sexta-feira, 27 de abril de 2018

11 - MISTÉRIO DA DIVINDADE


11 – O MISTÉRIO DA DIVINDADE
Será dado um dia ao homem compreender o mistério da Divindade?
“Quando não mais tiver o espírito obscurecido pela matéria. Quando,
pela sua perfeição, se houver aproximado de Deus, ele o verá e
compreenderá.”
(O LIVRO DOS ESPÍRITOS, questão 11)
O MISTÉRIO DA DIVINDADE
O mistério da Divindade está distante da compreensão humana, por faltarem ao homem sentidos para tal. As sequências misteriosas dos Espíritos a Deus são infinitas e os caminhos são igualmente sem fim. O crescimento da alma vai lhe dotando de poderes, de sorte a conhecer mais profundamente o mundo espiritual e as leis que governam toda a criação divina; todavia, essas leis são agentes movidos pela sua poderosa mente, que abrange toda a extensão Universal.
No estágio em que nos encontramos, encarnados e desencarnados, não devemos pensar em conhecer a intimidade de Deus. É, pois, querer saltar para o inconcebível, desrespeitando a harmonia da gradatividade, da sabedoria maior.
Alguns homens inexperientes afirmam que não existem mistérios para os espiritualistas. Como se enganam esses nossos irmãos! Quanto mais nos conhecemos, mais sabemos que nada sabemos, em se falando das dimensões que se escondem nas dobras da escala evolutiva e nos segredos da Divindade.
Os que dizem conhecer tudo, nada sabem; são pseudosábios diante da sabedoria maior e lhes falta humildade e as primeiras chaves do conhecimento das regras de viver em harmonia consigo mesmo. Certamente que é o orgulho se movendo em seus sentimentos e a vaidade egoísta iludindo seus corações.
Quando Allan Kardec, em O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, afirma que “fora da caridade não há salvação”, está nos mostrando que o ambiente da benevolência prepara e nos ajuda a despertar os talentos internos, de maneira a observarmos outras nuances das leis que até então não tenhamos percebido.
A caridade, em todas as suas feições, é força divina no divino aprendizado de todos os Espíritos. É luz nas mãos de quem deseja ser iluminado, é chave que abre muitas portas do saber, porque a caridade é, por excelência, Amor. Quem quiser conhecer mais um pouco dos mistérios de Deus, que faça e viva a caridade, que ela dotará esse trabalho de poderes para essa visão interna, de sentidos apropriados para compreender os efeitos das leis divinas.
Outra coisa valiosa que recomendamos para todas as criaturas é o exercício da oração. Não devemos esquecer a prece em todas as circunstâncias. Ela desata e desenvolve os fios dos pensamentos, impulsionando-os em todas as direções, de acordo com os sentimentos que os geraram, tem a capacidade de recolher os frutos na mesma dimensão em que foram emitidos. Nós somos mundos com imensuráveis qualidades a se desenvolverem, dependendo do que quisermos fazer delas, do nosso esforço e fé nas nossas realizações para o bem próprio e da coletividade.
Se estás em busca de mistérios que muito te atraem, na verdade te dizemos que existem muitos mistérios no mundo íntimo de cada criatura e eis aí a grande oportunidade de estudarmos a nós mesmos e nos deliciarmos com os nossos tesouros íntimos. O amor é qual um sol que se divide em variadas virtudes. Vamos observar esse fenômeno maior dentro de nós, com honestidade nas boas obras, que os véus vão caindo em sequências que suportamos e a serenidade dominar-nos-á a consciência. Esses são os mistérios menores, representando uma universidade onde deveremos permanecer por um tempo que não podemos determinar.
Despertemos para esse trabalho louvável e dignificante, de nos conhecermos a nós mesmos, porque conhecer a Divindade como pretendemos somente será possível depois que nos tornarmos Espíritos divinos, e, mesmo assim, vamos encontrar em nossos caminhos de luz, mistérios e mais mistérios a desvendar, o que haveremos de fazer com amor e alegria espiritual.
Que Deus nos abençoe nesta jornada infinita do acordar para a Luz!
Filosofia Espírita – Volume I
João Nunes Maia / Espírito Miramez

sexta-feira, 6 de abril de 2018

Uma Luz na Escuridão


UMA LUZ NA ESCURIDÃO
Havia um rapaz que possuía um dom especial. De vez em quando ele conseguia se desprender do seu corpo físico e, em espírito, visitar outros locais. Ele se deslocava com seu corpo espiritual a distâncias consideráveis, utilizando apenas a força do pensamento. No entanto, esse dom era utilizado de uma forma positiva; assim que saía do corpo, ele percorria locais onde as pessoas precisassem dele, e assim fazia o bem.

