sábado, 30 de julho de 2011

Assim Seja Feito a Vossa Vontade


O mundo foi construído com amor
para sustentar a esperança e a fé
de um povo que escolheu
seu caminho em busca da paz...

Deus que é pura misericórdia,
concedeu o livre arbítrio
para seus filhos seguirem
seus destino, para a gloria senhor...

O amor que Jesus ensinou, é a base
de nossas vidas e o milagre do templo
vivo do coração que aceitou o mestre
com os olhos cheios de lagrimas...

A fé e as orações, ensinam aos seus filhos
a doutrina da vida que se sacrifica
abandonando o apego pelo mundo,
para viver no silencio da sabedoria...

Quando o coração cheio de fé, busca seus
desejos, encontra anjos no universo
se unindo com suas orações para
abençoar o assim seja feita a vossa vontade...

Aleluia e glória a Deus nas alturas, pelo
sonho que encontrou forças na fé
para viver um milagre que cuida da vida.
Como Jesus cuidou e cuida de seus seguidores...

A bengala que apóia a vida, é o corpo
de um templo que se une com os desejos
de Deus, de ver seus filhos doando
o amor em um ato de fé...

Deus deseja o amor se espalhando pela vida,
como uma floresta se espalha com a ajuda
dos pássaros, que levam  sementes pela terra.
A oração é igual a uma semente que leva
esperança, espalhando a fé pela a humanidade...
Rogerio Miranda
poeta da paz

sexta-feira, 29 de julho de 2011

O dócil jumentinho

 
Francisco de Assis, ao se fazer o portador da mensagem do Cristo, em plena Idade Média, estabeleceu para si mesmo regras extremamente rígidas.
Seu objetivo não era fundar uma Ordem religiosa. Ele desejava simplesmente servir ao próximo.
Necessitando ter liberação do Vaticano para que pudesse pregar nas igrejas e nas estradas do mundo, Francisco se submete à exigência e funda uma Ordem.
As regras que estabeleceu eram severas, onde, entre outras coisas, não era permitido usufruir senão do estritamente necessário.
E, se ele criou as regras, era o primeiro a segui-las. Seu quarto parecia uma cela, sem conforto algum.
Para cobrir o corpo, ele usava um tecido áspero, em forma de túnica, com uma corda na cintura, à guisa de cinto.
O tecido era o desprezado pelos mercadores da cidade de Assis, pois era aquele usado como embalagem das fazendas, sedas e veludos que adquiriam para o comércio.
Para as refeições, Francisco era extremamente frugal, alimentando-se um pouco menos que o necessário. Até mesmo porque pensava sempre nos outros, antes que em si mesmo e nas suas necessidades e satisfações pessoais.
Certo dia, estando a meditar, compareceu Frei Leão, um de seus mais próximos companheiros. Ele dizia que tinha um problema e desejava o auxílio de Francisco para a solução.
Pai Francisco, começou, eu conheço uma pessoa que tem um jumentinho. Ele é muito frágil, magro, doente.
Apesar disso, seu dono não o alimenta bem e exige muito dele.
Ele monta no animal e exige ser carregado? Perguntou Francisco.
Sim, pai Francisco. O pobre animal mal se aguenta em pé e o dono lhe exige isso e muito mais. Não tem piedade para com ele. Diga-me, que devo dizer a esse homem?
Francisco era conhecido por amar os animais. Mais de uma vez, em descobrindo que alguém apanhara uma lebre em armadilha, ele a comprava para a libertar.
Em festividades religiosas, jamais esquecia que os animais deveriam ser brindados com rações extras. Fossem animais domésticos ou os pássaros livres, que enchiam os ares.
Então, respondeu a Frei Leão:
Que maldade! Pois traga-me esse homem e eu falarei com ele. Dir-lhe-ei como se deve tratar os animais.
Frei leão docemente, esclareceu:
Pai Francisco, é você o dono do jumentinho. Seu corpo é o jumentinho que o leva a todo lugar e não está sendo bem tratado.
Embora hierarquicamente ele fosse o superior, o líder de todo o grupo, humildemente, respondeu Francisco:
Verdade, Frei Leão? Eu faço isso com meu corpo? Trato-o tão mal assim?
E, ante a afirmação do companheiro, Francisco ali mesmo se ajoelhou e orou:
Meu doce jumentinho, me perdoe. Nem percebi que estava a tratar tão mal a você, de quem dependo para realizar minha obra.
Perdoe-me. Terei mais cuidado, daqui em diante.
*   *   *
A narrativa nos leva a nos perguntarmos: Estamos tratando bem nosso corpo?
Tem sido adequada a alimentação? Temos lhe permitido o repouso devido e temos atendido às suas dores?
Pensemos nisso: nosso doce jumentinho é nosso instrumento de trabalho na Terra. Amemo-lo. Atendamo-lo.
Redação do Momento Espírita - 04.10.2010

quinta-feira, 28 de julho de 2011

A MORTE DO CORPO
A morte do corpo físico apavora muitas pessoas. Deixa sem consolo e desesperados os seguidores das muitas religiões que não dão uma idéia raciocinada sobre ela. É comum vermos pessoas chorarem e sofrerem com a morte de parentes e amigos. É freqüente escutarmos que aquele que se foi era necessário ao mundo e que lhes fará falta.

