domingo, 28 de fevereiro de 2016

Médiuns curadores

A FACULDADE DE CURAR –
A faculdade de curar, para manter-se íntegra, não deve permanecer precavida tão-somente contra o pagamento em dinheiro amoedado. Há outras gratificações negativas a que lhe cabe renunciar, a fim de que não seja corroída por paixões arrazoadas que começam nos primeiros sinais de personalismo excessivo. Imprescindível saber olvidar o vinho venenoso da bajulação, a propaganda jactanciosa, o perigoso elixir da lisonja e a aprovação alheia como paga espiritual. Quem se proponha a auxiliar aos enfermos, há que saber respirar no convívio da humildade sincera, equilibrando-se, cada instante, na determinação de servir. Para curar é preciso trazer o coração por vaso transbordante de amor e quem realmente ama não encontra ensejo de reclamar. Compreendendo as nossas responsabilidades com o Divino Médico, se queres efetivamente curar, cala-te, aprende, trabalha honrando a posição de servidor de todos a que Jesus te conduziu. Auxilia aos ricos e aos pobres, como quem sabe que fartura excessiva ou carência asfixiante são igualmente enfermidades que nos compete socorrer. Ampara aos amigos e aos adversários, aos alegres e aos tristes, aos melhores e aos menos bons, como quem compreende na Terra a valiosa oficina de reajuste e elevação. Reconheçamos que toda honra pertence ao Senhor, de quem não passamos de apagados e imperfeitos servidores. Não te afastes da dependência do Eterno Benfeitor e, movimentando os próprios recursos, a beneficio dos que te cercam, guardemos a certeza de que, curando, seremos curados por nossa vez, soerguendo-nos, enfim, para a vitória real do espírito, em cuja luz os monstros da penúria e da vaidade, da ignorância e do orgulho não mais nos conseguirão alcançar.

(Mediunidade e Sintonia, 18, FCXavier)

O fenômeno e doutrina

O FENÔMENO E DOUTRINA –
Até hoje, os fenômenos mediúnicos que se desdobraram à margem do apostolado do Cristo se definem como sendo um conjunto de teses discutíveis, mas os ensinamentos e atitudes do Mestre constituem o maciço de luz inatacável do Evangelho, amparando os homens e orientando-lhes o caminho. Existe quem recorra à idéia da fraude piedosa para justificar a transformação da água em vinho, nas bodas de Caná. Ninguém vacila, porém, quanto à grandeza moral de Jesus, ao traçar os mais avançados conceitos de amor ao próximo, ajustando teoria e prática, com absoluto esquecimento de si mesmo em benefício dos outros, num meio em que o espírito de conquista legitimava os piores desvarios da multidão. Invoca-se a psicoterapia para basear a cura do cego Bartimeu. Há, todavia, consenso unânime, em todos os lugares, com respeito à visão superior do Mensageiro Divino, que dignificou a solidariedade como ninguém, proclamando que “o maior no Reino dos Céus será sempre aquele que se fizer o servidor de todos na Terra”, num tempo em que o egoísmo categorizava o trabalho à conta de extrema degradação. Fala-se em hipnose para explicar a multiplicação dos pães. O mundo, no entanto, a uma voz, admira a coragem do Eterno Amigo que se consagrou aos sofredores e aos infelizes sem qualquer preocupação de posse terrestre, conquanto pudesse escalar os pináculos econômicos, numa época em que, de modo geral, até mesmo os expositores de virtude viviam de bajular as personalidades influentes e poderosas do dia. Questiona-se em torno do reavivamento de Lázaro. Entretanto, não há quem negue respeito incondicional ao Benfeitor Sublime que revelou suficiente desassombro para mostrar que o perdão é alavanca de renovação e vida, num quadro social em que o ódio coroado interpretava a humildade por baixeza. Debate-se, até agora, o problema da ressurreição dele próprio. No entanto, o mundo inteiro reverencia o Enviado de Deus, cuja figura renasce, dia a dia, das cinzas do tempo, indicando a bondade e a concórdia, a tolerância e a abnegação por mapas da felicidade real, no centro de cooperadores que se multiplicam, em todas as nações, com a passagem dos séculos. Recordemos semelhantes lições na Doutrina Espírita. Fenômenos mediúnicos serão sempre motivos de experimentação e de estudo, tanto favorecendo a convicção, quanto nutrindo a polêmica, mas educação evangélica e exemplo em serviço, definição e atitude, são forças morais irremovíveis da orientação e da lógica, que resistem à dúvida em qualquer parte.