Certo dia, ele visitou um local que muitos poderiam chamar de “inferno”. Neste submundo encontravam-se espíritos errantes, viciados, apegados, raivosos, perturbados e ignorantes. Havia muita desgraça, fome, desespero, dor, sofrimento, conflitos e medo. Tratava-se de uma zona inferior para onde eram atraídas muitas almas endividas com o plano divino.

Tudo era escuro, cálido, lamacento, asqueroso e feio. Vez por outra ouviam-se gritos de terror e desespero. A atmosfera era pesada, densa e hostil. Era possível ver as almas presas a lama, correndo, caídas no chão, sujas, maltrapilhas, sangrando, falando sozinhas ou ofendendo umas as outras. Uma visão aterradora de um local imerso em profundo sofrimento. Esse espaço interminável de trevas representava todo o clima negativo que permeia o nosso mundo.

O rapaz estava ali, mais uma vez, para tentar ajudar as almas em intenso sofrimento. Ele caminhava pelo “vale da sombra e da morte” e escolhia um e outro espírito que estivesse mais apto a ser socorrido. Num certo momento, percebeu um homem diferente. Estava limpo, caminhando tranquilamente e com olhar sereno.

O rapaz se aproximou deste homem que destoava do todo aquele entorno de escuridão. Chamou-o e perguntou o que fazia ali. O homem abriu sua camisa e, subitamente, uma luz branca e dourada se irradiou pelo ambiente, obrigando todas as almas próximas a fecharem os olhos por não suportarem aquele forte clarão repentino. O homem se surpreendeu com tamanha luminosidade e perguntou:

– Quem é você?

– Sou o Anjo Gabriel – disse o homem.

O rapaz se surpreendeu muito com a resposta. No entanto, ele sabia que alguém com toda aquela iluminação espiritual seria incapaz de mentir. O rapaz então disse:

– Senhor, vejo que estás aqui, neste vale sombrio de intensas trevas. Mas aqui não é um lugar apropriado a um ser de tanta luz e bondade. O senhor não deveria estar nas regiões celestes?

O anjo respondeu:

– Não… É exatamente aqui, neste local de erro, trevas e destruição, onde mais precisam de mim. É justamente onde há escuridão que um anjo deve levar a sua luz.

Autor: Hugo Lapa

quarta-feira, 4 de abril de 2018

Psicografia - Suicídio


PSICOGRAFIA – SUICÍDIO
No último instante me arrependi e pensei em voltar atrás, mas já estava feito.
Fui longe demais, à beira do precipício cedeu com o peso do meu corpo, meu pé falseou e meu corpo se foi estatelando-se nas pedras lá embaixo.

Não havia desculpas. Eu tinha ido até lá com o firme propósito de tirar minha própria vida.

Hoje sei que não existe razão que justifique tal ato e não ouso dizer aqui o motivo fútil que me levou a tamanho desespero, tal a vergonha que me causa. Todo o arrependimento que senti momentos após o tresloucado ato não aliviou, até hoje, a responsabilidade pelo que fiz.

A morte foi instantânea e instantânea foi a dor de cabeça, que me acompanharia por anos a fio, resultado de um crânio rachado e de um pescoço quebrado. Fui arremessada a densa esfera, onde se arrastavam outros infelizes como eu.

Os gritos e lamentações de minha mãe, que chorou minha morte e por muito tempo carregou dentro de si a incompreensão e o sentimento de culpa por minha estupidez só ampliavam o meu penar, meu remorso, e a escuridão que se tornou a minha nova vida. Nunca vi a luz do sol durante todo o tempo que vivi no umbral. Era apenas frio e sombras, num local povoado por seres horripilantes que ficavam todo o tempo a me molestar e a escarnecer da minha deplorável situação.

