coração combalido. Ninguém pode prever a saúde próxima do próprio coração.

Faça luz com a sua palavra. Se hoje pode você orientar é possível que amanhã esteja você rogando conselhos.

Sofra com paciência e serenidade. No braseiro da revolta, ninguém consegue aproveitar a dor.

Melhores o vocabulário. Há palavras que, excessivamente repetidas, perdem a significação que lhe é própria.

Cultive a simplicidade. Embora não pareça, o Universo é imponente conjunto de leis claras e cousas simples.

Sirva sempre. O tédio é o salário de quem vive reclamando o serviço dos outros.

Improvise o bem onde você estiver. A sombra do mal é assim como o detrito que invade tudo, quando a limpeza está ausente.


pelo Espírito André Luiz, Do Livro: Ideal Espírita, Médium: Francisco Cândido Xavier.

Trabalho Divino

Escuta, alma querida e boa,
Perante as aflições que te espanquem a vida,
Na prova que atordoa,
Há sofrimento, lágrima e tumulto,
Embora tolerando o impacto das trevas,
Busca enxergar o mecanismo oculto
Das tarefas de amor e redenção que levas!...

Deus clareia a razão
Aqui, ali, além,
Para que o nosso próprio coração
Revele por si mesmo a lei do bem...

Tens para dar, conheces para ver
E para dar e ver já podes discernir...
Eis a missão que trazes por dever:
Trabalhar, compreender, elevar, construir!...

Tudo o que existe e vibra
Entre as forças do mundo,
Tem no próprio destino o dom profundo.
De ajudar e servir!...

O sol gasta-se em luz a entregar-se de todo
E tanto ampara aos céus quanto às furnas de lodo...
O jardim despojado a refazer-se espera
Para dar-se de novo em nova primavera...
Toda árvore esquece o que sofre do homem
E apóia sem cessar aqueles que a consomem!...
Olha o minério arrebatado ao solo,
Sem possibilidades de regresso.
Padece fogo ardente
A fim de assegurar constantemente
O esplendor do progresso.

Já consegues pensar que qualquer flor que apanhas,
A mais singela e mais descolorida,
É um sonho que arrancaste à natureza
Para adornar-te a vida?
Que modelas a enxada
E golpeias o chão,
Para que o chão te guarde a sementeira
E te forneça o pão?

Assim também por onde vás,
Ante assaltos, tragédias, ironias,
Tribulação ou desengano,
Quando as estradas do cotidiano
Surjam mais espinhosas ou sombrias,
Nada reclamas, serve.
E nem reproves, ama!
Em toda a parte a vida te reclama
Tolerância, alegria, esperança e bondade,
Inda que a dor te fira ou arrase os sonhos teus,
Porque o Céu te entregou a liberdade
De servir e elevar a Humanidade
Por trabalho de Deus.


pelo Espírito Maria Dolores - Do livro: Encontro de Paz, Médium: Francisco Cândido Xavier

Minidepósitos

Uma frase de louvor para quem trabalha.

Silenciar reclamações mesmo justas.

Abster-se de falar em momentos de irritação.

Repetir sem alteração de voz qualquer informação para a pessoa que não esteja ouvindo corretamente.

Adicionar esperança e otimismo à conversação.

Omitir as chamadas "verdades desagradáveis" sem benefícios para ninguém.

Evitar perguntas claramente desnecessárias.

Calar os defeitos do próximo.

Ouvir o interlocutor sem desviar-se do assunto.

Silenciar gracejos e ironias.

Falar motivando as criaturas para o bem.

Cultivar gentileza.

Observar respeito pelas tarefas alheias.

Deixar aos outros o direito de descobrirem as suas próprias realidades, sem qualquer ingerência nos assuntos que lhes pertençam à vida.

Negar-se a pejorativos e brincadeiras com essa ou aquela dificuldade orgânica, seja de quem for.

Querer os amigos em regime de liberdade.

Prestar serviço espontâneo.

Auxiliar sem ferir.

Admirar sem invejar.

Diminuir a tristeza ou suprimi-la onde a tristeza possa existir.

