quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

À Maria


 
Eis-nos, Senhora, a pobre caravana
Em fervorosas súplicas, reunida,
Implorando a piedade, a paz e a vida,
De vossa caridade soberana.

Fortalecei-nos a alma dolorida
Na redenção da iniqüidade humana,
Com o bálsamo da crença que promana
Das luzes da bondade esclarecida.

Providência de todos os aflitos,
Ouvi dos Céus, ditosos e infinitos,
Nossas sinceras preces ao Senhor...

Que a vossa caravana da verdade,
Colabore no bem da Humanidade,
Neste banquete místico do amor.

Chico Xavier / Bittencourt Sampaio (espírito)
NEECX - Núcleo de Estudos Espíritas Chico Xavier

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Vida Feliz


Sempre que possível, luariza-te com a oração.
Faze espaços mentais e busca as Fontes da Vida, onde haurirás energias puras e paz.
Todos os santos e místicos que alteram o rumo moral da Humanidade para melhor, no Oriente, como no Ocidente, são unânimes em aconselhar a prece como o recurso mais eficaz para preservar-se ou conquistar-se a harmonia íntima.
Jesus mantinha a convivência amiga com os discípulos e o povo, no entanto, reservava momentos para conversar com Deus através da oração, exaltando a excelência desses colóquios sublimes.
Sai, potanto, do turbilhão em que te encontras mergulhado e segue no rumo do oásis da prece para ter refazeres e te banhares de paz.
Joanna de Ângelis  &  Divaldo P. Franco

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Artigo da revista SER Espírita sobre desencarnes coletivos

Amigos, compartilhamos abaixo um artigo que foi publicado na revista SER Espírita sobre o tragédias que envolveram desencarnes coletivos. O artigo promove um repensar sobre a ideia de acaso, de destino e de livre-arbítrio:

Após uma tragédia coletiva como o acidente da GOL em 2006 ou o acidente da TAM em 2007, é comum ouvirmos comentários de pessoas ligadas ao meio espírita procurando dar uma expl...icação que conforte as pessoas que perderam seus entes queridos.

A maioria das explicações que temos ouvido e lido no meio espírita se direcionam para as idéias mais trabalhadas pelas pessoas que buscam conforto e esperança. Uma é o acaso e a outra é o destino. Dependendo da idéia de destino que o leitor faça, pode ficar a sensação de que era para ser assim ou que pela impresivibilidade do acaso, a tragédia se tornou inevitável. O perigo é que estas duas opções diminuem a importância de se investigar causas, estabelecer responsabilidades e punir culpados para evitar que tais fatos de repitam.

Se aceitarmos que se trata de destino, isto significa que a situação está sob controle de uma força superior, o que equivale a negar o livre arbítrio. Tal idéia parece aceitável quando analisamos fenômenos naturais, como terremotos, tsunamis, furacões e inundações. Mesmo assim, depois da primeira surpresa, passamos a ter a opção de fazer algo a respeito para minimizar os danos decorrentes destas catástrofes naturais previsíveis. Um exemplo disso está nos efeitos de alguns terremotos no Japão. É admirável notar que fortes tremores de terra causem poucos danos em algumas áreas do Japão, ao passo que tremores similares, causem enorme destruição e um enorme número de mortos em outros países. Os Japoneses não tem controle sobre os terremotos, mas constroem seus novos prédios de modo a resistir a eles com o menor dano possível.

Se aceitarmos que um acidente, como o TAM 3054, se trata de acaso, isto significa que a situação não está nem sob o controle humano e nem sob o controle de uma força superior; ou seja, se os fatores negativos coincidirem, o acidente se tornará inevitável. Estaríamos então nas mãos da sorte. Uma espécie de loteria da vida onde se não chover tudo dará certo.

Ambas as linhas de pensamento nos encaminham para um perigoso conformismo capaz de gerar uma repetição infindável de acidentes com perdas de vidas, sem esquecer, que devido ao caos aéreo há uma enorme perda de tempo que poderia ser aplicado de maneira mais produtiva.

Precisamos pensar mais profundamente sobre o assunto, e tentar construir uma resposta que sobreviva ao teste da lógica e seja coerente com o que sabemos dos princípios doutrinários do espiritismo. Entre eles destacamos o princípio do livre arbítrio. Este princípio não significa que temos controle de tudo, mas que somos responsáveis sobre os desdobramentos daquilo que está sob o nosso controle. O espiritismo entende que livre arbítrio é o espírito agindo no limite do seu conhecimento e sendo responsável na medida do seu entendimento.

