sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Harmonia e Espiritualidade

“Toda vez que ouvimos uma bela música, selecionamos uma impressão que se entrelaçará com a harmonia do nosso desenvolvimento”.  F. A. Newhouse

Atualmente, a humanidade anseia pela harmonia. Diante dos percalços cotidianos, das vicissitudes e tantos outros fatores, o ser tem buscado o caminho para o equilíbrio. A respeito da harmonia reportemos aos pensadores e seus ensinos, que atravessam gerações, em que a harmonia é uma conquista diária.

Através do exercício da paciência, da tolerância, do perdão e da compreensão, por exemplo, o homem consegue viver melhor consigo e com todos ao seu redor. É como uma paisagem representada numa tela: as cores e as formas não brigam entre si, mas se combinam, se completam e se complementam.

Nos diversos campos da sociedade viver em harmonia é uma questão fundamental. A harmonia estabelece uma conjuntura de qualidades que transmitem coerência e sentimentos agradáveis ao meio em que é implantada.

Antigamente, a harmonia era algo vago e específico a cada área de atuação do ser humano, mas hoje, quando se fala de harmonia e espiritualidade é possível compreender a extensão imensurável que isso significa. A harmonia aliada à espiritualidade consegue fazer com que o indivíduo se perceba e tudo mais que existe e acontece à sua volta sabendo como lidar com as mais adversas situações.

A harmonia ao passo que tranquiliza, quando espiritualizada ela repercute atingindo um raio que jamais poderia ser atingido a não ser pelas vias infinitas e iluminadas da espiritualidade que é um clarão a abrasar a Terra e a todo o espaço, num verdadeiro efeito de contágio apenas com a ressalva de que está voltado ao bem.

Como viver em harmonia quanto tudo o que acontece parece antagônico a esse ideal? Como ter harmonia em meio a tantas violências, tantos preconceitos, tantas injustiças e tantas corrupções?

A resposta cabível é de que quanto mais o homem emprega esforços para transformar a si próprio o coletivo sofre as consequências. É como alguém que está cercado de pessoas em um quarto completamente escuro e de repente resolve acender uma vela. A vontade é o fósforo e a chama a consequência dessa vontade que não apenas clareia, ou seja, beneficia a quem tem a iniciativa de acender a chama como também a todos que por algum momento habitavam em total negritude.

Harmonia e espiritualidade caminham juntas e se comprazem do que cada ser tem de melhor. Por meio dessa aliança a criatura consegue discernir o certo do errado, o verdadeiro do duvidoso e consegue galgar melhores caminhos favoráveis ao seu aprimoramento e desenvolvimento moral e espiritual.

Segundo Allan Kardec, Reconhece-se o verdadeiro espírita pelos esforços que emprega para domar as más inclinações. Isso é buscar harmonia, isso é viver a verdadeira origem: espiritual.
Nas artes, a harmonia está presente quando há beleza na obra do artista. Em todos os campos da vida deve ser cultivada essa beleza. A música, por exemplo, atribui o termo harmonia à combinação dos seus elementos constitutivos (sons) que geram sensações agradabilíssimas aos seus ouvintes e os tornam seus apreciadores. Na poesia há o harmônico no emprego das palavras que se combinam e que metricamente estabelecem uma onda linear e celeste. Na pintura, os tons e os objetos estabelecem entre si um pacífico diálogo e isso torna a tela atraente, encantadora e por tanto, harmônica.

Por tudo isso, a criatura deve procurar as notas suaves e criar a harmonia que preenche a alma e a espiritualidade que somará forças e transformará as sementes do caminho em árvores frondosas verdejantes de esperança e frutíferas em evolução porque o ser está destinado ao progresso e para isso tem o apoio da harmoniosa e espirituosa força de Deus.

Autor (a): Anatasha Meckenna
Revista Cultura Espírita – Instituto de Cultura Espírita do Brasil (ICEB) – Ano: IV – nº 45 – página: 11 – Dezembro/2012.
Livros Pesquisados:
LINGERMAN, Hal A. – As Energias Curativas da Música – Editora Cultrix – Página: 17 – São Paulo/1983.