Compreender as lutas e problemas dos outros sem mostrar-se superior a quem sofre.

Alguns instantes de presença afetuosa onde alguém necessite de reconforto.

Auxiliar a uma criança difícil sem censuras posteriores.

Podar sem alarde problemas que existam ou que possam aparecer.

Evitar complicações.

Experimente lançar estes minidepósitos na Organização Bancária da vida e você receberá lucros surpreendentes pela Carteira do Bem.


Respostas da Vida – André Luiz / Chico Xavier

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

O Poder da Alma

A dualidade dos mundos
Devem ser bem compreendidas
O amor cura as feridas
No saber do homem de bem.

No corpo ou fora dele
A mente sempre se expressa
Na terra, matéria espessa
Quintessenciada no além.

A mente é força imensurável
No poder de transmissão
Do espírito em ação
Com mandato ou rebeldia.

Usando sua liberdade
Rebelde põe peso na cruz
Com mandato constrói a luz
Transformando umbral em dia.

Não tem a ver as ações
Com o tipo de matéria
Transforma a deletéria
Em diamante de luz.

Porque a química da alma
Tem poder ilimitado
Deixa a pequenez de lado
Que o bem também seduz.

O espírito como o diamante
Pode estar no lamaçal
Que o meio não é o mal
Mesmo sendo terra escura.

Se a alma é de qualidade
Ela é transformadora
Faz do lamaçal em que mora
Estrada para as alturas.
 Nossas criações mentais
Podem ser destruidoras
Mas também as construtoras
Do reino de Deus na terra.

Quem vive em paz de consciência
Na sua casa interior
Nunca encontra o desamor
Porque, o caminho não erra.

As culpas de erros graves
Levam a caminhos fatais
Em tenebrosos umbrais
Dentro de tua consciência.

Abandona tuas misérias
Levanta-te, usa a prece
Que o inferno não te merece
Busca em Jesus a essência.

 ACA

Fonte: Casa de Caridade Esperança e Fé

Por que as mudanças nos assustam?

Todos nós seres humanos queremos a felicidade, e lutamos para escapar do sofrimento. Temos projetos para nossa vida, compromissos com as nossas famílias, contas a pagar, sonhos a realizar. Tudo isso está dentro do mundo. E  este mundo vive atualmente um processo de grandes mudanças. E rápidas, e muito exigentes.

Os jornais falam em crises e obstáculos para suas superações. A todo o momento a globalização redefine o mapa do mundo, dos investimentos, das megafusões. A cada redefinição, o temor da perda de emprego, do status, o rebaixamento de salário, incertezas sobre os novos esquemas e relacionamentos de trabalho. As inseguranças agitam e inquietam a mente humana. Ansiedade, tensão, estresse.

No vórtice desse processo, a mídia lança o imperativo que abrange também os trabalhadores de alta qualificação, executivos, gerentes: Atualizar-se, se informar, aprender novos métodos, novas tecnologias, estar a par de tudo.

Mudanças aceleradas, pressões, novas mudanças. Ousar, ser criativo, eficiente. Mudanças, mudanças, mudanças, ou seremos postos à margem da vida social e econômica. O desafio está colocado.

Para examiná-lo, precisamos nos fazer algumas perguntas, cujas respostas nos ajudem a direcionar as ações que sejam propícias para suas soluções.

Quais são as mudanças que nos são exigidas? Em que áreas de nossa vida: profissional-financeira? Físico-afetiva? Familiar? Psíquica? E como fazê-las? Quais habilidades são exigidas a cada redefinição? Ainda mais: qual o limite de nossa capacidade humana de mudar nossos padrões nas várias áreas de nossa vida, e numa velocidade cada vez mais acelerada? Qual o custo físico e psíquico desse esforço? Todos suportam esse mesmo esforço exigido? E aqueles que não suportam, carregarão perante seus familiares, ambientes de trabalho e amizade, o estigma de “incapazes, lerdos, fracassados”? E o que é mais dramático, como se verão diante de si mesmos?