Por tudo isto não me sentia em condições de alinhar meus pensamentos. Simplesmente não conseguia ordenar as ideias ou focar em algo positivo por um instante sequer. Não era capaz de lembrar ou de recitar um trecho de uma simples oração.

Quando por fim consegui balbuciar algumas palavras do Pai Nosso, um ser envolto em tênue luz branca surgiu em minha frente e me estendeu a mão. Não sei como fui levado dali e despertei num leito de hospital.

Lá, naquele lugar abençoado, minha mãe estava postada ao lado da cabeceira da cama, velando-me amorosamente. Um turbilhão de emoções me passou pela cabeça e apertou meu coração.

Durante o tempo que fiquei a vagar pelo umbral, minha mãe completou seu ciclo de vida na Terra e desencarnou, já idosa, rodeada por minhas irmãs e por seus netos. Tudo isto absorvi de sua mente, quando nossos olhares se encontraram.

E eu tinha diante de mim uma mulher novamente jovem, exatamente da forma que eu me lembrava. Uma mulher que superou a dor da perda precoce e sem sentido de sua filha, viveu sua vida e, já no mundo espiritual, esperou pacientemente que esta filha recobrasse algum juízo e reunisse as condições vibratórias mínimas para ser resgatada.

E, quando a hora chegou, lá estava ela, pronta para agir em meu benefício, com a graça de Deus e o amparo bendito dos trabalhadores do Cristo.

Trago aqui meu testemunho para reafirmar o que a Espiritualidade vem a muito tempo dizendo: só Deus sabe a hora que cada um de nós deve deixar este mundo. Abreviar a própria vida não nos livra dos sentimentos e dos problemas que nos levaram a tal ato. Isto somente agrava a situação, ampliando nossas dívidas perante nossa consciência.

Vivam em paz e enfrentem seus problemas com coragem. Eles nada mais são do que oportunidades de aprendizado e crescimento.

Somos seres eternos, já vivemos inúmeras encarnações e outras virão, até que nos livremos de nossas próprias deficiências.

Ivani.
Desencarnei por minhas próprias mãos aos 16 anos e hoje preparo-me para o retorno a Terra para os devidos ajustes.
Psicografado por: Cleber P. Campos
Fonte: Whatzapp

segunda-feira, 2 de abril de 2018

A Indulgência


A INDULGÊNCIA
16. Espíritas, queremos falar-vos hoje da indulgência, sentimento doce e fraternal que todo homem deve alimentar para com seus irmãos, mas do qual bem poucos fazem uso.
A indulgência não vê os defeitos de outrem, ou, se os vê, evita falar deles, divulga-los.
Ao contrário, oculta-os, a fim de que se não tornem conhecidos senão dela unicamente, e, se a malevolência os descobre, tem sempre pronta uma escusa para eles, escusa plausível, séria, não das que, com aparência de atenuar a falta, mais a evidenciam com pérfida intenção.
A indulgência jamais se ocupa com os maus atos de outrem, a menos que seja para prestar um serviço; mas, mesmo neste caso, tem o cuidado de os atenuar tanto quanto possível. Não faz observações chocantes, não tem nos lábios censuras; apenas conselhos e, as mais das vezes, velados. Quando criticais, que consequência se há de tirar das vossas palavras? A de que não tereis feito o que reprovais, visto que, estais a censurar; que valeis mais do que o culpado. Ó homens! Quando será que julgareis os vossos próprios corações, os vossos próprios pensamentos, os vossos próprios atos, sem vos ocupardes com o que fazem vossos irmãos? Quando só tereis olhares severos sobre vós mesmos? Sede, pois, severos para convosco, indulgentes para com os outros.
Lembrai-vos daquele que julga em última instância, que vê os pensamentos íntimos de cada coração e que, por conseguinte, desculpa muitas vezes as faltas que censurais, ou condena o que relevais, porque conhece o móvel de todos os atos.
Lembrai-vos de que vós, que clamais em altas vozes: anátema! Tereis, quiçá, cometido faltas mais graves.
Sede indulgentes, meus amigos, porquanto a indulgência atrai, acalma, ergue, ao passo que o rigor desanima, afasta e irrita. – José, Espírito protetor.
(Bordéus, 1863)
O Evangelho Segundo o Espiritismo
Capítulo X- Bem Aventurados os que são Misericordiosos