(Mediunidade e Sintonia, 2, FCXavier)

Benefícios pagos com a ingratidão

 
BENEFÍCIOS PAGOS COM A INGRATIDÃO
Que se deve pensar dos que, recebendo a ingratidão em paga de benefícios que fizeram, deixam de praticar o bem para não topar com os ingratos?
Nesses, há mais egoísmo do que caridade, visto que fazer o bem, apenas para receber demonstrações de reconhecimento, é não o fazer com desinteresse, e o bem, feito desinteressadamente, é o único agradável a Deus. Há também orgulho, porquanto os que assim procedem se comprazem na humildade com que o beneficiado lhes vem depor aos pés o testemunho do seu reconhecimento. Aquele que procura, na Terra, recompensa ao bem que pratica não a receberá no céu. Deus, entretanto, terá em apreço aquele que não a busca no mundo.
Deveis sempre ajudar os fracos, embora sabendo de antemão que os a quem fizerdes o bem não vo-lo agradecerão. Ficai certos de que, se aquele a quem prestais um serviço o esquece, Deus o levará mais em conta do que se com a sua gratidão o beneficiado vo-lo houvesse pago. Se Deus permite por vezes sejais pagos com a ingratidão, é para experimentar a vossa perseverança em praticar o bem.
E sabeis, porventura, se o benefício momentaneamente esquecido não produzirá mais tarde bons frutos? Tende a certeza de que, ao contrário, é unia semente que com o tempo germinará. Infelizmente, nunca vedes senão o presente; trabalhais para vós e não pelos outros. Os benefícios acabam por abrandar os mais empedernidos corações; podem ser olvidados neste mundo, mas, quando se desembaraçar do seu envoltório carnal, o Espírito que os recebeu se lembrará deles e essa lembrança será o seu castigo. Deplorará a sua ingratidão; desejará reparar a falta, pagar a dívida noutra existência, não raro buscando uma vida de dedicação ao seu benfeitor. Assim, sem o suspeitardes, tereis contribuído para o seu adiantamento moral e vireis a reconhecer a exatidão desta máxima: um benefício jamais se perde. Além disso, também por vós mesmos tereis trabalhado, porquanto granjeareis o mérito de haver feito o bem desinteressadamente e sem que as decepções vos desanimassem.
Ah! meus amigos, se conhecêsseis todos os laços que prendem a vossa vida atual às vossas existências anteriores; se pudésseis apanhar num golpe de vista a imensidade das relações que ligam uns aos outros os seres, para o efeito de um progresso mútuo, admiraríeis muito mais a sabedoria e a bondade do Criador, que vos concede reviver para chegardes a ele. - Guia protetor. (Sens, 1862.)
Allan Kardec. Da obra: O Evangelho Segundo o Espiritismo. 112 edição. Capítulo XIII. Item 19. Livro eletrônico gratuito em http://www.febnet.org.br. Federação Espírita Brasileira. 1996.