O Espiritismo, com discernimento, ensina-nos que a vida continua; que estamos encarnados temporariamente e que quem é amado é útil em qualquer lugar.

Nota-se muita diferença num enterro entre aqueles que têm essa crença e a entendem e os que não a têm. Os que não entendem exprimem medo e depressão; aqueles que crêem demonstram compreensão. Nós, espíritas, desejamos aos desencarnados paz e que se acostumem logo ao novo plano onde estão.

O entendimento que a Doutrina Espírita nos dá muda nossa atitude perante a morte do corpo. Ela não é o fim; é somente uma passagem desta vida à outra, mostrando como é enganoso o modo de pensar de muitos: que os desencarnados estão separados para sempre dos que ficam. Não há separação com a desencarnação, apenas há uma ausência física.

O Espiritismo ensina que não devemos de modo algum esquecer os desencarnados que amamos, mas que devemos ser cuidadosos so pensar neles, porque as vibrações de desespero e sofrimento dos encarnados chegam àqueles que mudaram do plano físico para o espiritual afligindo-os. Devemos tomar uma atitude isenta de egoísmo, esforçando-nos para não deixar a dor da aparente separação nos entristecer ou desesperar. Não devemos nos lembrar deles com tristeza e sofrimento. Oremos desejando-lhes paz, harmonia e felicidade. Assim, estaremos ajudando os que nos são caros, os que deixaram o corpo carnal e continuam vivos!

Pelo Espírito: ANTÔNIO CARLOS
Psicografia: VERA LÚCIA MARINZECK DE CARVALHO
Do livro: SEJAMOS FELIZES

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Um gesto importante

 
Era uma tarde de calor. À beira do lago, Jesus pregava e as pessoas foram a pouco e pouco se aproximando mais.
O interesse era geral. As palavras brotavam daqueles lábios generosos como raios de luz, atingindo as almas.
Uma mulher achegou-se também, trazendo duas crianças pela mão. Sentou-se e sentou-as ao lado. Sua atenção, de imediato, se fixou na voz doce que lhe chegava, inundando-lhe o Espírito de esperanças.
Era uma mulher do povo, sofrida. Há pouco, enviuvara e, com grande esforço, lutava para se manter e aos dois pequenos. Ninguém que a pudesse socorrer.
Ao ouvir aquelas palavras que falavam de um novo reino, de um Pai amoroso e justo, sentiu o coração apaziguar-se.
Por estar muito atenta às palavras de Jesus, não se deu conta de que os pequenos haviam levantado e se encaminhavam em direção ao lago. Atraídos pelo encanto das águas, passaram a brincar descuidados.
O velho pescador Simão, no entanto, tudo viu. Prestava atenção à pregação mas também às demais necessidades da hora em curso. Por isso, levantou-se e seguiu os dois meninos. Acompanhou-os durante algum tempo.
Em certo momento, dirigiu-lhes a palavra e lhes transmitiu confiança. Tomou os dois nos braços, sentou-se numa pedra e ali ficou com eles.
Terminada a reunião, restituiu ambos ao colo materno, em meio à alegria e sincero reconhecimento.
Inspirado por uma força estranha, o discípulo compreendeu que o júbilo daquela tarde não teria sido total se as duas crianças tivessem perecido no seio das águas, despedaçando ainda mais aquele coração maternal, já tão duramente castigado pela ausência física do marido.
Naquela tarde, com aquele pequeno gesto, Pedro descobrira o prazer de servir, a alegria de ser útil.
*   *   *
Tal qual na doce palestra do lago de Genesaré, existem sempre momentos de servir. São gestos pequenos, coisas mínimas que passam despercebidas por muitos, mas que fazem uma grande diferença.
Assim é, por exemplo, que, durante uma palestra, podemos olhar para o lado e, descobrindo um idoso em desconforto, oferecer-lhe o lugar que ocupamos.
Mesmo que tenhamos sido daqueles primeiros a chegar, somente para encontrar um lugar melhor. Com certeza, a palavra nobre que nos chegue nos atingirá com maior vigor, pois que nos encontramos abertos ao ensino superior.
Observando uma jovem mãe com dificuldades com seu pequeno, talvez possamos nos oferecer para tranquilizá-lo, andando um pouco ao ar livre, retornando em seguida para o devolver sereno, quiçá, dormindo, aos braços maternais.
Talvez pensemos que ela deveria ter deixado a criança em casa, contudo não lhe conhecemos os problemas, nem mesmo as dificuldades.
A oportunidade de servir se apresenta em todas as horas, em todos os momentos. Saber ver e se dispor a servir é decisão individual.
*   *   *
O cristão é o indivíduo que deveria estar sempre disposto a servir.
Conforme o ensino de Jesus que, como Mestre, se dispôs a lavar os pés dos Seus Apóstolos, aquele de nós que desejar ser o maior no Reino dos Céus, deve se tornar o servidor atencioso, o menor dentre todos.
E o mundo necessita intensamente de braços dispostos a amparar, ajudar; de ouvidos prontos a ouvir e de bocas desejosas de disseminar palavras de esperança, paz e consolo.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. do livro Boa nova, pelo Espírito Humberto de Campos, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Saúde


