sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Datas Espíritas

JANEIRO
01/01/1858 - É fundada por Allan Kardec a Revista Espírita.
01/01/1846 - Nasce Léon Denis - filósofo do Espiritismo.
01/01/1875 - É publicada a primeira folha espírita do Rio de Janeiro.
02/01/1884 - É eleita e empossada a primeira diretoria da Federação Espírita Brasileira, tendo como presidente o Major Francisco Raimundo Ewerton Quadros.
02/01/1984 - É instalada em Brasília a sede central da FEB.
03/01/1412 - Nasce na França, Joana D´Arc.
06/01/1868 - É colocado à venda a primeira edição de A Gênese, de Allan Kardec.
08/01/1958 - É fundado no Rio de Janeiro o Lar Fabiano de Cristo, por Jayme Rolemberg e Carlos Pastorino.
09/01/1862 - Nasce em Gênova, Itália, o doutor Ernesto Bozzano.
09/01/1977 - É criada a Caravana da Fraternidade de Jésus Gonçalves em favor dos hansenianos, em São Paulo.
10/01/1969 - Desencarnação, aos 91 anos, da médium Zilda Gama.
10/01/1868 - Nasce em Paris, Hubert Forestier - foi diretor da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, fundada por Allan Kardec.
11/01/1971 - Desencarna o médium José Pedro de Freitas, o Zé Arigó, em acidente automobilístico. Foi médium do Espírito Doutor Fritz.
12/01/1827 - Nasce em Zurique, Suíça, João Henrique Pestalozzi, educador de Allan Kardec.
13/01/1968 - Realizada primeira reunião de médicos espíritas para fundar a Associação de Médicos Espíritas de São Paulo.
14/01/1942 - Desencarna Antônio José Trindade, um dos fundadores da Federação Espírita do Estado de São Paulo.
15/01/1861-Lançada a primeira edição de O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec.
16/01/1916 - Fundada a Federação Espírita Paraibana.
17/01/1901 - Nasce no Maranhão, Luiz Olímpio Guillon Ribeiro - foi engenheiro civil, senador e presidente da Federação Espírita Brasileira.
18/01/1969 - Desencarna no Rio de Janeiro, Ismael Gomes Braga, jornalista ativo no movimento espírita e esperantista.
20/01/1919 - Desencarna em São Paulo, Anália Emília Franco.
21/01/1883 - É fundada a revista Reformador, órgão de divulgação da FEB.
22/01/1909 - Desencarna Antônio Gonçalves da Silva Batuíra, notável médium de cura.
23/01/1906 - Nasce em Baixada Grande, Bahia, Deolindo Amorim.
27/01/1995 - Divaldo Pereira Franco é incluído no quadro de vultos artísticos e históricos da Bahia, pelo plenário da Assembléia Legislativa do Estado.
28/01/1995 - Desencarna na Espanha, Miguel Vives y Vives, fundador da Federacion Espírita Del Valles e da Revista Union.
30/01/1938 - Desencarna em Matão, São Paulo, Cairbar de Souza Schutel.
31/01/1907 - É fundado o Colégio Allan Kardec, por Eurípedes Barsanulfo, em Sacramento, Minas Gerais.


FEVEREIRO

01/02/1905 - Nasce em Pacatuba, Ceará, Francisco Peixoto Lins, o Peixotinho, notável médium de efeitos físicos.
01/02/1834 - Nasce em Laranjeiras, na então província de Sergipe, Francisco Leite de Bittencourt Sampaio.
01/02/1856 - Nasce em Resende, Rio de Janeiro, Anália Emília Franco, professora humanitária, criadora de inúmeras obras educativas e assistenciais.
06/02/1915 - Desencarna no Rio de Janeiro, Joaquim Carlos Travassos, tradutor do pentateuco kardequiano.
06/02/1832 - Casamento de Allan Kardec com Amélie Boudet.
07/02/1901 - Desencarna em Natal, Rio Grande do Norte, a poetisa Auta de Souza.
12/02/1809 - Abraham Lincoln, presidente dos Estados Unidos, realiza reuniões mediúnicas na Casa Branca.
15/02/1926 - Desencarna Gabriel Delanne.
15/02/1925 - Lançamento da Revista Internacional de Espiritismo - RIE, por Cairbar Schutel, em Matão, SP.
16/02/1947 - Desencarna em Pirapitingui, São Paulo, no Hospital Colônia, Jésus Gonçalves. Contraiu hanseníase aos 27 anos - foi poeta, teatrólogo, tendo se convertido ao Espiritismo e fundado a Sociedade Santo Agostinho (sociedade espírita).
17/02/1827 - Desencarna João Henrique Pestalozzi, na Suíça.
18/02/1891 - Bezerra de Menezes funda o Grupo Espírita Regeneração, no Rio de Janeiro.
20/02/1822 - Desencarna em Salvador, Madre Joana Angélica de Jesus (Joanna de Ângelis).
26/02/1842 - Nasce Camille Flammarion.
26/02/1802 - Nasce em Paris, França, o escritor e humanista Victor Hugo.

