quarta-feira, 21 de março de 2012

O mundo está acabando


 Não é novidade a previsão de que o mundo vai acabar. As culturas milenares ou doutrinas recentes, pregadores de hoje ou profetas do ontem se fizeram arautos do fim do mundo.
 Alguns previram explosões e convulsões intensas avassalando imensas regiões.
 Outros, imaginaram grandes asteróides se chocando com a Terra, convulsionando de tal forma a harmonia do planeta, que a vida humana se tornaria impossível, sendo destruída em sua totalidade.
 Alguns fanáticos promoveram suicídios coletivos, antecipando a catástrofe que, imaginavam eles, se daria brevemente.
 Não foram poucos aqueles que marcaram data, ano, na exatidão do calendário que se escoava e que teimava em não cumprir a previsão catastrófica.
 Poucos, porém, se deram conta de que o mundo há muito tempo vem acabando.
 Onde está o mundo onde as mulheres não tinham direitos sociais, eram proibidas de votar, não podiam frequentar a escola?
 Esse mundo acabou, resistindo apenas em alguns rincões de ignorância e miséria moral.
 Como falar, então, do mundo onde as cartas levavam meses para encontrar seu destino, onde as notícias eram poucas e raras, onde sabia-se de pouco e pouco se difundia?
 Esse mundo também acabou, substituído por um mundo melhor, onde a tecnologia nos aproxima, nos beneficia, coloca luzes nos mais distantes lugares do mundo, minimizando as dores e dificuldades.
 Analisando assim, é verdade que o mundo está acabando. Não da maneira violenta e definitiva como imaginavam tantos, nem tampouco de forma irreversível e avassaladora como pregaram outros.
 É natural da evolução humana que o mundo vá se acabando, para que outro mundo se construa, na marcha inevitável do progresso e da melhora.
 Mesmo a guerra, as grandes catástrofes naturais, os desastres são previstos nas leis de Deus para que o progresso ganhe marcha e a melhora se instale para todos.
 Nesses dias de transição que ora passamos, é urgente que o mundo também se acabe.
 Mas esse mundo que deve ser extinto é o mundo da violência que palpita dentro de nós.
 Temos que ajudar a dar fim ao mundo de injustiça que, muitas vezes, permitimos que se dê sob os nossos olhos.
 Devemos colaborar para o fim de um mundo de iniquidades, de desigualdades, de fome e miséria que ainda se estende por tanta parte e para tantos.
 É verdadeiramente urgente que esse mundo todo se acabe. E que um novo mundo se inicie em nossa intimidade e, aos poucos, possamos colaborar para que nosso planeta ganhe outras paisagens e outros valores.
 Só assim dia virá em que olharemos para esses dias que ora se passam e teremos a certeza de que o mundo acabou. E que no lugar dele, um mundo de paz, harmonia e justiça se instaurou, para nunca mais acabar.
Redação do Momento Espírita

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