A ESTRELA DA
ESPERANÇA
Contam as lendas que, quando foi concluída a
Criação, as estrelas vieram visitar a Terra.
A estrela amarela, simbolizando as riquezas,
visitou todos os recantos e voltou ao veludo escuro da noite, tomando seu lugar
no firmamento.
A estrela azul, simbolizando os rios e os mares,
igualmente deu um giro em todas as profundezas e retornou.
As demais estrelas, simbolizando o restante da
natureza, fizeram o mesmo, e todas se engastaram nos lugares definitivos onde
deveriam permanecer para sempre.
Todas voltaram, menos uma, por discreta
determinação do Rei do firmamento.
E, quando perceberam a sua ausência, os demais
astros buscaram-na aflitos, de longe. Então perceberam, entre os sofredores e
necessitados do mundo, a sua luz faiscando em tom verde.
Por isso, é que a esperança nunca abandona a vida.
Através de uma lenda, os poetas encontraram uma
maneira de falar da esperança.
Quando a noite escura do desalento invadir a nossa
vida, lembremos da suave luz da esperança que não nos deixa a sós e recobremos
o passo, no compasso da harmonia.
Quando sentirmos os ferimentos da cruz de espinhos
a vergastar nossos ombros, permitamos que o brilho inapagável da esperança nos
console.
Se o véu escuro da morte se estender sobre os
olhos físicos dos seres amados, lembremos que a Imortalidade, mensageira da
esperança, vem lhes descortinar horizontes novos, no além-túmulo.
Ainda que os dias de sofrimento pareçam não ter
fim...
Ainda que a enfermidade anuncie que veio para
ficar...
Ainda que os amigos abandonem os nossos passos,
deixando-nos caminhar a sós...
Ainda que tenhamos a impressão de que o Pai Divino
nos esqueceu, lembremos da sublime lâmpada da esperança e permitamos que ela
ilumine a nossa alma, plenificando-a com suave claridade, anunciando um novo
alvorecer.
Lembremos que, por mais escura e longa seja a
noite, o sol sempre volta a brilhar e, com ele, novas oportunidades de
construirmos a nossa felicidade.
Para tanto, devemos permitir que a esperança siga
conosco, como portadora da chave que abre a aurora e vence o crepúsculo.
* * *
A esperança se apresenta em nossas vidas de várias
maneiras.
Pode estar presente num sorriso...
Num olhar de ternura...
Num aperto de mão...
Num afago...
Podemos encontrá-la ainda, na suave brisa da manhã
de sol...
Na serenidade das gotas de chuva, caindo
devagar...
Ou no cinza escuro da paisagem crestada pela neve,
a anunciar que, em breves dias, tudo estará reverdecido novamente, sob os
diversos matizes de cores e perfumes, mostrando que a esperança está presente,
e jamais nos abandona.
Redação do
Momento Espírita
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