terça-feira, 31 de julho de 2012

Jesus veio


Recado Facebook Jesus guia os nossos passos
“Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens.” – Paulo. (Filipenses, 2:7.)
Muitos discípulos falam de extremas dificuldades por estabelecer boas obras nos serviços de confraternização evangélica, alegando o estado infeliz de ignorância em que se compraz imensa percentagem de criaturas da Terra.
Entretanto, tais reclamações não são justas.
Para executar sua divina missão de amor, Jesus não contou com a colaboração imediata de Espíritos aperfeiçoados e compreensivos e, sim, “aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens”.
Não podíamos ir ter com o Salvador, em sua posição sublime; todavia, o Mestre veio até nós, apagando temporariamente a sua auréola de luz, de maneira a beneficiar-nos sem traços de sensacionalismo.
O exemplo de Jesus, nesse particular, representa lição demasiado profunda.
Ninguém alegue conquistas intelectuais ou sentimentais como razão para desentendimento com os irmãos da Terra.
Homem algum dos que passaram pelo orbe alcançou as culminâncias do Cristo. No entanto, vemo-lo à mesa dos pecadores, dirigindo-se fraternalmente a meretrizes, ministrando seu derradeiro testemunho entre ladrões.
Se teu próximo não pode alçar-se ao plano espiritual em que te encontras, podes ir ao encontro dele, para o bom serviço da fraternidade e da iluminação, sem aparatos que lhe ofendam a inferioridade.
Recorda a demonstração do Mestre Divino.
Para vir a nós, aniquilou a si próprio, ingressando no mundo como filho sem berço e ausentando-se do trabalho glorioso, como servo crucificado.
Caminho, Verdade e Vida – Chico Xavier / Emmanuel

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Passo acima

Burilamento moral e prática do bem constituem o clima da caminhada para a frente, no Reino do Espírito, mas não podemos esquecer que todo obstáculo é marcador de oportunidade do passo acima, na senda da elevação.
Na  escola,  forma-se  o  aluno,  teste  a  teste,  para  que  se  lhe  garanta  o aprendizado cultural.
No  educandário da  vida,  o  espírito,  de  prova  em  prova,  adquire  o  mérito indispensável para a escalada evolutiva.
Toda lição guarda objetivo nobilitante, que se deve alcançar, através do estudo. Qualquer dificuldade, por isso, se reveste de valor espiritual, que precisamos saber extrair para que faça acompanhar do proveito justo.
Em qualquer estabelecimento de ensino, variam as matérias professadas. Em toda a existência, as instruções se revelam com caráter diverso.
É assim que a hora do passo acima nos surge à frente, com expressões sempre novas, possibilitando-nos a assimilação de qualidades superiores, em todos os sentidos.
Tentação, ― degrau de acesso à fortaleza espiritual.
Ofensa recebida, ― ocasião de ganhar altura pela trilha ascendente do perdão. Violência que nos fira ― ensejo para a aquisição de humildade.
Sofrimento ― vereda para a obtenção de paciência.
Necessidade  no  próximo  significado  em  nós  o  impositivo  da  prestação  de serviço.
Quando a incompreensão ou a intolerância repontam nos outros, terá chegado para nós o dia de entendimento e serenidade.
Não te revoltes, nem te abatas, quando atribulações te visitem. Desespero e rebeldia, além de gerarem conflito e lágrimas, são das respostas mais infelizes que podemos dar aos desafios edificantes da vida.
Deus não nos confiaria problemas, se os nossos problemas não nos fossem necessários.
Todo tempo de aflição é tempo do passo acima. De nós depende permanecer acomodados à sombra ou avançar, valorosamente, para a obtenção de mais luz.
Amor e Coração – Chico Xavier / Emmanuel

sábado, 28 de julho de 2012

O Rio


O rio corre em direção ao mar. Durante o seu percurso, ele ganha velocidade, até o momento em que se defronta com algumas curvas, que o fazem diminuir o ímpeto de encontrar o grande oceano.
Quando passa por esses obstáculos da natureza, encontra pedras grandes em seu leito, que lhe rasgam a superfície e lhe modificam o curso e o ritmo natural.
Assim, entre barreiras e percalços, ele segue a sua trajetória com uma só certeza: a de que encontrará o mar, ganhando a liberdade e alegria almejadas.
A vida de todos nós se assemelha ao curso de um rio.
Estamos constantemente traçando planos, buscando um oceano de sonhos e realizações, seja no âmbito pessoal ou profissional.
Inúmeras vezes deparamo-nos com obstáculos que nos impedem de seguir adiante da forma inicialmente planejada.
É o momento em que a vida nos mostra que precisamos trabalhar, em nós mesmos, inúmeras virtudes, entre elas a fé, a resignação e a paciência.
 Manter viva a crença de que somos capazes de alcançar nossos objetivos, apesar de todas as curvas e pedras que encontrarmos no caminho, torna-nos fortes o suficiente para continuar adiante.
 Não há fronteiras para quem sabe o que deseja e possua a persistência para buscar.
 Se os desvios na trajetória nos trazem dor e tristeza, acreditemos que, mais adiante, a tão almejada felicidade será alcançada.
 Não nos apeguemos a essas dores passageiras. Entendamos que elas fazem parte da caminhada, rumo ao objetivo final.
 Assim como as pedras modificam o curso e a velocidade dos rios, pode ser que os percalços do caminho nos deixem cicatrizes e nos façam esperar mais tempo para alcançar nossos mais profundos sonhos.
 Mas, quando exercitamos a paciência e carregamos a certeza de que as metas finais serão alcançadas, essas cicatrizes deixam de ter importância. Apenas contarão uma história.
 A porta da real felicidade exige sacrifícios. São justamente essas lutas que conduzirão a alma à imensa ventura.
 Para atravessarmos essa porta, basta que mantenhamos firme a vontade e que não enfraqueçamos diante das lutas, confiando que estamos amparados pelo amor Divino.
 Jesus nos propôs coragem e bom ânimo diante de tudo o que sofrêssemos. O desalento e o desânimo perante os momentos críticos indicam inclinação à derrota.
*  *  *
À frente de toda dificuldade que nos apareça, trabalhemos no sentido de superá-la com alegria.
 Diante de toda dor que nos alcance, realizemos o nosso esforço de modo a suplantá-la, mantendo a chama da esperança de tempos melhores adiante.
 Se tivermos que sofrer e chorar, o façamos confiantes de que        Deus vela e que mais dia menos dia, nossos dramas serão resolvidos, se perseverarmos na ação feliz do bem até o fim.