As idéias inatas e a educação das crianças

Um tema que deve preocupar a educação é o das ideias inatas, pois é comum verificarmos crianças dotadas de conhecimentos e personalidade que demonstram desde o berço, sem que qualquer processo educativo tenha exercido influência. De onde tirou aquela resposta sagaz e correta? Como pode ter pendor para isso ou aquilo? E não estamos falando das chamadas crianças superdotadas, pois todos os pais têm histórias para contar quanto às vivas demonstrações precoces dos seus filhos, que, inclusive, muitas vezes contrariam totalmente o conhecimento e a personalidade dos pais.
Pré-existência
É verdade que o pensamento educacional vigente, por ser materialista, passando longe da alma, não admite a ideia inata, mas, sem fazermos aqui uma longa discussão, tomemos a ideia inata como uma probabilidade, uma possibilidade teórica. Não admitindo-se a alma como causa desse pré-conhecimento e conduta já estabelecida, temos ainda assim extraordinário fenômeno a ser estudado. Onde as estruturas neuro-cognitivas que explicam semelhante fenômeno? Como o estudo do psiquismo humano pode dar luz a um fato repetido diariamente no seio das famílias?
É sobre esse assunto que Allan Kardec dedica suas perguntas aos Espíritos Superiores nas questões 218 a 220 de O Livro dos Espíritos, já em sua época contrariando o pensamento vigente sobre o homem, e abrindo as portas, e com muito mais profundidade, sobre a psicogênese da criança. Vejamos o desdobramento do estudo a partir da questão 218:
O Espírito encarnado conserva algum traço das percepções que teve e dos conhecimentos que adquiriu nas existências anteriores?
– Resta-lhe uma vaga lembrança, que lhe dá o que chamamos ideias inatas.
A lei de evolução é um princípio básico do Espiritismo, onde o Espírito, ora na erraticidade (mundo espiritual), ora na encarnação (mundo material), vai acumulando aprendizados, experiências, saberes, desenvolvendo virtudes e senso moral, nada perdendo, apenas utilizando mais essa ou aquela área, essa ou aquela tendência nas variadas existências materiais (reencarnatórias), conforme suas necessidades e do meio social em que irá viver.
Tendências de caráter e saberes já estão com o espírito, que vai demonstrando isso na medida em que domina o corpo biológico em desenvolvimento. Mas, como alertam os benfeitores espirituais, isso se dá de forma parcial, como uma vaga lembrança que vai aflorando pouco a pouco, até um certo limite traçado pela lei divina, para que o espírito possa desenvolver sua personalidade atual e não ter essas lembranças como uma pedra de tropeço.
Uma grave questão educacional se nos depara. Sem levar em conta as ideias inatas, muitos pais tolhem os filhos em sua criatividade, em suas tendências, provocando quadros agudos de frustração, de depressão, de isolamento social. Igualmente muitos professores não se apercebem dessa realidade, e teimam em enquadrar o aluno em padrões comportamentais e de aquisição do conhecimento que não condizem com a índole e com as experiências passadas que essa alma traz consigo. Quantos entraves educacionais seriam resolvidos com o estabelecimento da verdade das ideias inatas.
Ideias Inatas
Continuando o desdobramento desse assunto, indaga Kardec na questão 208a:
A teoria das ideias inatas não é quimérica?
– Não, pois os conhecimentos adquiridos em cada existência não se perdem; o Espírito, liberto da matéria, sempre se recorda. Durante a encarnação, pode esquecê-los em parte, momentaneamente, mas a intuição que lhe fica ajuda o seu adiantamento. Sem isso, ele sempre teria de recomeçar. A cada nova existência, o Espírito toma como ponto de partida aquele em que se achava na precedente.
Aqui temos uma informação importante. Quando é dito “o Espírito, liberto da matéria”, temos a realidade transcendente da alma, que ocorre através do estado de sua emancipação através do sono, fenômeno também conhecido como desdobramento; e também ocorre durante o transe hipnótico; igualmente através da meditação, quando alcançamos o estado alterado da mente. Sempre que nos desligamos parcialmente do corpo físico abrimos as portas do subconsciente, onde está armazenada a memória espiritual, e podemos então desfrutar de lembranças, de conhecimentos que ficam adormecidos no estado de vigília, ou, se quisermos, no estado consciente normal do dia a dia.
A cada encarnação, assumindo nova personalidade em novo corpo e nova situação social, o espírito não está fazendo um novo começo, e sim dando continuidade ao seu progresso, de acordo com o que fez e aprendeu na última existência, que pode sofrer mudança durante sua estada no mundo espiritual, no estado de erraticidade, aguardando a nova encarnação.
É o que está muito claro na questão 208b:
Deve então haver uma grande conexão entre duas existências sucessivas.
– Nem sempre tão grande como podias pensar, porque as posições são quase sempre muito diferentes, e no intervalo de ambas o Espírito pôde progredir.
Temos então dois fatores:
1. A cada encarnação o espírito troca de posição social, de personalidade, de experiência vivencial.
2. Entre uma encarnação e outra o espírito também progride ao passar por aprendizados e experiências no mundo espiritual.
O progresso é incessante, e pais e professores devem utilizar a educação para permitir que filhos e alunos continuem seu progresso através dos diversos aprendizados, que devem ir além do ensino teórico, pois a melhor prática pedagógica é aquela que permite ao ser em desenvolvimento pensar e praticar, adquirindo senso crítico e tendo espaço para experimentar, para colocar sua criatividade em ação.
Marcus De Mario é Escritor, Palestrante e Consultor Educacional

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Bens imperecíveis

Você possui muitos bens imperecíveis?
Talvez tenha lhe vindo à mente sua declaração de bens e direitos entregue ao fisco no último exercício fiscal.
Mas nós não estamos falando desses bens, e sim dos bens da alma, realmente imperecíveis.
Sim, quando voltarmos para o mundo espiritual, seremos identificados pelas nossas conquistas essencialmente espirituais.
Sob esse ponto de vista as coisas ficam mais fáceis, pois todos temos possibilidades de angariar bens, já que eles independem de posição social ou financeira.
No campo dos sentimentos, por exemplo, é possível que tenhamos uma lista grande dessas aquisições, desde que saibamos aproveitá-las.
Valorizar um beijo carinhoso de criança...
O abraço afetuoso de um amigo...
A alegria do filho ao livra-se das rodinhas auxiliares da sua bicicleta...
A conversa com os pais e avós ao redor do velho fogão à lenha...
O cheiro de mato molhado de chuva...
O sol se despedindo no horizonte...
A primeira flor, ofertada pelo nosso grande amor...
A expressão de dor no olhar da filha que rompeu com o namorado...
A explosão de alegria do filho que conquistou uma medalha nos jogos infantis.
A desolação da filha quando lhe dissemos que não a levaríamos conosco na viagem de férias...
Saber converter as relações estabelecidas por conveniência em amizade sincera..
Com respeito à moral também há um imenso campo para joeirar e ajuntar bens imperecíveis.
A humildade de pedir perdão por uma atitude equivocada...
O respeito às idéias e opiniões dos outros...
O cultivo da honestidade, ainda que a pouco e pouco.
O sacrifício dos interesses próprios por amor à justiça.
A caridade, que sabe perdoar e esquecer uma ofensa.
A dignidade que não se deixa contaminar pelos interesses escusos.
A sabedoria de não emitir opinião sobre um assunto que desconheça...
E no campo intelectual há muito terreno para cultivar nossos bens imperecíveis.
A leitura sistemática de tudo o que pode nos clarear a mente.
Os questionamentos sinceros quanto à nossa natureza, origem e destino como seres humanos.
A busca dos porquês da dor, das desigualdades intelectuais, morais e sociais.
A derrubada do muro apodrecido do preconceito racial, religioso, cultural e social.
Enfim, agora podemos avaliar o quanto de bens imperecíveis que já detemos e os que ainda estamos por conquistar.
Mas, a verdade é que não sabemos de quanto tempo ainda dispomos na presente existência e, por essa razão, não podemos perder tempo.
É preciso que valorizemos as horas e ajuntemos esses tesouros, aos quais Jesus se referia dizendo que o ladrão não rouba, a traça nem a ferrugem consomem.
Pensemos nisso!

Equipe de Redação do Momento Espírita

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Fica conosco Senhor

Senhor Jesus,
Sobre a Terra de agora, ansiosa e agitada,
Que a ciência domina,
Muitas idéias novas pela estrada
Sonegam-te, no mundo, a Presença Divina...

O homem super-culto,
Nas invenções geniais e nos feitos de vulto,
Experimenta, experimenta...
Entretanto, Senhor, por mais se lhe permite
Revelações dos céus, sem pausa e sem limite,
Ei-lo na indagação
Em que não se contenta...