As unidades culturais espíritas, apoiadas no estudo transdisciplinar da Filosofia, Ciência e Religião, trabalham no desenvolvimento da capacidade pensante dos seus estudiosos encarnados e desencarnados. Assim sendo, como espíritas, temos a responsabilidade de questionar, construir evidências e propor referenciais que contribuam para a mudança nos padrões morais e administrativos das organizações humanas. Afinal, em muitas situações, transferimos a estas organizações a responsabilidade pelo nosso bem estar e segurança. Ao confiarmos nossas vidas à manutenção de uma empresa aérea; ao comando da Aeronáutica ou às decisões de uma agencia reguladora, estamos renunciando a uma parte do nosso livre arbítrio e passando o controle àqueles que comandam o sistema aéreo.

Quando rejeitamos a idéia de destino ou acaso, nos obrigamos a propor uma terceira alternativa que explique racionalmente o que aconteceu. Esta terceira explicação aparece quando relacionamos as variáveis que contribuíram para a ocorrência do acidente. Uma vez listada, a somatória de variáveis causais, indicam que o acidente poderia ter sido evitado. Para tanto, bastava que cada um cumprisse o seu dever. Cumprir o dever pode significar estar mais atento às condições de sucesso de qualquer ação. Pode ser uma viagem de ônibus, um pouso, uma cirurgia, uma operação que pode levar uma empresa à falência, uma alimentação que pode fazer muito mal, dirigir um automóvel, etc...

Em 1978 sobrevivi a uma tentativa de aterrissagem que não terminou em tragédia. Chegávamos ao aeroporto de Congonhas em um vôo Vasp vindo de Foz do Iguaçu. Já era noite e o aeroporto estava sob uma forte tempestade. Mesmo assim a torre de comando autorizou o pouso. Ventava muito. Éramos jogados de um lado para outro nas poltronas a ponto de sentir dores devido ao choque dos quadris contra o apoio dos braços. O medo era geral. No ultimo instante, ao perceber o fim da pista chegando rapidamente, o piloto arremeteu o 737 e subiu em uma inclinação inacreditável para uma aeronave tão pesada. Dentro do avião a gritaria era geral. Homens e mulheres choravam. Atrás de mim alguém gritou: - Eu não quero morrer!

Depois de um pouso suave em Viracopos, muitos bateram na porta da cabine de comando exigindo que o piloto abrisse a porta e liberasse os passageiros. Depois de uma breve mensagem, o piloto levou o avião para a cabeceira da pista, decolou novamente e voltou para Congonhas, onde, já sem vento, o pouso ocorreu normalmente.

Perguntado sobre como via aquilo tudo, o presidente da empresa em que eu trabalhava e que estava no mesmo vôo respondeu com uma serenidade invejável: - Acho que o piloto também não quer morrer e ele é o mais preparado entre nós para decidir o que fazer.

Será que teria ocorrido o acidente da TAM se a proibição de pousar apenas com um reverso em dias de chuva, aplicada ao avião presidencial, fosse também aplicada aos vôos comerciais? Ou se tivesse sido proibido o pouso de aviões de grande porte em um aeroporto tão pequeno e sem pista de escape? Se a derrapagem do vôo da Pantanal, no dia anterior e os alertas dos pilotos que apelidaram a pista de “skate no gelo” fosse levada a sério pelas autoridades do Aeroporto, da Aeronáutica ou da agência reguladora, o acidente teria ocorrido? Ou se a agência reguladora não tivesse enviado o documento que enganou a juíza que fechou o aeroporto, forçando-a a liberar a pista recém reformada?

Será que as pessoas que deveriam ter assumido uma posição radical como fez a corajosa juíza, não deixaram para alguém decidir, ou confiaram no acaso ou no destino ?

Quando se somaram as variáveis com potencial de gerar acidentes como: avião de grande porte pousando em pista de 1940 metros sem escape, comparado com pistas de até 4000 metros; chuva na pista; pista nova com ausência de canaletas para escoamento da água; limitações no reverso, o qual era extremamente importante em situações de chuva na pista, percebemos que o acidente se tornou impossível de evitar. Assim sendo, mesmo sem um profundo conhecimento técnico, é possível a qualquer pessoa que o analisa, compreender que este acidente ocorreu porque todas as pessoas diretamente envolvidas, permitiram que a somatória de variáveis causais ultrapassasse os limites de segurança de pouso.