KARDEC, Allan – O Evangelho Segundo o Espiritismo – Tradução de Guillon Ribeiro – Edição 102 – Editora: Federação Espírita Brasileira (FEB) – Cap.: XVII – Item: 04 – Página: 288 – Rio de Janeiro/1990

Inteligência e Emoção

Na construção dos equipamentos orgânicos para a evolução, a Divindade programou que o hemisfério direito do cérebro seja responsável pela beleza, pela arte, pelos sentimentos, tendo um caráter criativo e holístico, enquanto que o esquerdo responda pelo conhecimento, pela razão e pela lógica, demarcadamente separados pelo corpo caloso.

Na atualidade, não há como negar as notáveis conquistas da inteligência, responsáveis pela Tecnologia e por todos os extraordinários contributos da Ciências, tornando a vida na Terra mais confortável, com muitos males eliminados ou contornados, propiciando bem-estar, conforto e facilidades de todo porte. Nada obstante, não se pode desconhecer que esses instrumentos fabulosos de que se tem utilizado o conhecimento são também responsáveis por males incontáveis e desastres dantes jamais imaginados de se tornarem realidade.

Referimo-nos às armas ditas inteligentes com o seu poder de destruição superlativa, assim como às elaboradas quimicamente para matar, as biológicas portadoras de epidemias terríveis, ao lado de outras tantas capazes de destruir a flora, a fauna, contaminar as águas e intoxicar a atmosfera com o único objetivo ganancioso do poder arbitrário e egotista de governantes desalmados.

Ao lado das comunicações virtuais de inestimável significado para o progresso do individuo, assim como das massas, encontra-se a perversa utilização para o crime de varias expressões, para a dissolução dos costumes, para a promiscuidade, para o comercio nefando de vidas em florações, para a drogadição, como todo o seu cortejo de tragédias, para a expansão da loucura, para a perda do sentido psicológico existencial...

A imaginação exacerbada pelo conhecimento entorpece as emoções elevadas e contribui para as alucinadas fugas da realidade, para o prazer exaustivo e o gozo irrefreável, em nome do moderno, do oportuno e do inadiável.

O tempo gasto na execução do anseio de estar em todo lugar ao mesmo tempo, desfrutando das concessões decorrentes de viagens fantásticas, de intercâmbios para o gozo exorbitante, esgota-se na ampulheta dos anos e logo surgem as frustrações atormentadoras, o tédio doentio, a indiferença pela vida e o desprezo dos valores éticos, relegados a plano secundário ou totalmente desconsiderados.

Criou-se um quase abismo entre o saber e o sentir, entre a inteligência e a emoção, gerando a perda da comunicação realmente afetiva, do espírito de gentileza e de bondade, do companheirismo da autoiluminação pela conquistas da consciência, reduzindo o ser humano à condição de máquina em funcionamento automático sem controle nem diretriz.

Vive-se a epopeia da cultura utilitarista e selvagem em detrimento da harmonia entre a inteligência e a emoção, para que seja possível o desenvolvimento e vivencia das aspirações superiores da vida.

A existência tem como finalidade precípua a autoconquista, a transformação dos instintos violentos em emoções equilibradas, da agressividade defensiva em utilização da energia criadora, e não para o erotismo extravagante, para a fruição dos sentidos no mergulho da escuridão do ego, com total esquecimento do Espírito que é.
*
O tradicional conceito em torno da voz do coração torna-se uma necessidade de atualização, por ensejar o aprimoramento dos valores éticos registrados no hemisfério direito, propiciando o seu enriquecimento emocional, que trabalhará em favor da conquista do bem que expressa a vontade e as leis de Deus.

A inteligência, portanto, desenvolvida e cultivada sem o controle das emoções radicadas nos princípios valiosíssimos do amor, torna-se alucinada, exacerba pelo egoísmo de que se nutre, em detrimento das necessidades humanas que se movimentam em toda parte.

O coração humano é o grande motor responsável pela manutenção da vida física na viagem evolutiva, possuindo 40.000 células nervosas que são responsáveis por ações pensantes, quais se constituíssem um pequeno cérebro no seu conjunto, independendo das funções que são atribuídas ao órgão total.

Lentamente, após incontáveis padecimentos, o ser humano vai descobrindo que a inteligência sem a emoção dignificada transforma-se em conquistas prejudicial, geradora de conflitos inomináveis e de condutas extravagantes quão alucinadas.

