Paradoxalmente, anelavas pela paz, quando
edificando o bem entre as criaturas humanas, e és defrontado pela incompreensão
e repúdio.
Sentes desencanto ao constatares que os
sagrados misteres a que te entregas são recebidos com acrimônias e suspeitas.
Desanimam-te os comportamentos daqueles
nos quais confias, na grei onde mourejas, produzindo amarguras e mal-estares.
Entristece-te a maneira como te tratam
os amigos da seara em que te movimentas, desconfiados em relação à tua entrega.
Constatas insanas competições onde
deveriam multiplicar-se as cooperações, como se o labor pertencesse a cada um e
a seara estivesse destituída de administrador e abandonada pelo Senhor.
Sentes cansaço e não consegues renovação
íntima, diante da ausência de tempo hábil para a reflexão.
Pensavas que os corações afetuosos, que
sorriem contigo, permaneceriam acessíveis ao teu nos momentos difíceis,
constatando, porém, que o ego neles predomina, em relação ao coletivo no grupo
em que te fixas.
Ocorrem-te a desistência e o retorno às tuas
origens, porque o paraíso que acreditavas estar ao teu alcance, na convivência
com os demais servidores, é somente uma aparência com os mesmos desvãos que
encontravas no anterior convívio social por onde te movimentavas.
Sofres, porque anseias pela harmonia e
acalentas o sonho da plena solidariedade, que se te apresenta muito distante...
Não te esqueças, porém, de que os santos
e serafins transitaram também no corpo e alcançaram esse nível de evolução
porque enfrentaram equivalentes ou mais ásperas refregas.
Ninguém atinge o altiplano sem a
caminhada pelas baixadas sombrias e difíceis de acesso.
Revigora-te na luta, sendo tolerante
para com todos e exigente para contigo mesmo.
O reino dos céus é construído com os
materiais da renúncia e da compaixão, da bondade e da comiseração, sob o
patrocínio do amor.
Repara a Natureza sacudida
frequentemente pelos fenômenos destrutivos que a visitam, permitindo-lhe, logo
depois, renovação, exuberância e beleza na produção dos tesouros da vida.
De igual maneira ocorre na floresta
humana.
Não te desencantes, pois, com os outros
que, por sua vez, também se permitem frustrações em relação a ti.
Se amas Jesus e o teu objetivo é
servi-lO, avança contente, conforme o fez o Irmão Alegria.
Ama a tua dor.
No momento em que o teu amor seja capaz
de superar o sofrimento, sem rebeldia nem queixa, terás alcançado a meta que
buscas.
A dor é um buril lapidador das
anfractuosidades dos minerais duros dos vícios e dos arraigados hábitos
infelizes.
Quem não enfrenta com harmonia interior
os desafios da evolução, acautelando-se do sofrimento, permanece em lamentável
estagnação que o conduz à paralisia emocional em relação ao crescimento íntimo.
Os caminhos do Gólgota, assim como os da
Úmbria, ainda permanecem com sombras por cima e espinhos no seu leito, exigindo
coragem e abnegação para serem percorridos com júbilo.
Vencê-los é o dever que a fé racional te
impõe, a serviço de Jesus, a quem amas.
Se almejas alegria e bem-estar nos
moldes profanos estás em outro campo de ação, mas se buscas o serviço com o
Mestre de Nazaré, os teus são júbilos profundos e emoções superiores bem
diferentes das habituais.
Não relaciones, pois, remoques e erros,
antes aprende a retirar o melhor, aquela parte boa que existe em todos os seres
humanos e enriquece-te com esses valores, sem te preocupares com a outra parte,
a enferma, ainda não recuperada pelas dádivas da saúde espiritual.
Tem mais paciência e aprende a
compreender em vez de censurar e exigir. Cada qual consegue fazer somente o que
lhe está ao alcance, não dispondo de recursos para auto superar-se no momento.
Jesus, modelo e guia da humanidade,
conviveu com mulheres e homens bem semelhantes àqueles com os quais hoje
partilhas a convivência, em labuta ao teu lado, suportando-se reciprocamente e
dedicados ao amor.
Se, por acaso, sentes a sutil visita da
intriga, da acusação e de outras mazelas que atormentam a sociedade,
acautela-te, não lhes concedas guarida nem atenção, ignora-as e segue,
irretocável, adiante.
Melhor estares na luta de sublimação, do
que no leito da recuperação sob o impositivo de limites e restrições, impostos
pelo processo de crescimento para Deus e para ti mesmo.
Em qualquer situação, alegra-te por te
encontrares reencarnado, portanto, no roteiro da autoiluminação.
Ama a tua dor e ela se te tornará amena,
amiga, gentil companheira da existência. E enquanto amas, trabalha pelo Bem,
compensa-te com as bênçãos dos resultados opimos que ofereças ao Senhor, que
transitou por sendas idênticas e mais dolorosas que essas por onde segues.
Assim, continua em paz, viandante das
estrelas que te aguardam no zimbório celeste.
Francisco de Assis amava as suas dores e
transcendeu todos os limites, conseguindo demarcar os fastos históricos com a
renúncia, a simplicidade e as canções de inefável alegria.
E Clara, que lhe seguia o exemplo
sublime, impôs-se dedicação integral e, ao partir da Terra, achava-se aureolada
pelo sofrimento no qual encontrou a plenitude.
De tua parte, ama também a tua dor e
experimentarás incomparável bem-estar.
pelo Espírito
Joanna de Ângelis - Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica
de 16 de dezembro de 2013, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador,
Bahia. Do site: http://www.divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=352.
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