Sem uma melhor compreensão do livre arbítrio e das nossas conseqüentes responsabilidades, continuaremos prisioneiros de mitos e crenças que tem o potencial de contribuir para gerar novas tragédias. Como espíritos, todos sabemos de antemão que iremos desencarnar um dia. Saber qual dia e de que maneira iremos morrer, não nos parece coerente com a lei da diversidade.

Administrar a nossa vida e os fatores que afetam a vida de outros com coerência é responsabilidade de cada um; assim como, administrar recursos financeiros e técnicos, que impliquem em risco de interrupção da vida encarnada de muitos é responsabilidade de poucos. Por isso, seria desejável que estas poucas pessoas passassem a ter acesso a um melhor entendimento do sentido e do significado da vida; para que não sejamos surpreendidos por novos acidentes que possam interromper nossos projetos de vida antes do esgotamento natural do nosso capital de vida.

Depois que decola, o destino de um avião é o solo, quer seja por meio de um pouso normal, de um pouso forçado ou de uma queda fatal. Só devemos lembrar que, antes do pouso, houve a livre escolha do passageiro de aceitar o risco da viagem e a decisão soberana do piloto de autorizar a decolagem.

Quando as variáveis causais estiverem sob o controle humano, não há porque acreditar que somos vítimas do destino ou do acaso. Assim sendo, precisamos assumir que somos responsáveis pelas variáveis que estão sob nosso controle e cumprir com nosso dever sob pena de assumir sérios débitos morais perante nossa consciência e, portanto, perante as leis naturais."

Paulo Wedderhof

Ramatís

 
Em médiuns de maior sensibilidade perispiritual, é possível ver e sentir toda a cena do desencarne do irmão socorrido durante o sono físico e o desprendimento noturno, em geral até 48 horas depois do trabalho mediúnico, através da clarividência. É como se o médium fosse o ator principal de um filme, vivificando a experiência marcante do desencarne no lugar daquele irmão sofredor. Vede as nuanças e a complexidade do trabalho de caridade no exercício dos dons mediúnicos! É uma verdadeira missão. Nesse ínterim, com todo o mal-estar em repercussão, nosso medianeiro tem que manter sua vida normalmente: trabalhar, deslocar-se, assistir sua família, escutar os filhos e aqueles que o procuram, pois a mediunidade sempre está presente. Outras vezes há, em que ainda é solicitado para compor grupo de socorro e incursão no Astral inferior, durante o sono físico, em situações que exigem desdobramentos noturnos.
Em médiuns de maior sensibilidade perispiritual, é possível ver e sentir toda a cena do desencarne do irmão socorrido durante o sono físico e o desprendimento noturno, em geral até 48 horas depois do trabalho mediúnico, através da clarividência. É como se o médium fosse o ator principal de um filme, vivificando a experiência marcante do desencarne no lugar daquele irmão sofredor. Vede as nuanças e a complexidade do trabalho de caridade no exercício dos dons mediúnicos! É uma verdadeira missão. Nesse ínterim, com todo o mal-estar em repercussão, nosso medianeiro tem que manter sua vida normalmente: trabalhar, deslocar-se, assistir sua família, escutar os filhos e aqueles que o procuram, pois a mediunidade sempre está presente. Outras vezes há, em que ainda é solicitado para compor grupo de socorro e incursão no Astral inferior, durante o sono físico, em situações que exigem desdobramentos noturnos.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Construtores do amanhã


