CONTENTAR-SE
Em sua
Epístola aos filipenses, Paulo de Tarso afirmou já ter aprendido a se contentar
com o que tinha.
Trata-se de
uma reflexão interessante e muito atual.
A vertigem da
posse avassala a maioria das criaturas da Terra.
Homens e
mulheres perdem a paz e, muitas vezes, a dignidade, na busca de riquezas.
Multiplicam
suas atividades, para muito além do necessário, a fim de possuir muitas coisas.
Com tal
proceder, deixam de prestar atenção em questões graves da existência humana.
Para ter mais
e mais, abdicam do convívio com amigos e familiares e se deixam tomar pelo
egoísmo.
A vida simples
constitui uma condição da felicidade relativa que o planeta pode oferecer.
Contudo, ela
foi esquecida por grande parte dos homens.
A
Espiritualidade informa que a esmagadora maioria das súplicas que partem da
Terra não se alça a planos superiores.
Elas não
conseguem avançar além de seu acanhado âmbito de origem.
Isso porque os
pleitos dirigidos à Divindade costumam conter estranhos absurdos.
Raras pessoas
se contentam com o material recebido para a solução de suas necessidades.
Raríssimas
pedem apenas o pão de cada dia, como símbolo das aquisições materiais
indispensáveis.
O homem
incoerente não procura saber se possui o menos para a vida terrena.
Ele costuma
andar ansioso pelo mais nas possibilidades transitórias.
Geralmente,
permanece absorvido pelos interesses perecíveis.
Insaciado,
inquieto, vive sob o tormento angustioso de desmedida ambição.
Na corrida
louca para o imediatismo, esquece a oportunidade que lhe pertence.
Desvaloriza e
considera pouco o que a Sabedoria Divina lhe depositou nas mãos.
Olvida que
renasceu para se pacificar e tornar virtuoso, e não para amontoar coisas que
deixará ao morrer.
Com isso,
atira-se em aventuras de consequências imprevisíveis, em face de seu futuro
infinito.
Quem já
entende a finalidade superior da existência terrena, precisa se esforçar para
sair desse círculo vicioso.
De nada
adianta gastar todas as energias em questões transitórias, com esquecimento do
objetivo essencial da vida humana.
Cedo ou tarde,
a morte de forma simples e clara revela a cada um o que é de fato importante.
Para não se
arrepender amargamente, importa analisar a essência dos próprios desejos.
Faz sentido
arder de cobiça pelo que ficará em suas mãos por reduzidos instantes?
Não é melhor
libertar-se de tanto apego e prestar atenção em questões mais importantes, como
a família, os amigos e as dores que pode amenizar?
Há muitos
séculos, Paulo de Tarso iluminou-se ao aprender a contentar-se com o que tinha.
Ninguém fará
essa lição por você.
Pense nisso.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 29, do livro
Caminho, Verdade e Vida, pelo Espírito Emmanuel,
psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb - 18.04.2012.
Caminho, Verdade e Vida, pelo Espírito Emmanuel,
psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb - 18.04.2012.
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