domingo, 19 de setembro de 2010

A DOR QUE HABITA EM MIM


Renascemos neste mundo físico como pequeninos seres em busca de proteção.
Crescemos sem nos lembrarmos do que fomos, o que fizemos.
Com o crescimento, a luta pela sobrevivência se torna uma constante com seus altos e baixos momentos.
Passamos por tantas situações!!?
Passamos por muitos aprendizados. Como, aprender a falar a primeira palavra, a andar, a pensar, a comer, ah!... são tantas coisas....
Quando jovens, nos tornamos destemidos, arrojados! E mesmo num ciclo entre se tornar jovem ou permanecer criança, quantas lutas numa tentativa de conquistar a própria liberdade!
São passagens intensas que vivenciamos adequando nossa personalidade, nossos anseios, sonhos mil...
Criamos uniões infinitas. Familiares, parentes, amigos, vizinhos e uma infinidade de vínculos a interagir, uns mais outros menos. E assim a vida prossegue...
Quando adultos, somos mais conscientes das responsabilidades que aceitamos enquanto no mundo espiritual.
Nossa!! Como são difíceis estas responsabilidades!
Quantos erros cometidos por ignorância, outros por pura teimosia do momento!
Quantos sonhos desfeitos!
Quantas ilusões perdidas no meio do emaranhado viver!
Criamos laços de amizades. Uns ficam enquanto que outros partem para sempre deixando um rastro de agonias ou alegrias.
Estes mesmos rastros de agonia se fazem constante, não importando a ninguém o que restou.
São dores terríveis!
Sonhos desfeitos!
Confianças perdidas!
Ah! Quanto é difícil reconquistar esta confiança, pois algo dentro de si se partiu em milhões de pedaços!
Quanto é difícil ir à busca dos cacos que restaram para colá-los, um a um, numa rescontrução medíocre onde os valores se perderam em vão.
Quanto é difícil vencer os dissabores!
Não é porque não tentamos.
É porque somos seres imperfeitos. Cheios de vícios, de erros que nesta vida são sem perdão.
Não importa o quanto se é instruído. O quanto se lê, o quanto se acreditam que você é forte, que você é inteligente, que você é vencedora.
Para quem sofre nada disto é importante porque a dor é dura.
Porque a dor é terrível.
Porque quando se perde a confiança na vida, tudo se torna desesperador.
Sim! Devemos ter confiança em Deus. Mas esta pouca confiança é suficiente? Confiança em alguém que sabemos existir e não sabemos como é? Podemos sentir a Sua força. Mas, perante nossa imperfeição, ainda necessitamos de ver alguém físico para acreditarmos como São Tomé só depois de ver as chagas de Cristo, acreditou!
Outros amigos se esforçam para superarmos as perdas. Mas, é tão difícil! Por quê?
Porque teimam em dizer que se é forte, inteligente e mesmo assim não se consegue levantar?
O que nos limita? Onde está o caminho do recomeço?
Ah! Vão dizer que o caminho é seguir a Jesus. Se fosse tão fácil passar uma borracha em cima, não sofreríamos tanto.
Atribuo tudo isso ao mal que também fizemos. Não tem outras explicações lógicas! A lógica inexiste!
Se sabemos todos os processos para vencer, porque não concretizamos?
São tantas perguntas que surgem. Tantas dúvidas sem respostas. Tantos problemas sem soluções...
E a vida vai passando. Agora com mais baixos do que elevações.
Até quando? E no que nos transformaremos ao partir? Onde habitaremos?
No charco das iniqüidades? Nos vales dos “sem perdão”, “sem eira nem beira”? Vales cheios de podridões humanas, cheios de sonhos destruídos... Vales e mais vales constituídos pelas aberrações dos que se sentem perdidos!
Provavelmente!
E a luta prossegue. Árdua!
Nossa! Como a dor é forte! Insensível!
Enquanto que muitos outros estão cheios de vida, alegrias mil... Aqui o choro se faz presente.
Quantos sonhos destruídos para viver a realidade da DOR e mesmo assim, a ignorância permanece mais acirrada, sendo levada a um caos cada vez maior até que um dia, quando se chegar ao fundo do abismo da iniqüidade sofredora, quando chegar ao limite máximo permitido por Deus, o recomeço se fará presente!
Até lá, não importa o quanto se sabe. Não importa o quanto seja forte.
Forte? Ironia isso!
Onde está esta fortaleza?
Ela está vivendo um caos intimo. Destrutivo. Uma batalha intensa em que a podridão começa a vencer esquecendo que um dia se teve uma luz forte a te guiar...
São poucos que se importam com esta dor, porque cada um segue seu próprio caminho sem se importar com aquele a quem jogou no abismo da dor, desfazendo, humilhando espezinhando os mais puros sentimentos de uma grande amizade que um dia existiu, e hoje... nem as lembranças existem mais porque a dor tudo consome...
Para estes nada importa do que o próprio orgulho em que vive, seguem tranquilamente sem pensar no mal que fizeram a outrem...
E a vida prossegue sem cessar no meio de lágrimas de sangue de quem não aprendeu a perdoar...
E a vida prossegue sem cessar....
Doris Day

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