Se o homem compreendesse que a saúde do corpo é reflexo da harmonia espiritual, e se pudesse abranger a complexidade dos fenômenos íntimos que o aguardam além da morte, certo se consagraria à vida simples, com o trabalho ativo e a fraternidade legitima por normas de verdadeira felicidade.
A escravização aos sintomas e aos remédios não passa, na maioria das ocasiões, de fruto dos desequilíbrios a que nos impusemos.
Quanto maior o desvio, mais dispendioso o esforço de recuperação. Assim, também, cresce o número das enfermidades à proporção que se nos multiplicam os desacertos, e, exacerbadas as doenças, tornam-se cada vez mais difíceis e complicados os processos de tratamento, levando milhões de criaturas a se algemarem a preocupações e atividades que adiam, indefinidamente, a verdadeira obra de educação que o mundo necessita.
O homem é inquilino da carne, com obrigações naturais de preservação e defesa do patrimônio que temporariamente usufrui.
Não se compreende que uma pessoa instruída amontoe lixo e lama, ou crie insetos patogênicos no próprio âmbito doméstico...
Existe, no entanto, muita gente de boa leitura e de hábitos respeitáveis que permite a entrada em si, de minuto a minuto, de tóxicos variados, como a cólera e a irritação, dando pasto a pensamentos aviltantes cujos efeitos por muito tempo se fazem sentir na vida diária.*
Sirvamo-nos deste símbolo, para estender-nos em mais simples considerações. Se sabemos imprescindível a higiene interna da casa, por que não movermos o espanador da atividade benéfica, desmanchando as teias escuras das idéias tristes? Por que não fazer ato salutar do uso da água pura, em vasta escala, beneficiando os mais íntimos escaninhos do edifício celular e atendendo igualmente ao banho diário, no escrúpulo do asseio? Se nos desvelamos em conservar o domicílio suficientemente arejado, por que não respirar, a longos haustos, o oxigênio tão puro quanto possível, de modo a facilitar a vida dos pulmões?
Quem construa uma habitação, cogita, não somente bases sólidas, que a suportem, senão da orientação, de tal jeito que a luz do sol a envolva e penetre profundamente; jamais voltaria esse alguém a situar o ambiente doméstico numa caverna de troglodita.
Analogamente, deve o homem assentar fundamentos morais seguros, que lhe garantam a verdadeira felicidade, colocando-se, no quadro social onde vive, de frente voltada para os ideais luminosos e santificantes, de modo que a divina inspiração lhe inunde as profundezas da alma.
Frequentemente a moradia das pessoas cuidadosas e educadas se exorna, em seu derredor, de plantas e de flores que encantam o transeunte, convidando-o à contemplação repousante e aos bons pensamentos.
Por que não multiplicar em torno de nós os gestos de gentileza e de solidariedade, que simbolizam as flores do coração?
Ninguém é tentado a descansar ou a edificar-se em recintos empedrados ou espinhosos.
Assim também, a palavra agradável que proferimos ou recebemos, as manifestações de simpatia, as atitudes fraternais e a compreensão sempre disposta a auxiliar, constituem recursos medicamentosos dos mais eficientes, porque a saúde, na essência, é harmonia de vibrações.
Quando nossa alma se encontra realmente tranqüila, o veículo que lhe obedece está em paz.
A mente aflita despede raios de energia desordenada que se precipitam sobre os órgãos à guisa de dardos ferinos, de consequências deploráveis para as funções orgânicas.
O homem comumente apenas registra efeitos, sem consignar as causas profundas.
E que dizer das paixões insopitadas, das enormes crises de ódio e de ciúme, dos martírios ocultos do remorso, que rasgam feridas e semeiam padecimentos inomináveis na delicada constituição da alma?
Que dizer relativamente à hórrida multidão dos pensamentos agressivos duma razão desorientada, os quais tanto malefício trazem, não só ao indivíduo, mas, igualmente, aos que se achem com ele sintonizados?
O nosso lar de curas na vida espiritual vive repleto de enfermos desencarnados. Desencarnados embora, revelam psicoses de trato difícil.
A gravitação é lei universal, e o pensamento ainda é matéria em fase diferentes daquelas que nos são habituais. Quando o centro de interesses da alma permanece na Terra, embalde se lhe indicará o caminha das alturas.
Caracteriza-se a mente também, por peso específico, e é na própria massa do Planeta que o homem enrodilhado em pensamentos inferiores se demorará, depois da morte, no serviço de purificação.
Os instrutores religiosos, mais do que doutrinadores, são médicos do espírito que raramente ouvimos com a devida atenção, enquanto na carne.
Os ensinamentos da fé constituem receituário permanente para a cura positiva das antigas enfermidades que acompanham a alma, século após século.
Todos os sentimentos que nos ponham em desarmonia com o ambiente, onde fomos chamados a viver, geram emoções que desorganizam, não só as colônias celulares do corpo físico, mas também o tecido sutil da alma, agravando a anarquia do psiquismo.
Qualquer criatura, conscientemente ou não, mobiliza as faculdades magnéticas que lhe são peculiares nas atividades do meio em que vive. Atrai e repele. Do modo pelo qual se utiliza de semelhantes forças depende, em grande parte, a conservação dos fatores naturais de saúde.
O espírito rebelde ou impulsivo que foge às necessidades de adaptação, assemelha-se a um molinete elétrico, armado de pontas, cuja energia carrega e, simultaneamente, repele as moléculas do ar ambiente; assim, esse espírito cria em torno de si um campo magnético sem dúvida adverso, o qual, a seu turno, há de repeli-lo, precipitando-o numa “roda-viva” por ele mesmo forjada.
Transformando-se em núcleo de correntes irregulares, a mente perturbada emite linhas de força, que interferirão como tóxicos invisíveis sobre o sistema endocrínico, comprometendo-se a normalidade das funções.
Mas não são somente a hipófise, a tireóide ou as cápsulas supra-renais as únicas vítimas da viciação. Múltiplas doenças surgem para a infelicidade do espírito desavisado que as invoca. Moléstias como o aborto; a encefalite letárgica, a esplenite, a apoplexia cerebral, a loucura, a nevralgia, a tuberculose, a coréia, a epilepsia, a paralisia, as afecções do coração, as úlceras gástricas e as duodenais, a cirrose, a icterícia, a histeria e todas as formas de câncer podem nascer dos desequilíbrios do pensamento.
Em muitos casos, são inúteis quaisquer recursos medicamentosos, porquanto só a modificação do movimento vibratório da mente, à base de ondas simpáticas, poderá oferecer ao doente as necessárias condições de harmonia.
Geralmente, a desencarnação prematura é o resultado do longo duelo vivido pela alma invigilante; esses conflitos prosseguem na profundeza da consciência, dificultando a ligação entre a alma e os poderes restauradores que governam a vida.
A extrema vibratilidade da alma produz estados de hipersensibilidade, os quais, em muitas circunstâncias, se fazem seguir de verdadeiros desastres organopsíquicos.
O pensamento, qualquer que seja a sua natureza, é uma energia, tendo, conseguintemente, seus efeitos.
Se o homem cultivasse a cautela, selecionando inclinações e reconhecendo o caráter positivo das leis morais, outras condições, menos dolorosas e mais elevadas, lhe presidiriam à evolução.
É imprescindível, porém, que a experiência nos instrua individualmente. Cada qual em seu roteiro, em sua prova, em sua lição.
Com o tempo aprenderemos que se pode considerar o corpo como o “prolongamento do espírito”, e aceitaremos no Evangelho do Cristo o melhor tratado de imunologia contra todas as espécies de enfermidade.
Até alcançarmos, no entanto, esse período áureo da existência na Terra, continuemos estudando, trabalhando e esperando...