Como efeito, surge o impositivo de se trabalhar com a mesma intensidade o hemisfério direito, exercitando os valores da emotividade, da inspiração, do serviço de solidariedade humana, ao mesmo tempo em que se torna impostergável o dever de ampliar a área do afeto, vinculando-se aos ideais de enobrecimento e às pessoas lutadoras que se transformam em lideres do progresso social e moral da humanidade.

O conhecimento, que abre as janelas da alma para a percepção da realidade, quando não é nutrido pelo sentimento ético, conduz à cegueira da razão, que somente se direciona para o imediatismo do prazer e do interesse pessoal, com parcial ou total indiferença pelo que sucede em volta.

Assim, tem sido o comportamento da sociedade nesses longos milênios de desenvolvimento da inteligência, na ânsia de ultrapassar os limites das ocorrências e no desespero de solucionar as dificuldades que parecem impedi-la de alçar voos cada vez mais amplos em busca do Infinito...

Enquanto o amor não vicejar nos sentimentos, contribuindo em favor da harmonia interna, do equilíbrio das emoções defluentes das sensações, ainda em fase primaria de seleção, o sofrimento seguirá ao lado dos viandantes pelos caminhos carnais.

Desenvolver um programa de realizações internas, caracterizadas pelos sentimentos de compreensão em favor da família humana, torna-se uma urgente necessidade que não deve ser postergada, sem que surjam ocorrências nefastas, angustiantes.

Ninguém consegue viver em equilíbrio sem um projeto de existência alicerçado na afetividade, o que implica dizer que ninguém logra realizar-se durante a vida física sem um objetivo psicológico superior. Se esse objetivo é material, imediato, constituído pelos desejos egoicos, o sentido da vida logo desaparece e o ser derrapa em transtorno de comportamento, mergulhando em melancolia e asfixiando-se na depressão.

Unir, portanto, as aspirações da inteligência com as aplicações do sentimento, deve constituir a primeira meta a caminho dos ideais cósmicos, insitos no cerne do ser.
*
Sem duvida, a inteligência é responsável pela grande  horizontal das conquistas humanas, mas o sentimento é a grande vertical na direção de Deus.

No centro em que se encontram as duas vertentes, está o coração pulsando sem amor e contando as glorias do existir.
Joanna de Ângelis

(Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na manhã de 21 de maio de 2013, em Milão, Itália)

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

A Vila

Durante alguns dias permaneci no leito de convalescente, combatendo, sob o carinho dos familiares, as impressões nocivas que me dominavam o pensamento.

Antoninho, nosso primo, não se demorou mais que um dia ao meu lado. Estava em regime de internato, no Parque dos Meninos, e não devia adiar o regresso aos estudos. O médico, porém, visitou-me todos os dias, no espaço de duas semanas, até que me retirei do quarto, melhorado e bem disposto, apesar de enfraquecido.

Vovó Adélia e Tia Eunice, visivelmente satisfeitas, acompanharam-me ao exterior, amparando-me nos primeiros passos.

Oh! Que alegria!...

Só então percebi que ambas residem numa casa deliciosa e confortável.

Após atravessar pequeno corredor, cheguei a espaçosa sala, bem mobiliada, parando, admirado, na porta cheia de luz, que comunicava com o exterior.

Novo mundo descortinava-se à minha vista.

A paisagem ambiente era bela e prodigiosa. Bonitas casas, semelhantes de algum modo às nossas, apesar de serem muito mais lindas, alinhavam-se, de espaço a espaço, com graça e encanto. Todas elas cercavam-se de pequenos ou grandes jardins, ligados ao fundo por arvoredo agradável aos olhos.

Concluí que os vegetais frutíferos mereciam, em toda a parte, o mesmo carinho dispensado à flores.

Bandos de aves, de penugem brilhante, vagueavam alegremente nos ares.

Na atmosfera pairava uma tranquilidade que não tive ensejo de conhecer na Terra. Respirei, a longos sorvos, o ar puro e leve.

A residência de vovó Adélia está rodeada de flores diversas, predominando as de cor avermelhada, o que empresta ao jardim um aspecto de permanente alegria. Disse vovó que tia Eunice foi organizadora da plantação, fazendo a escolha das flores cultivadas.