Apoio no Lar


APOIO NO LAR
Com relação ao suicídio indireto, conhecemos de perto os companheiros que enveredam no excesso de drogas psicoativas.
Não se acham eles circunscritos aos resultados do abuso de substâncias químicas psicoalteradoras que os marginalizam em sofrimentos desnecessários.
Se atravessam as barreiras da desencarnação em semelhante desequilíbrio, conservam no corpo espiritual os estigmas da prática indébita que os levou à degeneração dos seus próprios centros de força.
E podemos afirmar que não atingem o Mais Além na condição de trabalhadores que alcançaram o fim do dia, agradecendo a pausa de descanso e sim na posição de trânsfugas de sanatórios em que lhes cabia assistência mais longa.
Alucinados e dependentes das drogas que não souberam respeitar, demoram-se em regimes de reajuste e, quando recobram a própria harmonia, reconhecem-se dilapidados por si mesmos nos mecanismos e estruturas do veículo espiritual, preparando-se para reencarnações difíceis em que o berço terrestre lhes servirá de cela hospitalar.
Este é o quadro que se nos oferece hoje na Terra quase como sendo catástrofe mundial nos dois lados da vida humana.
Todos sabemos disso e todos estamos procurando os melhores meios de erradicar a calamidade: - preceitos de justiça que controlem com segurança o fornecimento de psicotrópicos; apelos à medicina para que se lhes dificulte a indicação; combate às plantações de vegetais determinados, quando estas plantações lhes facultam a origem; ou restrições legais ao fabrico de semelhantes agentes para que se lhes reduzam as facilidades de acesso.
Entretanto, lembramos ainda um ingrediente que pode e deve ser chamado à defesa geral contra a expansão do hábito pernicioso que se vai transformando atualmente em pandemia: - o apoio no lar aos corações fatigados ante as provas e desafios do cotidiano.
A vivência da compreensão fraterna, que assegura o socorro incansável da tolerância construtiva é o antídoto da solidão e da fuga através das quais milhares de criaturas estão encontrando o processo obsessivo e o desequilíbrio, a enfermidade e a morte.
Através da abnegação e da renúncia, usa o entendimento e a bondade, garantindo, quanto possível, a tranquilidade e a segurança dos seres que te forem confiados e estarás vacinando o teu próprio ambiente contra as manifestações de quaisquer forças negativas.
Não precisamos conceituar aqui os estragos e arrasamentos de natureza psicológica, decorrentes da inconformação e da violência nos grupos sociais ou domésticos a que nos vinculamos. 
Serve e perdoa, socorre e ajuda sempre entre as paredes do lar, sustentando o equilíbrio dos corações que se te associam à existência e se te interessas realmente no combate ao suicídio e à deserção, reconhecerás os prodígios que se obtêm dos pequenos sacrifícios em casa por bases da terapêutica do amor.
Pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Caminhos de Volta, Médium: Francisco Cândido Xavier.

Parabéns ao Eterno Aniversariante


PARABÉNS AO ETERNO ANIVERSARIANTE
02 de abril:
Nosso aniversariante!
Chico Xavier, médium maior e Apóstolo do Brasil
Quem é esse homem que:
Doente, deu saúde a incontável número de pessoas.
Pobre de bens materiais, consolou numerosos ricos.
Rico de bens espirituais, jamais esqueceu os pobres.
Sem poder humano, orientou e consolou poderosos.
Sem dinheiro, enriqueceu o século em que nasceu.
Sem títulos acadêmicos, apenas com a quarta série fundamental, foi coautor de verdadeira enciclopédia, versando os mais variados temas sobre ciência, filosofia e religião.
Apagando-se, ele iluminou nossos caminhos.
Esse homem não consegue mais falar sobre o Cristo, sem se emocionar até as lágrimas.
Seu nome é Chico, o nosso Chico, um homem feito só de amor.
Fonte: Whatzapp