Sem dúvida, Jesus é aquele que nos veio ensinar a extrair o lado bom e útil de todo sofrimento que nos seja imposto.
Redação do Momento Espírita, com base no cap.29, do livro Quem é o Cristo, pelo Espírito Francisco de Paula Vítor, psicografia de J. Raul Teixeira, ed. Fráter - 23.07.2012.

Ambientes



Importante pensar que não apenas termos o que damos, mas igualmente viveremos naquilo que proporcionamos aos outros.
Daí o impositivo de doarmos tão somente o bem, integralmente o bem.
Se  em  determinada  faixa  de  tempo  criamos  a  alegria  para  os  nossos semelhantes e criamos para eles o sofrimento em outra faixa, nossa existência estará dividida entre felicidade e desventura, porque teremos trazido uma e outra ao nosso convívio, arruinando valiosas oportunidades de serviço e elevação.
Se oferecemos azedume, é óbvio que avinagraremos o sentimento de quem nos acolhe, reavendo, em câmbio inevitável, o mesmo clima vibratório, como quem recolhe água  inconveniente  para  a  própria  sede,  após  agitar  o  fundo  do  poço,  de  cuja colaboração necessite.
Se  atiramos  crítica  e  ironia  à  face  do  próximo,  de  outro  ambiente  não disporemos para viver senão aquele que se desmanda em sarcasmo e censura.
Certifiquemo-nos de que não somente as pessoas, mas os ambientes também respondem. Queiramos ou não, somos constrangidos a viver no clima espiritual que nós mesmos formamos.
Pacifiquemos e seremos pacificados. Auxilia e colherás auxílio.
Tudo que espiritualmente verte de nós, regressa a nós, “Dá e dar-se-te-á”, ― asseverou Jesus. O ensinamento não prevalece tão só nos domínios da dádiva material propriamente considerada. Do que dermos aos outros, a vida fatalmente nos dá.
Alma e Coração – Chico Xavier / Emmanuel

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Música em nossas vidas


Conta-se que, um dia, ao ouvir o silvo do vento passar pelo tronco oco de uma árvore, o homem o desejou imitar. E inventou a flauta.
Tudo na natureza tem musicalidade. O vento dedilha sons na vasta cabeleira das árvores e murmura melodias enquanto acarinha as pétalas das flores e os pequenos arbustos.
Quando se prepara a tempestade, ribombam os trovões, como o som dos tambores marcando o passo dos soldados, em batidas ritmadas e fortes.
Quando cai a chuva sobre a terra seca pela estiagem, ouve-se o burburinho de quem bebe com pressa.
Cantam os rios, as cachoeiras, ulula o mar bravio.
Tudo é som e harmonia na natureza. Mesmo quando os elementos parecem enlouquecidos, no prenúncio da tormenta.
E lembramos das poderosas harmonias do Universo, gigantesca harpa vibrando sob o pensamento de Deus, do canto dos mundos, do ritmo eterno que embala a gênese dos astros e das humanidades.
Em tudo há ritmo, harmonia, musicalidade.
Em nosso corpo, bate ritmado o coração, trabalham os pulmões em ritmo próprio, escorre o sangue pelas veias e artérias.
Tudo em tempo marcado. Harmonia.
Nosso passo, nosso falar é marcado pelo ritmo.
A música está na natureza e, por sermos parte integrante dela, temos música em nossa intimidade. Somos música.
Por isso é que o homem, desde o princípio, compôs melodias para deliciar as suas noites, amenizar a saudade, cantar amores, lamentar os mortos.
Também aprendeu que, através das notas musicais, podia erguer hinos de louvor ao Criador de todas as coisas.
E surgiu a música mística, a música sacra, o canto gregoriano.
Entre os celtas, era considerada bem inalienável a harpa, junto ao livro e à espada.
Eles viam na música o ensinamento estético por excelência, o meio mais seguro de elevar o pensamento às alturas sublimes.
Os cristãos primitivos, ao marcharem para o martírio, o faziam entre hinos ao Senhor. Verdadeiras preces que os conduziam ao êxtase e os fortaleciam para enfrentar o fogo, as feras, a morte, sem temor algum.
O rei de Israel, Saul, em suas crises nervosas e obsessivas, chamava o pastor Davi que, através dos sons de sua harpa, o acalmava.
A música é a mais sublime de todas as artes. Desperta na alma impressões de arte e de beleza. Melhor do que a palavra, representa o movimento, que é uma das leis da vida. Por isso ela é a própria voz do mundo superior.
A voz humana possui entonações de uma flexibilidade e de uma variedade que a tornam superior a todos os instrumentos.
Ela pode expressar os estados de espírito, todas as sensações de alegria e da dor, desde a invocação de amor até às entonações mais trágicas do desespero.
É por isso que a introdução dos coros na música orquestrada e na sinfonia enriqueceu a arte de um elemento de encanto e de beleza.
É por isso que a sabedoria popular adverte: Quem canta, seus males espanta!
Cantemos!
Redação do Momento Espírita, com trechos do cap. VII do livro
O espiritismo na arte, de Léon Denis, ed. Arte e cultura 19.07.2012