Você, naturalmente, desejaria saber se são iguais às que possuímos na Terra. Sim. Muitas parecem com as rosas, cravos e miosótis que aí deixei, mas grande parte mostra diferenças, que não me será possível descrever. Entre o jardim e o pomar da casa da vovó, por exemplo, há dois caramanchões, cobertos com uma trepadeira cujas sementes eu gostaria de enviar a mamãe.
 Essa planta delicada projeta caprichos e compridos fios, cobertos de folhas verde-escuro, entre as quais desabrocham pequeninas e abundantes coroas de pétalas brancas, pintalgadas de rubro, as quais exalam delicioso aroma. Aliás, os fios de folhas e as flores são tão perfumados e belos que não encontro recursos para comparação.

Para se franco a você, nunca supus houvesse lugar de tamanha beleza, depois da morte. Ante as minhas demonstrações de assombro, esclareceu-me vovó que outras regiões existem, muito mais lindas onde apenas podem penetrar as almas santificadas que utilizaram todo o tempo da existência terrestre na prática do bem.

pelo Espírito Neio Lúcio, Do Livro: Mensagens do Pequeno Morto, Médium: Francisco Cândido Xavier.

Luz no Lar

Organizemos o nosso agrupamento doméstico do Evangelho. 

O Lar é o coração do organismo social.

Em casa, começa nossa missão no mundo.

Entre as paredes do templo familiar, preparamo-nos para a vida com todos.

Seremos, lá fora, no grande campo da experiência pública, o prosseguimento daquilo que já somos na intimidade de nós mesmos.

Fujamos à frustração espiritual e busquemos no relicário doméstico o sublime cultivo dos nossos ideais com Jesus. O Evangelho foi iniciado na Manjedoura e demorou-se na casa humilde e operosa de Nazaré, antes de espraiar-se pelo mundo.

Sustentemos em casa a chama de nossa esperança, estudando a Revelação Divina, praticando a fraternidade e crescendo em amor e sabedoria, porque, segundo a promessa do Evangelho Redentor, "onde estiverem dois ou três corações em Seu Nome", aí estará Jesus, amparando-nos para a ascensão à Luz Celestial, hoje, amanhã e sempre.

Pelo Espírito Scheilla
XAVIER, Francisco Cândido. Luz no Lar. Espíritos Diversos. FEB.

* * * Estude Kardec * * *

A Trajetória das Almas

Que longa tem sido a trajetória das almas!...
A origem do princípio anímico perde-se dentro de uma noite de labirintos; tudo, porém, dentro do dinamismo do Universo, se encadeia numa ordem equânime e absoluta.
Da irritabilidade à sensação, da sensação à percepção, da percepção ao raciocínio, quantas distâncias preenchidas de lutas, dores e sofrimentos!... Todavia, desses combates necessários promana o cabedal de experiências do Espírito em sua evolução gloriosa.
A racionalidade do homem é a suprema expressão do progresso anímico que a Terra lhe pode prodigalizar; ela simboliza uma auréola de poder e de liberdade que aumenta naturalmente os seus deveres e responsabilidades.
A conquista do livre-arbítrio compreende as mais nobres obrigações.
Chegado a esse ponto, o homem se encontra no limiar da existência em outras esferas, onde a matéria rarefeita oferece novas modalidades de vida, em outras mais sublimes manifestações, as quais escapam naturalmente à insuficiência dos vossos sentidos.

“Emmanuel” – Chico Xavier / Emmanuel

Lágrimas

“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.” – Jesus. (Mateus, 11:28.)
Ninguém como Cristo espalhou na Terra tanta alegria e fortaleza de ânimo. Reconhecendo isso, muitos discípulos amontoam argumentos contra a lágrima e abominam as expressões de sofrimento.
O Paraíso já estaria na Terra se ninguém tivesse razões para chorar. Considerando assim, Jesus, que era o Mestre da confiança e do otimismo, chamava ao seu coração todos os que estivessem cansados e oprimidos sob o peso de desenganos terrestres.
Não amaldiçoou os tristes: convocou-os à consolação.
Muita gente acredita na lágrima sintoma de fraqueza espiritual. No entanto, Maria soluçou no Calvário; Pedro lastimou-se, depois da negação; Paulo mergulhou-se em pranto às portas de Damasco; os primeiros cristãos choraram nos circos de martírio... mas, nenhum deles derramou lágrimas sem esperança. Prantearam e seguiram o caminho do Senhor, sofreram e anunciaram a Boa Nova da Redenção, padeceram e morreram leais na confiança suprema.
O cansaço experimentado por amor ao Cristo converte-se em fortaleza, as cadeias levadas ao seu olhar magnânimo transformam-se em laços divinos de salvação.
Caracterizam-se as lágrimas através de origens específicas. Quando nascem da dor sincera e construtiva, são filtros de redenção e vida; no entanto, se procedem do desespero, são venenos mortais.