 Filhos da alma, que Jesus nos abençoe!
O Espiritismo é uma nascente de bênçãos que flui incessantemente, oferecendo a água cristalina da Verdade para todos os sedentos da Humanidade.
Podemos considerá-lo, também, como o Sol da Nova Era aquecendo os corações enregelados, e libertando as mentes angustiadas.
É verdade que a dor parece zombar das gloriosas conquistas contemporâneas. Do seu crivo, ninguém na indumentária carnal consegue escapar.
Aqui é a violência, sob todos os aspectos considerada, ceifando a floração de vida que não chegou à maturidade...
Ali é o sofrimento mal contido no íntimo dos corações, arrancando da face a máscara da falsa alegria.
Mais distante, são os desejos irrealizados, convertidos em conflitos tormentosos, gerando desinteligência e padecimentos profundos.
Em todo lugar, a presença do sofrimento abençoado!
Oh! dor bendita, que vergas a cerviz dos poderosos e demonstras a fatuidade das conquistas terrenas!
Bendigamos a oportunidade de experimentar, nas carnes da alma, a presença do sofrimento, transformando-se, pela resignação e coragem do enfrentamento, em condecorações luminosas, que nos destacarão na grande jornada em direção da luz imarcescível.
Vivemos o momento da grande transição que deixa a impressão de que os Ouvidos Divinos nos penetrais do Infinito não escutam o clamor da Terra...
Nunca, entretanto, como hoje, a Misericórdia do Pai Amantíssimo tem respondido às multidões desarvoradas as súplicas que Lhe são dirigidas.
Jamais, como agora, o Amor de Jesus enviou à Terra Embaixadores tão numerosos para que possam apresentar-Lhe a mensagem dúlcida do amor, que ficou esquecida na memória dos tempos...
Heróis anônimos da caridade, missionários da renúncia, cientistas e pensadores, artistas e estetas mergulham, sem cessar, nas sombras terrestres para evocar e viver a proposta do Amor como dantes nunca havia ocorrido.
É verdade, filhas e filhos da alma, que as aflições permanecem, também através do sítio estabelecido por mentes desencarnadas, que buscam cercear-vos o passo, vitimadas pela revolta, tentando obstaculizar a marcha do progresso moral.
Afirmais, muitas vezes, que sentis os aguilhões, as flechas disparadas pelos arqueiros das Trevas, dilacerando-vos a intimidade dos sentimentos.
Reportai-vos continuamente a esse cerco feroz que parece triunfar em alguns arraiais da sociedade.
Não vos esqueçais, porém, do Amor do Pai Celestial, generoso, e da Misericórdia de Jesus que vos não esquecem e, a cada momento, o silêncio da sepultura arrebenta-se, trazendo-vos de volta os Mensageiros da Verdade, os novos construtores do amanhã para sustentar-vos na luta.
É natural, meus filhos e minhas filhas, que tal ocorra.
Não se pode edificar, num planeta de provas e expiações, transitando para o grau de regeneração, senão com a presença do sofrimento, que foi cristalizado pela nossa intemperança, resultante do nosso processo evolutivo no passado, quando ainda nas vascas da ignorância do ontem.
...Mas, o Deotropismo arrasta-nos e a Voz do Cristo, convocando as Suas ovelhas ao rebanho, fascina-nos.
Não temamos nossos irmãos enlouquecidos. São Filhos de Deus, credores da nossa compaixão e da nossa misericórdia. Hostilizando-nos, necessitam de nós e, por nossa vez, deles necessitamos. Estendamos-lhes os braços afetuosos, ofertemos-lhes a oração de fraternidade e juntos busquemos Jesus.
Alcançais, a pouco e pouco, novos patamares da evolução, embora o Movimento Espírita apresente as dificuldades compreensíveis defluentes da vulgarização da mensagem, diminuindo em qualidade o que ganha em quantidade.
As diretrizes aqui exaradas, as decisões aqui estabelecidas nestes dias e a vossa dedicação constituem o selo de garantia no trabalho enquanto estiverdes submetidos à inspiração do Mestre Galileu.
Permanecei devotados, esquecei as diferenças e recordai-vos da identidade dos conceitos, deixando à margem os espículos, os desvios de opinião, para, unidos, pensarmos juntos, na construção do amor por definitivo em nosso amado planeta.
Vossos guias espirituais assistem-vos e Ismael, em nome de Jesus, guia-vos.
Sigamos, pois, Espíritos-espíritas e espíritas-Espíritos, dos dois planos da Vida, de mãos dadas, entoando o nosso hino de alegria por gratidão a Jesus pela honra de havermos sido chamados, à última hora, para trabalhar na Sua Vinha...
Alegrai-vos, filhas e filhos da alma, bendizendo a honra de servir!
Que o Senhor de bênçãos vos abençoe hoje e sempre!
São os votos carinhosos do amigo paternal e humílimo de sempre.
Bezerra
Mensagem psicofônica recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco, no encerramento da Reunião Ordinária do Conselho Federativo Nacional da Federação Espírita Brasileira, no dia 9 de novembro de 2008, em Brasília, DF.
Em 26.02.2009