Projetando satélites no Espaço
E entesourando láureas da cultura
Nem por isso largou-se
Do tédio, do azedume, do cansaço
De alma triste e insegura...

Toda a Terra é um arsenal de máquinas potentes...
Sondas, computadores...
Investiga-se os mundos exteriores,
Conclama-se ao progresso
Todos os continentes...

Mas a guerra campeia,
O cérebro sem fé como que se incendeia
E a violência se espalha mundo afora...
É por isso, Jesus, que te pedimos:
Fica conosco, em nossos vales,
Enquanto tantos gênios
Pairam em altos cimos,
Brilhando sem saber onde os bens e onde os males!...
Conserva-nos a fé por luz acesa
E ajuda-nos a ver na terrestre grandeza
Com a benção de amor em que nos guardas.
As longas retaguardas
Dos irmãos despojados de esperança,
A fim de socorrê-los em teu nome...

Atenua, Senhor, a mágoa dessas vidas
Que a tristeza consome
Na dor que não descansa.
Ergue de novo, os corações caídos
Em desesperação
A buscarem na cinza os ausentes queridos
Que a morte lhes furtou em processo violento,
Ajuda-nos a ver o sofrimento
Que o radar não percebe e o motor não consola...
Substitui, Jesus, pleno apoio da escola
A sombra do presídio que segrega
Os irmãos que a revolta inda inspira e carrega
Para os despenhadeiros da existência...

Fica conosco, Mestre, e faze-nos prover
De auxílio e reconforto,
O sentimento amargo e semi-morto
Da multidão sem paz, a chorar e a sofrer...

Na fé que o teu amparo nos descerra
Deixa-nos atingir o coração da Terra!...
Faze que o Sol da Caridade
A irradiar-te as bênçãos de alegria,
Envolva, dia a dia,
O pão que nutre o Bem de Toda a Humanidade.
Não nos deixes a sós
E ensina-nos, Senhor,
A encontrar finalmente em cada um de nós
O caminho de luz do teu reino de amor!...

pelo Espírito Maria Dolores, Do Livro: Caridade, Médium: Francisco Cândido Xavier.

Estendamos o Bem

"Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem." Paulo (Romanos, 12 :21)
Repara que, em plena casa da Natureza, todos os elementos, em face do mal, oferecem o melhor que possuem para o reajustamento da harmonia e para a vitória do bem.
Quando o temporal parece haver destruído toda a paisagem, congregam-se as forças divinas da vida para a obra do refazimento.
O Sol envia luz sobre o lamaçal, curando as chagas do chão.
O vento acaricia o arvoredo e enxuga-lhe os ramos.
O cântico das aves substitui a voz do trovão.
A planície recebe a enxurrada, sem revoltar-se, e converte-a em adubo precioso.
O ar que suporta o peso das nuvens e o choque da faísca destruidora, torna à leveza e à suavidade.
A árvore de frondes quebradas ou feridas regenera-se, em silêncio, a fim de produzir novas flores e novos frutos.
A terra, nossa mãe comum, sofre a chuva de granizos e o banho de Iodo, periodicamente, mas nem por isso deixa de engrandecer o bem cada vez mais.
Por que conservaremos, por nossa vez, o fel e o azedume do mal, na intimidade do coração?
Aprendamos a receber a visita da adversidade, educando-lhe as energias para proveito da vida.
A ignorância é apenas uma grande noite que cederá lugar ao sol da sabedoria.
Usa o tesouro de teu amor, em todas as direções, e estendamos o bem por toda parte.
A fonte, quando tocada de lama, jamais se dá por vencida. Acolhe os detritos no próprio seio e, continuando a fluir, transforma-os em bênçãos, no curso de suas águas que prosseguem correndo, com brandura e humildade, para benefício de todos.
XAVIER, Francisco Cândido. Fonte Viva. Pelo Espírito Emmanuel. FEB. Capítulo 35.

* * * Estude Kardec * * *

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Jesus e os Apóstolos também trabalharam

Trabalho! Um dever moral de toda criatura humana! Ele colhe os frutos do plantio, aproveita a matéria bruta das entranhas da terra, convertendo-as em bem-estar e beleza, ativando e desenvolvendo a marcha da vida. A alavanca, a cunha, a acha, a roda, a serra, o motor e a turbina são obras da mente humana, marcas de sua auto superação através dos tempos.

 Tudo o que há no mundo é fruto do trabalho. Ao empregar a força e suas faculdades inteligentes, o homem logrou determinados fins: da pedra de cantaria, esculpiu a estátua de feitio simétrico; da cor, deu forma, perspectiva, luz e sombra a belíssimas e impressionantes imagens; da fagulha, produziu o fogo; da palavra, criou obras literárias didáticas, científicas e artísticas; do barro, das rochas, dos alcalinos terrosos fundou as megalópoles, os lares... O trabalho fez do homem senhor de si mesmo no Reino da Natureza, promoveu a glória das nações e a formação da família. 

 E por falar em família... Em singelo grupo consanguíneo de um pequeno burgo da Palestina, um nazareno projetou-se como a maior luz descida à Terra. A grande maioria ignora as qualidades de Jesus como modelo de trabalhador responsável e devotado, ao pensar que Ele só pregava, fazia milagres e predições. Sim, Jesus Cristo também trabalhou para sobreviver e manter a família, pois cônscio de o trabalho ser uma lei, colocou-a em prática.1 Ao contrário dos que “vivem” da fé, das coisas sagradas, Jesus e os apóstolos nunca fizeram de sua crença um ofício e jamais motivo de lobby para fins políticos, almejando o poder temporal ou algum tipo de prerrogativa.

 Os primeiros e genuínos seguidores de Cristo de maneira nenhuma consideravam seu ministério de amor um comércio, e a fé, um balcão de negócios. Os discípulos, depois apóstolos, direta ou indiretamente, não estipulavam preço ao bem que faziam ao próximo nem garantiam vida fácil, tampouco felicidade mediante dízimo e outras formas de recompensa por saberem que “bem-aventurança” só se constrói à custa de muito esforço e dignidade, sobretudo, porque estamos em um mundo para educar os sentimentos e espiritualizar a inteligência.

 Os legítimos representantes de Cristo “fazem do trabalho expressão de dignificação, tornam-se ‘escravos do senhor’ e servos de todos, oferecendo o labor das próprias mãos para subsistência orgânica enquanto se ‘afadigam’ na sementeira da luz”, conforme o Espírito Joanna de Ângelis.2

 Quanto ao Espiritismo, as casas espíritas não estipulam preço pelos serviços que prestam aos necessitados do corpo e da alma. Os espíritas sinceros trabalham com alegria para Jesus sem esperar nenhum tipo de retribuição; dirigentes, cooperadores e médiuns nunca se preocupam com pagamentos e lauréis; prezam mais o louvor de Deus que o dos homens, e têm mais fé n’Aquele que nestes, dando mais valor à vida futura que à presente.3

 Referências:

1    Jesus não só teria exercido a profissão de carpinteiro como a de pedreiro e serralheiro.  O Evangelho segundo São Marcos, na versão da Igreja Grega, talvez a mais exata de que se tem conhecimento, empregou o termo tékton, que significa tais profissões, ao se referir às atividades profissionais do Mestre Nazareno.