Caminho, Verdade e Vida – Chico Xavier / Emmanuel

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Palavras de Mãe

“Sua mãe disse aos serventes: Fazei tudo quanto ele vos disser.” - (João, 2:5.)

O Evangelho é roteiro iluminado do qual Jesus é o centro divino. Nessa Carta da Redenção, rodeando-lhe a figura celeste, existem palavras, lembranças, dádivas e indicações muito amadas dos que lhe foram legítimos colaboradores no mundo.

Recebemos aí recordações amigas de Paulo, de João, de Pedro, de companheiros outros do Senhor, e que não poderemos esquecer.

Temos igualmente, no Documento Sagrado, reminiscências de Maria. Examinemos suas preciosas palavras em Caná, cheias de sabedoria e amor materno.

Geralmente, quando os filhos procuram a carinhosa intervenção de mãe é que se sentem órfãos de ânimo ou necessitados de alegria. Por isso mesmo, em todos os lugares do mundo, é comum observarmos filhos discutindo com os pais e chorando ante corações maternos.

Interpretada com justiça por anjo tutelar do Cristianismo, às vezes é com imensas aflições que recorremos a Maria.

Em verdade, o versículo do apóstolo João não se refere a paisagens dolorosas. O episódio ocorre numa festa de bodas, mas podemos aproveitar-lhe a sublime expressão simbólica.

Também nós estamos na festa de noivado do Evangelho com a Terra. Apesar dos quase vinte séculos decorridos, o júbilo ainda é de noivado, porquanto não se verificou até agora a perfeita união... Nesse grande concerto da idéia renovadora, somos serventes humildes. Em muitas ocasiões, esgota-se o vinho da esperança. Sentimo-nos extenuados, desiludidos... Imploramos ternura maternal e eis que Maria nos responde: Fazei tudo quanto ele vos disser.

O conselho é sábio e profundo e foi colocado no princípio dos trabalhos de salvação.

Escutando semelhante advertência de Mãe, meditemos se realmente estaremos fazendo tudo quanto o Mestre nos disse.

Caminho, Verdade e Vida – Chico Xavier / Emmanuel

Oração da Manhã

Que a paz e luz seja permanente na vida de todos.
Desejo um lindo e precioso dia aos amigos que nos visitam.

domingo, 25 de agosto de 2013

Receita de Bem viver

Um dos graves problemas da Humanidade é o desgosto pela vida. Em muitas criaturas, nota-se um descaso por esse tesouro.

A prova cabal é o número crescente de suicídios em todas as camadas sociais, de ambos os sexos e nas mais variadas idades.

Seria muito importante se começássemos a olhar para a vida com outros olhos. Se pensássemos, todos os dias, que, apesar das inúmeras dificuldades que atravessamos, muitos Espíritos desencarnados gostariam de estar em nosso lugar, aqui, na carne, usufruindo das bênçãos da existência física.

Melhor ainda se seguíssemos a extraordinária receita dos bebês, para amar e viver bem cada minuto desta vida.

Primeiro - acordar cantando como as aves que saúdam o novo dia sempre em festa. Não vale chorar nem acordar a casa toda.

Segundo – espreguiçar-se bastante, antes de se levantar da cama. Normalmente, acordamos em sobressalto, pulamos da cama e nos envolvemos com as tarefas, sem ao menos gozar desse prazer de se alongar, esticar, sentir as pernas, os braços, o corpo todo.

Terceiro –
pegar todo dia o solzinho da manhã, de preferência acordando mais cedo para uma caminhada sem pressa. Uma caminhada que não vise somente ao exercício recomendado pelo médico, mas andar e respirar com vagar o ar da manhã que se espreguiça.

Uma caminhada onde os nossos olhos se encham com a radiosidade do sol que desponta e das flores que se abrem, nas praças, lançando perfumes.