sábado, 26 de janeiro de 2013

Vença a ansiedade


      Nos dias atuais em que vivemos na Terra com tanto progresso material, o ser humano vive aturdido diante de graves conflitos: o medo, a mágoa, a depressão e a ansiedade. Eles têm assolado milhões de pessoas em todo o planeta e não são fáceis suas curas ou as suas remoções do âmago do ser humano.
     Inicialmente, pretendemos oferecer algumas definições deste terrível drama:
 “Ansiedade é a sensação, às vezes vaga, de que algo desagradável está para acontecer”. O dicionarista Aurélio apresenta estes conceitos: “Ânsia: aflição, angústia... Perturbação do Espírito causada pela incerteza, ou pelo receio...; Ansiedade: estado afetivo, caracterizado por um sentimento de insegurança.”
     Leitor amigo observe, então, que a ansiedade está intimamente ligada com as incertezas da existência na Terra e na vida espiritual, só que são muitos os que se afligem com o que lhes poderá suceder depois da morte.
     Buda – o Iluminado – já chamava a atenção para a impermanência de tudo quanto se refere ao corpo orgânico. Platão, filósofo da antiguidade afirmava que a única coisa que não muda no Universo é a Lei de Mudança.
     Assim, pela dinâmica da Vida, em movimento contínuo, nada permanece estacionário. Criatura alguma, por força deste movimento incessante, experimenta segurança absoluta e permanente no corpo. Todos estão sujeitos a mudanças que poderão ocorrer a qualquer momento. Em face desta impermanência e desta insegurança, compreende-se porque a maioria dos homens vive a braços com essa sensação de que algo desagradável está para acontecer.
     O ansioso crônico sofre, dentre outras razões, porque sonha em conseguir certos bens e valores e sonha em conservar sempre, o que vier a conquistar!  Como não consegue tudo o que deseja, ou como sente que não conservará para sempre o eventualmente conquistado, angustia-se. Sofre com a sensação de que não conseguirá atingir a meta ou com a sensação de que qualquer momento perderá o pouco que conquistou!
     Pode-se, pois, então dizer que a ansiedade é uma perturbação de espírito causada pela incerteza ou pelo receio. Os estudiosos fazem uma distinção importante entre o medo e a ansiedade: enquanto o medo é a reação ao perigo externo e real, a ansiedade significa “uma expressão de conflitos interiores, na maioria das vezes inconscientes”.
     A ansiedade pode ser considerada normal ou patológica. A ansiedade normal é aquela na qual o indivíduo apresentará as manifestações psíquicas ou físicas, em intensidade leve ou moderada, não freqüentes e com duração limitada de tempo. A ansiedade será patológica sempre que as manifestações psíquicas mencionadas apresentarem-se num nível acentuado, inaceitáveis. Trará inclusive, malefícios para a economia orgânica. A ansiedade neste grau, somente perturba e prejudica.
     A mágoa ou ressentimento é outra enfermidade da alma. A cura da mágoa exige uma reforma íntima profunda. Aqueles que a conservam, adoecem, não só espiritual, mas fisicamente. A melhor terapia é a do perdão, não só de palavras, mas, principalmente, do total esquecimento do mal recebido.
     A depressão é também uma doença da alma e está vinculada na maioria das vezes ao presente e o passado do Espírito que agiu errado e contraiu desta ou de outras vivências anteriores à consciência de culpa. Como então vamos curarmo-nos destas doenças tão graves? O Espiritismo, ampliando os ensinamentos morais da mensagem de Jesus para os tempos atuais, oferece-nos alguma sugestão? Vejamos a seguir algumas regras que podem mudar a sua vida:
1) Faça o bem a si e aos semelhantes;
2) Confie em Deus, planeje a sua vida e haja;
3) Ame a sua família procurando melhorar o seu relacionamento familiar;
4) Aprenda a dominar as emoções;
5) Seja você o seu psicoterapeuta descobrindo as suas virtudes;
6) Seja competente planejando as suas ações;
7) Vá além do bem-estar material pensando nos valores da educação do Espírito;
8) Cresça com os obstáculos;
9) Viva bem com todos;
10) Tenha zelo pelo corpo, mas, principalmente, pela iluminação interior.
     Finalmente, com o despertar do Espírito e a vivência do amor, cremos que podemos vencer estes males que têm levado muitas pessoas ao sofrimento e, assim, podemos atingir um estado de plenitude. A iluminação.
Fonte: CLARO, Izaías, Como Superar a Ansiedade,
Edições Jerônimo Mendonça, 2001, São Paulo