(Do livro "Falando à Terra", pelo Espírito Joaquim Murtinho - Francisco Cândido Xavier/Espíritos Diversos)

segunda-feira, 25 de julho de 2011



Alimentos da alma

O corpo se alimenta das Substâncias da Terra.
A alma se nutre dos sentimentos que gera e assimila.
Se te sentes enfraquecido e desanimado apesar
da higidez do teu organismo, será de bom alvitre
anotar o teor dos sentimentos que cultivas.
Verifica se do teu coração estão brotando as
vibrações negativas do ressentimento, da mágoa,
da vingança, da agressividade...
São elas os elementos destrutivos que te podem desagregar as energias, inclinando-te
à perturbação e à enfermidade.
Se isto te acontece, atenta para a necessidade
urgente de modificares o padrão das tuas emoções.
Para tanto, procura a inspiração de Jesus
no Evangelho. Ali colherás as indicações seguras
para implantar, no teu intimo, os sentimentos
de compaixão, fraternidade, perdão e caridade...
Serão eles que, fluindo do centro de ti mesmo,
haverão de te reanimar e socorrer, restaurar
e fortalecer, para que te coloques na direção
certa, a passos seguros na recuperação
preciosa da tua saúde espiritual.
Resguarda-te dos alimentos enfermiços, porque
Jesus te deseja saudável – de corpo e espírito,
para a sementeira da luz e do bem.