domingo, 22 de julho de 2012

Identidade com Jesus


A identificação é uma das qualidades psicológicas responsáveis pela definição do ser humano, ao lado de outras significativas, tais como: a personalidade, o conhecimento e a consciência.
Em razão do seu impositivo, é possível qualificar-se o indivíduo face à sua afinidade emocional e comportamental com as ideias e os anseios íntimos cultivados.
Graças às aspirações internas mantidas, surgem as sintonias que povoam os grupos, aglutinando-os em sociedades ou núcleos que formam a humanidade.
Quando são enobrecedoras, favorecem o progresso moral e social da pessoa e, em consequência, da grei, aprimorando a cultura, a ciência e as artes, a tecnologia e o humanitarismo, que fomentam o ajuste e a harmonia global. Todavia, se resultam das paixões dissolventes, formam os guetos da criminalidade, as forças da violência, as gangues da insânia e das alucinações coletivas, as tribos da drogadição, resvalando para os abismos do horror que respondem pelas lutas sangrentas e perversas.
As propostas filosóficas e o conhecimento nos mais diversos ramos do saber, atraem os seres humanos às suas fileiras e os classificam, tornando-se conhecidos pelos modismos e conduta, não raro extravagantes e agressivos.
Periodicamente surgem como desafios ao status quo, chamando a atenção pela maneira exibicionista através da qual projetam a imagem prepotente que escraviza sua vítima...
Têm efêmera duração, porque os seus líderes, vencidos pelas angústias que os envenenam e que não têm coragem de enfrentar, fogem da realidade para as fantasias que se lhes transformam em pesadelos hediondos, insuportáveis...
De igual maneira, ocorrem esses fenômenos na fé religiosa, sob outros aspectos, porém, com os mesmos efeitos psicológicos, nas diferentes definições em que se ajustam.
O Cristianismo, por exemplo, não constitui exceção no seu extraordinário mapa de expansão terrena.
Desde quando Lucas, o futuro apóstolo do Evangelho, fascinado por Jesus Cristo, no glorioso período da pregação paulina, sugeriu que os Seus discípulos fossem chamados de cristãos, que a identificação inscreveu-os na História como os conquistadores do mundo espiritual.
A princípio, à força ciclópica da abnegação e do amor que os animava escreveu, no holocausto da própria existência, a mais desafiadora página de dedicação ao próximo e a Deus de que se tem notícias, e o martirológio tornou-se o sublime recurso de expansão da mensagem libertadora, que passou a dominar praticamente o mundo conhecido de então.
Todavia, conforme escreveu Santo Eusébio, cristão primitivo do século IV, à medida que as facilidades e as disputas humanas substituíram os testemunhos e os sacrifícios dos mártires, a floração sublime da fé emurcheceu e quase feneceu...
Mais tarde, a denominação passou a inspirar suspeitas, pavores e mesmo ódios, pela alucinação e fanatismo que tomaram conta daqueles que, dessa maneira, identificavam-se.
Uma noite terrível, inevitavelmente, abateu-se sobre a sociedade debilmente iluminada, de quando em quando, pelos apóstolos da verdade que renasceram com a missão de sustentá-la nos estertores em que se encontrava.
Quase nada permaneceu das apoteóticas mensagens de amor e de compaixão ensinadas e vividas por Jesus, obrigando a caridade a ocultar-se, envergonhada, nos mantos da divina misericórdia...
...Veio o Consolador e, novamente, o formoso brilho do Evangelho como um sol especial passou a iluminar as vidas e a aquecer o frio das almas.
Lentamente, porém, à medida que se vem popularizando, a vulgaridade e a insensatez humanas tomam conta das suas fileiras, tentando empanar-lhe as sublimes claridades.
*
Nesse báratro que domina a sociedade hodierna que estorcega nos sofrimentos inenarráveis e atemoriza-se ante as ameaças perversas de outros males sem conta, a identidade cristã perdeu quase completamente o seu significado inicial.
Negocia-se, mente-se, guerreia-se, infelicita-se, em nome de Jesus. Firmam-se tratados e decretos citando as Suas palavras, enquanto o ser humano prossegue abandonado à própria sorte...
Não poucos cristãos novos, por sua vez, que bebem na fonte lustral do Evangelho desvelado pelo Espiritismo, a água pura e cristalina do dever, do amor e da caridade, descuidam-se da conduta crística, aquela de ser irmão dos sofredores, de seguir mil passos a mais ao lado daquele que lhe solicita a companhia por apenas mil; de dar o manto a quem necessita somente da capa; de despir-se da ostentação, do orgulho e do egoísmo para servir, ao invés de ser servido pela mensagem que se expande pelo mundo.
O campeonato da vaidade ao lado das disputas pelos favores de César e as glórias de Pirro desequilibra incontáveis valorosos servidores que se comprometeram em não mais repetir os erros clamorosos do passado.
Iniciam o ministério do amor dominados pelo entusiasmo da ingenuidade e do encantamento, para trasladar-se para as volúpias do prazer e das compensações imediatas.
Sexo, poder, luxo e distinções sociais fascinam-nos e intoxicam-nos no festival da ilusão.
Soberbos uns e irreverentes outros, passeiam a incoerência da conduta em relação à fé nas paisagens humanas, dando a impressão de que a enfermidade, a velhice e a desencarnação jamais os alcançarão...
Abraçando as imposturas terrestres disputam-lhe a aceitação, afadigando-se pela conquista das posturas artificiais, cultivando as técnicas da comunicação exterior, esquecidos da irradiação do bem-estar, da harmonia e da alegria de viver que os deveriam impregnar.
O exterior é-lhes mais importante do que o interior.
Apresentam-se como novos sepulcros do ensinamento evangélico, bem cuidados por fora e por dentro a imundície...
Cuida da tua identidade crística.
Mantém-te simples e sem atavios.
Cultiva a bondade e faze-te útil.
Sorri e ama, auxiliando sempre.
Não importa que não sejas conhecido ou afamado, lutando porém para seres iluminado.
Apresenta Jesus e oculta-te, recorda-O e esquece as tuas ambições enganosas, fazendo que todos aqueles que se te acerquem, vejam-nO em ti.
Vinculado a Jesus, seja a tua identidade dEle.
Divaldo Pereira Franco. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. Psicografia de Divaldo Pereira Franco, no dia 25 de junho de 2011, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia. Fonte: http://www.divaldofranco.com/mensagens.php?not=267 .
* * * Estude Kardec * * *