2    FRANCO, Divaldo Pereira.  Estudos espíritas  (pelo Espírito Joanna de Ângelis). ed. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira (FEB), 1982. Cap. 11, p. 96.

3    KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Tradução Herculano Pires. 62. ed. São Paulo: Lake — Livraria Allan Kardec Editora, 2001. Cap. 13, item 3, p. 169. 

Visite  Pensamento & Espiritualidade:  http://pensesp.blogspot.com.br

                 Davilson Silva

Amparo oculto

Não lamentes, alma boa,
Contratempo que aconteça,
Que a luta não te esmoreça,
Nada existe sem valor;
Aquilo que te parece
Um desencanto de vulto
É sempre socorro oculto
Que desponta em teu favor.

Uma viagem frustrada,
Uma festa que se adia,
Uma palavra sombria
Que encerra uma diversão;
O desajuste num carro,
Um desgosto pequenino,
Alteram qualquer destino
Em forma de salvação.

Não chores por bagatelas,
Guarda a fé por agasalho,
Deus te defende o trabalho,
Atuando em derredor;
Contrariedades no tempo,
Quase sempre, em maioria,
É amparo que o Céu te envia
Por bênção do mal menor.
pelo Espírito Maria Dolores - Do livro: Somente Amor, Médium: Francisco Cândido Xavier.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Violetas-dos-alpes

Nos dias que transcorrem, a Organização Mundial de Saúde afirma que a grande pandemia é a depressão.

É de nos perguntarmos por que, num mundo onde a tecnologia melhorou o nosso conforto e ampliou a possibilidade de comunicação, isso ocorre.

Temos as casas iluminadas pela luz elétrica, os ambientes aquecidos nos dias invernosos e refrigerados para os dias de calor intenso.

Rádio, televisão, internet, celulares, tudo nos informa do que ocorre, em qualquer lugar do mundo, em tempo real.

Vencemos grandes distâncias em modernas aeronaves, em poucas horas. Atravessamos oceanos, mares, fronteiras.

A indústria farmacêutica desenvolveu medicamentos para nos diminuir a dor e curar muitos males.

Por que somos, então, tão depressivos? O que nos falta para sermos felizes, para vivermos a felicidade?

Conta-se que rica dama da sociedade entrou em profundo estado de depressão. Apreensivos, os familiares procuraram o psiquiatra mais famoso, a fim de que a fosse tratar.

Ele chegou na casa e a viu largada sobre o leito. Pediu licença para conhecer toda a casa.

Observou que as paredes eram pintadas com tons escuros, cinza. Sobre a mesa da sala, amontoavam-se cartas, telegramas, cartões, ainda fechados.

Do lado de fora, ele encontrou um jardim de inverno e, em múltiplos vasos, havia plantas muito belas, com flores elegantes.

Ele as identificou: eram Violetas-dos-Alpes. Muitas.

Retornou ao quarto da sua paciente e começou a conversar.

Ela lhe confessou que as cores escuras da casa traduziam o estado da sua própria alma. Ela estava triste. Tudo devia mostrar tristeza.

Quando ele mencionou as Violetas-dos-Alpes e as elogiou, ela disse que vivia somente por causa delas. Eram sua única razão de viver.

Todos os dias, ela levantava da cama, cuidava daquelas flores e depois voltava para o leito, abraçando a sua depressão.

Ele propôs um tratamento especial. Nada de remédios. Mas, a partir daquele dia, a fez prometer que abriria os convites que recebesse e, mesmo não indo a nenhum aniversário, casamento ou formatura, mandasse um vaso com Violetas-dos-Alpes.

Para a família, recomendou que instruísse amigos e parentes a ela enviarem muitos convites, de toda e qualquer cerimônia.

Ela cumpriu a promessa e para cada convite que chegava, mandava um vaso com suas violetas. Depois de algum tempo, os vasos acabaram.

Ela precisou ir à floricultura comprar mais vasos, mudas. Encontrara um objetivo para sua vida.

Quando morreu, dez anos depois, o jornal da cidade estampou a notícia: Morreu a dama das violetas. Deixou uma linda herança da sua vida.

Em todas as casas de nossa cidade, há um vaso de violetas. 
* * * 
Quando nos dispusermos a fazer alguma coisa pelas pessoas, pelo mundo, por alguém, encontraremos um alto objetivo para nossas vidas. 

E descobriremos a alegria de produzir beleza, de produzir felicidade. Nesse dia, baniremos a depressão e principiaremos a viver na Nova Era, a era da felicidade, da alegria.

Talvez seja importante nos indagarmos: Para quem vou mandar, hoje, um vaso de violetas? 

Redação do Momento Espírita, com narração
de fato relatado por Divaldo Pereira Franco, no
seminário Amanhecer da nova Era, desenvolvido em
Bonn, Alemanha, no dia 11 de maio de 2013.
Em 18.2.2014.

Na senda evolutiva

Quantos milênios gastou a Natureza Divina para realizar a formação da máquina física em que a mente humana se exprime na Terra?

O corpo é para o homem santuário real de manifestação, obra-prima do trabalho seletivo de todos os reinos em que a vida planetária se subdivide.

Quanto tempo despenderá, desse modo, a Sabedoria Celeste na estruturação do organismo da alma?

Da sensação à irritabilidade, da irritabilidade ao instinto, do instinto à inteligência e da inteligência ao discernimento, século e séculos correram incessantes.

A evolução é fruto do tempo infinito.

A morte da forma somática não modifica, de imediato, o Espírito que lhe usufrui a colaboração.

Berço e túmulo são simples marcos de uma condição para outra.

Assim é que, para as consciências primárias, a desencarnação é como se fora a entrada em certo período de hibernação. Aves sem asas, não se elevam à altura. Aguardam o momento de novo regresso ao ninho carnal para a obtenção de recursos que as habilitem para os grandes vôos. Crisálidas espirituais, imobilizam-se na feição exterior com que se apresentam, mas no íntimo conservam as imagens de todas as experiências que armazenaram nos recessos do ser, revivendo-as em forma de pesadelos e sonhos, imprimindo na mente as necessidades de educação ou reparação, com que devem comparecer no cenário da carne, em momento oportuno.

Para semelhantes inteligências, a morte é como que a parada compulsória, por algum tempo, diante de mais altos degraus da escada evolutiva que ainda não se acham aptas a transpor. Sem os instrumentos de exteriorização, que lhes cabe desenvolver e consolidar, essas mentes, quando desencarnadas, sofrem consideráveis alterações da memória. Quase sempre, demoram-se nos acontecimentos que viveram e, de alguma sorte, perdem, temporariamente, a noção do tempo. Cristalizam-se, dessa maneira, em paixões e realizações do passado que lhes é próprio, para renascerem, na arena da luta material, com as características do quadro moral em que se coloram, desintegrando erros e corrigindo falhas, edificando, pouco a pouco, as qualidades sublimes com que se transportarão às Esferas Mais Altas.