* * * Estude Kardec * * *

domingo, 21 de fevereiro de 2016

A Luz do Anoitecer - Bezerra de Menezes

Meus filhos, que Jesus nos abençõe!
Anoitece na Terra. As sombras se adensam nas paisagens onde antes fulgia a esperança, deixando a impressão de que tempestades não aguardadas rugirão ameaçadoras! As estrelas, momentaneamente ficam encobertas no seu brilho e as perspectivas fazem-se grotescas. Vivemos a hora das definições. Crepúsculos da cultura e da civilização é também madrugada da nova ética. Iniciar-se-á a Era da Nova Consciência, na qual a criatura humana será convidada a responsabilidades fora dos modelos tradicionais. O conhecimento propiciará a todos vanguardeiros do progresso a visão positiva do que fazer, quando realizar e como expressar-se.
Neste momento histórico, que também é de desafio, os cristãos decididos de ambos os planos da vida estamos convidados à ação renovadora. Indispensável que nos equipemos com recursos que possam contribuir de maneira definitiva para a instalação do período especial, deixando à margem as questiúnculas de pequena monta, as de significado alternativo, para pensarmos em uníssono, numa diretriz que demonstre a excelência do pensamento do Cristo, direcional essa para os que chegam apressados e sem norte, à porta das nossas experiências. Desnecessário demonstrar que a criatura humana, sedenta de liberdade, ao receber o prelúdio da mensagem grandiosa, faz-se libertina, por falta de amadurecimento psicológico, e, buscando os ideais superiores, ata os pés nas velhas paixões ególatras, sem a coragem de romper tais amarras, para pensar na consciência geral do Bem.
Estamos, meus filhos, convidados a contribuir no esforço para a erradicação das causas do sofrimento. Educar, no sentido lato, criar hábitos e instruir, é a forma de socorrer para evitar a violência que a miséria sócio-econômica estimula, quando não lhe é geradora. E amar, para que a mansidão do Cristo possa constituir-se alicerce básico da Era Nova.
Nossa casa, que vem de grandes lutas, para a concretização dos objetivos saudáveis, atravessando borrascas e vencendo mares procelosos, na figuração da barca de Fabiano, deve prosseguir com homens intimoratos, nas ações intemeratas, superando-se, para que o modelo novo de organização previdenciária e social sirva de estímulo a novos tentames para o futuro, sem sofrer solução de continuidade, já que a dor aumenta de volume e o desespero campeia, assaltando as idéias nobres. Por certo desincumbindo-nos da superior missão de preparar as gerações novas e atenuar o desespero dos homens e mulheres amadurecidos, no lado da miséria, de modo a estabelecermos juntos, o antemanhã pelo qual temos lutado.
Dias difíceis estes, de perturbação, de queda de ídolos e de símbolos, de renovação ética, de novos paradigmas que têm sido buscados nas alucinantes expressões materialistas, quando facilmente Jesus sintetizou todas essas necessidades em uma única e particular, que é a indispensável necessidade do auto-encontro, sem o qual a falência dos objetivos é inevitável.
Deste modo, filhos da alma, reunidos pelas divinas leis para a obra do Bem, não negligenciemos. Perseveremos unidos, leais e francamente irmanados na desincumbência dos nossos deveres. “Quem anda na luz, não tropeça no obstáculo”, disse o Senhor Nosso, em outras palavras.
As nossas metas serão alcançadas e os nossos problemas solucionados, as dificuldades transpostas, se convergirmos todos para as bases fundamentais, diminuindo a intensidade dos problemas secundários, a que nos apegamos, às vezes, em detrimento das vigas essenciais da nossa construção. Nós e vossos Amigos Espirituais estamos de pé, convosco, na batalha da edificação do período de luz, que já começa nestas horas de anoitecer. Sede probos, tende ânimo e vencei as paixões que a todos nos atam na retaguarda. Exorando ao Senhor de bênçãos que nos socorra e nos liberte de nós mesmos, o servidor humílimo e paternal de sempre,
Bezerra
Psicofonia de Divaldo Franco, em NOV/92, por ocasião da comemoração de seu 161º aniversário de nascimento, realizada no auditório da CAPEMI Pecúlios no Rio de Janeiro.
GLOSSÁRIO
Ególatras = pessoa que tem o culto de si mesma
Lato = largo, amplo, dilatado, extenso
Procelosos = relativo à procela: tempestade marítima
Intimoratos = sem temor, destemido
Campeia = aladear
Probo = de caráter íntegro, honesto, honrado

Paradigma = modelo

Emmanuel

EMMANUEL
Estudando o problema da escolha de provações da Esfera Espiritual para o círculo das experiências humanas, imaginemos um campo de serviço terrestre em que cada trabalhador é chamado à execução de tarefa específica.
Decerto, que, aí, vige a liberdade na razão direta do dever bem cumprido.
O servidor que haja inutilizado deliberadamente as peças do arado que lhe requer devoção e suor gastará tempo em adquirir instrumentos análogo com que possa atender à orientação que o dirige.
O lavrador invigilante que tenha permitido por desleixo a incursão de vermes destruidores na plantação que lhe define o trabalho, não pode esperar a colheita nobre antes que se consagre à limpeza e preservação da leira que a administração lhe confia.
O cooperador que tenha a infelicidade de envolver-se no crime, terá cerceado a sua independência de ação, de vez que será necessário circunscrever-lhe a influência em processo adequado de reajuste.
Entretanto, se o operário fiel da lavoura satisfaz agora a todos os requisitos das justas obrigações a que se vê convocado, sem dúvida, plasma, em seu próprio favor, o direito de indicar por si mesmo o novo passo de serviço na direção do futuro, com pleno assentimento da autoridade superior que lhe traça o roteiro de lutas edificantes.
Assim, pois além do sepulcro, nem todos desfrutam de improviso a faculdade de escolher o lugar ou a situação em que deva prosseguir no esforço de evolução, porquanto, quase sempre, é imperioso o regresso às sombras da retaguarda para refazer com sofrimento e lágrimas, amargura e aflição o ensejo sublime de acesso à luz.
Se desejas, assim, a marcha vitoriosa para lá dos portais de cinza em que o túmulo se te expressa à visão, afeiçoa-te, com perseverança e lealdade, ao próprio dever, dele fazendo o teu pão espiritual, cada dia, por que para alcançar o triunfo e a elevação de amanhã é indispensável saibamos consagrar-lhes a nossa atenção desde hoje.
EMMANUEL
Psicografia de Francisco Cândido Xavier