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Na sublime iniciação


Quando Jesus nos convocou à perfeição, conhecia claramente a carga de falhas e deficiências de que estamos ainda debitados perante a Contabilidade da Vida.
Urge, assim, penetrar o sentido de semelhante convite, aceitando, de nossa parte, a sublime iniciação.
Na subida áspera em demanda aos valores eternos, as Leis do Universo não nos reclamam qualquer ostentação de grandeza espiritual. Criaturas em laboriosa marcha na senda evolutiva atendamos, desse modo, aos alicerces do aprendizado.
Nas horas de crise, os Estatutos Divinos não nos rogam certidões de superioridade a raiarem pela indiferença, e sim, que saibamos sofrê-las com reflexão e dignidade, assimilando os avisos da experiência.
Renteando com injúrias e zombarias, as instruções do Senhor não exigem de nós a máscara da impassibilidade, e sim, que as vençamos de ânimo forte, assimilando-lhes a passagem com a benção da compreensão fraternal.
Defrontados por tentações, a vida não espera que estejamos diante delas, em regime de anestesia, e sim, que busquemos neutralizá-las com paciência e coragem, entesourando os ensinos de que se façam mensageiras, em nosso próprio favor.
Abstenhamo-nos de adornar a existência com expectações ilusórias. Somos criaturas humanas, a caminho da sublimação necessária e, nessa condição, errar e corrigir-nos para acertar sempre mais, são impositivos de nosso roteiro. Conquanto isso, porém, permaneçamos convencidos, desde hoje, de que se por agora não nos é possível envergar a túnica dos anjos, podemos e devemos matricular-nos na escola dos espíritos bons.
Alma e Coração – Chico Xavier / Emmanuel

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Inimigos Ocultos


Mencionamos, com muita freqüência, que os inimigos exteriores são os piores expoentes de perturbação que operam em nosso prejuízo. Urge, porém, olhar para dentro de nós, de modo a descobrir que os adversários mais difíceis são aqueles de que não nos podemos afastar facilmente, por se nos alojarem no cerne da própria alma.
Dentre eles, os mais implacáveis são:
-  o  egoísmo,  que  nos  tolhe  a  visão  espiritual,  impedindo  vejamos  as necessidades daqueles que mais amamos;
- o orgulho, que não nos permite acolher a luz do entendimento, arrojando-nos a permanente desequilíbrio;
- a vaidade, que nos sugere a superestimação do próprio valor, induzindo-nos a desprezar o merecimento dos outros;
- o desânimo, que nos impele aos precipícios da inércia;
- a intemperança mental, que nos situa na indisciplina;
- o medo de sofrer, que nos subtrai as melhores oportunidades de progresso, e tantos outros agentes nocivos que se nos instalam no Espírito, corroendo-nos as energias e depredando-nos a estabilidade mental.
Para a transformação dos adversários exteriores contamos, geralmente, com o amparo de amigos que nos ajudam a revisar relações, colaborando conosco na constituição de novos caminhos; entretanto, para extirpar os que moram em nós, vale tão somente o auxílio de DEUS, com o laborioso esforço de nós mesmos.
Reportando-nos  aos  inimigos  externos,  advertiu-nos  JESUS  que  é  preciso perdoar as ofensas setenta vezes sete vezes, e decerto que para nos descartarmos dos inimigos internos –  todos eles nascidos nas trevas da ignorância – prometeu-nos o Senhor: “conhecereis a verdade e a verdade vos fará livres”, o que equivale dizer que só estaremos a salvo de nossas calamidades interiores, através de árduo trabalho na oficina da educação.
Alma e Coração – Chico Xavier / Emmanuel

