sexta-feira, 29 de março de 2013

A reencarnação dissolveria a família?


 Segundo aqueles que nos exercitam o raciocínio e, ás vezes, a paciência, questionando acerca da lógica da doutrina reencarnacionista, eis mais uma interrogação a que nos submetem com relativa freqüência.
 Se admitirmos a continuidade da vida além do mundo físico, fatalmente nos encontraremos após a morte com nossos parentes. Considerando a pluraridade das experiências teremos a esdrúxula situação de depararmo-nos no Mundo Espiritual com a presença de dezenas de esposas, mães, pais e centenas de filhos. Em última análise, perder-se-ia o sentido de família.
 Sosseguem os preocupados e não se entusiasmem os polígamos: tal fato não ocorre.
Inicialmente, cumpre chamar a atenção para o fato de que as ligações a nível reprodutivo são adequadas ao mundo físico, onde a máxima “crescei e multiplicai-vos” depende fundamentalmente da diferença de sexos e do intercambio sexual entre criaturas encarnadas.
A conceituação da família a nível espiritual não se prende ao convencionalismo civil, nem tampouco à reprodução das espécies, mesmo porque os Espíritos não baseiam suas afeições em moldes e necessidades idênticas às dos terrestres. O infundado temor de que a parentela aumente indefinidamente, em virtude dos renascimentos sucessivos, tem também um fundo egoístico inconsciente.
Demonstra naquele que sente, insuficiência de amor amplo para conter um número elevado de pessoas. Quem tem oportunidade de educar muitos filhos, não os ama menos pelo fato de serem em maior número; ao contrário, cada vez mais desenvolve o amor.
No Mundo Espiritual temos notícia que a vivência acontece por similaridade de nível evolutivo. Não estaremos próximos àqueles que não sintonizam com nossa faixa vibratória, sejam parentes ou não. Se os diferentes gostos e preferências até aqui no Planeta afastam as criaturas, o mesmo ocorre no Plano Extrafísico, e com maior intensidade. O rótulo do parentesco nada significa quando não há semelhança energética. Há Espíritos que, embora tenham sido parentes na vida física, situam-se em planos muito diversos em função de sua natureza íntima lhes ser completamente distinta.
Façamos uma comparação entre tese reencarnacionista e a doutrina antireencarnacionista, no sentido de valorização da família.
As ligações familiares não sofrem destruição alguma com a reencarnação, como nossos inquisidores possam supor. Ao contrário, verificamos que as mesmas tornam-se mais autênticas e duradouras.
No mundo extrafísico, os Espíritos constituem famílias interligadas pelo amor e pela simpatia.
Felizes por se acharem juntos, esses se buscam uns aos outros. A encarnação apenas temporariamente os afasta do convívio com seus entes queridos, uma vez que ao retornarem à Pátria Espiritual, novamente se associam tal qual parentes que regressam de uma viagem.Freqüentemente, reencarnam no mesmo seio familiar auxiliando-se mutuamente. Aqueles que permanecem no Plano Espiritual, continuam a manter sua união pelo veículo do pensamento de amparo e afeição. Vida após vida, os laços afetivos ficam mais estritos pois se reencontram ora no mundo físico ora no Plano Espiritual, burilando cada vez mais a qualidade dos vínculos que os unem.
Naturalmente, os raciocínios aqui estabelecidos dizem respeito à afeição verdadeira, de Espírito a Espírito, aquela que se conserva mesmo após a desintegração biológica do corpo. Com relação às uniões baseadas exclusivamente nos interesses sensoriais ou materiais, nada há que preserve sua permanência, cessando o móvel das mesmas.
Parentes que se estimam realmente, atestam inclusive ligações pretéritas, que os agrupam novamente na vida atual. Comum é escutar a referência popular daquelas pessoas que “parecem não ser da família”, tão expressiva a diversidade ética ou de caráter que demonstram com relação aos demais membros do mesmo núcleo familiar. Na realidade, muitos dos que convivem sob o mesmo teto o fazem para a superação de incompatibilidades sérias e necessitam perdão mútuo. A presença de Espíritos antipáticos aquele núcleo familiar tem por objetivo o progresso de todos os envolvidos.
Não eram parentes espiritualmente falando, mas poderão vir a ser ao desenvolverem entre si laços de amor genuíno.
Segundos os conceitos tradicionais de família única, a sorte pós-túmulo dos membros da família estaria definitivamente selada com o desenlace físico. O sofrimento eterno ou as  bem-aventuranças permaneceriam asseguradas em função das atitudes comportamentais durante a vida. Desta forma, a doutrina não-reencarnacionista separa definitivamente pais e filhos, maridos e esposas, que permanecem “condenados” ou sem esperanças de se reaverem. É a destruição total dos laços de família.
A filosofia reencarnacionista oferece uma visão menos sombria informando que todos os que se amam voltam a se reencontrar e, sobretudo, como foi dito, “nenhuma das ovelhas se perderá”.
As reencarnações nos ensejam a certeza não só do reencontro com nossos afetos, mas a segurança de que a felicidade futura será o destino de todas as criaturas. Há a solidificação e a ampliação dos laços de amor.
FONTE: Píres, J. Herculeno, “O HOMEM NOVO”, ed. Correio Fraterno
RECOMENDAÇÕES OPORTUNAS
“A prece é um caminho de luz, garantindo o intercâmbio do Céu com a Terra”.
Aura Celeste
“A prece é a força do Céu, ao nosso dispor, ajudando-nos a própria recuperação, com vistas à paz”.
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