E por último: onde fica a nossa condição humana nisso tudo? Essa pergunta nos remete diretamente a outra mais sutil e profunda: o que somos nós seres humanos, quais são nossas necessidades? E esta pergunta nos remete a uma ainda mais profunda: qual o propósito, o significado do viver humano?

Há dois mil e quinhentos anos atrás, na Índia, o príncipe Sidhartha Gautama, aquele que se tornará o Buddha Shakyamuni, fez a si mesmo as mesmas perguntas: onde está a felicidade, de onde vem o sofrimento?

Dois milênios e meio se passaram. Hoje temos mais recursos materiais, maiores comodidades foram conquistadas pelo progresso tecnológico: aviões, automóveis, computadores, celulares, medicina, informação, aumento da expectativa de vida e muitas outras coisas úteis ao nosso conforto, recursos que aliviam em certa medida nosso sofrimento.

Com o avanço dos recursos materiais, poderíamos esperar que o ser humano trabalhasse menos, e com isso ganharia mais tempo para seu lazer, sua vida familiar, sua vida criativa. Isto estaria acontecendo? Pois o que se ouve são queixas de que se têm cada vez menos tempo para o lazer, a vida familiar, a vida criativa, e que as pessoas se sentem inseguras, solitárias, com medo de perder o emprego, de se tornarem obsoletas, sob crescente pressão das mudanças para situações desconhecidas. Porque tantas notícias sobre o aumento da depressão, enfarte, divórcios, obesidade, colesterol?

Comecemos com o que nos é mais próximo: a funcionalidade que se espera que tenhamos em nossa área profissional, pois esta área gerencia nossa sobrevivência material.

A funcionalidade profissional é como um braço de um corpo. Sua função é prover nossas necessidades materiais básicas, mas não apenas isto: prover também o desenvolvimento de nossas habilidades, que se ligam ao nosso senso de auto realização. Mas se entramos numa academia e passamos todo o tempo fortalecendo apenas nossos braços, o que acontecerá? Uma atrofia das outras partes do corpo, e o desequilíbrio geral.

Na analogia da funcionalidade dos membros que une corpo, não é só um corpo físico que está em questão, mas nossa vida psíquica emocional, os pulmões e cérebro deste corpo complexo que é ser humano. Como podemos, usando os desafios colocados para nossas atualizações profissionais, tomá-los como alavancas para refletirmos sobre nossos projetos e padrões condicionados com que direcionamos as ações de nossas vidas? Isso não nos ajudaria a traçar quais mudanças escolheremos, em que proporções, e quais teremos de aceitar por força das contingências?

Mas há um outro lado que nos envolve: não somos apenas aqueles que sofrem as mudanças. Somos coresponsáveis pelas mudanças cujas conseqüências caem também sobre nós. Temos de incluir isto também na reflexão de nossas vidas: as escolhas que nós – individualmente e ao nível da sociedade – fazemos, e as conseqüências dessas escolhas, não só para nós, mas também para muitos. Não podemos ignorar que há uma interdependência essencial entre todos os seres vivos.

Não será que estamos esquecendo o fato de que nossa condição humana não se restringe apenas à nossa dimensão material e psíquica emocional? Talvez nosso modelo de felicidade tenha uma falha séria: o quanto estamos investindo no centro íntimo da nossa mente humana, a matriz espiritual mais profunda de nossa felicidade? Não precisaríamos rever o modelo de felicidade que cada um de nós está construindo para si mesmo?

Lembremos que um dia, tudo que nos é querido será deixado para trás. E nesse momento, o que teremos ao nosso favor será o que tivermos construído globalmente durante nossa vida. (...)

Arthur Shaker

Para agir melhor

Confie em Deus e em você mesmo para dirigir-se, mas entenda que você, por enquanto, ainda é um ser humano, sem ser um anjo.

Exercite autoaceitação, a fim de não se marginalizar nas idealizações negativas.

Não chore sem consolo sobre as experiências que se lhe fazem necessárias, porque a lamentação repetida conduz simplesmente à solidão e a solidão, mesmo brilhante significa inutilidade e vazio.

Se você caiu em algum erro e consegue saber disso, já possui também discernimento bastante para retificar-se.

