quarta-feira, 4 de abril de 2018

Psicografia - Suicídio


PSICOGRAFIA – SUICÍDIO
No último instante me arrependi e pensei em voltar atrás, mas já estava feito.
Fui longe demais, à beira do precipício cedeu com o peso do meu corpo, meu pé falseou e meu corpo se foi estatelando-se nas pedras lá embaixo.

Não havia desculpas. Eu tinha ido até lá com o firme propósito de tirar minha própria vida.

Hoje sei que não existe razão que justifique tal ato e não ouso dizer aqui o motivo fútil que me levou a tamanho desespero, tal a vergonha que me causa. Todo o arrependimento que senti momentos após o tresloucado ato não aliviou, até hoje, a responsabilidade pelo que fiz.

A morte foi instantânea e instantânea foi a dor de cabeça, que me acompanharia por anos a fio, resultado de um crânio rachado e de um pescoço quebrado. Fui arremessada a densa esfera, onde se arrastavam outros infelizes como eu.

Os gritos e lamentações de minha mãe, que chorou minha morte e por muito tempo carregou dentro de si a incompreensão e o sentimento de culpa por minha estupidez só ampliavam o meu penar, meu remorso, e a escuridão que se tornou a minha nova vida. Nunca vi a luz do sol durante todo o tempo que vivi no umbral. Era apenas frio e sombras, num local povoado por seres horripilantes que ficavam todo o tempo a me molestar e a escarnecer da minha deplorável situação.

Por tudo isto não me sentia em condições de alinhar meus pensamentos. Simplesmente não conseguia ordenar as ideias ou focar em algo positivo por um instante sequer. Não era capaz de lembrar ou de recitar um trecho de uma simples oração.

Quando por fim consegui balbuciar algumas palavras do Pai Nosso, um ser envolto em tênue luz branca surgiu em minha frente e me estendeu a mão. Não sei como fui levado dali e despertei num leito de hospital.

Lá, naquele lugar abençoado, minha mãe estava postada ao lado da cabeceira da cama, velando-me amorosamente. Um turbilhão de emoções me passou pela cabeça e apertou meu coração.

Durante o tempo que fiquei a vagar pelo umbral, minha mãe completou seu ciclo de vida na Terra e desencarnou, já idosa, rodeada por minhas irmãs e por seus netos. Tudo isto absorvi de sua mente, quando nossos olhares se encontraram.

E eu tinha diante de mim uma mulher novamente jovem, exatamente da forma que eu me lembrava. Uma mulher que superou a dor da perda precoce e sem sentido de sua filha, viveu sua vida e, já no mundo espiritual, esperou pacientemente que esta filha recobrasse algum juízo e reunisse as condições vibratórias mínimas para ser resgatada.

E, quando a hora chegou, lá estava ela, pronta para agir em meu benefício, com a graça de Deus e o amparo bendito dos trabalhadores do Cristo.

Trago aqui meu testemunho para reafirmar o que a Espiritualidade vem a muito tempo dizendo: só Deus sabe a hora que cada um de nós deve deixar este mundo. Abreviar a própria vida não nos livra dos sentimentos e dos problemas que nos levaram a tal ato. Isto somente agrava a situação, ampliando nossas dívidas perante nossa consciência.

Vivam em paz e enfrentem seus problemas com coragem. Eles nada mais são do que oportunidades de aprendizado e crescimento.

Somos seres eternos, já vivemos inúmeras encarnações e outras virão, até que nos livremos de nossas próprias deficiências.

Ivani.
Desencarnei por minhas próprias mãos aos 16 anos e hoje preparo-me para o retorno a Terra para os devidos ajustes.
Psicografado por: Cleber P. Campos
Fonte: Whatzapp

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