***Psicografia de José Carlos Ferreira***

domingo, 24 de julho de 2011

Mestres do Perdão

Eram duas crianças a brincar. Amigos. Vizinhos. Um desfrutava de privilegiada situação social. Toda novidade em matéria de brinquedos lhe chegava, de forma rápida, às mãos.
O outro era o amigo que, por conta justamente da amizade, desfrutava com alegria desses pequenos prazeres da infância.
Naquele dia, a novidade era um trem. Nada sofisticado. Mas um trem de cores vivas que, nas mãos dos garotos logo adquiriu vida.
O trem ia de uma cidade a outra. Com rapidez. Recebia pessoas aqui, deixava outras ali. Transpunha distâncias em segundos, na imaginação fértil dos petizes, dando quase a volta ao mundo.
A geografia não importava muito. Em um momento, estavam numa localidade. Em outro, tinham transposto o mar e se encontravam em outra.
Assim seguia a brincadeira, até o momento em que o amiguinho resolveu que o trem deveria ficar mais tempo em suas mãos.
Afinal, o dono do trem o detinha em demasia. Ele fazia as viagens mais longas, mais emocionantes.
À conta disso, começou uma discussão. O trem é meu, então fico com ele tanto tempo quanto quero!
Mas eu sou seu amigo e seu convidado! Você tem que me deixar dirigir o trem.
E uma pequena disputa se travou. Os dois meninos agarraram o trem, cada um puxando de um lado.
Puxa daqui, puxa dali. O dono do brinquedo puxou com mais vigor. Caiu e o brinquedo lhe bateu na fronte, ferindo-o de leve.
Mas a dor da batida e um pequeno filete de sangue, que logo apareceu, fez com que o choro começasse.
Acudiram mãe e pai. Ao ver o rosto do filho com um hematoma e o sangue, o pai se tomou de ira, gritou com o visitante, fez-lhe ameaças.
O garoto ficou parado, sem entender muito bem toda a questão, pela rapidez com que tudo acontecera.
O amigo chorava, machucado. O pai o colocou ao colo e ia se preparando para sair, rumo ao hospital.
Afinal, pensava, era preciso verificar se algo mais grave não acontecera.
Quando ia transpondo a porta, o ferido levantou o rosto que estava apoiado ao ombro do pai, enxugou as lágrimas e gritou para o amiguinho ainda atônito, sentado no chão:
Ei, não vá embora! Eu volto logo e vamos continuar a brincar.
Então, o pai se deu conta do estardalhaço que fizera por pouca coisa. Limpou o rosto do filho ele mesmo e o entregou de volta à brincadeira.
*  *   *
O fato é mais corriqueiro do que se imagina. Em verdade, pequenas rusgas surgem entre as crianças.
Rusgas que parecem prestes a explodir em agressão.
Entre os adultos, nos envolvemos em situações semelhantes, muitas vezes.
Mas, deveríamos aprender com as crianças, esquecendo logo a dificuldade e retornando ao convívio da amizade ou do trabalho.
Razão tinha mesmo Jesus ao nos dizer que deveríamos nos assemelhar às crianças para conquistarmos o Reino dos Céus.
O Reino dos Céus que se traduz em paz e começa na intimidade de cada um.

Redação do Momento Espírita, a partir de pequena história narrada por Divaldo Pereira Franco, no Encontro fraterno com Divaldo Pereira Franco, realizado em Guarajuba/BA, de 4 a 7 de setembro de 2010

sábado, 23 de julho de 2011

Poema para Deus

Um dia, a alma desperta e se encanta com a manhã que se espreguiça no horizonte.
Sente-se como que a pairar acima e além da escala humana.
Então, se recorda ser filha de um Pai amoroso e bom. Recorda de um Criador que a tudo para todos provê.
E plena de gratidão, extravasa em versos sua alma:
Deus, Inteligência das inteligências, Causa das causas, Lei das leis, Princípio dos princípios, Razão das razões, Consciência das consciências.
Bem tinha razão Isaac Newton ao descobrir-se, toda vez que pronunciava Vosso nome.
Deus, Pai bondoso, eu Vos encontro na natureza, Vossa filha e nossa mãe.
Eu Vos reconheço, Senhor, na poesia da criação, no vento que dedilha harmonias na cabeleira das árvores.
Nas cores que se apresentam tão diversificadas em matizes e gradações.
Nas águas que rolam, silentes, em córregos minúsculos, nas cachoeiras que se lançam, ruidosas, de alturas consideráveis, no verdor da grama que atapeta o jardim e as praças.
Reconheço-Vos, Pai, na flor dos jardins e pomares, na relva dos vales, no matiz dos campos, na brisa dos prados.
Senhor, eu Vos encontro no perfume das campinas, no murmúrio das fontes, no rumorejo das menores ramificações das copas das árvores.
Também Vos descubro na música dos bosques, na placidez dos lagos, na altivez dos montes, na amplidão dos oceanos, na majestade do firmamento.
Eu Vos vejo, Senhor, na criança que sorri, brinca, pula e distribui alegrias, provocando risos.
Eu Vos reconheço, Pai, no ancião que anda lento, que tropeça. Mas, sobretudo, na inteligência que ele revela, resultado de suas experiências bem vividas.
Eu Vos descubro no mendigo que implora, na mão que assiste, na mãe que vela, no pai que instrui, no Apóstolo que evangeliza.
Deus! Reconheço-Vos no amor da esposa, no afeto do filho, na estima da irmã, na misericórdia indulgente.
E Vos encontro, Senhor, na fé do que a tem, na esperança dos povos, na caridade dos bons, na inteireza dos íntegros.
Reconheço-Vos, Senhor, na inspiração do poeta, na eloquência do orador, na criatividade do artista.
Também Vos encontro na sabedoria do filósofo, na intelectualidade do estudioso, nos fogos do gênio!
E estais ainda nas auroras polares, no argênteo da lua, no brilho do sol, na fulgência das estrelas, no fulgor das constelações.
Deus! Reconheço-Vos na formação das nebulosas, na origem dos mundos, na gênese dos sóis, no berço das humanidades, na maravilha, no esplendor, no sublime do Infinito!
Por fim, entendo, com Jesus, quando ora:
Pai nosso, que estais nos céus...
Ou com os anjos quando cantam: Glória a Deus nas alturas...
 Redação do Momento Espírita, com base em poema de Eurípedes Barsanulfo, do livro O homem e a missão, de Corina Novelino, ed. Ide - 04.11.2010

Novos Dias


“Doravante, disse Jesus, fica proibido amar com ansiedade de ser amado e servir com a disposição de receber pagamento.

