sábado, 4 de outubro de 2014

Conduta de Misericórdia

Este cavalheiro insolente, agressivo, que parece dominador, e que, tomando o caminho, investe contra os teus direitos, encontra-se gravemente enfermo, não tendo dimensão do mal que o consome.
Aquela dama, frívola e irreverente, que parece desejar submeter o mundo aos pés, assinalada pelo excesso de joias e tecidos caros, tem o coração dilacerado por terríveis frustrações, que não consegue superar.
Esse jovem rebelde, que desdenha as leis a assoma na tua senda com o cinismo afivelado à face, padece conflitos íntimos que o vergastam e aos quais não pode fugir.
Estoutro senhor, de cenho carrancudo a aspecto amargo, que não logra dissimular a arrogância de que se vê objeto, tem medo de ser conhecido pelas fraquezas morais que carrega interiormente.
Esta moça, quase despida, que exibe o corpo e a alma ao comércio da luxúria, invejada por uns e por outros malsinada, viva ralada pela carência de um amor verdadeiro que a dulcifique e felicite.
O rapaz que expõe o corpo, para o jogo exaustivo dos prazeres fáceis, símbolo e modelo de beleza, vive aturdido na timidez que o neurotiza, obrigado a uma exterionização que o aniquila a pouco e pouco.
*
No festival dos sorrisos humanos, no banquete dos triunfos sociais a na passarela da fama as criaturas não são o que demonstram, mas, sim, um simulacro do que não conseguem tornar-se.
É certo que há exceções, como não poderia deixar de ser, o que mais afirma a regra geral.
A pobreza andrajosa, a polidez da face de bom comportamento, a voz melíflua, suave, certamente não significam personalidades humildes e resignadas, a um passo do triunfo sobre as vicissitudes.
Muitas provêm de incontida revolta, de sentimentos desesperados, de vidas em estiolamento pela mágoa e pela rebeldia.
*
Por isto, não julgues ninguém pela aparência, ou melhor, não te arvores a julgamento algum com desconhecimento da causa reta.
Torna-te tolerante, embora sem conivir.
O problema de cada um, a cada qual pertence.
Sê um momento de esperança para quem te busque, ou uma oportunidade de renovação para quem te perturbe ou desafie, mantendo-te em paz contigo mesmo em qualquer situação.
*
Da mesma forma que o teu exterior não te reflete a realidade interna, os passantes pelo teu caminho, igualmente, vivem essa dicotomia de comportamento.
Jesus, que identificava a causa das aflições humanas e penetrava o âmago dos corações, por isto mesmo não julgava, não condenava, não desconsiderava ninguém.
Seguindo-Lhe o exemplo e exercendo misericórdia para com o teu próximo, quando, por tua vez, necessites de apoio, não te faltarão o socorro da compreensão e da amizade que alguém te dispensará.
FRANCO, Divaldo Pereira. Momentos de Coragem. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL.

* * * Estude Kardec * * *

Nenhum comentário:

Postar um comentário