“Toda
vez que ouvimos uma bela música, selecionamos uma impressão que se entrelaçará
com a harmonia do nosso desenvolvimento”. F. A. Newhouse
Atualmente, a humanidade anseia pela
harmonia. Diante dos percalços cotidianos, das vicissitudes e tantos outros
fatores, o ser tem buscado o caminho para o equilíbrio. A respeito da harmonia
reportemos aos pensadores e seus ensinos, que atravessam gerações, em que a
harmonia é uma conquista diária.
Através do exercício da paciência, da
tolerância, do perdão e da compreensão, por exemplo, o homem consegue viver
melhor consigo e com todos ao seu redor. É como uma paisagem representada numa
tela: as cores e as formas não brigam entre si, mas se combinam, se completam e
se complementam.
Nos diversos campos da sociedade viver
em harmonia é uma questão fundamental. A harmonia estabelece uma conjuntura de
qualidades que transmitem coerência e sentimentos agradáveis ao meio em que é
implantada.
Antigamente, a harmonia era algo vago e
específico a cada área de atuação do ser humano, mas hoje, quando se fala de
harmonia e espiritualidade é possível compreender a extensão imensurável que
isso significa. A harmonia aliada à espiritualidade consegue fazer com que o
indivíduo se perceba e tudo mais que existe e acontece à sua volta sabendo como
lidar com as mais adversas situações.
A harmonia ao passo que tranquiliza,
quando espiritualizada ela repercute atingindo um raio que jamais poderia ser
atingido a não ser pelas vias infinitas e iluminadas da espiritualidade que é
um clarão a abrasar a Terra e a todo o espaço, num verdadeiro efeito de
contágio apenas com a ressalva de que está voltado ao bem.
Como viver em harmonia quanto tudo o que
acontece parece antagônico a esse ideal? Como ter harmonia em meio a tantas
violências, tantos preconceitos, tantas injustiças e tantas corrupções?
A resposta cabível é de que quanto mais
o homem emprega esforços para transformar a si próprio o coletivo sofre as
consequências. É como alguém que está cercado de pessoas em um quarto
completamente escuro e de repente resolve acender uma vela. A vontade é o
fósforo e a chama a consequência dessa vontade que não apenas clareia, ou seja,
beneficia a quem tem a iniciativa de acender a chama como também a todos que
por algum momento habitavam em total negritude.
Harmonia e espiritualidade caminham
juntas e se comprazem do que cada ser tem de melhor. Por meio dessa aliança a
criatura consegue discernir o certo do errado, o verdadeiro do duvidoso e
consegue galgar melhores caminhos favoráveis ao seu aprimoramento e
desenvolvimento moral e espiritual.
Segundo Allan Kardec, Reconhece-se
o verdadeiro espírita pelos esforços que emprega para domar as más inclinações.
Isso é buscar harmonia, isso é viver a verdadeira origem: espiritual.
Nas artes, a harmonia está presente
quando há beleza na obra do artista. Em todos os campos da vida deve ser
cultivada essa beleza. A música, por exemplo, atribui o termo harmonia à
combinação dos seus elementos constitutivos (sons) que geram sensações
agradabilíssimas aos seus ouvintes e os tornam seus apreciadores. Na poesia há
o harmônico no emprego das palavras que se combinam e que metricamente
estabelecem uma onda linear e celeste. Na pintura, os tons e os objetos
estabelecem entre si um pacífico diálogo e isso torna a tela atraente,
encantadora e por tanto, harmônica.
Por tudo isso, a criatura deve procurar
as notas suaves e criar a harmonia que preenche a alma e a espiritualidade que
somará forças e transformará as sementes do caminho em árvores frondosas
verdejantes de esperança e frutíferas em evolução porque o ser está destinado
ao progresso e para isso tem o apoio da harmoniosa e espirituosa força de Deus.
Autor (a): Anatasha Meckenna
Revista Cultura Espírita – Instituto de Cultura Espírita do
Brasil (ICEB) – Ano: IV – nº 45 – página: 11 – Dezembro/2012.
Livros Pesquisados:
LINGERMAN, Hal A. – As Energias Curativas da Música –
Editora Cultrix – Página: 17 – São Paulo/1983.
KARDEC, Allan – O Evangelho Segundo o Espiritismo –
Tradução de Guillon Ribeiro – Edição 102 – Editora: Federação Espírita
Brasileira (FEB) – Cap.: XVII – Item: 04 – Página: 288 – Rio de Janeiro/1990