Perfume de gratidão

Jovem e idealista, ela partiu de sua terra natal, a Suíça, para ajudar a reconstruir a Polônia, depois da Segunda Guerra Mundial.
Ela assentou tijolos, colocou telhados, levantou paredes. Até o dia em que um homem cortou a perna e lhe descobriram os dotes para a medicina. Aí, junto a duas outras voluntárias, que tinham conhecimentos de medicina básica, foi servir num improvisado posto médico.
Certa noite, em que suas colegas tinham se deslocado para atender pessoas em outra localidade, ela ficou sozinha. Tomou o seu cobertor, enrolou-se e deitou sob a luz das estrelas.
Nada haverá de me acordar, hoje. Estou morta de cansaço.
No entanto, um pouco depois da meia-noite, um choro de criança a despertou. Ela pensou estar sonhando e não abriu os olhos. O choro voltou a lhe chegar aos ouvidos.
Meio dormindo, ainda, ouviu uma voz de mulher:
Desculpe acordá-la, mas meu filho está doente. Você precisa salvá-lo.
Bastou Elisabeth olhar, de forma rápida, para o garoto de três anos para descobrir que ele era portador de tifo.
Explicou para a mulher que não tinha remédio algum no posto. A única coisa que podia lhe oferecer era uma xícara de chá.
A mulher cravou nela os olhos, com aquele olhar que somente as mães em desespero possuem:
A senhora tem de salvar meu filho. Durante a guerra, nos campos de concentração, morreram doze dos meus filhos e este nasceu lá. Ele não pode morrer. Não agora que o pior já passou.
Elisabeth tomou uma decisão. Se aquela mulher andara tantos quilômetros para chegar até ali, se ela vira serem mortos uma dúzia de filhos na guerra e ainda tinha ânimo para rogar pela vida do único afeto que lhe restava, ela merecia todos os sacrifícios.
Tomou da criança e, com a mãe, caminhou trinta quilômetros, até encontrar um hospital. Depois de muita insistência, conseguiu que a criança fosse internada.
Mas havia uma condição: somente depois de três semanas, elas poderiam retornar para saber notícias. Afinal, o hospital estava cheio e os médicos atolados de tarefas.
Elisabeth voltou para as atividades do seu posto médico e tanto trabalho teve nas semanas seguintes, que até esqueceu o garoto.
Certa manhã, ao despertar, encontrou ao lado do seu cobertor, um lenço cheio de terra. Abrindo-o, viu, junto com a terra, um bilhete: Para a pani doutora.  Da senhora W.  Cujo último dos treze filhos você salvou, um pouco de terra abençoada da Polônia.
O menino estava vivo.
Um grande sorriso se abriu no rosto cansado de Elisabeth.
E ela compreendeu o que acontecera. A mulher andara mais de trinta quilômetros até o hospital e apanhara ali o seu filho vivo.
De Lublin, levara-o de volta até o povoado onde vivia. Pegara um punhado de terra do seu chão e tornara a andar muito para deixar, quieta, sem perturbar, na calada da noite, o seu presente de gratidão.
Elisabeth Kübler-Ross guardou o embrulhinho de terra que se tornou para ela o presente mais valioso que jamais recebera.
*   *   *
A gratidão é perfume acondicionado no frasco d’alma. As criaturas o deixam evolar-se, de forma sutil, envolvendo aqueles a quem são gratos, numa aura de bem-estar.
Naturalmente, ninguém realiza o bem esperando agradecimento mas, quando a gratidão se manifesta, é como a brisa que abençoa a tarde morna com sua presença.
Refaz corações e aumenta a disposição para novas realizações, em prol do próximo.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 9, do livro A roda da vida, de Elisabeth
Kübler-Ross, ed. Sextante - 16.07.2012

