Os animais têm a sua
linguagem, os seus afetos, a sua inteligência rudimentar, com atributos
inumeráveis. São eles os irmãos mais próximos do homem, merecendo, por isso, a
sua proteção e amparo.
Seria difícil ao médico
legista determinar, nas manchas de sangue, qual o que pertence ao homem ou ao
animal, tal a identidade dos elementos que o compõem. A organização óssea de
ambos é quase a mesma, variando apenas na sua conformação e observando-se diminuta
diferença nas vértebras.
O homem está para o
animal, simplesmente como um superior hierárquico. Nos irracionais
desenvolvem-se igualmente as faculdades intelectuais. O sentimento de curiosidade
é, na maioria deles, altamente avançado e muitas espécies nos demonstram as
suas elevadas qualidades, exemplificando o amor conjugal, o sentimento da paternidade,
o amparo ao próximo, as faculdades de imitação, o gosto da beleza. Para verificar
a existência desses fenômenos, basta que se possua um sentimento acurado de observação
e de análise.
Inúmeros espíritos
trouxeram à luz o fruto de suas pacientes indagações, que são para vós
elementos de inegável valor. Entre muitos, citaremos Darwin, Gratiolet e vários
outros estudiosos dedicados a esses notáveis problemas.
Os mais ferozes animais
têm para com a prole ilimitada ternura. Aves existem que se deixam matar,
quando não se lhes permite a defesa das suas famílias. Os cães, os cavalos, os
macacos, os elefantes deixam entrever apreciáveis qualidades de inteligência.
É conhecido o caso dos
cavalos de um regimento que mastigavam o feno para um de seus companheiros,
inutilizado e enfermo. Conta-se que uma fêmea de cinocéfalo, muito conhecida
pela sua mansidão, gostava de recolher os macaquinhos, os gatos e os cães, dos
quais cuidava com desvelado carinho; certo dia, um gato revoltou-se contra a
sua benfeitora, arranhando-lhe o rosto, e a mãe adotiva, revelando a mais
refletida inteligência, examinou-lhe as patas, cortando-lhe as unhas
pontiagudas com os dentes.
Constitui um fato
observável a sensibilidade dos cães e dos cavalos ao elogio e às reprimendas.
Longe iríamos com as
citações. O que podemos assegurar é que, sobre os mundos, laboratórios da vida
no Universo, todas as forças naturais contribuem para o nascimento do ser.
TODOS SOMOS IRMÃOS
De milênios remotos.
Viemos todos nós, em pesados avatares.
Da noite dos grandes
princípios, ainda insondável para nós, emergimos para o concerto da vida. A
origem constitui, para o nosso relativo entendimento, um profundo mistério, cuja
solução ainda não nos foi possível atingir, mas sabemos que todos os seres inferiores
e superiores participam do patrimônio da luz universal.
Em que esfera estivemos
um dia, esperando o desabrochamento de nossa racionalidade?
Desconheceis ainda os
processos, os modismos dessas transições, etapas percorridas pelas espécies,
evoluindo sempre, buscando a perfeição suprema e absoluta, mas sabeis que um
laço de amor nos reúne a todos, diante da Entidade Suprema do Universo.
É certo que o Espírito
jamais retrograda, constituindo uma infantilidade as teorias da metempsicose
dos egípcios, na antiguidade. Mas, se é impossível o regresso da alma humana ao
circulo da irracionalidade, recebei como obrigação sagrada o dever de amparar
os animais na escala progressiva de suas posições variadas no planeta.
Estendei até eles a vossa
concepção de solidariedade e o vosso coração compreenderá, mais profundamente,
os grandes segredos da evolução, entendendo os maravilhosos e doces mistérios
da vida.
“Emmanuel” – Chico Xavier / Emmanuel
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