terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

O primordial "Nascer de Novo" - A Reencarnação

A Doutrina Espírita e o Evangelho de Jesus enfatizam a necessidade primordial da reencarnação para a evolução do Espírito, ensinamento igualmente encontrado no Zoar: "Todas as almas são submetidas às provas da transmigração" e na Cabala: "São os renascimentos que permitem aos homens se purificar”.

Segundo o Espiritismo, somente pela reencarnação o ser espiritual pode crescer espiritualmente e, permanecendo à margem da dimensão física, fica estacionário no caminho evolutivo (Q. nº 175(a) de “O Livro dos Espíritos”). Na obra “A Terra e o Semeador”, o confrade Salvador Gentile faz a seguinte pergunta: “Chico Xavier, por que se diz que o Espírito para evoluir precisa se encarnar? No Mundo Espiritual, ele não evolui? Qual a diferença principal entre as duas faixas de evolução quanto ao aprendizado?” Corroborando a codificação kardeciana, o ilustre medianeiro diz que “internados no corpo terrestre é que somos instruídos a respeito da necessidade de mais ampla harmonização de nossa parte, uns com os outros, certamente porque, vivendo nas esferas espirituais próximas da Terra, com aqueles que são as criaturas absolutamente afinadas conosco, não percebemos de pronto as necessidades de aperfeiçoamento e progresso. Numa comunidade ideal, com vinte, quarenta ou dez pessoas raciocinando por uma faixa só, estamos tão felizes que corremos o risco de permanecer estanques em matéria de evolução por muito tempo. Beneficiados com a reencarnação, o estacionamento é quebrado de modo natural...”.

A vida do Espírito é uma educação progressiva – Realmente, a evolução do Espírito é compulsória em um ambiente físico como o da Terra, desde que, na vibração etérea do universo espiritual, os indivíduos estariam sintonizados apenas com os seus semelhantes, situados na mesma faixa vibratória. No ambiente terreno ou em mundos semelhantes, a diversificação, o contato ou o intercâmbio com seres encarnados, em diferentes graus evolutivos, permite o aprimoramento espiritual.

 Foi feita a seguinte pergunta a Léon Denis: “Por que o Espírito que está no espaço encarna em um corpo?”. O insigne confrade respondeu: “Porque é a lei de sua natureza, a condição necessária de seu progresso e de seu destino. A vida material, com suas dificuldades, precisa do esforço e o esforço desenvolve nossos poderes latentes e nossas faculdades em gérmen”. O ilustre filósofo do Espiritismo enfatiza que “o Espírito reencarna tantas vezes quantas sejam necessárias para atingir a plenitude do seu ser e de sua felicidade. A vida do Espírito é uma educação progressiva, que pressupõe uma longa série de trabalhos a realizar e de etapas a percorrer. O Espírito só pode progredir, reparar, renovando várias vezes suas existências em condições diferentes, em épocas variadas, em meios diversos. Cada uma de suas encarnações lhe permite apurar sua sensibilidade, aperfeiçoar suas faculdades intelectuais e morais” (“Synthêse Spiritualiste Doctrinale et Pratique”, págs. 25 e 26).

 A essência espiritual necessita de um meio mais consistente, de baixa vibração, para evoluir, vencendo as dificuldades e obstáculos que a matéria lhe proporciona. A evolução se processa preferencialmente em mundos planetários inferiores, onde o corpo espiritual vem adquirindo recursos vagarosamente, em milênios de esforço e recapitulação, nos múltiplos setores da evolução anímica, através da reencarnação. 

 Os Espíritos são criados simples e ignorantes – A centelha divina precisa da tela física para suas aquisições e experiências. Por sua vez, o setor físico se aperfeiçoa pela influência espiritual.

 Nos arraiais da erraticidade, estacionado na faixa evolutiva em que se encontra, impedido de alçar grandes voos, o Espírito se encontra envolvido por sua consciência, a qual constantemente o cientifica dos atos praticados em vivências reencarnatórias transatas e a necessidade da reparação dos equívocos, exortando-lhe o planejamento do seu futuro, preparando-se para mais uma etapa na arena física, sabendo que “o espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Marcos 14:38).  Difícil tarefa será a prática do bem e o desprendimento das coisas físicas porquanto as tentações do poder e o hedonismo estarão presentes, envolvendo o viajor terreno nas teias do egoísmo, do orgulho, da prepotência e da vaidade.   

 Em “OLE”, na questão 132, Allan Kardec pergunta: “Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos?”. A resposta, pronta e objetiva: “Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição...”, a qual corresponde ao estado dos Espíritos puros, passível de ser alcançado por todas as criaturas que trilham vitoriosas os caminhos das provas e expiações na dimensão da matéria, adquirindo o progresso moral e intelectual. É ressaltada a importância de todos os seres espirituais passarem por todas as vicissitudes da existência física, enquanto no item seguinte, questão 133, os instrutores do além corroboram que “todos os Espíritos são criados simples e ignorantes e se instruem nas lutas e tribulações da vida corporal”. 

“O que é nascido da carne é carne”, disse Jesus – É, portanto, primordial para a individualidade espiritual o renascimento no corpo somático, defrontando-se com a resistência própria da matéria, tendo a chance excelsa de despertar dentro de si as potencialidades divinas, acarretando o crescimento evolutivo.

 "Em verdade, em verdade, digo-te: Ninguém pode ver o Reino de Deus se não nascer de novo” (João 3:3). “Não te maravilhes de eu te dizer: é-vos necessário nascer de novo” (João 3:7): Segundo o Evangelho de Jesus, é obrigatório o renascimento na carne para se obter o Reino de Deus, isto é, para encontrar dentro de cada um a divindade que lhe dá a vida e esse mergulho interior é obtido através das inúmeras oportunidades reencarnatórias (”O que é nascido da carne, é carne”).

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