quarta-feira, 18 de julho de 2012

A Mãe de Jesus


Ela crescera, tendo o Espírito alimentado pelas profecias de Israel.
Desde a meninice, quando acompanhava a mãe à fonte de água, para apanhar o líquido precioso, ouvia os comentários.
Entre as mulheres, sempre que se falava a respeito, perguntavam-se umas às outras, qual seria o momento e quem seria a felizarda, a mãe do aguardado Messias.
Nas noites povoadas de sonhos, era visitada por Mensageiros que lhe falavam de quefazeres que ela guardava na intimidade d’alma.
Então, naquela madrugada, quase manhã do princípio da primavera, em Nazaré, uma voz a chamou: Miriam. Seu nome egípcio-hebraico, significa querida de Deus.
Ela despertou. Que estranha claridade era aquela em seu quarto? Não provinha da porta. Não era o sol, ainda envolto, àquela hora, no manto da noite quieta.
De quem era aquela silhueta? Que homem era aquele que ousava adentrar seu quarto?
Sou Gabriel, identifica-se, um dos Mensageiros de Yaweh. Venho confirmar-te o que teu coração aguarda, de há muito.
Teu seio abrigará a glória de Israel. Conceberás e darás à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus. Ele será grande e será chamado filho do Altíssimo e o seu reino não terá fim.
Maria escuta. As palavras lhe chegam, repassadas de ternura e, pela sua mente, transitam os dizeres proféticos.
Sente-se tão pequena para tão grande mister. Ser a mãe do Senhor. Ela balbucia: Eis aqui a escrava do Senhor. Cumpra-se em mim segundo a tua palavra.
O Mensageiro se vai e ela aguarda. O Evangelista Lucas lhe registraria, anos mais tarde, o cântico de glória, denominado Magnificat:
A minha alma glorifica o Senhor! E o meu Espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador!
Porque, volvendo o olhar à baixeza da Terra, para a minha baixeza e humildade atentou.
E eis, pois, que, desde agora, e por todos os tempos, todas as gerações me chamarão bem-aventurada!
Porque me fez grandes coisas o Poderoso e santo é o seu nome!
E a sua misericórdia se estende de geração em geração, sobre os que o temem. Com seu braço valoroso, destruiu os soberbos, no pensamento de seus corações.
Depôs dos tronos os poderosos e elevou os humildes. Encheu de bens os famintos e despediu vazios os ricos.
Cumpriu a palavra que deu a Abraão, recordando-se da promessa da sua misericórdia!
Ela gerou um corpo para o ser mais perfeito que a Terra já recebeu. Seus seios O alimentaram nos meses primeiros. Banhou-O, agasalhou-O, segurou-O fortemente contra o peito mais de uma vez. E mais de uma vez, deverá ter pensado:
Filho meu, ouve meu coração batendo junto ao teu. Dia chegará em que não Te poderei furtar à sanha dos homens. Por ora, amado meu, deixa-me guardar-Te e proteger-Te.
Ela Lhe acompanhou o crescimento. Viu-O iniciar o Seu período de aprendizado com o pai, que lhe ensinou os versículos iniciais da Torá, conforme as prescrições judaicas, embora guardasse a certeza de que o menino já sabia de tudo aquilo.
Na Sinagoga, O viu destacar-Se entre os outros meninos, e assombrar os doutores. O seu Jesus, seu Filho, seu Senhor. Angustiou-se mais de uma vez, enquanto O contemplava a dormir. Que seria feito dEle?
Maria, mãe de Jesus. Mãe de todos nós. Mãe da Humanidade. Agradecemos-te a dádiva que nos ofertaste e, ao ensejo do Natal, te dizemos: Obrigado, mãe.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. A mãe de Jesus, do livro Personagens da Boa Nova, de Maria Helena Marcon, ed. Fep - 22.12.2010.

O Mundo do Terceiro Milênio


Fala-se muito que vivemos em um mundo de constante violência.
E se diz que todos andam apressados, que tudo é uma loucura, que não dá mais para viver de forma serena.
Contudo, graças a iniciativas que ocorrem, ainda de forma esporádica, mas com grande brilhantismo, verifica-se que existem variantes felizes.
Um dos exemplos mais recentes foi a iniciativa de um pouco mais de trinta integrantes da Companhia de Ópera da Filadélfia.
Aconteceu no dia 24 de abril de 2010, um sábado, no Reading Terminal Market, na cidade da Filadélfia, na Pensilvânia. O local é um bazar gastronômico, ainda hoje, conforme suas remotas origens no século XVII.
Em qualquer dia ali se pode encontrar uma variedade eclética de produtos diretos do campo, especiarias incomuns, flores, aves, artesanatos, joias e roupas.
É um local apinhado de gente. A média é de cem mil pessoas que o visitam, a cada semana.
Pois nesse sábado de abril, enquanto as pessoas se acotovelavam, indo e vindo, em meio a balcões de produtos e exposição de telas, de repente, uma música começa a encher os ouvidos de todos.
É La Traviata, composição de Giuseppe Verdi, inspirada na obra de Alexandre Dumas Filho, A dama das camélias.
Então, um tenor lança sua voz, seguido de outro, mais adiante. Surpreendentemente, do meio daquele povo todo, que andava de um lado para outro, conversando, tirando fotos, vão se destacando os membros da Companhia de Ópera.
Estão misturados à multidão, vestidos de forma comum, uns com boné à cabeça, portando mochilas, bolsas, roupas esporte, descontraídos.
Somente são identificados, a partir do momento que abrem sua boca e começam a cantar.
Surpresas, as pessoas vão se dando conta de que cada um deles, que sorri e canta, que brinda com o copo de papel com café ou que os convida a alguns passos de dança, está com um boton com a identificação da Companhia de Ópera da Filadélfia e os dizeres: La Traviata.
E todos param o que estão fazendo para ouvir, admirar, se emocionar. Os turistas tiram fotos e mais fotos.
Um momento mágico. Algo que nos diz que iniciativas dessa ordem devem, graças ao êxito observado, se repetir de outras vezes e em muitas localidades.
Em todo o mundo. Em terminais de ônibus e de trens, onde as pessoas ficam horas aguardando, inquietas, desejando chegar logo aos seus destinos.
Em aeroportos, onde os atrasos deixam as pessoas estressadas, mal-humoradas. Pelas ruas das cidades.
Iniciativas como essa nos dizem que, a pouco e pouco o homem vai descobrindo como é bom viver a harmonia, o belo, a arte.
Como é bom ter um dom e dividi-lo com todos, alegrar corações, fazer as pessoas sorrirem e sonharem.
Sonharem com o mundo maravilhoso que todos idealizamos para o nosso Terceiro Milênio.
Vibremos por isso. E que Deus abençoe Alexandre Dumas Filho, Giuseppe Verdi, os músicos, os cantores, todos que tornam, enfim, este imenso mundo de Deus tão mais belo e harmonioso para nossas vidas.
Redação do Momento Espírita - 11.10.2010

terça-feira, 17 de julho de 2012

Amarás Servindo


Ainda quando escutes alusões em torno da suposta decadência dos valores humanos, exaltando as forças das trevas, farás da própria alma lâmpada acesa para o caminho.