Quarto - mostrar para quem amamos que eles são muito importantes para nós. Estender os braços, abraçar, sentir o calor do outro e dizer com todas as letras: Bom dia!

Quinto - pedir colinho, sempre que possível. Quantas vezes nos sentimos carentes, isolados e não nos encorajamos a pedir ao nosso amor: Abrace-me. Beije-me. Preciso de você. E, é claro, não esquecer que às vezes, precisamos dar colinho também.

Sexto - não se importar com as pessoas que não gostam de criança, de flor e de nós. Não se permitir a mágoa. Elas têm o direito de não gostar de nós, o que não quer dizer que não sejam criaturas boas, úteis a outras tantas pessoas que nos amam.

Sétimo – fazer primeiro, para receber depois, muito dengo e carinho. Não esperar o dia dos namorados, do aniversário, da criança, para demonstrar atenção. Todo dia é um dia especial para se comemorar o amor. Que tal hoje?

Oitavo - dar atenção a todos os que se aproximam de nós, mesmo àqueles a quem acabamos de conhecer. Toda criatura traz em si um potencial positivo que nos cabe descobrir e cultivar.

Nono - adorar ouvir o que as pessoas que a gente ama falam e respeitar o que fazem.

E, finalmente, sorrir para todos e para a gente mesmo. Rir muito, todos os dias, sempre que não tiver um justo motivo para chorar...

A vida é um poema de amor e beleza esperando por nós. É um patrimônio por demais precioso para ser desprezado, não importando as circunstâncias ou as dores.

Pense que a vida que você desfruta é o hálito do Pai Criador em sua soberana manifestação de amor por você.
por Momento Espírita. Redação do Momento Espírita, com base no texto Receita do nenê, de Angela Moura e no verbete Vida, do livro Repositório de sabedoria, v. 2, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo
Pereira Franco, ed. LEAL. Do site: http://momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=550&stat=0

Domínio Espiritual

“Não estou só, porque o Pai está comigo.” – Jesus. (João, 16:32.)
Nos transes aflitivos a criatura demonstra sempre onde se localizam as forças exteriores que lhe subjugam a alma.
Nas grandes horas de testemunho, no sofrimento ou na morte, os avarentos clamam pelas posses efêmeras, os arbitrários exigem a obediência de que se julgam credores, os supersentimentalistas reclamam o objeto de suas afeições.
Jesus, todavia, no campo supremo das últimas horas terrestres, mostra-se absoluto senhor de si mesmo, ensinando-nos a sublime identificação com os propósitos do Pai, como o mais avançado recurso de domínio próprio.
Ligado naturalmente às mais diversas forças, no dia do Calvário não se prendeu a nenhuma delas.
Atendia ao governo humano lealmente, mas Pilatos não o atemoriza.
Respeitava a lei de Moisés; entretanto, Caifás não o impressiona.
Amava enternecidamente os discípulos; contudo, as razões afetivas não lhe dominam o coração.
Cultivava com admirável devotamento o seu trabalho de instruir e socorrer, curar e consolar; no entanto, a possibilidade de permanecer não lhe seduz o espírito.
O ato de Judas não lhe arranca maldições.
A ingratidão dos beneficiados não lhe provoca desespero.
O pranto das mulheres de Jerusalém não lhe entibia o ânimo firme.
O sarcasmo da multidão não lhe quebra o silêncio.
A cruz não lhe altera a serenidade.
Suspenso no madeiro, roga desculpas para a ignorância do povo.
Sua lição de domínio espiritual é profunda e imperecível. Revela a necessidade de sermos “nós mesmos”, nos transes mais escabrosos da vida, de consciência tranqüila elevada à Divina Justiça e de coração fiel dirigido pela Divina Vontade.

Caminho, Verdade e Vida – Chico Xavier / Emmanuel

Renovação

A natureza nos fornece, de forma constante, excelentes lições. As estações que se sucedem nos falam da obediência a leis previamente estabelecidas pela divindade.

A fauna e a flora que se submetem ao rigor do inverno, que hibernam, parecendo morrer e ressurgem aos toques da primavera, nos lecionam a perseverança na luta pela vida.

Entre as aves, a águia nos traz especial lição. Ela é a ave que possui maior longevidade da espécie. Chega a viver setenta anos. Mas, para chegar a essa idade, aos quarenta anos ela tem que tomar uma séria e difícil decisão.