Em razão disso, os Espíritos delinqüentes ressurgem nas correntes da vida física, reproduzindo no patrimônio congenial as deficiências que adquiriram à face da Lei.

O malfeitor conservará consigo longo remorso por haver desequilibrado o curso do bem, impondo lamentável retardamento ao avanço espiritual que lhe diz respeito e, com essa perturbação, represará na própria alma grande número de imagens que, na zona mental dele mesmo, se digladiarão mutuamente, inibindo, por tempo indeterminável, o acesso de elementos renovadores ao campo do próprio “eu”.

Purificado o vaso íntimo do sentimento, renascerá na paisagem das formas, com o defeito adquirido através do longo convívio com o desespero, com o arrependimento ou com a desilusão, reajustando o corpo perispirítico, por intermédio de laborioso esforço regenerativo na esfera carnal.

Os aleijões de nascença e as moléstias indefiníveis constituem transitórios resultados dos prejuízos que, individualmente, causamos à corrente harmoniosa da evolução.

De átomo a átomo, organizam-se os corpos astronômicos dos mundos e de pequenina experiência em pequenina experiência, infinitamente repetidas, alargasse-nos o poder da mente e sublimam-se-nos as manifestações da alma que, no escoar das eras imensuráveis, cresce no conhecimento e aprimora-se na virtude, estruturando, pacientemente, no seio do espaço e do tempo, o veículo glorioso com que escalaremos, um dia, os impérios deslumbrantes da Beleza Imortal.
pelo Espírito Emmanuel, Do Livro: Roteiro, Médium: Francisco Cândido Xavier.

Uma carta materna

 Meu filho, se procuras a bênção da felicidade, não te esqueças de que o Reino do Céu começa em nosso próprio coração e de que o primeiro lugar onde devemos trabalhar por ele é na própria casa onde vivemos.

A alegria verdadeira nem sempre é daqueles que dominam, mas nunca se aparta das almas generosas que aprendem a espalhar o bem.

Se queres que a tranqüilidade te acompanhe, busca ser útil.

Por que foges de teu pai, quando, cansado e abatido, mostra uma fisionomia preocupada?

Por que te afastas da mãezinha, quando observas o orvalho das lágrimas em seus olhos?

Aproxima-te deles e faze-lhes sentir que tens um coração compreensivo e amoroso.

Um fio d’água transforma o deserto em oásis. Um gesto de carinho opera milagres. Quanta gente espera construir o Reino de Deus, acendendo fogueiras de entusiasmo na praça pública e esquecendo no frio da indiferença aqueles que o Céu lhes confiou! ...

Guarda a paz contigo, a fim de que a possas distribuir.

Entre as paredes do lar, Deus situou a nossa primeira escola.

Se não sabemos exercer a tolerância e a bondade com cinco ou dez pessoas, que esperam pelo nosso entendimento e pelo nosso auxílio, debalde ensinaremos o caminho do bem-estar para os outros.

O primeiro degrau do Paraíso chama-se Gentileza. Aprende a ajudar para que outros te ajudem e, onde estiveres, serás sempre um valoroso operário na edificação do Reino Divino.
pelo Espírito Meimei - Do livro: Pai Nosso, Médium: Francisco Cândido Xavier.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

O adolescente e o problemas das drogas

Entre os impedimentos para a auto-identificação, no período da adolescência, destaca-se a rejeição.
Caracterizado pelo abandono a que se sente relegado o jovem no lar, esse estigma o acompanha na escola, no grupo social, em toda parte, tornando-o tão amargurado quão infeliz.
Sentindo-se impossibilitado de auto-realizar-se, o adolescente, que vem de uma infância de desprezo, foge para dentro de si, rebelando-se contra a vida, que é a projeção inconsciente da família desestruturada, contra todos, o que é uma verdadeira desdita. Daí ao desequilíbrio, na desarmonia psicológica em que se encontra, é um passo.
Os exemplos domésticos, decorrentes de pais que se habituaram a usar medicamentos sob qualquer pretexto, especialmente Valium e Librium, como buscas de equilíbrio, de repouso, oferecem aos filhos estímulos negativos de resistência para enfrentar desafios e dificuldades de toda a natureza. Demonstrando incapacidade para suportar esses problemas sem a ajuda de químicos ingeridos os, abrem espaço na mente da prole, para que, ante dificuldades, fuja para os recantos da cultura das drogas que permanece em voga.
Por outro lado, a exuberante propaganda, a respeito dos indivíduos que vivem buscando remédios para quaisquer pequenos achaques, sem o menor esforço para vencê-los através dos recursos mentais e atividades diferenciadas, produz estímulos nas mentes jovens para que façam o mesmo, e se utilizem de outro tipo de drogas, aquelas que se transformaram em epidemia que avassala a sociedade e a ameaça de violência e loucura.
O alcoolismo desenfreado, sob disfarce de bebidas sociais, levando os indivíduos a estados degenerativos, a perturbações de vária ordem, torna-se fator predisponente para as famílias seguirem o mesmo exemplo, particularmente os filhos, sem estrutura de comportamento saudável.
O tabagismo destruidor, inveterado, responde pelas enfermidades graves do aparelho respiratório, criando dependência irrefreável, transformando-se em estímulo nas mentes juvenis para a usança de tais bengalas psicológicas, que são porta de acesso a outras substâncias químicas mais perturbadoras.
A utilização da maconha, sob a justificativa de não ser aditiva, apresentada como de conseqüências suaves e sem perigo de maiores prejuízos, com muita propriedade também denominada erva do diabo, cria, no organismo, estados de dependência, que facultarão a utilização de outras substâncias mais pesadas, que dão acesso à loucura, ao crime, em desesperadas deserções da realidade, na busca de alívio para a pressão angustiante e devoradora da paz.
Todas essas drogas tornam-se convites-soluções para os jovens desequipados de discernimento, que se lhes entregam inermes, tombando, quase irremissivelmente, nos seus vapores venenosos e destruidores, que só a muito custo conseguem superar, após exaustivos tratamentos e esforço hercúleo.
Os conflitos, de qualquer natureza, constituem os motivos de apresentação falsa para que o indivíduo se atire ao uso e abuso de substâncias perturbadoras, hoje ampliadas com os barbitúricos, a heroína, a cocaína, o crack e outros opiáceos.
E não faltam conflitos na criatura humana, principalmente no jovem que, além dos fatores de perturbação referidos, sofre a pressão dos companheiros e dos traficantes -que se encontram nos seus grupos sociais com o fim de os aliciar; a rebelião contra os pais, como forma de vingança e de liberdade; a fuga das pressões da vida, que lhe parece insuportável; o distúrbio emocional, entre os quais se destacam os de natureza sexual...
A educação no lar e na escola constitui o valioso recurso psicoterapêutico preventivo em relação a todos os tipos de drogas e substâncias aditivas, desvios comportamentais e sociais, bengalas psicológicas e outros derivativos.
A estruturação psicológica do ser é-lhe o recurso de segurança para o enfrentamento de todos os problemas que constituem a existência terrena, realizando-se em plenitude, na busca dos objetivos essenciais da vida e aqueloutros que são conseqüências dos primeiros.
Quando se está desperto para as finalidades existenciais que conduzem à auto-realização, à auto-identificação, todos os problemas são enfrentados com naturalidade e paz, porquanto ninguém amadurece psicologicamente sem as lutas que fortalecem os valores aceitos e propõem novas metas a conquistar.
Os mecanismos de fuga pelas drogas, normalmente produzem esquecimento, fugas temporárias ou sentimento de maior apreciação da simples beleza do mundo, o que é de duração efêmera, deixando pesadas marcas na emoção e na conduta, no psiquismo e no soma, fazendo desmoronar todas as construções da fantasia e do desequilíbrio.
É indispensável oferecer ao jovem valores que resistam aos desafios do cotidiano, preparando-o para os saudáveis relacionamentos sociais, evitando que permaneça em isolamento que o empurrará para as fugas, quase sem volta, do uso das drogas de todo tipo, pois que essas fugas são viagens para lugar nenhum.
Sempre se desperta desse pesadelo com mais cansaço, mais tédio, mais amargura e saudade do que se haja experimentado, buscando-se retomar a qualquer preço, destruindo a vida sob os aspectos mais variados
Por fim, deve-se considerar que a facilidade com que o jovem adquire a droga que lhe aprouver, tal a abundância que se lhe encontra ao alcance, constitui-lhe provocação e estímulo, com o objetivo de fazer a própria avaliação de resultados pela experiência pessoal. Como se, para conhecer-se a gravidade, o perigo de qualquer enfermidade, fosse necessário sofrê-la, buscando-lhe a contaminação e deixando-se infectar.
A curiosidade que elege determinados comportamentos desequilibradores já é sintoma de surgimento da distonia psicológica, que deve ser corrigida no começo, a fim de que se seja poupado de maiores conflitos ou de viagens assinaladas por perturbações de vária ordem.
Em todo esse conflito e fuga pelas drogas, o amor desempenha papel fundamental, seja no lar, na escola, no grupo social, no trabalho, em toda parte, para evitar ou corrigir o seu uso e o comprometimento negativo.
O amor possui o miraculoso condão de dar segurança e resistência a todos os indivíduos, particularmente os jovens, que mais necessitam de atenção, de orientação e de assistência emocional com naturalidade e ternura.
Diante, portanto, do desafio das drogas, a terapia do amor, ao lado das demais especializadas, constitui recurso de urgência, que não deve ser postergado a pretexto algum, sob pena de agravar-se o problema, tornando-se irreversível e de efeitos destruidores.
FRANCO, Divaldo Pereira. Adolescência e Vida. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL.