Guarde a lição do passado sem transportar consigo a embalagem dos problemas de que você a extraiu.

Compreendamos os outros nas lutas deles para sermos compreendidos em nossas dificuldades.

O tempo é um mercado de oportunidades constantes na construção que podemos aproveitar, quanto e quando quisermos.

Se você espera progresso e milagres em seu caminho não pare de trabalhar.

Garantindo saúde e paz, equilíbrio e segurança em favor da própria vida, aceite os outros tais quais são, sem alimentar inveja ou ressentimento.

Recorde os talentos que lhe enriquecem a personalidade e as bênçãos que lhe valorizam a existência e lembre-se que todo dia é momento de estender a prática do bem, esquecer o mal, aprender sempre mais e fazer o melhor.


Respostas da Vida – André Luiz/Chico Xavier

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Necessário e Dispensável

O consumismo atual responde por muitos problemas.

As indústrias do supérfluo apresentam no mercado da vacuidade um sem-número de produtos desnecessários, que aturdem os indivíduos.

Estimulados pela propaganda bem elaborada, desejam comprar, mesmo sem poder, o que vêem, o que lhes é apresentado, numa volúpia crescente.

Objetos e máquinas que são o último modelo, em pouco tempo passam para o penúltimo lugar, até ficarem esquecidos em armários ou depósitos de coisas sem valor.

No entanto, se não fossem adquiridos, naquela ocasião, a vida perderia o sentido para quem os não comprasse.

Consumismo é fantasia, transferência do necessário para o secundário.

O consumidor que não reflete antes de adquirir, termina consumido pelas dívidas que o atormentam.
*
Muita gente faz compras, por mecanismos de evasão.

Insatisfeitas consigo mesmas, fogem adquirindo coisas mortas, e mais se perturbando.

Enquanto grande número de indivíduos se afogam no oceano do supérfluo, multidões inteiras não possuem o indispensável para uma vida digna.

Abarrotados, uns, com coisas nenhumas, e outros vitimados por terrível escassez.

São os paradoxos do século e do comportamento materialista-utilitarista da atualidade.
*
Confere a necessidade legítima, antes de te permitires o consumismo.

Coisas de fora não equacionam estados íntimos. Distraem a tensão por um momento, sem que operem real modificação interior.

Quando o excesso te visite, reparte-o com a escassez ao teu lado.

Controla e dirige a tua vontade, a fim de não seres uma vítima a mais do tormento consumista.

FRANCO, Divaldo Pereira. Episódios Diários. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 25.

* * * Estude Kardec * * *

Amor acima de tudo

Jesus recomendou que o amor deve ser a pedra angular de todas as construções. Considerou-o como o mandamento maior e sintetizou toda a Lei e os profetas no amor a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

Nessa diretriz de aspecto tríplice estão presentes todas as realizações humanas, suas ambições e metas.

O amor a Deus significa o respeito e a ação preservadora da vida em todas as suas expressões, tornando-se o ser parte integrante d?Ele, consciente do conjunto cósmico.

A responsabilidade perante a Natureza, não a agredindo nem a vilipendiando, antes contribuindo para o seu desenvolvimento e harmonia, expressa o amor que contribui para a obra divina, homenageando-lhe o Autor.

O amor ao próximo é conseqüência daquele que se dedica ao Genitor, demonstrando a fraternidade que a todos deve unir, por Lhe serem filhos diletos que marcham de retorno ao Seu seio.

Sem este sentimento para com o seu irmão, eis que se desnorteia na solidão e enfraquece-se, descoroçoando-se nas atividades iluminativas.

O amor a si mesmo sem a paixão ególatra eleva-o à culminância da plenitude, auxiliando-o no desenvolvimento dos ignorados tesouros que lhe jazem adormecidos.

Esse amor se manifesta como forma de preservar e dignificar a existência física, harmonizando-se com o conjunto geral, tornando- se um pólo de irradiação de alegria, paz e bem-estar que a todos impregna.

Observa se te encontras na condição de cumpridor da recomendação do Mestre. Nessa síntese perfeita defrontas todas as necessidades para a tua atual existência e a solução para todos os teus problemas.

