Em qualquer circunstância, mantém tua confiança em Deus, que rege o Universo e guarda tua vida.
Nunca te revoltes, seja qual fôr o problema que te surpreenda.
Fora do teu sofrimento sofrem também outros filhos de Deus sob estigmas de aflições que desconheces.
Normalmente relacionas as provações que te alcançam e derrapas em regime de rebeldia caindo nos alçapões das inconseqüências de vária ordem.
Deixas-te intoxicar pelos vapôres da felonia e afasta-te da diretriz do bem, fugindo para lugar algum onde sofres mais por desespêro injustificável do que pela Intensidade do padecer que te atinge.
No entanto, êles estão ao teu lado, os irmãos do carneiro da agonia.
Disputam casebres miseráveis pendurados em morros onde fermentam ódios ou aglutinados em declives e baixas infectas onde dominam sombras, acondicionando retalhos de velhas latas e tábuas imundas, que transformam em lar e ali se rebolcam em inenarrável desesperação.
Dormem sob as pontes das estradas ou nas calçadas das vielas sombrias em espaços exíguos à mercê do abandono.
Espiam por olhos que se apagaram e não têm possibilidade de ver, marchando em densas trevas.
Agitam-se em corpos mutilados e anseiam alucinadamente por conseguir andar, abraçar, mover-se em alguma direção.
Perderam a razão, um sem número dêles, e correm pelos dédalos da loucura indimensional, sob pesadelos horrendos, em que seguem até à idiotia.
Experimentam fome contínua e sentem a constrição da máquina orgânica, desajustada ao império das necessidades que se sucedem.
Têm o espírito dilacerado por diagnósticos de enfermidades que sabem irreversíveis e, piorando-lhes a situação, não estão preparados para a desencarnação.
Aguardam notícias funestas que os alcançarão logo mais e expungem as agonias sem nome sorvendo o veneno da amargura, revoltados sem lograrem a extinção do Sofrer...
Faze um giro além das fronteiras do “eu” enfermiço e tristonho a que te recolhes.
Abre os olhos e espia na direção da Terra perto e longe de ti. Há poemas de beleza na paisagem em festa e tragédias nos bastidores dos corações em comunhão com as torpezas morais em agitação. Pensarás, então, que o homem e somente êle éinfeliz numa esfera de luz e côres como a da Natureza.
Em verdade ainda é a Terra a abençoada escola de redenção. Contrastando com as necessidades de cada aluno, ela se mantém festiva para ensejar uma visão panorâmica convidativa para o bem e para a ação integral que facultam a superação das dificuldades.
Todos aquêles calcêtas que lhe desconsideraram as classes ontem, ora retornam para refazer e aprender fixando em definitivo as lições superiores de amor e vida que desprezaram.
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Após examinares tôdas as circunstâncias provacionais do caminho da evolução, bendirás o que tens no corpo e na alma, utilizando-te com meridiana sabedoria dos dons incomparáveis de que te encontras investido, elaborando condições novas interiormente, para superar os óbices naturais e agradecer as excessivas concessões que fruis e das quais inapelavelmente prestarás contas mais tarde ao Excelso Administrador, como já lhes sofrem os resultados êstes que ora resgatam mais em regime carcerário, porém que aguardam a dádiva do teu auxílio para diminuir-lhes as aflições superlativas.
Tem, pois, confiança em Deus, alma irmã! Ama e agradece o quinhão de dor que te chega para o próprio aprimoramento espiritual e prossegue sereno ajudando aquêles outros espíritos igualmente ou mais atribulados que tu mesmo a seguirem pela rota abençoada da reencarnação.
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"Confia em Deus". Mateus: capítulo 27, versículo 43.
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"Os (Espíritos) que se conservam livres velam pelos que se acham em cativeiro. Os mais adiantados se esforçam por fazer que os retardatários progridam". Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo 4º - Item 18, parágrafo 2.
Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Florações Evangélicas. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. Capítulo 13. Salvador, BA: LEAL.
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