Mesmo quando a ambição e o orgulho te golpeiem de suspeitas e de rancores o espírito desprevenido, amarás servindo sempre.

Quando alguém te aponte os males do mundo, lembrar-te-ás dos que te suportaram as fraquezas da infância, dos que te auxiliaram a pronunciar a primeira oração, dos que te encorajaram os ideais de bondade no nascedouro, e daqueles outros que partiram da Terra, abençoando-te o nome, depois de repetidos exemplos do sacrifício para que pudesses livremente viver. Recordarás os benfeitores anônimos que te deram entendimento e esperança, prosseguindo fiel ao apostolado do amor e serviço que te legaram...
Para isso, não te deterás na superfície das palavras.

Colocar-te-ás na posição dos que sofrem, a fim de que faças por eles tudo aquilo que desejarias se te fizesse nas mesmas circunstâncias.

Ante as vítimas da penúria, imagina o que seria de ti nos refúgios de ninguém, sob a ventania da noite, carregando o corpo exausto e dolorido a que o pão mendigado não forneceu suficiente alimentação; renteando com os doentes desamparados, reflete quanto te doeria o abandono sob o guante da enfermidade, sem a presença sequer de um amigo para minorar-te o peso da angústia; à frente das crianças despejadas na rua, pensa nos filhos amados que aconchegas ao peito, e mentaliza o reconhecimento que experimentarias por alguém que os socorresse se estivessem desvalidos na via pública; e, perante os irmãos caídos em criminalidade, avalia o suplício oculto que te rasgarias entranhas da consciência, se ocupasses o lugar deles, e medita no agradecimento que passarias a consagrar aos que te perdoassem os erros, escorando-te o passo, das sombras para a luz.

Ainda mesmo quando te vejas absolutamente a sós, no trabalho de bem, sob a zombaria dos que se tresmalham temporariamente no nevoeiro da negação e do egoísmo, não esmorecerás. Crendo na misericórdia da Providência Divina e nas infinitas possibilidades de renovação do homem, seguirás Jesus, o Mestre e Senhor, que, entre a humildade e a abnegação, nos ensinou a todos que o amor e o serviço ao próximo são as únicas forças capazes de sublimar a inteligência para que o Reino de Deus se estabeleça em definitivo nos domínios do coração.

Alma e Coração – Chico Xavier / Emmanuel

domingo, 15 de julho de 2012

Segue-me tu


“Disse-lhe Jesus: Se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa a ti? Segue-me tu.” – (João, 21:22.)
Nas comunidades de trabalho cristão, muitas vezes observamos companheiros altamente preocupados com a tarefa conferida a outros irmãos de luta.
É justo examinar, entretanto, como se elevaria o mundo se cada homem cuidasse de sua parte, nos deveres comuns, com perfeição e sinceridade.
Algum de nossos amigos foi convocado para obrigações diferentes?
Confortemo-lo com a legítima compreensão.
Às vezes, surge um deles, modificado ao nosso olhar. Há cooperadores que o acusam. Muitos o consideram portador de perigosas tentações. Movimentam-se comentários e julgamentos à pressa.
Quem penetrará, porém, o campo das causas? Estaríamos na elevada condição daquele que pode analisar um acontecimento, através de todos os ângulos? Talvez o que pareça queda ou defecção pode constituir novas resoluções de Jesus, relativamente à redenção do amigo que parece agora distante.
O Bom Pastor permanece vigilante. Prometeu que das ovelhas que o Pai lhe confiou nenhuma se perderá.
Convém, desse modo, atendermos com perfeição aos deveres que nos foram deferidos. Cada qual necessita conhecer as obrigações que lhe são próprias.
Nesse padrão de conhecimento e atitude, há sempre muito trabalho nobre a realizar.
Se um irmão parece desviado aos teus olhos mortais, faze o possível por ouvir as palavras de Jesus ao pescador de Cafarnaum: “Que te importa a ti? Segue-me tu.”
Caminho, Verdade e Vida – Chico Xavier/Emmanuel