Os roseirais se debruçarão sobre as janelas das casas sorrindo pétalas exuberantes em participação da felicidade doméstica. E os girassóis darão as costas às ruas e campos onde florescem, esgueirando-se pelas frestas dos lares em festas, porque haverá tanta claridade no reduto doméstico que a estrela Solar será confundida com as constelações luminíferas, que explodirão, irisadas, no ninho familiar.

Ficará proibido, também, que o bolo da amizade, servido às pessoas, receba o fermento da suspeita.

A partir de então, já não será necessário que se fale de justiça com as palavras frias dos Códigos humanos. Cada um usufruirá do discernimento com o qual respeitará todos os direitos alheios entregando-se aos deveres que lhe cumpre realizar.

Não mais haverá sofrimento. E quem sofrer não se envergonhará disso, porque entenderá que toda dor recupera e somente padece quem é devedor.”

A piedade fraternal será transformada em flor de solidariedade que converge em dever sem a necessidade dos estímulos fortes.

Vicejará a liberdade sem punição. O revel fruirá da bênção de ser livre e lutará, ele próprio, pela reabilitação. Os animais e as aves não permanecerão em jaulas ou gaiolas. O homem estará subordinado às leis do amor, respeitando o seu irmão e todos os irmãos menores do bosque, do deserto e das planuras. E dar-se-á ao bem doravante...

Os órfãos, os anciãos, os fracos, os enfermos constituirão oportunidade para os aquinhoados com pais, os amparados pelos filhos, os sustentados pela fortaleza, os resguardados pela saúde, o que impedirá a miséria, a vergonha, o abandono, o sofrimento desnecessário.

O lobo e o cordeiros pastarão juntos”, quanto a borboleta e a abelha na mesma flor ou o regato e a fonte misturando as águas, sem guerra nem extermínio.

Os homens se fitarão nos olhos como as estrelas que se espiam no velário da noite transparente, e o ar balouçando a haste delicada da flor.

Os sorrisos dos pobres cantarão na melodia da bondade dos ricos, quais palmeiras farfalhantes nos braços da brisa.

Ninguém a sós... A solidão descerá ao auxílio alheio e a atividade festiva correrá na direção da soledade.

Ninguém mais chorará os seus mortos, nem lamentará os seus vivos, nem se amargurará com as tristezas... Irromperá uma orquestração de vozes no silêncio da saudade dos que ficaram, encorajando os debilitados. Essas melodias levantarão os enfraquecidos e todos cantarão...

Doravante, ninguém engane ninguém, pois que se estará enganando a si mesmo. Nem minta, nem ultraje, nem persiga mais. Todos se dêem as mãos e confraternizem com as rosas, com os girassóis, com as tardes coloridas, com os dias de cinza, com as noites estreladas, com as aves e os animais, e os regatos, e as árvores, compondo um quadro de amor perene, que se faça um perene feriado para o mal.

Doravante, disse o Senhor, e assim se fará nesses vindouros novos dias.”
Eros (espírito), obra No longe do jardim, psicografia de Divaldo Pereira Franco.

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O Espiritismo
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sexta-feira, 22 de julho de 2011

Liberte-se do Passado

Uma história zen
       Na vida que em geral levamos há muito pouca solidão. Mesmo quando estamos sós, nossa vida está tão repleta de influências, de conhecimentos, de memórias e experiências, de ansiedade, aflição e conflito, que nossa mente se torna cada vez mais embotada e insensível, funcionando numa monótona rotina. Estamos sós, alguma vez? Ou estamos transportando conosco todas as cargas do passado?
     Conta-se uma história interessante de dois monges que, caminhando de uma aldeia para outra, encontraram uma jovem sentada à margem de um rio, a chorar. Um dos monges dirigiu-se a ela, dizendo: "Irmã, por que choras?". E ela respondeu: "Estás vendo aquela casa do outro lado do rio? Eu vim para este lado hoje de manhã e não tive dificuldade em vadear o rio; mas agora ele engrossou e não posso voltar; não há nenhum barco. "Oh! - disse o monge -, "isto não é problema" - e levantou nos braços a jovem e atravessou o rio, deixando-a na outra margem. Em seguida, os dois monges prosseguiram juntos a viagem. Passadas algumas horas, disse o outro monge: "Irmão, nós fizemos o voto de nunca tocar numa mulher. O que fizestes é um horrível pecado. Não sentiste prazer, uma sensação extraordinária, ao tocar uma mulher?"
E o outro monge respondeu:
 - "Eu a deixei para trás há duas horas. Mas tu ainda a estás carregando, não é verdade?"
Fonte: Almanaque do Pensamento