Depressão


      A depressão pode ser conceituada como a alteração do estado de humor: Uma tristeza intensa, um abatimento profundo com desinteresse pelas coisas. Tudo perde a graça, o mundo fica cinza, viver torna-se tarefa difícil, pesada, com idéias fixas e pessimistas.
     Poderíamos, assim, considerá-la como uma emoção estragada. As emoções naturais devem ser passageiras e devemos deixá-las circularem normalmente sem desequilibrar o ser. A tristeza, por exemplo, é uma emoção natural que nos leva a entrar em contato conosco, a introspecção e a reflexão sobre as nossas atitudes. Mas se a tristeza é prolongada, acompanhada com o sentimento de culpa, nos levará a depressão mental.
     As pesquisas recentes nos falam que podemos dividir a depressão em três formas de acordo com o fator causal.
1) Depressão reativa ou neurose depressiva, que depende de fator externo desencadeante, geralmente perdas ou frustrações, tais como separação familiar, perda de ente querido, etc.
2) Depressão secundária a doenças, como acidente vascular cerebral (derrame), tumor cerebral e doenças da tireóide, etc.
3) Depressão endógena por deficiência de neurotransmissores, como depressão do velho, depressão familiar e psicose maníaco-depressiva, atualmente, conhecida como distúrbio bipolar.
       Neste momento em que atravessamos uma grande decadência moral, espíritos inferiores exercem a sua influência sobre as pessoas na sua vida íntima, nos vícios, nas drogas, na violência e até no aumento da criminalidade, pois os homens são influenciados pelas mentes desencarnadas que atuam sobre as pessoas neste mundo de provas e expiações.
       Para debelarmos este mal e ficarmos protegidos contra a depressão, é necessário que pratiquemos algumas ações orientadas pelo “O Livro dos Espíritos”, que nos sugere a prática da caridade e outras ações para a libertação deste sofrimento: ouvir uma boa música; fazer uma boa leitura; a freqüência regular a uma instituição religiosa, no caso específico, a um grupo Espírita Kardecista, e receber  uma boa orientação espiritual. Ainda recomendamos a visita ao médico ou psicólogo, e, finalmente, o envolvimento da pessoa em um trabalho espiritual ou beneficente como uma terapia. Pense nisso. E seja feliz!
João Cabral - Presidente da ADE-SERGIPE.  Jornalista. Psicoterapeuta Transpessoal. Conferencista. Website: www.ade-sergipe.com.br