sábado, 14 de julho de 2012

Auxiliarás por Amor



Auxiliarás por amor nas tarefas do benefício.
Não te deixarás seduzir pelo verbo fascinante dos que manejam o ouro da palavra para incrementar a violência em nome da liberdade e dos que te induzam a crer seja a vida um fardo de desenganos.
Adotarás  a  disciplina  por  norma  de  ação  em  teu  ambiente  de  trabalho renovador,  e  educar-te-ás na  orientação do  bem, elevando  o vel  da  existência  e sublimando as circunstâncias.
De muitos ouvirás que não adianta sofrer em proveito dos outros e nem semear para sustento da ingratidão; entretanto, recordarás os benfeitores anônimos que te amaciaram    caminho apagando-s tantas   vezes   par que   pudesses   brilhar. Rememorarás a infância, no refúgio doméstico, e perceberás que te ergueste, acima de tudo, da bondade com que te agasalharam o coração. Não conseguiste a ternura materna com recursos amoedados, não remuneraste teu pai pelo teto em que te guardou a meninice, não compraste a afeição dos que te equilibraram os passos primeiros e nem pagaste o carinho daqueles que te alçaram o pensamento à luz da orão, ensinando-te a pronunciar o nome de Deus!...
Reflete nas rzes de amor com que o Todo-Misericordioso nos plasmou os alicerces da vida, e colabora onde estejas para que o bem se erija por sustentáculo de todos.
Enxergarás, nos que te rodeiam,  irmãos  autênticos,  diante  da  Providência Divina. Ajudarás os menos bons para que se tornem bons, e auxiliarás os bons a fim de que se façam melhores.
Se a  perturbação te  dificulta o caminho, serve,  sem alarde, e a  trilha de libertação se te abrirá, propiciando-te acesso à frente.
Se ofensas te apedrejam, escuda-te no dever bem cumprido e serve sempre, na certeza de que a bondade com a força do tempo é a meia natural de todos os reajustes.
Muitos, mandam, exigem, dispõem ou discutem... Serás aquele que serve, o samaritano da benção, o entendimento dos incompreendidos, a luz dos que se debatem nas sombras, a coragem dos tristes e o apoio dos que se afligem na retaguarda!... E, ainda quando te vejas absolutamente a sós, no ministério do bem, serás fiel à obrigação de servir, lembrando-te de que, certo dia, um anjo na forma de um homem escalou um monte árido em supremo abandono, carregando a cruz do próprio sacrifício, mas porque servia e servia, perdoando e perdoando, fez nas trevas da morte o sol das nações, em perenidade de luz e amor para o mundo inteiro.
 Alma e Coração – Emmanuel/Chico Xavier

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Caráter -- Obra de Luz da Consciência - II



Às vezes, o que se sente não é de agora, vem de outros tempos...
A mente não se lembra, mas o coração sabe.
Trocam-se os corpos perecíveis, mas o espírito é sempre o mesmo.
E, além da transitoriedade da aparência das formas, está a energia de cada um, que reflete o que se passa no âmago da consciência.
Sim, há almas de outrora em corpo de agora!
O que se pensa, sente e faz tem suas repercussões naturais... E todo efeito busca sua causa correspondente. E, muitas vezes, isso não é só coisa da vida atual, mas, também, de uma vida para outra, na longa ascese evolutiva do Ser.
Seja ontem, hoje, ou amanhã, cada um é o reflexo do que pensa, sente e realiza. Portanto, é justo que, “a cada um segundo suas obras!”
O fato de estar encarnado novamente não anula a natureza espiritual de ninguém. O revestimento físico não apaga a centelha vital que cada um é - somente restringe temporariamente a sua Luz na carne -, em função da necessidade de se aprender algo na experiência terrestre.
Algumas coisas passam de uma vida para outra... Dentro do coração.
Mas, o que é importante é o caráter de cada um e as possibilidades de transformação que cada vida apresenta ao Ser.
E, nisso, conta muito a espiritualidade e o nível de consciência manifestado. Pois, sem uma noção mais abrangente da existência, tudo se resume apenas a comer, beber, dormir, copular e, finalmente, morrer sem ver sentido na vida.
E é bom assinalar que espiritualidade não é doutrina, é estado de consciência; nem é um lugar aonde ir, mas, sim, aquilo que se carrega dentro do próprio coração.
E isso é caráter de Luz!
É valor interno e intransferível.
Não se compra - nem se vende.
Sequer é da Terra, pois transcende os limites convencionais.
Não pode ser mensurado por nenhum parâmetro humano.
Não é oriental ou ocidental; nem branco, negro, amarelo ou vermelho.
Não tem sexo ou idade, e é válido em outros planos de manifestação.
Sim, algumas coisas podem ter sua origem em outros tempos e condições, mas, tanto antes como agora, o remédio é um só: tomar consciência de si mesmo e manifestar climas melhores na existência.
E todos os que estudam a temática espiritual já sabem disso, só faltando mesmo é por em prática o que sabem teoricamente.
De nada adianta falar de vidas passadas se isso não ajudar a resolver as coisas do momento presente. Assim como, também, de nada adianta encher a mente de conhecimento, se isso não aquecer o coração e as atitudes diárias não corresponderem ao nível daquilo que se estuda.
Conhecimento não é sabedoria!
E Amor real não é emoção barata ou joguinho de egos.
E viver restringido não é fácil, nunca foi.
Na verdade, viver é muito mais do que só comer, beber, dormir, copular e morrer... Também é pensar, sentir, raciocinar, e vencer a si mesmo.
Ah, viver demanda muitas vidas, aqui e algures...
E o mais importante é o nível de consciência que se desenvolve vida após a vida. E é isso que importa na média de cada um.
Sim, Jesus estava certo, quando ensinou que, “a cada um segundo suas obras” - e também quando disse que, “muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos”.
Ontem, hoje ou amanhã, isso é assim.
 E, se o semelhante atrai o semelhante, por lógica, quem quer mais Luz, que já tenha um pouco de Luz em seus pensamentos e procedimentos.
Porque espiritualidade é isso: caráter de Luz!**
            Paz e Luz.
            - Wagner Borges –  São Paulo, 10 de julho de 2012.
             - Nota:
            * A primeira parte desse texto está postada no site do IPPB e pode ser acessada no seguinte endereço específico: