Nas
contingências afligentes do cotidiano e ao largo das horas que parecem
estacionadas sob a injunção de dores íntimas, extenuantes, que se prolongam,
não te deixes estremunhar, nem te arrebentes em blasfêmias alucinadas, com que
mais complicarás a situação.
Tempestade
alguma, devastadora quão demorada, que não cesse.
Alegria
nenhuma, repletada de bênçãos e glórias, que se não acabe.
A
saúde perfeita passa; a juventude louçã desaparece; o sorriso largo termina; a
algaravia de festa silencia...
Da
mesma forma, o aguilhão do infortúnio se arrebenta; a enfermidade se extingue;
a miséria muda de lugar; a morte abre as portas da vida em triunfo...
Tudo
quanto sucede ao homem constitui-lhe precioso acervo, que o acompanhará na
condição de tesouro que poderá investir, conforme as circunstâncias que lhe
cumpre enfrentar, ao processo da evolução.
Os
que aspiram a fortunas alegam, intimamente, que se as possuíssem mudariam a
situação dos que sofrem escassez. No entanto, os grandes magnatas que
açambarcam o poder e usufruem da abundância, alucinam-se com os bens,
enregelando os sentimentos em relação ao próximo...
Quantos
anelam pela saúde, afirmam, no silêncio do coração, as disposições de aplicá-la
a benefício geral. Não obstante, os que a desfrutam, quase sempre malbaratam-na
nos excessos e leviandades com que a comprometem, desastrados...
O
bem deve ser feito como e onde cada qual se encontre.
Em
razão disso, as situações e acontecimentos de que se não é responsável, no
momento, devem ser enfrentados com serenidade e moderação de atos, por fazerem
parte do contexto da vida, a que cada criatura se vincula.
A
vida é o conteúdo superior que dela se deve extrair e a forma levada com que se
pode retirar-lhe os benefícios.
Um
dia sucede o outro, conduzindo as experiências de que se reveste, formando um
todo de valores, que programam as futuras injunções para o ser.
Recorre,
as situações diversas, aos recursos positivos de que dispões, e aguarda os
resultados dessa atitude.
Jesus
é sempre o exemplo.
Poderia
haver liberado todos os enfermos que encontrou pela senda; mas não o fez.
Se
quisesse, teria modificado as ocorrências infelizes, que o levaram às supremas
humilhações e à cruz; todavia, sequer o intentou.
Conferiria
fortuna à pobreza, à mole esfaimada que O buscava, continuamente; todavia, não
se preocupou com essa alternativa.
Elegeria
para o Seu labor somente homens que O compreendessem e Lhe fossem fiéis, sem
temores, nem fraquezas; porém optou pelo grupo de que se cercou.
Modificaria
as estruturas sociais e culturais da Sua época; sem embargo, viveu-a em toda a
plenitude, demonstrando a importância primacial da experiência interior e não
dos valores externos, transitórios.
Apresentar-se-ia
em triunfo social, submetendo o reizete que Lhe decidiu a sorte; apesar disso,
facultou-se viver sob as condições do momento em plena aridez de sentimentos e
escassez de amor entre as criaturas...
Jesus,
no entanto, conhecia as razões fundamentais de todos os problemas humanos e a
metodologia lenta da evolução; identificava que a emulação pela dor é mais
significativa e escutada do que a do amor, sempre preterido; sabia do valor das
conquistas superiores do Espírito, em detrimentos das falazes aquisições que se
deterioram no túmulo e dissociam os tesouros da alma.
Tem,
portanto, coragem e faze como Ele, ante dificuldades e problemas que passarão,
armando-te hoje de esperança para o teu amanhã venturoso.
FRANCO, Divaldo Pereira. Alerta. Pelo Espírito Joanna de Ângelis.
LEAL.
* * * Estude Kardec * * *
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