A FACULDADE DE
CURAR –
A faculdade de curar, para manter-se íntegra, não
deve permanecer precavida tão-somente contra o pagamento em dinheiro amoedado. Há
outras gratificações negativas a que lhe cabe renunciar, a fim de que não seja
corroída por paixões arrazoadas que começam nos primeiros sinais de
personalismo excessivo. Imprescindível saber olvidar o vinho venenoso da
bajulação, a propaganda jactanciosa, o perigoso elixir da lisonja e a aprovação
alheia como paga espiritual. Quem se proponha a auxiliar aos enfermos, há que
saber respirar no convívio da humildade sincera, equilibrando-se, cada
instante, na determinação de servir. Para curar é preciso trazer o coração por
vaso transbordante de amor e quem realmente ama não encontra ensejo de
reclamar. Compreendendo as nossas responsabilidades com o Divino Médico, se
queres efetivamente curar, cala-te, aprende, trabalha honrando a posição de
servidor de todos a que Jesus te conduziu. Auxilia aos ricos e aos pobres, como
quem sabe que fartura excessiva ou carência asfixiante são igualmente
enfermidades que nos compete socorrer. Ampara aos amigos e aos adversários, aos
alegres e aos tristes, aos melhores e aos menos bons, como quem compreende na
Terra a valiosa oficina de reajuste e elevação. Reconheçamos que toda honra
pertence ao Senhor, de quem não passamos de apagados e imperfeitos servidores. Não
te afastes da dependência do Eterno Benfeitor e, movimentando os próprios
recursos, a beneficio dos que te cercam, guardemos a certeza de que, curando,
seremos curados por nossa vez, soerguendo-nos, enfim, para a vitória real do
espírito, em cuja luz os monstros da penúria e da vaidade, da ignorância e do
orgulho não mais nos conseguirão alcançar.
(Mediunidade e
Sintonia, 18, FCXavier)