Certa feita, a menina, maravilhada com os frascos de perfume da mãe sobre a bancada, se admirava com aquelas diferentes formas e cheiros. Experimentava um e outro, reconhecendo sua mãe em cada um deles.
A cada essência, ela embarcava em uma viagem de lembranças e sonhos, brincando com cada nova experiência olfativa. Foi embalada pela imaginação, que ela surpreendeu a mãe com uma pergunta, dessas que os adultos preferem classificar de ingênuas, quando, na verdade, de tão profundas nos atordoam.
Mãe, qual será o perfume do amor?
A mãe aturdida, ficou a se questionar: Afinal, terá o amor a sua essência?
Enquanto a indústria de perfumes gasta milhões no desenvolvimento de novas fragrâncias, buscando essa ou aquela nota diferente para compor novos aromas, a fim de agradar aos consumidores, há que se perguntar: Será que conseguimos sintetizar o perfume do amor?
Quando nos lembramos do cheiro da comida gostosa com que a avó nos esperava nos finais de semana, ou nos dias de férias na sua casa, não será essa a fragrância do amor?
Ou quando a mãe aninha o filho ao colo, para curar-lhe as dores do mundo, seja um arranhão no joelho ou o medo de dormir no escuro, não estará ela perfumada e perfumando com seu amor?
Quando tantos saem de suas casas nas horas vagas, com a intenção de ir aos asilos brincar com crianças em orfanatos, visitar o desconhecido sozinho em um hospital, não estarão eles exalando o mesmo perfume, o perfume do amor?
A essência mais rara, mais nobre é aquela que todos nós conseguimos sintetizar no laboratório do coração. Não há ninguém que não consiga vestir-se com o perfume do amor, a fim de perfumar a vida.
Todas as vezes que saímos do casulo do nosso egoísmo ou das preocupações unicamente pessoais, estamos nos impregnando com essa rara essência.
E o perfume do amor é tão sutil quanto marcante. Ao mesmo tempo que não percebemos quando ele nos chega, ao nos deixarmos impregnar por sua essência, nunca mais esqueceremos a lembrança e as marcas que nos deixa na alma.
A essência do amor tem a magia de não nos perfumar externamente, para logo no próximo banho nos deixar.
O amor, ao nos contagiar, perfuma-nos a alma e, enquanto estivermos por ele impregnados, iremos perfumando os caminhos que percorrermos.
* * *
Experimente deixar-se inundar pelo perfume do amor. Permita que ele penetre a intimidade de sua alma, experienciando uma das maiores venturas da vida, a de amar indistintamente, somente pelo prazer de perfumar a vida de outrem.
E não se engane. Não lhe faltam oportunidades. Onde você estiver, a vida sempre lhe oferece a chance de sair do seu mundo, para, estendendo a mão ao próximo, conseguir perfumar-se pelo amor.
Redação do Momento Espírita.
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