domingo, 6 de janeiro de 2013

A importância de ajudar o próximo


O impulso de ajudarmos uns aos outros em momentos difíceis não é nada novo. Conhecemos histórias fantásticas de pessoas que se desdobram para salvar a vida, na maioria das vezes de pessoas que nunca viu.
Em casos extremos a solidariedade atua como mecanismo de preservação da espécie e canaliza nosso afeto às pessoas. Podemos chamar de empatia, de caridade, amor ao próximo. Na verdade acredito que seja um pouco de tudo. O que é fato, e quem é solidário sabe, é a imensa sensação de prazer e bem estar que dedicar um tempo em benefício do outro proporciona.
Essa solidariedade pode vir de várias formas. Seja no impulso provocado por uma tragédia, seja em forma de trabalho voluntário ou até mesmo no dia a dia no trato com as pessoas. E isso desperta as mais nobres aspirações da humanidade: a procura da paz, da liberdade, de oportunidades, da segurança e justiça para os povos.
Quem recebe um ato solidário conquista benefícios, é claro. Mas quem oferta momentos de afago, carinho e doação aos outros ganha ainda mais. Pesquisas indicam que trabalhos voluntários altruístas estimulam a alegria, aliviam as tristezas e aumentam a imunidade, evitando doenças.
Pessoas que se sentem solidárias expressam mais satisfação pela vida e desenvolvem maior capacidade em lidar com as dificuldades. Em geral se tornam mais felizes e encontram sentido às ações e atitudes.
Altruísmo e solidariedade são valores morais socialmente constituídos vistos como virtude no indivíduo. Não se deve esquecer, contudo, o potencial transformador que essas atitudes representam para o crescimento interior do próprio indivíduo. Afinal, quando saímos do nosso mundinho, conseguimos ver as coisas sob outro prisma.
A ajuda desinteressada também reflete na identidade pessoal e social. Aumenta a auto-estima e introduz sentido às nossas competências. Recompensa-nos com o prazer de contribuir para a felicidade de nossos semelhantes,e nos dá o prazer de participar do funcionamento e da melhoria da sociedade.
Percebemos que somos um conjunto de seres pequeninos unidos em prol de algo maior. E que a nossa realidade não é a pior, a mais cruel. Nossos problemas não são tão desoladores e que somos capazes de sermos mais. De sermos melhores.
Do ponto de vista religioso, acredita-se que a prática do bem salva a alma. Mas além de elevar o espírito, de um modo geral, salva o corpo também. Muitas pessoas que conheço conseguiram se livrar de enfermidades sérias pensando mais no próximo do que em si mesmo.
* Valdir José de Oliveira Filho é presidente da Casa da Criança Paralítica de Campinas. Entidade sem fins lucrativos que proporciona tratamento e inclusão social para mais de 250 crianças e jovens com deficiência física.

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