Ego e Eu

EGO E EU
A batalha mais difícil de ser travada ocorre no teu mundo íntimo.
Ninguém a vê a aplaude ou a censura.
É tua. Vitória, ou derrota, pertencerá a ti em silêncio.
Nenhuma ajuda exterior poderá contribuir para o teu sucesso, ou conjuntura alguma te levará ao fracasso.
*
Os inimigos e os amigos residem na tua casa interior e tu os conheces.
Acompanham-te, desde há muito estás familiarizado com eles, mesmo quando te obstinas por ignorá-los.
Eles te induzem a glórias e a quedas, aos atos heroicos à fugas espetaculares, erguendo-te às estrelas ou atrelando-te ao carro das ilusões.
*
São conduzidos, respectivamente, pelo teu Ego e pelo teu Eu.
O primeiro comanda as paixões dissolventes, gerando o reinado do egoísmo cego e pretensioso que alucina e envilece.
É herança do primarismo animal, a ser direcionado, pois que é o maior adversário do Eu.
Este é a tua individualidade cósmica, legatária do amor de Deus que te impele para as emoções do amor e da libertação.
Sol interno, é chama na fumaça do Ego, aguardando o momento de a dissipar, a fim de brilhar em plenitude.
*
O Ego combate e tenta asfixiar o Eu.
O Eu é o excelente libertador do Ego.
*
Sob disfarces, que são as suas estratégias de beligerância criminosa, o Ego mente, calunia, estimula a sensualidade, fomenta a ganância, gera o ódio, a inveja, trabalha pela insensatez.
Desnudado, o Eu ama, desculpa, renuncia, humilha-se e serve sem cessar.
Jamais barganha ou dissimula os seus propósitos superiores.
*
O Ego ameaça a paz e se atulha com as coisas vãs, na busca instável da dominação injusta.
O Eu fomenta a harmonia e despoja-se dos haveres por saber que é senhor de si mesmo e não possuidor dos adornos destituídos de valor real.
*
César cultivava o Ego e marchou para a sepultura sob as honrarias que ficaram à sua borda, prosseguindo a sós conforme vivia.
Jesus desdobrou o Eu divino com que impregnou a Humanidade e, ao ser posto na cruz, despojado de tudo, prosseguiu, de braços abertos, afagando todos que ainda O buscam.
O Ego humano deve ceder o seu lugar ao Eu cósmico, fonte inesgotável de amor e de paz.
Não cesses de lutar, nem temas a refrega.
FRANCO, Divaldo Pereira. Momentos de Meditação. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 4.

* * * Estude Kardec * * *

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Linhas de Evolução

LINHAS DE EVOLUÇÃO
 "Caridade e humildade, tal a senda única da salvação."
(Alan Kardec. E.S.E. Cap.XV. Item 5)
Observando os companheiros a quem você deseja ajudar, seja breve na exposição e demorado no socorro.
Sem o suor do exemplo, os mais belos comentários perdem a legitimidade.
*
Utilize-se do poço do caminho, sem lhe tisnar a limpidez das águas. Mais tarde você poderá necessitar dele novamente.
*
Seu vestuário desvela para os outros suas íntimas inclinações. Use a roupa, sem a ela escravizar-se.
*
Mantenha a higiene de seu corpo para preservar a saúde. No entanto, viver excessivamente preocupado com a limpeza é sintoma de desequilíbrio.
*
Cobiçando o melhor de cada dia, viva cada minuto nobremente, como se fosse o último a que você tivesse direito. O depois começa agora.
*
Pare para refletir, não obstante sabendo refletir para não parar. Quem avança, sem estacionar, pára sem forças para avançar.
*
Planifique, antes de agir, e demonstrará respeito pelo serviço. Evite, porém, planificar assoberbado de preocupações, pois que assim você jamais realizará algo.
*
Se você acredita em felicidade vivendo a sós, disponha-se para inquietantes aflições. A gota de orvalho no deserto reflete a glória de longínqua estrela, mas não dá vitalidade à terra onde se aquieta e consome, sem ajudar.
*
Em todas as conjunturas de sua vida, recorde-se da caridade, primeiro, e da humildade, logo depois.
"Caridade e humildade, tal a senda única da salvação."