Aos quarenta anos ela está com as unhas compridas e flexíveis e não consegue mais agarrar as suas presas das quais se alimenta.

O bico alongado e pontiagudo se curva. Apontando contra o peito estão as asas, envelhecidas e pesadas em função da grossura das penas. Voar é, então, muito difícil.

A águia, nessas circunstâncias, só tem duas alternativas: morrer, ou enfrentar um dolorido processo de renovação que irá durar cento e cinqüenta dias.

Esse processo consiste em voar para o alto de uma montanha e se recolher em um ninho próximo a um paredão, onde ela não necessite voar. Após encontrar esse lugar, a águia começa a bater com o bico em uma parede até conseguir arrancá-lo.

Após arrancá-lo, espera nascer um novo bico, com o qual vai depois arrancar suas unhas. Quando as novas unhas começam a nascer, ela passa a arrancar as velhas penas.

E só depois de cinco meses sai para o famoso vôo de renovação e para viver mais trinta anos.
Em nossa vida, também necessitamos de processos de renovação que, de um modo geral, são dolorosos.

Para se conseguiu alçar o vôo da vitória, devemos nos desprender de costumes, crenças, tradições, vícios que nos mantêm presos ao chão da ignorância.

É, sim, um processo doloroso, porque demanda esforço e vontade. Também um processo de incubação.

É preciso se sentir insatisfeito consigo mesmo e desejar crescer um pouco mais. Sentir-se incompleto com um livro só, com um pensamento apenas ou com uma visão somente.

É necessário pensar além das idéias comuns e acreditar que se pode mudar, não importando se nos encontramos nos áureos dias da juventude, nos vibrantes dias da madureza ou na esteira da velhice.

Sempre é tempo de atender aos apelos do progresso, aprender e melhorar-se.

É necessário refletir, trabalhar, estar sempre pronto para aprender e reaprender, não se permitindo jamais o comodismo.
***
Enquanto você dispõe do corpo físico e das horas terrenas, não se acomode. Não negligencie a si mesmo.

Cultive a sua inteligência, jamais perdendo de vista a boa leitura.

Não se sinta sábio porque sabe mais do que os que o rodeiam. Busque a sabedoria.

Não se permita sentir bem, sem esforçar-se por se desenvolver nas áreas do bem e do serviço ao próximo.

Não se permita dormir demais, enquanto é tempo de crescer, progredir e alcançar os astros brilhantes que nos extasiam nas noites claras.


Equipe de Redação do Momento Espírita, baseado em texto de autor ignorado e no livro Nossas riquezas maiores, ed. FRÁTER, cap. 38

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Recurso da Oração

A oração é o recurso mirífico mais acessível para permitir à criatura comunicação com o Criador.
Ponte invisível de energias sutis, faculta a união da alma com o Genitor Divino, por cujo meio esta haure as forças e a inspiração para os cometimentos difíceis da existência.
Não altera o campo de lutas, nem impede os testemunhos que favorecem a evolução. Entretanto, brinda resistências para os embates, encorajando e vitalizando sempre.
Amplia a visão da realidade, ao tempo em que robustece o entusiasmo de quem se lhe entrega.
Modifica a compreensão e o modo de encarar-se os acontecimentos, produzindo sintonia com o Divino Pensamento, que tudo governa.
Quem ora supera tensões e penetra-se de paz.
A oração cria as condições e as circunstâncias para a meditação, que projeta o psiquismo nas esferas elevadas, assim equilibrando a saúde e as aspirações, por melhor orientar o sentido da existência e a programática da reencarnação.
Ela prepara o santo, sustenta o herói, inspira o pesquisador, mantém a vida, enquanto projeta luz nas paisagens em sombra ou enevoadas, que se apresentam ameaçadoras.
Por mais te sintas pleno, não percas o hábito da oração, a fim de te manteres equilibrado.
Atravessando dificuldades ou enfrentando provas rudes e severas expiações, recorre-lhe ao concurso e constatarás os benefícios que te advirão.
Para manter o ritmo de trabalho e conservar o ideal, ela é o meio mais eficaz, de ação duradoura, de que podes dispor com facilidade. Não somente te preservará as forças morais e espirituais, como atrairá a presença dos Bons Espíritos, que se fazem instrumentos de Deus para a solução de muitos problemas humanos.
Dá prosseguimento à oração, utilizando-te da ação digna, que te manterá psiquicamente no mesmo elevado clima.
Quem ora renova-se e ilumina-se, pois acende claridades íntimas que se exteriorizam mediante vibrações especiais.
Quando consigas experimentar o bem-estar e a alegria que se derivam da oração, buscá-la-ás com freqüência, tornando-se-te linguagem poderosa de comunicação com a Vida Estuante.
Envolto nas suas irradiações, diluirás todo mal que se te acerque, beneficiando os maus que de ti se aproximem.
De tal maneira te sentirás, que passarás a orar constantemente, tornando tua existência um estado de prece.
Recorre à oração em todos os momentos da vida. Na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, na riqueza e sem recursos, no êxito e no fracasso, ora confiante na resposta divina.
Orando, elevar-te-ás, e na energia da prece receberás tudo quanto se te tornará necessário para prosseguires lutando e lograres a vitória.
A criatura busca Deus pela oração e Ele responde-lhe mediante a intuição do que fazer, de como fazer e para que, fazendo, seja feliz.
FRANCO, Divaldo Pereira. Momentos de Saúde. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 13.

