sábado, 26 de outubro de 2013

Em busca do Divino / A Ciência em busca de Deus

       (Novas provas científicas mostram que os seres humanos foram projetados para acreditar em Deus)
Segundo Andrew Newberg, radiologista e uma das principais figuras da emergente ciência da neuroteologia, professor da Universidade da Pensilvânia, e Eugene d’Aquili, psiquiatra e antropólogo, a fabulosa “realidade superior” descrita pelos místicos pode ser real (... tão real quanto esta mesa; mais real, até); e a possibilidade de tal realidade não é incompatível com a ciência.

       Eles descrevem como as funções do cérebro podem produzir uma gama de experiências religiosas, desde as profundas epifanias dos santos até a silenciosa sensação de santidade experimentada por um devoto ao orar (ou meditar).

       No estudo do mapeamento cerebral de budistas tibetanos em meditação e freiras franciscanas imersas em prece contemplativa, as tomografias mostraram o fluxo sangüíneo - indicando níveis de atividade neural - no cérebro de cada indivíduo no momento em que este atingia intenso clímax religioso.

       No cérebro, sabe-se, uma porção do lóbulo parietal esquerdo, a área de associação e orientação, estabelece a fronteira entre o eu físico e o restante da existência, o universo, tarefa que requer contínuo fluxo de informações neurais, canalizadas pelos sentidos. As tomografias revelaram que, nos momentos de pique das preces e meditação, esse fluxo sofria drástica redução. Com a área de orientação privada das informações necessárias para separar o eu do mundo, o indivíduo, acreditam os cientistas, experimentaria uma sensação de percepção ilimitada, fundindo-se com o infinito.

      Parece que os cientistas capturaram instantâneos do cérebro próximo a um estado de transcendência mística - descrito pelas principais religiões (tradições) como uma das mais profundas experiências humanas. Os santos católicos se referiam a isso como “união mística com Deus”. São raras experiências, que exigem um bloqueio quase total da área de orientação.

      Os dois pesquisadores acreditam que bloqueios de graus mais reduzidos poderiam produzir uma gama de experiências mais brandas, mais usuais, como quando os devotos “se perdem” ou experimentam sensação de unidade em meio às orações. A pesquisa sugere que esses sentimentos têm origem, não na emoção ou no poder da sugestão, mas na “fiação” geneticamente estruturada do cérebro.

       Newberg explica que “não é possível simplesmente bloquear a existência de Deus com o pensamento, pois os sentimentos religiosos provêm muito mais da “experiência” do que do pensamento. Nascem num momento de conexão espiritual, tão real para o cérebro quanto qualquer percepção de uma realidade física “normal”.

       Após muito estudo e pesquisa, o autor do texto chega a afirmar que “uma experiência mística não é uma ascensão mágica a um céu distante, mas uma epifania silenciosa e pessoal e que o milagroso e o mundano são um só e o mesmo, e estão bem diante de nossos olhos; que, para os místicos, só podemos ver a realidade como ela é de fato quando deixamos o eu de lado durante a meditação.

       As tomografias sugerem que o cérebro talvez seja capaz de experimentar duas realidades: numa, a percepção alcança a mente pelo filtro do eu; na outra, o eu é afastado (meditação) e a percepção se amplia e se unifica. E a realidade é uma questão de grau: o que parece ser mais real é mais real. Para os místicos o estado transcendental é mais real.

       Segundo Einstein, “a mais bela experiência que podemos ter é a do misterioso. Este é a emoção fundamental e está no berço (na base) da verdadeira ciência. Quem não sabe disso e já não consegue se surpreender ou se maravilhar, está praticamente morto”. Esta opinião é, também, a de outros grandes cientistas, como Niels Bohr, Max Plank e Werner Heisenberg, que concluíram que, no universo racional, há espaço para maravilhas insuspeitadas.
(‘Seleções’ de abril/2002)
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 A CIÊNCIA EM BUSCA DE DEUS
       Novas tecnologias ajudam a desvendar a cadeia de reações provocadas no organismo durante uma prece (oração, meditação). Além de elevar a auto-estima, esse tipo de experiência aciona circuitos cerebrais responsáveis pela sensação de transcendência espiritual.

       “No momento mais sublime, tive uma sensação de paz interior e elevação espiritual. Havia uma consciência de Deus ao meu redor, um aquietar da mente. E um sentimento de plenitude, como se a presença do Criador estivesse permeando todo o meu ser”. (Relato de uma freira franciscana, após oração de 45 minutos).

      Este depoimento faz parte de um dos mais importantes estudos científicos já realizados sobre a relação Deus-mente humana. O trabalho, feito na Universidade da Pensilvânia, com tomógrafo de última geração, de 10 milhões de dólares, mostrou que o lobo parietal cerebral sofria bloqueio do fluxo contínuo de informações transmitidas pelos sentidos objetivos, durante as orações ou meditação.

      Essa área do cérebro é responsável por distinguir os limites entre o indivíduo e o mundo. Quando deixa de receber estímulos e pára, a pessoa sente-se parte do infinito e intimamente conectada com todos os seres e coisas do universo, disse Newberg, pesquisador. Esta descoberta está aproximando Deus da ciência, que foi sempre e tradicionalmente cética em relação a esses assuntos e que encarava, por exemplo, o espiritismo como uma das principais causas de doenças mentais.

       Segundo pesquisas cientificas recentes, sabe-se, hoje, que pessoas que cultivam alguma crença e praticam orações ou meditação vivem mais, estão menos sujeitas aos males da vida moderna, como o estresse, e recuperam-se mais rapidamente de cirurgias, entre outras coisas (ver as pesquisas sobre Meditação Transcendental, de Maharesh Maharish Yogi).

       Durante a prece ou oração (meditação), o lobo parietal cerebral vai se acalmando até ficar completamente inativo. Nesse momento tem-se a sensação de estar fundido com o universo. Segundo as pesquisas, o lobo frontal fica intensamente iluminado durante a prece. O lobo temporal central produz o êxtase, a alegria, a calma e outras sensações conhecidas na experiência religiosa.

       Cientistas começaram a levantar a hipótese de que algo maior seria a fonte desses fenômenos, não descartando a possibilidade de que a ocorrência do Big-Bang, que deu origem ao universo atual, poderia ter sido provocada por essa força maior e desconhecida, esse algo mais, que, sem sombra de dúvida, se confundiria com aquilo a que as religiões dão o nome de Deus.
(“Tudo”, dez/2002).
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