FRANCO, Divaldo Pereira. Glossário Espírita-Cristão. Pelo Espírito Marco Prisco. LEAL

Tendo Medo

TENDO MEDO
"E, tendo medo, escondi na terra o teu talento..." (Mateus, 25:25)
Na parábola dos talentos, o servo negligente atribui ao medo a causa do insucesso em que se infelicita.
Recebera mais reduzidas possibilidades de ganho.
Contara apenas com um talento e temera lutar para valorizá-lo.
Quanto aconteceu ao servidor invigilante da narrativa evangélica, há muitas pessoas que se acusam pobres de recursos para transitar no mundo como desejariam. E recolhem-se à ociosidade, alegando o medo da ação.
Medo de trabalhar.
Medo de servir.
Medo de fazer amigos.
Medo de desapontar.
Medo de sofrer.
Medo da incompreensão.
Medo da alegria.
Medo da dor.
E alcançam o fim do corpo, como sensitivas humanas, sem o mínimo esforço para enriquecer a existência.
Na vida, agarram-se ao medo da morte.
Na morte, confessam o medo da vida.
E, a pretexto de serem menos favorecidos pelo destino, transformam-se, gradativamente, em campeões da inutilidade e da preguiça.
Se recebeste, pois, mais rude tarefa no mundo, não te atemorizes à frente dos outros e faze dela o teu caminho de progresso e renovação. Por mais sombria seja a estrada a que foste conduzido pelas circunstâncias, enriquece-a com a luz do teu esforço no bem, porque o medo não serviu como justificativa aceitável no acerto de contas entre o servo e o Senhor.
XAVIER, Francisco Cândido. Fonte Viva. Pelo Espírito Emmanuel. FEB. Capítulo 132.

* * * Estude Kardec * * *

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Sorriso

SORRISO
Onde estiveres, seja onde for, não olvides estender o sorriso, por oferta sublime da própria alma.
Ele é o agente que neutraliza o poder do mal e a oração inarticulada, que inibe a extensão das trevas.
Com ele, apagarás o fogo da cólera, cerrando a porta ao incêndio da crueldade.
Por ele, estenderás a plantação da esperança, soerguendo almas caídas na sombra, para que retornem à luz.
Em casa, é a benção da paz, na lareira da confiança.
No trabalho, é música silenciosa incentivando a cooperação.
No mundo, é chamamento de simpatia.
Sorri para a dificuldade e a dificuldade transformar-se-á em socorro de tua vida.
Sorri para a nuvem, e ainda mesmo que a nuvem se desfaça em chuva de lágrimas nos teus olhos, o pranto será conforto do Céu, a fecundar-te os campos do coração.
Não te roga o desesperado solução do enigma de sofrimento que lhe persegue o destino. Implora-te um sorriso de amor, que renove as forças, para que prossiga em seu atormentado caminho.
E, em verdade, se os famintos e os nus te pedem pão e agasalho, esperam de ti, acima de tudo, o sorriso de ternura e compreensão que lhes acalme chagas ocultas.
Não condenes as criaturas que se arrogaram aos precipícios da violência e do crime. Oferece-lhes o sorriso generoso da fraternidade, que ajuda incessantemente, e voltar-se-ão, renovadas, para o roteiro do bem.
Sorri, trabalhando e aprendendo, auxiliando e amando sempre. 
Lembra-te de que o sorriso é o orvalho da caridade e que em cada manhã, o dia renascente no Céu é um sorriso de Deus.
Autor: Meimei
Psicografia de Francisco Cândido Xavier

O Labirinto da Solidão

O LABIRINTO DA SOLIDÃO
A vida assemelha-se a uma estrada cheia de encruzilhadas, dependendo do rumo que se segue, encontra-se a luz ou a sombra.
E há um labirinto onde alguns podem se perder, onde entram por medo do mundo lá fora, por medo de se mostrar, de se expor, que alguém saiba que não são perfeitas: é o labirinto traiçoeiro da solidão.
Entram nele sem perceber, buscando evitar atritos e decepções ou para esquecer humilhações; quase sem sentir, vão se isolando dos amigos, da sociedade, às vezes, até da própria família. Quando se dão conta estão trancafiados numa gaiola invisível porém poderosa.
Sair dessa gaiola nem sempre será tarefa simples, será necessário uma boa dose de perseverança e força.
Em primeiro lugar é preciso olhar-se com atenção, reconhecer-se, encarar de frente virtudes e limitações, o que exige uma certa dose de coragem.
É preciso olhar os outros, buscando ver primeiramente as qualidades positivas e aprender a elogiar. Quando se aprende a valorizar as qualidades alheias, também aprendemos a perceber melhor as nossas.
É preciso aprender a dizer que se ama, que se admira as pessoas, mesmo quando se sabe que esse sentimento não será recíproco.
O que faz a diferença é reconhecer e falar o que se sente sem estar tão preocupado com a resposta dos outros.
Abrir o coração com serenidade e confiança e estar preparado para qualquer tipo de retorno.
E, acreditem, quando se entra no labirinto da solidão, pode-se até conseguir evitar alguns revezes mas em troca, deixa-se de viver de fato.
E viver só vale a pena se for para valer.
E viver só será pleno se o coração estiver livre de ressentimentos e o espírito sereno.
(A.D.)