quinta-feira, 21 de julho de 2011


Novas responsabilidades - Bezerra de Menezes


Filhos da alma: que Jesus nos abençoe.
O século XXI continua guindado à mais alta tecnologia desbravando os infindáveis horizontes da ciência.
Antigos mistérios do conhecimento são desvelados. Enigmas, que permaneciam incompreensíveis, são decifrados e o materialismo sorri zombeteiro das mensagens sublimes do amor.
Paradoxalmente, os avanços respeitáveis dessas áreas do intelecto não lograram modificar as ocorrências traumáticas que têm lugar no orbe, na atualidade. No auge das conquistas das inteligências, permanecem as convulsões sociais unidas às convulsões planetárias no momento da grande transição que passa a Terra amada por todos nós.
De um momento para outro, uma erupção vulcânica arrebenta as camadas que ocultam o magma, e as cinzas – atiradas acima de 10 mil metros da superfície terrestre – modificam toda a paisagem europeia ameaçando as comunicações, a movimentação, enquanto se pensa em outras e contínuas erupções que podem vir assinaladas por gases venenosos ou por lava incandescente... Fenômenos de tal monta podem ser detectados, mas não impedidos, demonstrando que a vacuidade da inteligência não pode ultrapassar a sabedoria das leis cósmicas estabelecidas por Deus.
E Gaia – a grande mãe planetária– estorcega, enquanto na sua superfície a violência irrompe em catadupas, ameaçando a estabilidade da civilização: política, econômica, social e, sobretudo, moral, caracterizando estes como os dias das antigas Sodoma e Gomorra das anotações bíblicas...
Poder-se-ia acreditar que o caos seria a conclusão final inevitável, entretanto, a barca terrestre que singra os horizontes imensos do cosmo não se encontra à matroca.
Jesus está no leme e os Seus arquitetos divinos comandam os movimentos que lhe produzem alteração da massa geológica, enquanto se operam as transformações morais.
Iniciada a era nova, surge, neste mesmo século XXI, o período prenunciador da paz, da fé religiosa, da arte e da beleza, do bem e do dever.
Assinalando esse período de transformação estamos convidados, encarnados e desencarnados, a contribuir em favor do progresso que nos chega de forma complexa, porém bem direcionada.
Avancemos com as hostes do Consolador na direção do porto do mundo de regeneração.
Sejam os nossos atos assinalados pelos prepostos de Jesus, de tal forma que se definam as diretrizes comportamentais.
...E que todos possam identificar-nos pela maneira como enfrentaremos dissabores e angústias, testemunhos e holocaustos, à semelhança dos cristãos primitivos que viveram, guardadas as proporções, período equivalente, instaurando na Terra o Evangelho libertador, desfigurado nos últimos dezessete séculos, enquanto, com Allan Kardec, surgiu o Consolador trazendo-nos Jesus de volta.
É compreensível, portanto, que os Espíritos comprometidos com o passado delituoso tentem implantar a desordem, estabelecer o desequilíbrio das emoções para que pontifique o mal, na versão mitológica da perturbação demoníaca. Em nome da luz inapagável daqueles momentosos dias da Galileia, particularmente durante a sinfonia incomparável das bem-aventuranças, demonstremos que a nossa é a força do amor e as nossas reflexões no mundo íntimo trabalham pela nossa iluminação.
Nos dias atuais, como no passado, amar é ver Deus em nosso próximo; meditar é encontrar Deus em nosso mundo íntimo, a fim de espargir-se a caridade na direção de todas as criaturas humanas.
Trabalhar, portanto, o mundo íntimo, não temer quaisquer ameaças de natureza calamitosa através das grandes destruições que fazem parte do progresso e da renovação, ou aquelas de dimensão não menos significativa na intimidade doméstica, nos conflitos do sentimento, demonstrando que a luz do Cristo brilha em nós e conduz-nos com segurança.
A Eurásia, cansada de tantas guerras, de destruição, da cegueira materialista, dos contínuos holocaustos de raças e de etnias, de governos arbitrários e perversos, clama por Jesus, como o mundo todo necessita de Jesus. Seus emissários, de Krishna a Bahá’u’lláh, de Moisés a Allan Kardec, de Buda aos peregrinos da não violência, de Maomé aos pacificadores muçulmanos, todos esses, ministros de Jesus, preparam-lhe, através dos milênios, o caminho para que através do Consolador – mesmo sem mudanças de diretrizes filosóficas ou religiosas – predomine o amor.
Sejam celebradas e vividas a crença em Deus, na imortalidade, nas vidas ou existências sucessivas, fazendo que as criaturas deem-se as mãos construindo o mundo de regeneração e de paz pelo qual todos anelamos...
Jesus, meus filhos, ontem, hoje e amanhã, é a nossa bússola, é o nosso porto, é a nave que nos conduz com segurança à plenitude.
Porfiai no bem a qualquer preço. Uma existência corporal, por mais larga, é sempre muito breve no relógio da imortalidade. Semeai, portanto, hoje o amor, redimindo-vos dos equívocos de ontem com segurança, agora, na certeza de que estes são os sublimes dias da grande mudança para melhor.
Ainda verteremos muito pranto, ouviremos muitas profecias alarmantes, mas a Terra sairá desse processo de transformação mais feliz, mais depurada, com seus filhos ditosos rumando para mundo superior na escalada evolutiva.
Saudamo-vos a todos os companheiros dos diversos países aqui reunidos, e em nome dos Espíritos que fazem parte da equipe do Consolador, exoramos ao Mestre inolvidável que prossiga abençoando-nos com Sua paz, na certeza de que com Ele – o amor não amado – venceremos todos os obstáculos.
Muita paz, filhos da alma e que Jesus permaneça conosco.
São os votos do servidor paternal e humílimo de sempre,
                                                                                 Bezerra.(*)
Mensagem psicofônica recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco, na manhã de 09 de maio de 2010, no Encontro do Conselho Espírita Internacional, reunido em Varsóvia, Polônia. (*)Mensagem revista e ligeiramente alterada pelo seu Autor. Nota do médium.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

