terça-feira, 7 de maio de 2013

A Inveja


A inveja é definida nos léxicos como "desgosto, mortificação, pesar causado pela vista da alegria, propriedade ou êxito de outrem, acompanhado do desejo violento de possuir os mesmos bens”.
Dela se originam as rivalidades, as maledicências, os juízos temerários e quejandos, de tão más consequências.
Eis alguns exemplos da malignidade da inveja:
Duas moças, colegas de estudo, dão-se às mil maravilhas. Uma delas começa a ser cortejada por um rapaz, corresponde-lhe e se tornam noivos. É quanto basta para que a outra, por não ter tido a mesma ventura da "amiga", passe a destratá-la, mal suportando sua presença.
Determinado cidadão vai levando sua vida em paz, satisfeito, preocupação nenhuma. Um belo dia, entretanto, assiste à entrega de soberba geladeira na casa do vizinho. A partir desse momento, perde o sossego, considerando-se um desgraçado, só porque suas posses não lhe permitem adquirir também um refrigerador, sem o qual sempre passou muito bem.
Fulano e Beltrano trabalham na mesma empresa, onde desempenham idênticas
funçôes. Fulano é pontual, tem iniciativa, absorve-se no serviço, põe nele toda a alma, esforçando-se constantemente para aperfeiçoar sua qualificação profissional; além disso é educado, cooperador e alegre, qualidades essas que o credenciam a sucessivas promoções. Beltrano é o reverso da medalha e por isso fica para trás, mas, ao invés de reconhecer a superioridade de Fulano e imitá-lo, procura criar-lhe embaraços, incompatibilizá-lo com os demais companheiros, etc, fazendo-se, enfim, desafeto gratuito dele.
Por essas coisas é que se diz, com muita graça, que o invejoso emagrece com a
engorda dos outros. Espíritos assaz imperfeitos que somos, acontece-nos, às
vezes, vertermos algumas lágrimas sentidas, compartilhando da dor ou da tristeza de outrem; mui raramente, porém, seremos Capazes de regozijar-nos, sinceramente, com a prosperidade alheia. O mais comum é sermos tomados de inveja e, subestimando ou deturpando o merecimento do próximo, atribuirmos, em comentários venenosos, a melhoria deste a uma proteção vergonhosa,
o enriquecimento daquele ao uso de processos escusos, a glória daquele outro a
razões menos dignas.
Nem mesmo aqueles que tiveram íntima ligação com Jesus, privando de seu salutar convívio, estavam imunes dessa peçonha.
Haja visto o procedimento de João com certo homem que vinha obtendo êxito na expulsão de demônios: proibiu-o de continuar a fazê-lo, simplesmente porque não fazia parte do grupo que seguia o Mestre (Luc., 9:49).
Lendo-se os apontamentos de Marcos, percebe-se que cada um dos apóstolos
pretendia ser "o maior”, dando assim ensejo a que a inveja, vez por outra, tornasse tensas as relações entre eles. Tiago e João, um dia, chegaram a postular a Jesus que, quando estabelecesse seu reino de glória, reservasse
ao primeiro assento à sua direita, e “o segundo, à sua esquerda, petição essa que provocou a indignação dos outros dez (9:33; 10:36-38).
O Espiritismo (e todas as religiões) aponta a inveja como sentimento antagônico do amor, esclarecendo-nos ser preciso bani-la de nossos corações, sem o que não conseguiremos ser felizes. E o Evangelho, na Parábola do Filho Pródigo, nos oferece magnífica ilustração dessa verdade. Nela se conta que um homem teve dois filhos, o mais novo dos quais, pedindo ao pai a parte da fortuna que lhe
caberia por herança, partiu para terras distantes, onde dissipou tudo, dissolutamente, vindo a ficar na miséria. Começou então a padecer fome e resolveu voltar a penates, certo de que seria perdoado. O pai, realmente, o acolheu de braços abertos, com efusão de júbilo, ordenando até que se
preparasse uma festa para comemorar sua volta. Já o irmão, ao saber que o estróina fora acolhido carinhosamente e reintegrado na família com todos os direitos, devorado pela inveja, revoltou-se contra o próprio pai e, apesar de instado por ele para que entrasse em casa e participasse do banquete e das
danças, recusou-se a fazê-lo. Como é fácil de entender-se, a casa paterna, aí, simboliza o Reino do Céu, cujas portas estão sempre abertas para quantos queiram adentrá-lo.
Muitas e muitas vezes, porém, a exemplo do primogênito da parábola, nos mantemos fora, privando-nos de suas alegrias, porque em nós a inveja é ainda mais forte que o amor.
FONTE - Calligaris, Rodolfo em PÁGINAS DE ESPIRITISMO CRISTÃO, ed. FEB
NÓS, O BEM E OS ESPÍRITOS SUPERIORES
“O esforço de cada dia é o ascendente legítimo da coroa do êxito no século.
Cada um de nós aproveitará os minutos, santificando-os com o serviço renovador, se desejamos alcançar as obras que nos comprometemos
realizar”. Emmanuel
“Quando apresentamos, em qualquer serviço, o nosso título de
boa vontade, Jesus faz o texto em nosso favor”. Emmanuel
“Pranto, soledade, amargura, incompreensão nos que amamos, sede espiritual, feridas, pesadelos, vigílias dolorosas, tempestades morais e golpes da senda
representam o serviço do Divino buril sobre nós”. Isabel Cintra
”Não gastes somente com a tua vida o que poderia servir para sustentar dez outras”. Emmanuel

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