* * * Estude Kardec * * *

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Coisas que não se dizem às crianças

Toda vez que se discute o tema da educação da criança, logo nos vem à mente o papel dos pais, que são, sem nenhuma dúvida, os maiores interessados em que seus filhos se tornem pessoas dignas, de bom caráter e conduta ilibada.

É preciso entender, contudo, que são também eles – os pais – os grandes responsáveis para que isso se dê. Afinal, a tarefa que lhes foi conferida não pode jamais ser negligenciada ou ignorada, visto que não se trata apenas de uma tarefa, mas de verdadeira missão.

Atentemos para o que nos é ensinado na questão n. 582 d´O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec:

582. Pode-se considerar como missão a paternidade?

“É, sem contestação possível, uma verdadeira missão. É ao mesmo tempo grandíssimo dever e que envolve, mais do que o pensa o homem, a sua responsabilidade quanto ao futuro. Deus colocou o filho sob a tutela dos pais, a fim de que estes o dirijam pela senda do bem, e lhes facilitou a tarefa dando àquele uma organização débil e delicada, que o torna propício a todas as impressões. Muitos há, no entanto, que mais cuidam de aprumar as árvores do seu jardim e de fazê-las dar bons frutos em abundância, do que de formar o caráter de seu filho. Se este vier a sucumbir por culpa deles, suportarão os desgostos resultantes dessa queda e partilharão dos sofrimentos do filho na vida futura, por não terem feito o que lhes estava ao alcance para que ele avançasse na estrada do bem.”

Dias atrás chegou-nos à mão um texto interessante, intitulado 10 coisas que não devemos dizer para as crianças. Enviado por alguém ligado à Biblioteca Virtual da Antroposofia, de Florianópolis-SC, a única informação a respeito de sua autoria diz apenas que se trata de textos judaicos. Se isso for verdade, não existe neles influência das ideias cristãs e, obviamente, das ideias espíritas, fato que não lhes retira a importância e a atualidade, motivo pelo qual desejamos compartilhá-los com o leitor:

1 – Não rotule seu filho de pestinha, chato, lerdo ou outro adjetivo agressivo, mesmo que de brincadeira. Isso pode fazer com que ele se torne realmente isso.

2 – Não diga apenas sim. Os nãos e os porquês são essenciais para o desenvolvimento da criança.

3 – Não pergunte à criança se ela quer fazer uma atividade obrigatória ou ir a um evento indispensável. Diga apenas que agora é a hora de fazer.

4 – Não mande a criança parar de chorar. Se for o caso, pergunte o motivo do choro ou apenas peça que mantenha a calma.

5 – Não diga que a injeção não vai doer, porque você sabe que vai doer. A menos que seja gotinha, diga que será rápido ou apenas uma picadinha, mas não a engane.

6 – Não diga palavrões. Seu filho vai repetir as palavras de baixo calão que ouvir.

7 – Não ria do erro da criança. Fazer piada com mau comportamento ou erros na troca de letras pode inibir o desenvolvimento saudável.

8 – Não diga mentiras. Todos os comportamentos dos pais são aprendidos pelos filhos e servem de espelho.

9 – Não diga que foi apenas um pesadelo e a mande voltar para a cama. As crianças têm dificuldade de separar o mundo real do imaginário. Quando acontecer um sonho ruim, acalme seu filho e leve-o para a cama, fazendo-lhe companhia até dormir.

10 – Nunca diga que vai embora se não for obedecido. Ameaças e chantagens nunca são saudáveis.

Falando sobre a finalidade da infância, ensina o Espiritismo (O Livro dos Espíritos, questão 385) que é nessa fase da vida que se pode reformar o carácter e reprimir os maus pendores de uma criança. E é precisamente esse o dever que Deus impôs aos pais, missão sagrada de que terão de dar contas.