Avalia com serenidade a tua conduta em relação a Deus, ao próximo e a ti mesmo.

Caso te encontres em falta com algum dos postulados da tríade superior, propõe-te em corrigir a deficiência, em alterar a conduta para a plenificação.

Certamente descobrirás a necessidade de amar o Pai Celeste e o próximo conforme as tuas possibilidades. No entanto, tens restrições ou paixões com referência a ti mesmo.

Em uns períodos detestas-te, enquanto que noutros justificaste, confessando-te vítima dos outros.

Necessário que te ames com retidão.

Dedica-te à meditação salutar em torno das tuas deficiências, para corrigi-las, e dos teus valores, para ampliá-los. Usa de severidade sem crueza e de amor sem pieguismo, para te colocares em rota de equilíbrio, de crescimento.

Amar-se é maneira de aprimorar-se em espírito, em emoção e em corpo. Sem nenhum desprezo por qualquer componente do conjunto harmônico que és, ama-te, lutando com tenacidade para te superares cada dia mais, estabelecendo novas diretrizes e alvos promissores que lograrás, sendo generoso, ativo e perseverante no bem, em relação a ti mesmo.

FRANCO, Divaldo Pereira. Momentos de Saúde. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL.

* * * Estude Kardec * * *

Nos momentos difíceis

Nas dificuldades do dia-a-dia, esqueça os contratempos e siga em frente, recordando que Deus esculpiu em cada um de nós a faculdade de resolver os nossos próprios problemas.

A vida é aquilo que você deseja diariamente.

A renovação autêntica tem de começar em nós mesmos.

Você prepara o caminho para quaisquer ocorrências pensando em torno delas.

A palavra é porta de entrada para as suas realizações.

Carregar ressentimentos é bloquear seus próprios recursos.

Encolerizar-se é dinamitar o seu próprio trabalho.

Não sofra hoje pela neurose que talvez lhe venha comprovar a compreensão e a resistência, em futuro remoto.

Os problemas existirão sempre em redor de nós e apesar de nós.

Olvide ofensas e desgostos, tribulações e sombras e continue trabalhando quanto puder no bem de todos, recordando que o tópico mais importante do seu caminho será sempre servir.


Respostas da Vida – André Luiz / Chico Xavier

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Bom Médium

Encontraremos na narrativa de O Evangelho Segundo Lucas o encontro entre Jesus e um homem rico, de destacada posição social na comunidade judaica. Em clara demonstração de referência e admiração, o insigne judeu Lhe perguntou: 

Bom Mestre, que devo fazer para herdar a vida eterna? Ao que Jesus replicou: Por que me chamas bom? Ninguém é bom, senão só Deus!

Numa análise superficial, não encontraríamos justificativa para que o Mestre contestasse o título “bom”, haja vista que – de fato – Ele o era, e que se tratava de uma saudação amistosa e reverente. Além disso, diferente de muitas outras autoridades que buscaram Jesus para confrontá-lo, aquele nobre hebreu desejava, sinceramente, aprender com o Raboni de Deus.
Por essas palavras, Jesus não anelava descartar aquele homem rico e bem posicionado, como encontraremos explanado na magistral interpretação de Allan Kardec acerca da salvação dos ricos, contida em O Evangelho Segundo o Espiritismo, muito ao contrário, desejava tê-lo entre Seus discípulos.

Nada obstante, Jesus nunca desaproveitava as oportunidades para moralizar e desenvolver inteligências, ensinando a pensar, e, por conseguinte, ensinando a melhor maneira de bem viver.
O respeito e a deferência são valores muito nobres, e devem ser aplicados não somente no tratamento para com aqueles em posição superior, mas também aos compares e subalternos, indiscriminadamente. Contudo, poder-se-ia interpretar a postura de Jesus como uma advertência, para que fugíssemos da prática do enaltecimento exagerado, e da adulação visando à obtenção de favores e privilégios indevidos.

