BENDITO
ESQUECIMENTO
A nossa
ignorância, muitas vezes, não nos permite avaliar a grandiosidade da
misericórdia de Deus, quando nos beneficia com o esquecimento.
Por sermos
ainda muito pequenos e limitados, julgamos que a recordação do que formos e
fizemos seja de primordial importância para a nossa melhoria espiritual.
Ledo engano.
Assim
pensamos, exatamente por cremos estar a felicidade somente no que não possuímos
e que, se tivéssemos a oportunidade, mesmo remota, de vislumbrar uma fagulha do
nosso passado, conseguiríamos descobrir o que precisaríamos fazer para sermos
felizes.
Não entendemos
que, talvez, tornássemos muito mais difícil a empreitada atual.
Descobriríamos
que voltamos a conviver, muitas vezes de forma mais estreita com os nossos
desafetos e faríamos naufragar uma nova e primorosa oportunidade.
Quantas vezes,
numa relação como pais e filhos, apesar de todos os débitos e fracassos que
ainda não vencemos, conseguimos superar nesgas de ódio que nos fizeram resvalar
no passado e que temos agora a chance de superar através do amor.
Não precisamos
saber quem fomos ou o que fizemos e não temos, na maioria das vezes, condições
psicológicas para lidar com os distintos personagens que nada mais são do que
nós próprios, em uma outra etapa.
Mas, se olharmos
as nossas tendências e as nossas maiores dificuldades, isso tudo são evidencias
a delatar quem fomos, quem somos e a que estamos nesta vida.
Confiemos e
sigamos amando, deixando rastros de luz diluírem, no bendito esquecimento, as
tenebrosas sombras do passado.
SUPERANDO A ANSIEDADE
EULÁLIA BUENO