Os conselhos que acima reproduzimos não esgotam o assunto, mas podem perfeitamente ajudar-nos nessa missão, cuja eficácia dependerá diretamente do esforço e da dedicação com que a realizarmos.
Editorial-O Consolador

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

O primordial "Nascer de Novo" - A Reencarnação

A Doutrina Espírita e o Evangelho de Jesus enfatizam a necessidade primordial da reencarnação para a evolução do Espírito, ensinamento igualmente encontrado no Zoar: "Todas as almas são submetidas às provas da transmigração" e na Cabala: "São os renascimentos que permitem aos homens se purificar”.

Segundo o Espiritismo, somente pela reencarnação o ser espiritual pode crescer espiritualmente e, permanecendo à margem da dimensão física, fica estacionário no caminho evolutivo (Q. nº 175(a) de “O Livro dos Espíritos”). Na obra “A Terra e o Semeador”, o confrade Salvador Gentile faz a seguinte pergunta: “Chico Xavier, por que se diz que o Espírito para evoluir precisa se encarnar? No Mundo Espiritual, ele não evolui? Qual a diferença principal entre as duas faixas de evolução quanto ao aprendizado?” Corroborando a codificação kardeciana, o ilustre medianeiro diz que “internados no corpo terrestre é que somos instruídos a respeito da necessidade de mais ampla harmonização de nossa parte, uns com os outros, certamente porque, vivendo nas esferas espirituais próximas da Terra, com aqueles que são as criaturas absolutamente afinadas conosco, não percebemos de pronto as necessidades de aperfeiçoamento e progresso. Numa comunidade ideal, com vinte, quarenta ou dez pessoas raciocinando por uma faixa só, estamos tão felizes que corremos o risco de permanecer estanques em matéria de evolução por muito tempo. Beneficiados com a reencarnação, o estacionamento é quebrado de modo natural...”.

A vida do Espírito é uma educação progressiva – Realmente, a evolução do Espírito é compulsória em um ambiente físico como o da Terra, desde que, na vibração etérea do universo espiritual, os indivíduos estariam sintonizados apenas com os seus semelhantes, situados na mesma faixa vibratória. No ambiente terreno ou em mundos semelhantes, a diversificação, o contato ou o intercâmbio com seres encarnados, em diferentes graus evolutivos, permite o aprimoramento espiritual.

 Foi feita a seguinte pergunta a Léon Denis: “Por que o Espírito que está no espaço encarna em um corpo?”. O insigne confrade respondeu: “Porque é a lei de sua natureza, a condição necessária de seu progresso e de seu destino. A vida material, com suas dificuldades, precisa do esforço e o esforço desenvolve nossos poderes latentes e nossas faculdades em gérmen”. O ilustre filósofo do Espiritismo enfatiza que “o Espírito reencarna tantas vezes quantas sejam necessárias para atingir a plenitude do seu ser e de sua felicidade. A vida do Espírito é uma educação progressiva, que pressupõe uma longa série de trabalhos a realizar e de etapas a percorrer. O Espírito só pode progredir, reparar, renovando várias vezes suas existências em condições diferentes, em épocas variadas, em meios diversos. Cada uma de suas encarnações lhe permite apurar sua sensibilidade, aperfeiçoar suas faculdades intelectuais e morais” (“Synthêse Spiritualiste Doctrinale et Pratique”, págs. 25 e 26).

 A essência espiritual necessita de um meio mais consistente, de baixa vibração, para evoluir, vencendo as dificuldades e obstáculos que a matéria lhe proporciona. A evolução se processa preferencialmente em mundos planetários inferiores, onde o corpo espiritual vem adquirindo recursos vagarosamente, em milênios de esforço e recapitulação, nos múltiplos setores da evolução anímica, através da reencarnação. 

 Os Espíritos são criados simples e ignorantes – A centelha divina precisa da tela física para suas aquisições e experiências. Por sua vez, o setor físico se aperfeiçoa pela influência espiritual.

 Nos arraiais da erraticidade, estacionado na faixa evolutiva em que se encontra, impedido de alçar grandes voos, o Espírito se encontra envolvido por sua consciência, a qual constantemente o cientifica dos atos praticados em vivências reencarnatórias transatas e a necessidade da reparação dos equívocos, exortando-lhe o planejamento do seu futuro, preparando-se para mais uma etapa na arena física, sabendo que “o espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Marcos 14:38).  Difícil tarefa será a prática do bem e o desprendimento das coisas físicas porquanto as tentações do poder e o hedonismo estarão presentes, envolvendo o viajor terreno nas teias do egoísmo, do orgulho, da prepotência e da vaidade.   

 Em “OLE”, na questão 132, Allan Kardec pergunta: “Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos?”. A resposta, pronta e objetiva: “Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição...”, a qual corresponde ao estado dos Espíritos puros, passível de ser alcançado por todas as criaturas que trilham vitoriosas os caminhos das provas e expiações na dimensão da matéria, adquirindo o progresso moral e intelectual. É ressaltada a importância de todos os seres espirituais passarem por todas as vicissitudes da existência física, enquanto no item seguinte, questão 133, os instrutores do além corroboram que “todos os Espíritos são criados simples e ignorantes e se instruem nas lutas e tribulações da vida corporal”. 

“O que é nascido da carne é carne”, disse Jesus – É, portanto, primordial para a individualidade espiritual o renascimento no corpo somático, defrontando-se com a resistência própria da matéria, tendo a chance excelsa de despertar dentro de si as potencialidades divinas, acarretando o crescimento evolutivo.

 "Em verdade, em verdade, digo-te: Ninguém pode ver o Reino de Deus se não nascer de novo” (João 3:3). “Não te maravilhes de eu te dizer: é-vos necessário nascer de novo” (João 3:7): Segundo o Evangelho de Jesus, é obrigatório o renascimento na carne para se obter o Reino de Deus, isto é, para encontrar dentro de cada um a divindade que lhe dá a vida e esse mergulho interior é obtido através das inúmeras oportunidades reencarnatórias (”O que é nascido da carne, é carne”).

O Casaco: como ensinar seu filho a ser caridoso

Heber era filho de uma viúva pobre. Seu pai havia morrido quando ele ainda era um bebê. Sua mãe criou-o com muita dificuldade. Ela trabalhava muito para sustentar sua família. Ela frequentemente trabalhava até tarde costurando para fora.

No dia do aniversário de Heber, sua mãe preparara-lhe uma grande surpresa. Fez-lhe um casaco bonito e quentinho para aquecer seu frágil corpinho. Ele tinha um casaco fino, que mal lhe aquecia quando precisava sair de dentro de casa.

Heber adorou o presente. Não via a hora de experimentá-lo e sentir como ele o manteria aquecido.

Algumas semanas depois, Heber encontrou um menino usando somente um pulôver. Imaginem o frio que o menino estava sentindo, mal agasalhado em dias de invernos rigorosos, como os dos Estados Unidos. Ele não pensou duas vezes, tirou seu casaco novinho e deu-o ao menino.