A mais perfeita Amizade

Atração que une seres tão diversos
Que desperta sentimentos antagônicos
Tantas vezes descrita em prosa e versos
Almejada por solitários, viajantes e românticos

Aquele que a encontra, dela se encanta
Pois ela é a paz que se apresenta na desventura
É a mão sempre estendida, é a alma que canta
É a pura essência da vida repleta de uma doce ternura

Está constantemente presente não só nas confidências
Não somente nos encontros festivos e no esplendor
Não sobrevive na inveja, não perdura nas aparências
Sabemos realmente distingui-la no sofrimento e na dor

Quem não a sabe cultivar tem por companhia a solidão
Não requer conhecimentos, requer sim inteligência
É o carinho mais profundo, fraterno, aquele de irmão
É a palavra acolhedora presente até mesmo na ausência

Distâncias não existem quando a temos junto a nós
Ultrapassa mil fronteiras, seu poder? Transcendental
É o som de quem não ouve e do silencioso, ela é a voz
É o consolo dos aflitos, luz da escuridão, infinita e imortal

É divina criação, com ela se tem para sempre um irmão
União de várias vidas. Tem por lema a lealdade
Semente plantada com amor no fundo do coração
Essa é a verdadeira descrição da mais perfeita amizade

“O que é um amigo? É uma única alma habitando dois corpos”
(Aristóteles)

(Maria Angélica da Silva)

terça-feira, 19 de julho de 2011

A sabedoria do samurai

 
Conta-se que, perto de Tóquio, capital do Japão, vivia um grande samurai.
Já muito idoso, ele agora se dedicava a ensinar o zen aos jovens. Apesar de sua idade, corria a lenda de que ainda era capaz de derrotar qualquer adversário.
Certa tarde, apareceu por ali um jovem guerreiro, conhecido por sua total falta de escrúpulos. Era famoso por usar a técnica da provocação.
Utilizando-se de suas habilidades para provocar, esperava que seu adversário fizesse o primeiro movimento e, dotado de inteligência e agilidade, contra-atacava com velocidade fulminante.
O jovem e impaciente guerreiro jamais havia perdido uma luta.
Assim que soube da reputação do velho samurai, propôs-se a não sair dali sem antes derrotá-lo e aumentar sua fama.
Todos os discípulos do samurai se manifestaram contra a idéia, mas o velho aceitou o desafio.
Foram todos para a praça da pequena cidade e diante dos olhares espantados, o jovem guerreiro começou a insultar o velho mestre.
Chutou algumas pedras em sua direção, cuspiu em seu rosto, gritou todos os insultos conhecidos, ofendendo inclusive seus ancestrais.
Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho permaneceu sereno e impassível.
No final da tarde, sentindo-se exausto e humilhado, o impetuoso guerreiro retirou-se.
Desapontados pelo fato de o mestre ter aceitado calado tantos insultos e provocações, os alunos perguntaram:
Como o senhor pôde suportar tanta indignidade?
Por que não usou sua espada, mesmo sabendo que podia perder a luta, ao invés de mostrar-se covarde diante de todos nós?
O sábio ancião olhou calmamente para os alunos e, fixando o olhar num deles lhe perguntou:
Se alguém chega até você com um presente e lhe oferece mas você não o aceita, com quem fica o presente?
Com quem tentou entregá-lo, respondeu o discípulo.
Pois bem, o mesmo vale para qualquer outro tipo de provocação e também para a inveja, a raiva, e os insultos, disse o mestre.
Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem os carregava consigo.
Por essa razão, a sua paz interior depende exclusivamente de você. As pessoas não podem lhe tirar a calma, se você não o permitir.
*   *   *
Sempre que alguém tentar tirar você do sério, lembre-se da sábia lição do velho samurai.
Lembre-se, ainda, que seus atos lhe pertencem. Só você é responsável pelo que pensa, sente ou faz.
Só você, e mais ninguém, pode permitir que alguém lhe roube a paz ou perturbe a sua tranquilidade.
Foi por essa razão que Jesus afirmou que só lobos caem em armadilhas para lobos.
Assim, aceitar provocações ou deixar que fiquem com quem nos oferece, é uma decisão que cabe exclusivamente a cada um de nós.
Pensemos nisso!

Redação do Momento Espírita com base em texto de autor desconhecido.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 5 e no livro Momento Espírita v. 2, ed. Fep.
18.07.2011.