AMOR
SEMPRE
Que faremos da caridade, quando todas as
questões econômicas forem resolvidas?
Esta é a indagação que assinalamos,
todos nós, muitas vezes.
Muitos acreditam que a solução de
semelhantes problemas autorizaria a demissão da sublime virtude das empresas e
encargos pelos quais se responsabiliza ela no mundo.
Entretanto, a cooperação do dinheiro sempre indispensável
no sustento das boas obras, é apenas um ângulo de beneficência na Terra.
*
A mais alta percentagem dos nossos
companheiros menos felizes não se encontra nos vales da penúria de ordem
material.
Pergunte-se aos povos mais
industrializados e mais ricos na cultura da inteligência se conseguiram
unicamente com isso erguer a felicidade integral de seus filhos.
Consulte-se-lhes as estatísticas de
suicídio e loucura, na maioria dos casos com vinculação na patologia da alma, e
em todos os recantos do Orbe Terrestre indaguemos das classes situadas na
frente do conforte e da instrução universitária se com esses tesouros, — aliás
necessários e legítimos para todos os filhos da Terra, — lograram consolidar a
segurança e a paz de que se reconhecem carecedores.
*
Ouçamos os companheiros relegados à solidão
em refúgios dourados; os que a desilusão alcançou, estirando-os em desânimo,
apesar das alavancas amoedadas que lhes sustentam a vida; os quase loucos de
sofrimento moral, diante de provas ou doenças irreversíveis; as criaturas
geniais que não puderam aguentar as dificuldades educativas, indispensáveis ao
burilamento do Espírito, e derivaram para os tóxicos que lhes consomem as
forças; os que foram abafados pela superproteção no campo do excesso e não mais
souberam suportar os problemas da estrada evolutiva; e aqueles outros,
semimortos de angústia que tateiam a lousa indagando pelos entes queridos e que
dariam, de pronto, a fortuna em que se lhes valoriza a existência em troca de
fé na imortalidade.
*
Anotamos os irmãos caídos em desprezo,
abandono, desequilíbrio, enfermidade, desalento ou perturbação e, embora
louvando o apostolado bendito do dinheiro, a serviço do bem, verificaremos que
a caridade em si é sempre amor e que a missão do amor, em todos os mundos e em
todas as circunstâncias, é tão infinita quanto infinita em tudo e com todos, é
a Bondade de Deus.
Emmanuel
(De
“Encontro de Paz”, de Francisco Cândido Xavier – Espíritos diversos)
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