Tempo de colheita


 Os dias por aqui seguem sem pressa, portanto, é possível aproveitá-los sem estresse, sem culpa. Basta priorizar o que nos é mais caro. No meu caso e para outros também, eu acho, o difícil é saber o que é mais precioso: o estudo, o trabalho caridoso, o momento de prece e reflexão.
Segundo os mais sábios, os mestres amigos, tudo é precioso, qualquer atividade voltada para o desenvolvimento do espírito deve ser realizada. Quer seja o estudo que ilumina a alma com a luz do conhecimento. Quer seja o trabalho caridoso, a dedicação aos pequeninos do Cristo, que demandam auxílio e amor. Quer seja os momentos de reflexão, de escuta do nosso eu interior. Quer seja o momento que nos recolhemos para apenas escutar e dialogar com o Criador.
Suaves são as palavras do Pai que vem ao nosso auxílio, nos guiando pelos caminhos do processo de evolução. Elas nos atingem de sobressalto, nos assustam, primeiramente, porque ainda não estávamos dispostos a ouvi-la e segui-la, mas, depois, nos encantam e nos conduzem para searas ainda mais edificantes.
Então, surgem em nós à paz interior e a necessidade crescente de atender as necessidades do espírito: de ouvi-lo e de atendê-lo em suas demandas de crescimento, exercício do amor, da compaixão e da caridade.
Portanto, nos orientam que, quando confusos de aonde queremos chegar, devemos parar, mergulhar em nós mesmos e compreender o que naquele momento, nos faz mais necessário.
Tenhamos cuidado com todas as outras vozes que nos acompanham aqui ou aí. A voz que deseja o esquecimento e o adormecer por acreditar que este é o caminho mais fácil. A voz que prefere chorar e gritar, que pede consolo, atribuindo a alguém sua responsabilidade, por achar que não é capaz de seguir adiante. Ou quem sabe aquela, que prefere bradar com o mundo e chamá-lo para os finalmente, para o ajuste de contas, pois, acredita que nada lhe pode ser atribuído de bom ou ruim, pois, nada lhe remete.
Todas estas vozes internas ou talvez externas a nós, ao redor de muitas outras, a nos afastar do que realmente queremos e precisamos, por temerem crescer. Por acreditar que crescer dói, machuca, é sem graça, é para o futuro. Que pode esperar por um momento oportuno.
Garanto-lhes que o futuro já chegou. O tempo da colheita não pode esperar. Precisa ser alcançado e para comemorar a colheita farta, primeiro se faz necessário o trabalho duro e a disciplina, o conhecimento e a dedicação. Para somente depois, elevar os braços ao Criador a agradecer.
Se deixarmos passar o período de colher, perdemos o fruto que, apodrecido, cai ao chão. E que poderá se transformar em adubo, que alimenta a terra que se torna propícia para um novo plantar. Porém, a safra estará perdida. O tempo foi desperdiçado. Em vão foi-se toda uma vida.
Sim! Uma vida! Uma encarnação! Se assumirmos o lugar da árvore frondosa pronta para alimentar a alma que se deixa perder, que deixa para trás todo um planejamento, para, agora, na reta final, perder seus frutos, mesmo que possam ser adubo para uma nova existência, não vivenciando seu ciclo.
O dono da plantação entristece-se com a perda dos frutos, porém, por amar muito cada uma de suas árvores, planta-a novamente, esperando-a florescer. Acredita que de outra vez será diferente.
Não esperemos a outra oportunidade. Façamos agora. Deixemos nosso caule forte e apontemos para o alto a procura da luz, que nos energizará e nos tonará aptos para a jornada.
Enfeitemos nossos galhos com folhas e flores, façamos seu perfume encantar e contagiar o ambiente em que vivemos e os que vivem ao nosso redor. Vivamos em paz e em harmonia com toda plantação.
E por fim, produzamos frutos, leves e saborosos, que acolhem, que alimentam, que adoçam a nossa e as outra vidas, que compartilham conosco deste momento sublime que é a encarnação.
- Não farei, jamais, o mesmo caminho.
Disse Felipe ao embarcar rumo a terra, para a nova realização da existência de aprendizado. Chegou cheio de esperança que desta vez faria diferente.
Mas o tempo foi passando, ele cresceu e ficou cada vez mais curioso com as belezas e prazeres deste novo mundo que habitava. Perplexo com tanta coisa por fazer, precipitou-se em fazer escolhas sem reflexão prévia, e foi se deixando levar e viver de acordo com o que acreditava, agora, ser seu caminho. Não sabia o quanto havia se afastado do que realmente queria nesta nova oportunidade.
A velhice chegou e ainda nada havia sido feito. Já perto da morte, perto do retorno deixou-se ouvir e, em um grito, demonstrou todo seu desespero. Lembrara, finalmente, do que havia esquecido.
Desesperado tentou refazer os caminhos. Mudar a direção. Mas já era tarde. Não havia mais tempo. E ao partir, levou a culpa do não fazer, do não cumprir e, desta forma, perdeu-se mais ainda.
Foi encontrado, longo tempo mais tarde, em demasiado desgaste espiritual. Recolhido em frangalhos, tal como um derrotado, não se permitia melhorar. Mais longos anos se passaram até estar de pé.
E num destes dias de reflexão pôs-se a chorar e foi encaminhado para o departamento de reencarnação. Esperançoso dedicou-se a se preparar e, antes de partir de volta a Terra, disse que não faria jamais o mesmo caminho.
Em que lugar nos encontramos? Em que momento? No preparo ou na colheita? Estes processos se dão frequentemente, ao mesmo tempo, um ao lado do outro, pois, não adianta só preparar ou só colher.
Se ficamos só no preparo, perdemos de saborear os frutos. Se ficamos só na colheita, perdemos tempo para a plantação das sementes que geramos. É preciso estar atento, a pensar como o agricultor experiente, sábio.
Ele investe em todas as etapas do processo. Busca o conhecer para aumentar e melhorar a produção. Convoca trabalhadores que estejam na mesma situação e com ele troca experiências, aprendizados.
Fiquemos atentos. Trabalhemos conscientes e confiantes. Não cometamos as mesmas faltas. Esforcemo-nos por nos fazer e agir diferente. Ganhemos tempo e experiência com as nossas vivencias individuais e coletivas.
Aproveitemos o fim do ano para velhas e novas reflexões. Voltemos às questões cristalizadas que precisam ser resolvidas e partamos em frente, seguindo, trilhando novos caminhos que nos levam ao objetivo maior de retornamos cada vez melhores a casa do Pai.
Deixo-os com a sensação que amanhã tudo será diferente, porque estamos aqui a refletir e a buscar um novo amanhecer.
Abraço afetuoso!
Gregório.
02.12.2012

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Viva a Mãe Natureza!