domingo, 1 de abril de 2018

Visão Espírita de uma Sopa Fraterna


VISÃO ESPÍRITA DE UMA SOPA FRATERNA
Saímos do sanatório depois de trabalhos intensos. Nosso companheiro Ildeu nos falou animado:
- Depois de trabalho cansativo, nada melhor que restaurar nossas forças dentro de outro trabalho. Daí surgiu-nos a ideia de irmos ao trabalho da sopa fraterna.
Podemos garantir que camos deslumbrados quando atingimos a área do dito trabalho. Como um pequeno sol, brilhava a grande área que circundava o recinto. O pequeno foco de luz, ao invés de se atirar para baixo, ia ganhando alturas. Melodias de estranha singeleza encantavam-nos. Ficamos sensibilizados; tudo parecia amor, paz enfim na Terra.
Entramos acanhados. O dirigente responsável pela sopa, no plano dos espíritos, era Mariano que nos recebeu com satisfação, vindo ao nosso encontro sorridente e, vendo o nosso espanto diante do ambiente tão puro no orbe terráqueo, nos dirigiu a palavra carinhosamente:
- Sejam bem-vindos ao restaurante de Jesus, onde o cardápio nos aponta o amor como prato favorito da casa!
A palavra de Mariano nos deixou descontraídos e, daí por diante, sentimo-nos como componentes da tarefa tão valiosa.
Os irmãos desencarnados eram em número bem maior que os encarnados, mas admirávamos o bom comportamento de todos. A qualidade do ambiente não permitia que espíritos, por mais brincalhões que fossem, conseguissem penetrar na mente dos nossos irmãos encarnados com suas rusgas e seus dissabores, porque ali se misturava a boa vontade com amor; cada um buscando dar algo de si sem concorrência de ser melhor do que o outro; todos trabalhavam com a mesma intenção: servir sem ser bajulado, sem ser querido, sem recompensas inferiores.
Muitos desencarnados se abeiravam do fogão aceso para agradecer em prece aquelas mãos ainda no corpo da carne, trabalhando para mais tarde ofertar a sopa da amizade.
Eram companheiros que tinham ali familiares encarnados, usufruindo daquela alimentação que trazia como símbolo a imagem viva de Jesus dizendo que agradeceria sempre àqueles que fizessem algo por alguém, lembrando que era à Ele que estariam fazendo.
Emoção, ternura, encanto, enm, estávamos nos refazendo naquele ambiente onde, por mais que quiséssemos dar, só poderíamos receber.
- Críticas vêm de todos os lados, Adelino: muitos não aceitam esta comunhão que fazemos através da sopa amiga, alegando que tratamos de incentivar os outros a preguiça a ao comodismo, mas não é isso que vemos. Aqui aprendemos a aumentar o nosso número familiar, são irmãos que vão chegando e entrando em nossos corações para sempre.
Do mesmo modo que os encarnados recebem as nossas mensagens e nos pedem a presença, nós pedimos a presença deles quando nos cativam com a mensagem do trabalho que beneficia. Esta sopa é a comunhão das almas que aqui se encontram, unindo-se e fortificando-se.
Mariano, de uma bondade a toda prova, continuou:
- Companheiros, vou deixá-los por alguns minutos, fiquem à vontade porque a casa é de Jesus, é porque ela é de todos!
Daí a pouco fomos convidados a entrar até a cozinha, onde um aparelho muito parecido com o vosso exaustor puxava o vapor que ia subindo, formando um líquido de espessura mais firme que o gás liquefeito e passava por diversos filtros do aparelho até ganhar a torneira que, aberta, deixava cair sobre copo limpo, o líquido amarelo que nos era oferecido. Bebemos e, podem acreditar, sentimos o gosto da sopa e logo após estávamos nos sentindo como se estivéssemos ingerindo fortificante de ação imediata.
Após desfrutarmos do líquido precioso da sopa, Ildeu advertiu:
- Adelino, precisamos procurar Mariano e ofertar-lhe nossas mãos para o trabalho.
- Tens razão, vamos até o galpão, lá o encontraremos.
Quando saímos à porta da pequena cozinha, a nossa alegria foi aumentada, estava a poucos metros de nós a figura sempre benfazeja de Eurípedes.
Mariano, com o sorriso costumeiro, veio até nós e disse:
- Como estão se sentindo? Maravilhosamente, respondeu Ildeu, tomando a palavra, - depois de tomarmos o líquido restaurador feito por mãos generosas, não podíamos, de forma alguma, estar melhor.
Enquanto Ildeu continuava a palestra com Mariano, meus olhos vigiavam atentos a figura de Eurípedes. Naquele instante, o profeta de Sacramento abraçava carinhosamente uma companheira que começava a servir o primeiro prato de sopa. Cheguei bem perto com a cautela de não ser notado. O sorriso da irmã aumentava conforme Eurípedes lhe abraçava, quando o ouvi dizer baixinho:
- Deus te abençoe, e beijou a destra da irmã de boa vontade.
Um jato de luz brilhante envolvia a figura encarnada e do dito mentor.
Afastei-me sem coragem de cumprimentá-lo e voltei até Mariano.
- Como é Adelino, disse-me o bondoso artista da caridade, vamos fazer nossa parte? Os encarnados já estão na ativa. Vamos lá, disse lldeu, animadamente, quanto mais trabalho, mais chance de usufruir novamente deste contato amigo e desta deliciosa sopa.
- Mariano, tomei a liberdade, será que poderei trocar algumas palavras com Eurípedes?