A sabedoria das lições do Mestre Amorável são de pragmatismo ímpar, posto que a aplicabilidade de Sua doutrina logra bom êxito prático em todas as situações da vida, e em qualquer época histórica, mormente nos dias atuais, quando – a propósito dos ensinos apreendidos dessa passagem evangélica – poder-se-ia estender a preciosíssima instrução do Nazareno até um dos maiores escolhidos da prática mediúnica: a interferência dos espíritos imperfeitos nas comunicações espirituais.

Assédio persistente de um espírito sobre o outro, a obsessão se afigura como o mais grave drama que pode assolar a tarefa mediúnica, e nem mesmo os médiuns mais dignos e moralizados estão livres da ação dos espíritos levianos e pseudossábios. Além do mais, também assevera Allan Kardec que As boas intenções, a própria moralidade do médium nem sempre são suficientes para o preservarem da ingerência dos espíritos levianos, mentirosos ou pseudossábios, nas comunicações. Além dos defeitos de seu próprio espírito, pode dar-lhes guarida por outras causas, das quais a principal é a fraqueza de caráter e uma confiança excessiva na invariável superioridade dos espíritos que com ele se comunicam.

É possível reconhecer o médium sob má influência pelos seguintes caracteres, entre outros: confiança do médium nos elogios que lhe fazem os Espíritos que com ele se comunicam; disposição para afastar-se das pessoas que podem lhe dar úteis conselhos; levar a mal a crítica, a propósito das comunicações que recebe. Dessa maneira, faz-se compreensível o efeito deletério que produz a aceitação da lisonja pelos medianeiros, sob qualquer pretexto.

Para preventivo contra essa intervenção nociva, nunca será demasiado recordar a elucidação proporcionada pelo Codificador, poderosamente capaz de mudar o ponto de vista do médium no que diz respeito à própria condição de falibilidade: Os Espíritos bons aprovam aquilo que acham bom, mas não fazem elogios exagerados. Estes, como tudo que denota lisonja, são sinais de inferioridade da parte dos Espíritos.

Além do mais, o fiel apóstolo lionês de O Espírito de Verdade explica que (...) até os melhores médiuns também são iludidos pelos espíritos inferiores com assiduidade, e que o melhor médium é aquele que, simpatizando somente com bons Espíritos, tem sido enganado menos frequentemente. Portanto, pode-se ser enganado pelos espíritos sem estar obsidiado, assim como qualquer homem honestíssimo também pode ser enganado por encarnados vigaristas. Trata-se de grave advertência do mestre Rivail/Kardec.

A conclusão racional para os inolvidáveis ensinamentos de Jesus – e de Seu mais excelente intérprete, Allan Kardec – é que todo médium deve repelir impiedosamente os elogios de todos os espíritos, ainda que se lhe apresentem como instrutores ou guias, especialmente se estiverem pregando ser dispensável o estudo metódico e continuado de todas as obras kardecianas. São sempre espíritos levianos e pseudossábios, que tendem a se impor aos homens cercando-os de lisonja e assistência, para conquistar-lhes a amizade e a confiança. O despistamento é o ato de iludir a vigilância dos médiuns, afastando suspeições.

Declinemos, pois, da adulação e da blandície indevida, traiçoeiros véus capazes de obnubilar a visão de nossa real pequenez e de levar-nos aos abismos da perturbação e do erro, jamais esquecendo que, verdadeiramente, ninguém é bom, senão só Deus.


Fabiano Pereira Nunes
Revista Cultura Espírita – Instituto de Cultura Espírita do Brasil (ICEB)
Ano IV – Edição nº 41 – Página: 15 – Agosto/2012

Fé e Perseverança

Três rapazes suspiravam por encontrar o Senhor, a fim de fazer-lhe rogativas.

Depois de muitas orações, eis que, certa vez, no campo em que trabalhavam, apareceu-lhes o carro do Senhor, guiado pelos anjos.

Radiante de luz, o Divino Amigo desceu da carruagem e pôs-se a ouvi-los.