Nós, seres humanos do século XXI, estamos “desnaturalizados” e isso muitas vezes nos faz parecer extraterrestres em nosso próprio planeta. 
Mesmo acreditando que a cultura e a civilização tenham suprido nossa porção mais animal e instintiva, ainda precisamos manter contato com o mundo natural. 
Para tratar quadros de ansiedade que nascem do excesso de trabalho e de uma longa permanência na selva de pedra, escapadas de dois ou três dias para a natureza podem ser mais eficientes do que a ingestão de medicamentos.
Ao sentir o cheiro de terra fresca, o ar limpo e o silêncio, que só é quebrado pelas pequenas criaturas ao redor, reencontramos nossa essência por tanto tempo abandonada.
Como diz Nietzsche, na cidade precisamos representar um papel porque estamos muito preocupados com o que pensam de nós. Mas, ao voltar à natureza, podemos nos dar ao luxo de sermos nós mesmos. Não precisamos nos vestir bem, falar ou atuar de maneira especial. Basta nos deixarmos levar pelo mundo natural em direção ao nosso interior, onde um manancial de tranquilidade nos espera.
(Allan Percy)

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Incompreensões


Não reclames do filho aquilo que ele ainda não te pode dar.
Ele é filho do Criador, quanto nós mesmos. 
Ninguém se faz amado através da exigência.
Aqueles que desejamos ajudar ou salvar nem sempre conseguem compreender, de pronto, o sentido de nossas palavras, mas podem ser inclinados ou arrastados à renovação por nossos atos e exemplos.

Em muitas ocasiões, na Terra, somos esquecidos e humilhados por aqueles a quem nos devotamos, mas, se soubermos perseverar na abnegação, acendemos no próprio espírito o abençoado lume com que clareamos a estrada, além do sepulcro!...
*
Tudo passa no mundo...
 Os gritos da mocidade menos construtiva transformam-se em música de meditação na velhice!

Ampara teu filho que é também teu irmão na Eternidade, mas não te proponhas escravizá-lo ao teu modo de ser!

Monstruosa seria a árvore que se pusesse a devorar o próprio fruto; condenável seria a fonte que tragasse as próprias águas!

Os que amam, sustentam a vida e nela transitam como heróis, mas os que desejam ser amados não passam muitas vezes de tiranos cruéis...
*
Levanta-te!
 Ainda não sorvestes todo o cálice. 
Além disso, Jesus espera por ti...

Os que lhe batem à porta, consternados e desiludidos, são teus familiares igualmente... 
Esses velhos abandonados que te procuram tiveram também pais que os adoravam e filhos que lhes dilaceraram o coração...

Esses doentes que apelam para a tua capacidade de auxiliar conheceram, de perto a meninice e a graça, a beleza e a juventude!...
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Tuas dores, não são únicas.
 E o sofrimento é a forja purificadora, onde iras perder o peso das paixões inferiores, a fim de te alçar à vida mais alta... 
Quase sempre é na câmara escura da adversidade que percebemos os raios da Inspiração Divina, porque a sociedade terrestre costuma anestesiar-nos o espírito...

Procura teu filho, com a lâmpada acesa do amor, nos filhos alheios, e o Senhor abençoar-te-á, convertendo-te a amargura em paz do coração... 
Ergue-te e aguarda de pé a luta dentro da qual reeducarás aqueles que mais amas...

Não te rendas ao sopro frio do infortúnio, nem creias no poder do cansaço...

Que seria de nós se Jesus, entediado de nossos erros, se entregasse à fadiga inútil?

Ainda que o corpo se recolha às transformações da morte, mantém-te firme na fé e no otimismo...
 O túmulo é a penetração na luz de novo dia para quantos lhe atravessam a noite com a visão da esperança e do trabalho.

Não aguardes por agora, senão renúncia e sacrifício... 
Jesus até hoje não foi compreendido, mesmo por muitos que se dizem seus seguidores.

Auxilia, perdoa e espera!... 
As vitórias supremas do espírito brilham além da carne. 
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Joanna de Ângelis