WWW.ADDE.COM.BR

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Mansidão e Piedade

MANSIDÃO E PIEDADE
Se caminhas sob chuvas de impropérios e maldições, cultiva a mansidão e exercita a piedade.
Se atravessas provas rudes, assoalhadas por aflições contínuas, guarda-te na mansidão e desenvolve a piedade.
Se sofres agressões prolongadas, que se não justificam, permanece com mansidão e desenvolve a piedade.
Se tombas nas ciladas bem urdidas, propostas por adversários encarnados ou não, mantém-te em mansidão e esparze a piedade.
Se te açodam circunstâncias rudes e tudo parece conspirar contra tuas lutas de redenção, não te descures da mansidão nem da piedade.
Aclamado pelo entusiasmo passageiro de amigos ou admiradores, sustenta a mansidão e insiste na piedade.
Guindado a posições de relevo transitório e requestado pelo momento de ilusão, não te afaste da mansidão da piedade.
Carregado de êxitos terrenos e laureado por enganosas situações, envolve-te na mansidão e não te distancies da piedade.
Recomendado pelas pessoas proeminentes ou procurado pelos triunfos humanos, persevera com mansidão e trabalha com piedade.
Mansidão e piedade em qualquer circunstância, sempre.
A mansidão coloca-te interiormente indene à agressividade dos que se comprazem no mal e a piedade envolve-os em vibrações de amor.
A mansidão faz-te compreender que necessitas de crescimento espiritual e, por enquanto, a dor ainda se torna instrumento educativo. A piedade evita que mágoas ou seqüelas de aborrecimento tisnem os teus ideais de enobrecimento.
A mansidão acalma; a piedade socorre.
Com mansidão seguirás a trilha da humildade e com a piedade prosseguirás retribuindo com o bem a todo e qualquer mal.
A mansidão identifica o cristão e a piedade fala das suas conquistas interiores.
"Bem-aventurados os mansos e pacificadores - ensinou Jesus - porque eles herdarão a Terra"... feliz do continente da alma imortal.
Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Otimismo. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.

* * * Estude Kardec * * *

História de uma Vida

HISTÓRIA DE UMA VIDA
Tudo começou quando um dia, em minha mãe, num local bem protegido chamado trompa, dois elementos se encontraram: um de minha mãe, o óvulo, e outro de meu pai, o espermatozoide. Como dois apaixonados se aproximaram e se abraçaram tornando-se uma pequenina gota d’agua.
Esse foi o dia mais feliz de minha existência. Recomeçava para mim a oportunidade do retorno à carne, depois de passar um largo tempo no mundo espiritual.
Deram-me o nome de ovo. Eu era muito pequenino, muito menor do que um grão de areia. Iniciei então, uma longa viagem. Empurrado para diante por algo semelhante a cílios, que desenvolviam movimentos delicados como os do mar quando beija docemente a praia, indo e vindo, cheguei enfim a um lugar chamado útero.
Era um lugar macio, quentinho e logo notei não correr perigo. Sem muito esperar, fui me aninhando, agarrando-me firmemente em uma das paredes. Já contava com três dias de vida.
Aos poucos fui me cobrindo com uma membrana daquela mesma parede. Aos nove dias de vida, minha forma era a de um disco e tinha meio milímetro de diâmetro. Fui crescendo e aos doze dias de vida já tinha o dobro do tamanho: um milímetro.
Recebi o nome de embrião. Comodamente instalado, fui formando uma almofada que se chamava placenta, para que melhor me pudesse alimentar, retirando do organismo de minha mãe tudo o que precisava.
Já estava com quase um mês. A expectativa de minha existência era muito grande. A ansiedade de minha mãe se transformou em pura alegria quando os testes deram “positivo”. Agora era meu pai a querer saber se eu seria menino ou menina, louro ou morena, de olhos castanhos ou azuis.
Quando ele perguntou: como será ele? Fui logo respondendo: tenho forma da letra c, e pareço com um cavalo-marinho. Tenho um centímetro de tamanho.
Não sei se me ouviram mas o que sei é que redobraram cuidados e recomendações.
Aos dois meses, meu corpinho estava mais reto, minha boca mais formada, meu nariz começava a aparecer, meus olhos estavam mais desenvolvidos. Meu tamanho? Quatro centímetros. Meu peso? Cinco gramas.
Aos três meses já tinha forma de gente... E o tempo foi passando.
Emoção mesmo foi no dia em que mamãe pôde ouvir o meu coraçãozinho bater. Sentia como se fosse uma mensagem para ela. E era mesmo. Era meu agradecimento por tudo o que ela fazia e pensava por mim.
Ela esperava, papai aguardava e eu também. Como seria o nosso reencontro?
Seis, sete, nove meses. O médico marcou o dia de minha chegada. O meu enxovalzinho estava pronto e meu bercinho me aguardando. Última semana de espera.
Hoje me apresentei para toda a família. Que alegria! Meu primeiro dia de vida, nos braços de minha mãe.
*
Os filhos que nos chegam pelas vias da reencarnação são, quase sempre, espíritos amigos com os quais já vivemos em outras eras.
Chegam-nos, batendo à porta do coração, a solicitar entrada e quando lhes permitimos o ingresso no seio da família, se enchem de felicidade.
Podem ser comparados a aves pequenas que retornam ao ninho, após exaustivas andanças por outras terras, à procura de carinho, ternura e abrigo.
Fiquemos atentos e jamais fechemos as portas do nosso amor a esses pássaros implumes que nos buscam desejando oportunidade para retornar à vida física.
Texto do CD Momento Espírita vol 3 - baseado em Apostila do grupo de gestantes da USE.