- Poderá sim, Adelino, mas depois que fizermos a nossa tarefa; meu sobrinho, sistematicamente, gosta de trabalhar dentro da harmonia do silêncio e eu não vou contrariá-lo. Mais tarde conversaremos com ele. Vamos à batalha?
Começamos a ajudar a equipe de espíritos que trabalhavam junto aos nossos amigos encarnados. Vocês nem podem imaginar o trabalho que dá uma sopa para os espíritos que são destinados à tarefa da mesma. Imaginamos um trabalho de desobsessão, o trabalho de passes, a uidificação da água, as inspirações nas palestras edificantes, multipliquem isto por mais alguma coisa e chegarão mais ou menos a conclusão do que seja um trabalho deste teor.
Não queremos dizer que os trabalhos citados sejam de menos importância, jogados a coisas secundárias, mas o trabalho da sopa é “convivência direta com Jesus”, é a caridade lógica; você consegue se pôr nas condições dos outros, consegue por alguns minutos sentir a pureza da vida que levaram os grandes apóstolos junto ao povo oprimido da época.
É a sensação de sermos muitos, dentro de um somente.
O aparelho, conhecido por nós como “eletroponto”, indicava o índice de aproveitamento de cada um na tarefa da sopa. As radiofotos já eram encaminhadas junto a outros documentos a serem enviados ao arquivo dos planos superiores. Estas radiofotos eram pedidos e necessidades encontradas para os que pediam urgência de solução.
Chegávamos ao final do trabalho abençoado da sopa; Mariano reuniu-se à porta da pequena cozinha para que acompanhássemos a prece que iriam proferir nossos irmãos encarnados.
Eurípedes, ainda em silencio absoluto, abeirou-se de nós, cumprimentando-nos apenas com o aceno da cabeça. A prece, feita pelo irmão encarnado, era de agradecimento a Jesus pela oportunidade do trabalho e nos tocava o sentimento numa profundeza que chegava a nos emocionar.
Final do trabalho: alegria, despedidas, abraços entre os nossos amigos, no campo da batalha material. A hora era de grande emoção para mim e Ildeu; esperávamos a ordem de Mariano para podermos ouvir a voz da figura tão falada e discutida de Eurípedes. Mariano pedia que continuássemos em silencio, para que toda a área que circundava a casa da sopa fosse inspecionada para que nossos amigos trabalhadores regressassem ao lar sem atritos com o plano dos desequilibrados. Após alguns minutos, Mariano nos acordava do sono profundo da prece que nos levava a campos diferentes.
Viva Jesus! Disse o bondoso amigo.
Daí por diante os abraços partiram de nós e começávamos a trocar ideias, esperançosos de ouvir a manifestação de Eurípedes. O apóstolo de Sacramento abraçou Mariano e disse convicto:
- Deste trabalho nasce mais uma esperança na arrancada para a felicidade de todos, pois aqui, confraternizamos encarnados e desencarnados. Encontramos entre abraços, o sentido da verdadeira amizade que nos une. Pelo trabalho que explode a mina do orgulho que está dentro de nós e abre uma vala, onde a chama do amor forma o vulcão do desafio, pois o Cristo não veio trazer a paz e sim a espada.
Dentro de um trabalho como este começamos a guerra, o conflito contra a usura, a preguiça e o esquecimento do dever.
Aqui, nesta Casa Fraterna encontramos a simplicidade do bom cristão, a sabedoria daquele que sabe doar. Doar o tempo, doar amor, servir sem esperar um busto em praça pública, servir pensando em servir mais.
Notei que Ildeu estava encantado e, sinceramente, não conseguia falar nada; queria perguntar, queria saber mais alguma coisa, mas a coragem de interrompê-lo lhe faltava. Eurípedes continuou:
- Amigos, nunca nos esqueçamos de dar nosso apoio aos amigos que ainda usam o vestuário da carne em trabalho de tão grande alcance espiritual como este. Aqui nada trouxemos, daqui levaremos algo precioso para ser arquivado em planos mais altos. Trabalho e perseverança no bem é a meta. Vamos pedir a Deus que estes companheiros não abandonam esta tarefa de servir, porque são poucos os que já acordaram dos sonhos e das ilusões passageiras. Quanto tempo? Quantos séculos apanhamos? Não sabemos, mas de tanto apanhar, um dia acordaremos para a realidade da Vida Eterna. Jesus está nos convidando para sua grande festa e nós vamos perder o banquete. A festa é de trabalho e compreensão. Jesus está conosco, não vacilemos. Ele nos espera e tem pressa que cheguemos a Ele.
Após pequena pausa. Eurípedes dirigiu-nos a palavra:
- Perdoem-me se não vim cumprimentá-los antes, é que gosto de trabalhar com o silêncio. Ele costuma nos dizer muita coisa. Jesus abençoe a todos vocês e quando houver outras festas como esta, nós nos encontraremos. Adeus, e vão com alegria procurando mais serviço.
Ildeu olhou-me, agradeceu a Mariano, pegou-me pela mão e disse-me:
- Adelino, acorde, a festa acabou, é hora de irmos, precisamos pegar, o mais rápido possível, outras tarefas que nos trarão mais alegrias como estas.
Adelino D. 'Carvalho
Página recebida pelo Médium Celso de Almeida Afonso, no Departamento de Assistência Social “Mariano da Cunha Junior”, do Centro Espírita Aurélio Agostinho, no dia 12-06-79, em Uberaba – MG