Os três ajoelharam-se em lágrimas de júbilo e o primeiro implorou a Jesus o favor da riqueza. O Mestre, bondoso, determinou que um dos anjos lhe entregasse enorme tesouro em moedas. O segundo suplicou a beleza perfeita e o Celeste Benfeitor mandou que um dos servidores lhe desse um milagroso ungüento a fim de que a formosura lhe brilhasse no rosto. O terceiro exclamou com fé:

Senhor, eu não sei escolher... Dá-me o que for justo, segundo a tua vontade.

O Mestre sorriu e recomendou a um dos seus anjos lhe entregasse uma grande bolsa.

Em seguida, abençoou-os e partiu...

O moço que recebera a bolsa abriu-a, ansioso, mas, oh! desencanto!... Ela continha simplesmente uma enorme pedra.

Os companheiros riram-se dele, supondo-o ludibriado, mas o jovem afirmou a sua fé no Senhor, levou consigo a pedra e começou a desbastá-la, procurando, procurando...

Depois de algum tempo, chegou ao coração do bloco endurecido e encontrou aí um soberbo diamante. Com ele adquiriu grande fortuna e com a fortuna construiu uma casa onde os doentes pudessem encontrar refúgio e alívio, em nome do Senhor.

Vivia feliz, cuidando de seu trabalho, quando, um dia, dois enfermos bateram à porta. Não teve dificuldade em reconhecê-los. Eram os dois antigos colegas de oração, que se haviam enganado com o ouro e com a beleza, adquirindo apenas doença e cansaço, miséria e desilusão.

Abraçaram-se, chorando de alegria e, nesse instante, o Divino Mestre apareceu entre eles e falou:

Bem-aventurados todos aqueles que sabem aproveitar as pedras da vida, porque a fé e a perseverança no bem são os dois grandes alicerces do Reino de Deus.

XAVIER, Francisco Cândido. Pai Nosso. Pelo Espírito Meimei. FEB.

* * * Estude Kardec * * *

Reciprocidade

Ação e reação conseqüente integram inderrogável lei da vida.

Procure ouvir a esperança e você encontrará a certeza da vitória..

Detenha-se no bem e obterá o lado melhor das pessoas e circunstâncias.

Auxilie a alguém e esse alguém se fará canal de auxílio em seu apoio.

Promova a tranqüilidade alheia e a paz virá em seu encontro.

Aproveite seu tempo construindo elevação e o tempo lhe trará maravilhas.

Abençoe a vida e a vida lhe abençoará a existência.

Busque servir e o seu próprio trabalho lhe oferecerá a orientação de que você necessita.

Ame aos semelhantes e os semelhantes retribuirão a você com medidas transbordantes de afeto.

Plante isso ou aquilo e você colherá dos recursos que semeou; alguém poderá dizer que isso é óbvio; entretanto, ligados no bem de todos, transfiramo-nos da palavra à vivência e decerto que surpresas iluminadas de alegrias virão fatalmente a você se você experimentar.


Respostas da Vida – André Luiz/ Chico Xavier

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Conversar

A palavra é um fio de sons carregados por nossos sentimentos; em razão disso, aquilo que sentimos é o remoinho vibratório que nos conduzirá a palavra ao lugar certo que nos propomos atingir.

Quando falamos, cada qual de nós apresenta o próprio retrato espiritual passado a limpo.

Conversando, dialogamos; dialogando, aprendemos.

Quem condena atira uma pedra que voltará sempre ao ponto de origem.

As artes são canais de expressão derivados do verbo: a escultura é a palavra coagulada, a pintura é a palavra colorida, a dança é a palavra em movimento, a música é a palavra em harmonia; mas a palavra, em si, é a própria vida.

Quando haja de reclamar isso ou aquilo, espere que as emoções se mostrem pacificadas; um grito de cólera, às vezes, tem a força de um punhal.

Sempre que possa e quanto possa, abstenha-se de comentar o mal; a palavra cria a imagem e a imagem atrai a influência que lhe diz respeito.

Você falou, começou a fazer.

Não fale na treva para que a treva não comece a caminhar por sua conta.

Abençoadas serão as suas palavras sempre que você fale situando-se na posição dos ausentes ou no lugar dos que lhe ouvem a voz.


Respostas da Vida – André Luiz / Chico Xavier