* * * Estude Kardec * * *

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

O Apóstolo da Caridade

O APÓSTOLO DA CARIDADE
SENHOR, POR QUE CHORAS?
(EURÍPEDES PERGUNTA A JESUS)
Um diálogo inesquecível, ensino a ser proclamado como uma Boa Nova Espírita para as fileiras dos seus adeptos
Começara Eurípedes Barsanulfo, o apostolo da mediunidade, em Sacramento, no Estado de Minas Gerais, a observar-se fora do corpo físico, em admirável desdobramento, quando certa feita, à noite, viu a si próprio em prodigiosa volitação. Embora inquieto, como que arrastado pela vontade de alguém num torvelinho de amor; subia, subia...
Subia sempre.
Queria parar; e descer; reaver o veículo carnal, mas não conseguia. Braços intangíveis tutelavam lhe a sublime excursão. Respirava outro ambiente. Envergava forma leve, respirando num oceano de ar mais leve ainda... Viajou, viajou, à maneira de pássaro teleguiado, até que se reconheceu em campina verdejante. Reparava na formosa paisagem, quando, não longe, avistou um homem que meditava, envolvido por doce luz.
Como que magnetizado pelo desconhecido, aproximou-se...
Houve, porém, um momento que estacou, tremulo.
Algo lhe dizia no íntimo para que não avançasse mais...
E, num deslumbramento de júbilo, reconheceu-se na presença do Cristo.
Baixou a cabeça, esmagado pela honra imprevista, e ficou em silencio, sentindo-se como um intruso, incapaz de voltar ou seguir adiante.
Recordou as lições do Cristianismo, os Templos do Mundo, as homenagens prestadas ao Senhor; na literatura e nas artes, e as mensagens d’Ele a ecoar entre os homens, no curso de quase vinte séculos...
Ofuscado pela grandeza do momento, começou a chorar...
Grossas lágrimas banhavam-lhe o rosto, quando adquiriu coragem e ergueu os olhos, humilde.
Viu, porém, que Jesus também chorava...
Trespassado de súbito sofrimento, por ver-lhe o pranto, desejou fazer algo que pudesse reconfortar o Amigo Sublime.... Afagar-lhe as mãos ou estirar-se à maneira de um cão leal aos seus pés...
Mas estava como que chumbado ao solo estranho...
Recordou, no entanto, as tormentas do Cristo, a se perpetuarem nas criaturas que até hoje, na Terra, lhe atiram incompreensão e sarcasmo...
Nessa linha de pensamento, não se conteve. Abriu a boca e falou, suplicante:
- Senhor, por que choras?
O interpelado não respondeu.
Mas desejando certificar-se de que era ouvido, Eurípedes reiterou:
- Choras pelos descrentes do mundo?
Elevado, o missionário de Sacramento notou que o Cristo lhe respondia agora ao olhar. E, após um instante de atenção, respondeu em voz dulcíssima:
- Não, meu filho, não sofro pelos descrentes aos quais devemos amar. Choro por todos os que conhecem o Evangelho e não o praticam...
Eurípedes não saberia descrever o que se passou então.
Como se caísse em profunda sombra, ante a dor que a resposta trouxera, desceu, desceu...
E acordou no corpo de carne.
Era madrugada. Levantou-se e não mais dormiu.
E, desde aquele dia, sem comunicar a ninguém a divina revelação que lhe vibrava na consciência, entregou-se aos necessitados e aos doentes, sem repouso sequer de um dia, servindo até à sua morte.
Extraído do livro: Yoshua – Palavra Nossa de Cada Dia! –