Significado da Passagem na Páscoa


SIGNIFICADO DA PASSAGEM NA PÁSCOA
Pessach ......em hebraico, quer dizer passagem. ........
A passagem, no rio, de uma margem à outra margem, .......
a passagem de um pensamento a outro pensamento, ........
a passagem de um estado de consciência a outro estado de consciência........
De um modo de vida a um outro modo de vida........
Somos passageiros!!
A vida é uma ponte e, ....... como diziam os antigos, .......não se constrói sua casa sobre uma ponte........
Temos que manter ao tempo, as duas margens do rio, .......
a matéria e o espírito, ........
o céu e a terra, .......
o masculino e o feminino, .......
e fazer a ponte entre estas nossas diferentes partes, sabendo do caráter impermanente da existência.
A grande PÁSCOA é a passagem da escravidão para a Liberdade........
É a abertura do coração humano ao coração divino, ........
é a passagem desta vida mortal para a imortalidade. ........
Somos seres em travessia.  .......
Esta palavra é verdadeiramente um convite para continuarmos nosso caminho a partir do lugar onde algumas vezes paramos.  O que diminui o fluxo da vida em nós?
O que impede o amor e o perdão?
Onde se localiza o medo dentro de nós? 
Passemos com toda a luz que pudermos levar, .......
 em direção à Terra que nos foi prometida!"
Jean-Yves Leloup (do mural da Gena Teresa)
Fonte: Whatzapp