Quando sua mãe o viu usando o velho casaco, perguntou o que havia acontecido com o novo. Ele disse: “Vi um menino que precisava muito mais dele do que eu; por isso, dei-lhe meu casaco.”

Sua mãe retrucou: “Por que você não lhe deu o casaco velho?”

Heber olhou para a mãe, esperando que ela entendesse seus motivos, e logo viu que os olhos dela se encheram de lágrimas. Ela
abraçou-o e disse: “Você está certo, meu filho.”

Essa emocionante história verídica ensina-nos valiosas lições. Temos muito a aprender com um filho, mas não podemos perder as oportunidades de ensiná-lo. Veja como:

1 - Ensine seu filho a compartilhar sempre.
As crianças têm muitas oportunidades de compartilhar, seja em casa – entre os irmãos, na vizinhança, na escola. Elas podem compartilhar seu lanche, seus materiais escolares, seus brinquedos, suas roupas. Jamais repreenda seu filho por desejar dividir o que tem. Ao invés disso, incentive-o a ser generoso e, na medida do possível, atender às necessidades daqueles que o cercam.

2 - Envolva-o na hora de separar as roupas que serão doadas.
Geralmente, a cada troca de estação, damos uma reorganizada nos guarda-roupas, separando o que não serve mais. Peça a seu filho que lhe ajude a escolher quais peças serão doadas. É uma boa lição de desapego.

3 - Faça um acordo sobre os presentes que ganha.
Uma boa ideia é, cada vez que ganhar um brinquedo novo, doar um brinquedo usado. No princípio pode ser um grande desafio para a criança (e talvez para os pais também). Com o tempo acaba virando um hábito.

4 - Oriente-o a observar à sua volta e identificar alguém que pode estar precisando dele.
A caridade não tem só a ver com doação de nossos bens, mas também com a doação de nosso tempo, nossa atenção, carinho e talentos. Se seu filho observar à sua volta, encontrará frequentemente alguém que esteja precisando dele.

5 - Pratique o desapego.
Os filhos tendem a imitar seus pais. Se você é apegado aos seus bens materiais dificilmente conseguirá ensinar seus filhos a praticar o desapego. Faça um trabalho de desapego primeiro, depois ensine pelo exemplo.

6 - Use de generosidade.
Ao separar itens para doar, não instigue seu filho a doar coisas quebradas, rasgadas, sujas ou fora do prazo de validade. Se não serve para sua família, também não servirá para a família de outra pessoa.

7 - Expresse gratidão pelas bênçãos que recebe.
Seja grato por tudo o quanto Deus tem te abençoado e externe essa gratidão a seu filho. Diga-lhe o quanto vocês foram abençoados através da bondade, generosidade, boa vontade e serviço de outras pessoas, sejam familiares, amigos, empregadores, funcionários e clientes. Todos, de uma forma ou de outra, são responsáveis direta ou indiretamente pela sua prosperidade.

8 - Envolva seu filho em projetos de serviço.
Filie-se a uma organização que promova projetos de serviço em benefício dos menos favorecidos. Você pode encontrar uma organização séria lendo o artigo Como escolher uma boa causa para servir.

Ajude seu filho a desenvolver a caridade, ainda que ele seja pequeno. Fazendo isso você terá muitos motivos para se orgulhar dele. Você verterá muitas lágrimas de alegria e gratidão, e terá uma forte esperança de que as lições aprendidas ainda na infância serão levadas para a vida adulta, e perpetuarão de geração em geração na sua família. Será um forte legado familiar de amor ao próximo.

Fonte: familia.com.br

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Jesus viu muito à frente

Ainda hoje, muitos dos nossos irmãos cristãos de variadas correntes religiosas na Terra, vivem a discutir as palavras de Jesus quando nos afirmou: “Não vim trazer a paz, mas, a divisão”.
Não conseguem entender o porquê dessa atitude do Mestre de Nazaré, quando sua missão, é em todas as épocas, de paz e amor, visto que, não dispõem da bênção das claras explicações que temos na doutrina espírita que graças a Deus já abraçamos, para entender a verdadeira fé sob a ótica da razão.
Foi a partir do lançamento de O Livro dos Espíritos em 1857, que as passagens de Jesus narrada nos evangelhos puderam ter uma assimilação muito mais fácil e de forma bem mais ampliada, para que finalmente pudéssemos compreender suas sábias intenções em tudo que nos ensinou e exemplificou enquanto esteve por aqui.
A Doutrina Espírita embora ainda muito combatida e desrespeitada por muitos desses irmãos ditos “cristãos”, nos assevera que para se alcançar os objetivos da mensagem consoladora do evangelho na nossa sociedade, precisamos seguir firmes e destemidos, na certeza de que o discípulo de Jesus encontrará NELE e em seus prepostos a sustentação necessária para fincar a bandeira da paz, da fé e da caridade nos horizontes turvos dos dias que vivenciamos na atualidade.
Em o Evangelho Segundo o Espiritismo, encontramos estas sábias orientações dos Nobres Emissários Celestes, que abaixo transcrevemos.
“O Espiritismo vem realizar, na época prevista, as promessas do Cristo. Entretanto, não o pode fazer sem destruir os abusos. Como Jesus, ele topa com o orgulho, o egoísmo, a ambição, a cupidez, o fanatismo cego, os quais, levados às suas últimas trincheiras, tentam barrar-lhe o caminho e lhe suscitam entraves e perseguições.
Também ele, portanto, tem de combater; mas, o tempo das lutas e das perseguições sanguinolentas passou; são todas de ordem moral as que terá de sofrer e próximo lhes está o termo. As primeiras duraram séculos; estas durarão apenas alguns anos, porque a luz, em vez de partir de um único foco, irrompe de todos os pontos do Globo e abrirá mais de pronto os olhos aos cegos”.
“Essas palavras de Jesus devem, pois, entender-se com referência às cóleras que a sua doutrina provocaria, aos conflitos momentâneos a que ia dar causa, às lutas que teria de sustentar antes de se firmar, como aconteceu aos hebreus antes de entrarem na Terra Prometida, e não como decorrentes de um desígnio premeditado de sua parte de semear a desordem e a confusão. O mal viria dos homens e não dele, que era como o médico que se apresenta para curar, mas cujos remédios provocam uma crise salutar, atacando os maus humores do doente”. ¹
Portanto queridos irmãos de ideal espírita, não desanimemos ante as dificuldades do caminho, trabalhemos árdua e corajosamente, como Jesus nos exemplificou há dois mil anos atrás, na absoluta certeza de que mais cedo ou mais tarde, contra os interesses escusos dos poderosos de agora, estaremos saboreando a vitória da harmonia que a compreensão da mensagem contida em seu evangelho nos propiciará.
Fonte:
1) E.S.E. CAP. XXIII – Estranha Moral, itens 17 e 18
Francisco Rebouças