* * * Estude Kardec * * *

Terapia da Oração

Recurso valioso para todo momento ou necessidade, a oração encontra-se ao alcance de quem deseja paz e realização, alterando para melhor os fatores que fomentam a vida e facultam o seu desenvolvimento.
A oração é o instrumento pelo qual a criatura fala a Deus, e a inspiração lhe chega na condição de divina resposta.
Quando alguém ora, luariza a paisagem mental e inunda-se de paz, revitalizando os fulcros da energia mantenedora da vida.
A oração sincera, feita de entrega íntima a Deus, desenvolve a percepção de realidades normalmente não detectadas, que fazem parte do mundo extrafísico.
O ser material é condensação do energético, real, transitoriamente organizado em complexos celulares para o objetivo essencial da evolução. Desarticulando-se, ou sofrendo influências degenerativas, necessita de reparos nos intrincados mecanismos vibratórios, de modo a recompor-se, reequilibrar-se e manter a harmonia indispensável, para alcançar a finalidade a que se destina.
*
O psiquismo que ora, consegue resistências no campo de energia, que converte em forças de manutenção dos equipamentos nervosos funcionais da mente e do corpo.
A oração induz à paz e produz estabilidade emocional, geradora de saúde integral.
A mente que ora, sintoniza com as Fontes da Vida, enriquecendo-se de forças espirituais e lucidez.
Terapia valiosa, a oração atrai as energias refazentes que reajustam moléculas orgânicas no mapa do equilíbrio físico, ao tempo que dinamiza as potencialidades psíquicas e emocionais, revigorando o indivíduo.
Quando um enfermo ora, recebe valiosa transfusão de forças, que vitalizam os leucócitos para a batalha da saúde e sustentação dos campos imunológicos, restaurando-lhes as defesas.
*
O indivíduo é sempre o resultado dos pensamentos que elabora, que acolhe e que emite.
O pessimista autodestrói-se, enquanto o otimista auto-sustenta-se.
Aquele que crê nas próprias possibilidades desenvolve-as, aprimora-as e maneja-as com segurança.
Aqueloutro que duvida de si mesmo e dos próprios recursos, envolvendo-se em psicosfera perturbadora, desarranja os centros de força e exaure-se, especialmente quando enfermo. Assemelha-se a uma vela acesa nas duas extremidades, que consome duplamente o combustível que sustenta a luz, até sua extinção.
A mente que se vincula à oração ilumina-se sem desprender vitalidade, antes haurindo-a, e mais expandindo a claridade que possui.
Envolvendo-se nas irradiações da oração a que se entregue, logrará o ser enriquecer-se de saúde, de alegria e paz, porquanto a oração é o interfone poderoso pelo qual ele fala a Deus, e por cujo meio, inspirado e pacificado, recebe a resposta do Pai.
Ao lado, portanto, de qualquer terapia prescrita, seja a oração a de maior significado e a mais simples de ser utilizada.
FRANCO, Divaldo Pereira. Momentos Enriquecedores. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL.

* * * Estude Kardec * * *