terça-feira, 17 de novembro de 2015

Evolução

EVOLUÇÃO

Se devassássemos os labirintos
Dos eternos princípios embrionários,
A cadeia de impulsos e de instintos,
Rudimentos dos seres planetários;

Tudo o que a poeira cósmica elabora
Em sua atividade interminável,
O anseio da vida, a onda sonora,
Que percorre o espaço imensurável;

Veríamos o evolver dos elementos,
Das origens às súbitas asceses,
Transformando-se em luz, em sentimentos,
No assombroso prodígio das esteses,

No profundo silencio dos inermes,
Inferiores e rudimentares,
Nos rochedos, nas plantas e nos vermes,
A mesma luz dos corpos estelares!

é que, dos invisíveis microcosmos,
Ao monólito enorme das idades,
Tudo é clarão da evolução do cosmos,
Imensidade nas imensidades!

Nós já fomos os germes doutras eras,
Enjaulados no cárcere das lutas;
Viemos do princípio das moneras,
Buscando as perfeições absolutas.

Parnaso de Além Túmulo - cap.16. Francisco Cândido Xavier / Augusto dos Anjos (Espírito)

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