FORÇA DO BEM
Os equívocos
são bastante comuns nos caminhos humanos.
Mesmo pessoas
bem intencionadas por vezes se equivocam.
No ardor de
discussões, muitas palavras são ditas sem a necessária reflexão.
O que parece
correto em um contexto, mais tarde se afigura terrivelmente errado.
A maturidade
fornece novos contornos ao que antes parecia simples.
O problema
reside no que fazer após surgir a consciência do equívoco.
Depois que o
mal foi feito, a palavra estranha foi dita, o amigo foi ferido.
Nessa
situação, o orgulho é mau conselheiro.
Ele faz com
que o homem, embora ciente de seu erro, não se disponha a assumi-lo.
Então, ele
vive uma situação doentia e artificial.
Em seu íntimo,
sabe-se em falta.
Contudo,
procura afetar uma tranquilidade externa de todo falsa.
Ou até admite
que errou, mas nada procura fazer a respeito.
Por vezes,
adota algumas fórmulas para tentar se redimir, mas sem enfrentar realmente o
problema.
Confessa-se
pecador, penitencia-se, priva-se de alguns pequenos prazeres, pune-se das mais
diversas formas.
Entretanto, a
Espiritualidade Superior ensina que apenas por meio do bem se repara o mal.
Também alerta
que essa reparação, para ser efetiva, precisa atingir o orgulho do homem e os
seus interesses.
Tal significa
que de pouco adianta orar pedindo perdão pelo erro cometido contra o
semelhante, mas não o admitir para o próprio ofendido.
Jesus bem o
disse:
Concilia-te
depressa com o teu adversário, enquanto estás a caminho com ele.
Também recomendou
que, antes de fazer uma oferta no altar, o homem deve se acertar primeiro com o
seu irmão.
Quem erra o
faz em relação à ordem cósmica, instituída por Deus para a harmônica evolução
dos seres.
Contudo, o
ofendido, em certa medida, representa a Lei Divina em face do ofensor.
Se é possível
o acerto direto, ele deve ser efetuado.
Caso
contrário, não faltaria quem decidisse comprar o Reino dos Céus com cestas
básicas.
Prejudicaria
os desafetos e buscaria se redimir mediante pequenos serviços para desconhecidos.
Só o bem apaga
o mal.
Ou seja, é
preciso haver progresso no íntimo da criatura, a revelar-se mediante uma
conduta renovada.
Não é
necessário sofrer longamente, desenvolver neuroses e enfermidades as mais
variadas.
Mas é preciso
enfrentar as consequências do que se fez.
Domar o
próprio orgulho, admitir a falta e reparar o equívoco diretamente com o
ofendido.
Caso esse
fique irredutível e não queira a reconciliação, nem por isso a reabilitação se
inviabiliza.
Nesse caso,
ela se processa mediante gestos de genuíno amor em relação a terceiros.
O importante é
que o mal se apague pela pujança do bem.
Não só pela
reparação exterior, mas pelo progresso revelado na disposição firme de não mais
errar.
Pense nisso.
Redação do Momento Espírita, com base no item 1000 de O livro
dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. Feb.
dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. Feb.
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