Eurípedes Barsanulfo – Psicofonias Eliana Santos

Hora de Luz

HORA DE LUZ
Quando tudo te pareça frustração e impedimento;
no instante em que a solidão te obrigue a pensar e repensar;
em observando os recursos necessários à própria subsistência cada vez mais distantes;
no momento em que os melhores amigos te considerem incapaz para o serviço a fazer;
na travessia de graves desgostos;
nas épocas de crise, quando a provação te procure para demoradas visitas;
ouvindo os pregoeiros do pessimismo e do desalento;
diante das ocorrências complicadas e dolorosas, quando o desanimo te ameace;
ou na ocasião em que todas as circunstancias surjam conjugadas como que favorecendo a ignorância e o desequilíbrio;
guarda a certeza de que estás atingindo à hora de luz em que desfrutas a oportunidade de revelar a força de tua fé e o ensejo bendito em que podes, com a benção de Deus, esquecer o mal e fazer o bem.
Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

Do Livro: Algo Mais

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Ciência de Bem Viver


CIÊNCIA DE BEM VIVER
Tranquilamente, confiante, avança, passo a passo, pelo caminho da evolução. Não busques, nem fujas dos fenômenos da existência física.
Intenta ser o controlador dos teus impulsos e sentimentos, de maneira que o insucesso não te infelicite nem o êxito te exalte.
*
Na paz interior descobrirás a libertação das dores, porque lograrás vencer as paixões.
Utilizando-te de uma consciência equânime, aceita as ocorrências positivas e negativas com a mesma naturalidade, sem sofreguidão nem indiferença.
*
Mantém-te interiormente livre em qualquer circunstância, adquirindo a ciência verdadeira do viver.
*
A ilusão fascina, mas se desvanece.
A posse agrada, porém se transfere de mãos.
O poder apaixona, entretanto, transita de pessoa.
O prazer alegra, todavia é efêmero.
A glória terrestre exalta e desaparece.
O triunfador de hoje, passa, mais tarde, vencido...
*
A dor aflige, mas passa.
A carência aturde, porém um dia se preenche.
A debilidade orgânica deprime, todavia, liberta da paixão.
O silêncio que entristece, leva à meditação que felicita.
A submissão aflige, entretanto engrandece e enrija o caráter.
O fracasso espezinha, ao mesmo tempo ensina o homem a conquistar-se.
*
Todas as situações no mundo sensorial passam, mudam de posição e de forma.
A essência da realidade, porém, permanece sempre a mesma.
Nada é definitivo na aparência.
Apenas o que tem valor intrínseco é duradouro.
Quem, espontaneamente, se abstém dos sentidos e das exterioridades, sem mágoa nem frustração, encontrou a ciência de bem viver.
FRANCO, Divaldo Pereira. Momentos de Meditação. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 6.

* * * Estude Kardec * * *

Lavradores

LAVRADORES
"O lavrador que trabalha deve ser o primeiro a gozar dos frutos." Paulo (II Timóteo, 2:6)
Há lavradores de toda classe.
Existem aqueles que compram o campo e expiaram-no, através de rendeiros suarentos, sem nunca tocarem o solo com as próprias mãos.
Encontramos em muitos lugares os que relegam a enxada à ferrugem, cruzando os braços e imputando à chuva ou ao solo fracasso da sementeira que não vigiam.
Somos defrontados por muitos que fiscalizam a plantação dos vizinhos, sem qualquer atenção para com os trabalhos que lhes dizem respeito.
Temos diversos que falam despropositadamente com referência a inutilidades mil, enquanto vermes destruidores aniquilam as flores frágeis.
Vemos numerosos acusando a terra como inca paz de qualquer produção, mas negando à gleba que lhes foi confiada a bênção da gota d'água e o socorro do adubo.
Observamos muitos que se dizem possuídos pela dor de cabeça, pelo resfriado ou pela indisposição e perdem a sublime oportunidade de semear.
A Natureza, no entanto. retribui a todos eles com o desengano, a dificuldade, a negação e o desapontamento.
Mas o agricultor que realmente trabalha, cedo recolhe a graça do celeiro farto.
E assim ocorre na lavoura do espírito.
Ninguém logrará o resultado excelente, sem esforçar-se, conferindo à obra do bem o melhor de si mesmo.
Paulo de Tarso. escrevendo numa época de senhores e escravos, de superficialidade e favoritismo, não nos diz que o semeador distinguido por César ou mais endinheirado seria o legítimo detentor da colheita, mas asseverou, com indiscutível acerto, que o lavrador dedicado às próprias obrigações será o primeiro a beneficiar-se com as vantagens do fruto.
XAVIER, Francisco Cândido. Fonte Viva. Pelo Espírito Emmanuel. FEB. Capítulo 31.

* * * Estude Kardec * * *