domingo, 29 de janeiro de 2017

Bendito Esquecimento



BENDITO ESQUECIMENTO
A nossa ignorância, muitas vezes, não nos permite avaliar a grandiosidade da misericórdia de Deus, quando nos beneficia com o esquecimento.
Por sermos ainda muito pequenos e limitados, julgamos que a recordação do que formos e fizemos seja de primordial importância para a nossa melhoria espiritual.
Ledo engano.
Assim pensamos, exatamente por cremos estar a felicidade somente no que não possuímos e que, se tivéssemos a oportunidade, mesmo remota, de vislumbrar uma fagulha do nosso passado, conseguiríamos descobrir o que precisaríamos fazer para sermos felizes.
Não entendemos que, talvez, tornássemos muito mais difícil a empreitada atual.
Descobriríamos que voltamos a conviver, muitas vezes de forma mais estreita com os nossos desafetos e faríamos naufragar uma nova e primorosa oportunidade.
Quantas vezes, numa relação como pais e filhos, apesar de todos os débitos e fracassos que ainda não vencemos, conseguimos superar nesgas de ódio que nos fizeram resvalar no passado e que temos agora a chance de superar através do amor.
Não precisamos saber quem fomos ou o que fizemos e não temos, na maioria das vezes, condições psicológicas para lidar com os distintos personagens que nada mais são do que nós próprios, em uma outra etapa.
Mas, se olharmos as nossas tendências e as nossas maiores dificuldades, isso tudo são evidencias a delatar quem fomos, quem somos e a que estamos nesta vida.
Confiemos e sigamos amando, deixando rastros de luz diluírem, no bendito esquecimento, as tenebrosas sombras do passado.
SUPERANDO A ANSIEDADE
EULÁLIA BUENO

domingo, 22 de janeiro de 2017

Convite à disciplina





CONVITE À DISCIPLINA
 “Somos servos inúteis, fizemos o que devíamos fazer.”
(Lucas: capítulo 17º, versículo 10.)

Os néscios não conseguem entendê-la.
Os preguiçosos supõem marginalizá-la.
Os ingratos desconsideram-na.
Os frívolos transferem-na no tempo e na oportunidade.
Os atormentados teimam por evitá-la.
Os vândalos corrompem-na.
Os pervertidos pensam mudar-lhe a estrutura, confundindo o teor em que se apresenta.
Mas, incorruptível, a disciplina traça linhas diretivas e vigorosas, trabalhando o diamante bruto do espírito, a fim de expugí-lo de toda jaça e torná-lo de real lavor.
Enxameiam em todo lugar os homens que a conspurcam, enlouquecidos pela tirania do “eu” ou amesquinhados sob o peso da irresponsabilidade.
Nos dias modernos, muitas pessoas acreditam que manter disciplina em relação a si mesmas, como ao próximo e à comunidade, — bases que são da Humanidade —, é esforço vão, tendo em vista a vitória dos usurpadores, das facções poderosas que se utilizam da força e da astúcia dos donos dos monopólios, como da impiedade...
No entanto o mentiroso a si mesmo se engana; o tirano a si próprio se prejudica; o avaro constrói; o presídio dourado da loucura pessoal; o criminoso jugula-se à hediondez; o explorador condiciona-se à insaciabilidade.
Ninguém engana, realmente, ninguém.
É da Lei Divina que somente sofre o que o homem deve. Desde que se apresente em condição de vítima expunge, enquanto o algoz adquire débito para ulterior aflição.
Face a isso, disciplina-te no exercício dos pequenos labores para fruíres as alegrias que te conduzirão aos eloquentes deveres que libertam e acalmam.
Disciplina é impositivo de alevantamento moral fomentador do progresso, base da paz, de que ninguém pode prescindir.
Se as tuas disciplinas morais por enquanto se apresentam como pesada canga, persevera e insiste nelas até que te chegue o instante liberativo em que se transformarão em prazer de plenitude e gozo de harmonia pessoal decorrente do júbilo de todos pelo que hajas produzido e conseguido.
FRANCO, Divaldo Pereira. Convites da Vida. Pelo Espírito Joanna de Ângelis.